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A Razão de Amar - Capítulo 38 (Reprise)

  

 

Capítulo 38

A RAZÃO DE AMAR

 

Novela de João Marinho

 

Escrita por:

João Marinho

 

Personagens deste capítulo

    Otavio Duarte                                                                                  Atendente               

Celso Correia                                          Lola

Jorge Correia.                                        

Madalena Correia.                                                             

Marta Correia                                        

Olímpio Vasconcelos.                           

Radialista.                                               

Letícia Fernandes

Cecília Valadares

José Jacinto – Carcará

Débora Valadares

CENA 01/ PALMEIRÃO DO BREJO/ ESTRADA/ EXT./ MANHÃ

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Tocar a música “meu maracatu pesa uma tonelada”. Carcará avança em Elias, que perde o controle do carro, que cai na ribanceira e capita várias vezes. Em seguida explode. Focar no carro sendo consumido pelas chamas.

A música para de tocar neste ponto.

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CENA 02/ DELEGACIA/ EXT./ MANHÃ

As pessoas olham assustadas para a delegacia sendo consumida pelas chamas. Os delegados e policiais tentam entender como aquele incêndio aconteceu. Somente um  (o policial 3) estava dentro da delegacia no momento do incêndio. Ele chega próximo ao delegado.

POLICIAL 3 – Não tem ninguém lá dentro. O assassino da nora do Coronel Afonso e o que tentou matar Jorge também.

GUILHERME (pensativo) – Incêndio muito suspeito. A gente tem que investigar e não esquecer de descobrir o paradeiro de Carcará e Raul. Este deve está em casa; o outro eu não sei, mas vamos achá-lo.

POLICIAL 3 – Lá se vai a nossa delegacia.

Algumas pessoas jogam água para tentar apagar o fogo.

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CENA 03/ FAZENDA VALADARES/ QUARTO DE CECÍLIA/ INT. / MANHÃ

Cecília está penteado em frente ao espelho, no instante em que Débora entra. Cecília se volta para ela, que ver que a prima está muito feliz.

DÉBORA – Ah, minha prima, você está tão feliz!

CECÍLIA – Estou muito feliz, minha prima! Nunca estive tão feliz em minha vida.

DÉBORA – Que bom, minha prima! Eu também estou muito feliz com o Álvaro.

CECÍLIA – O Otávio parece está muito arrependido do que fez. Eu não sou o tipo que condeno o outro pela eternidade. Todo mundo erra e merece perdão. Carcará depois do roubo, que não foi roubo, matou a Olga. Matou uma das minhas melhores amigas. Até ele merece perdão, mas eu fiz uma promessa de que eu não quis mais vê-lo. Ele se recusa a falar a verdade.

DÉBORA – E eu estou ansiosa para o meu casamento.

CECÍLIA – E eu me lembro de você reclamando de que nunca se casaria. Eu mesmo nunca fui pedida em casamento; você já foi.

Débora e Cecília se abraçam. Neste instante, Otávio entra. Ele e Cecília se beijam e se abraçam.

OTÁVIO – Vamos descer. A mesa do café está posta.

Os três descem.

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CENA 04/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE JANTAR,/ INT./ MANHÃ

Afonso e Branca estão tomando café, enquanto escutam o rádio. Neste instante, Débora, Cecília e Otávio entram.

RADIALISTA (off) – Urgente! A delegacia está sendo consumida por um incêndio de grandes proporções. As investigações averiguarão quais foram as causas. Mas o que se sabe até o momento é que dois presos fugiram. Não foi informado se tinha mais alguém lá. Os nomes dos presos são José Jacinto Vieira, conhecido como Carcará, e Raul Fernandes. Até o momento não se sabe o paradeiro deles

CECÍLIA – Está acontecendo um incêndio? Carcará fugiu.

AFONSO – Sim, minha filha. Na delegacia e Alguns presos fugiram.

OTÁVIO (Interrompe) – O assassino da minha irmã está solto? Isso não é bom, nada bom! Ele tem voltar para lá o quanto antes.

DÉBORA (Interrompe) – Onde esse mundo vai parar?

Em seguida, eles se sentam à mesa e começam a tomar café.

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CENA 05/ MANSÃO DA FAMÍLIA DUARTE/ DALA DE ESTAR/ INT./ MANHÃ

Horácio estava se preparando para sair, quando escuta o radialista dandi notícias sobre o incêndio.

RADIALISTA (off) – Acaba de chegar uma informação de que havia uma outra pessoa, além dos presos, do policial e do delegado. Se trata de Elias. Recapitulando, estavam na delegacia no momento do incêndio, José Jacinto Vieira, Raul Fernandes, Elias, o delegado Guilherme e um policial. A informação que se tem no momento é que o Elias e o José Jacinto teriam fugido na viatura. E o Raul não se sabe se foi com eles ou foi para outro lugar. A polícia está fazendo uma grande operação para encontrá-los. Nenhum documento importante foi perdido no incêndio, mas o local corre risco de desabar

HORÁCIO – O assassino de Olga está solto.

Neste instante, Vilma entra na sala assustada.

VILMA (P/– O que foi que aconteceu? Está uma correria nas ruas?

HORÁCIO – Houve um incêndio na delegacia. E pelo que se tem notícias, o assassino da nossa filha está solto.

Neste instante, Eduardo desce e escuta Horácio falando sobre Carcará.

EDUARDO – O Carcará fugiu?

HORÁCIO – Sim, Eduardo. Ele se aproveitou do incêndio para fugir.

EDUARDO – Nós temos que fazer alguma coisa. Um assassino perigoso como esse não pode ficar solto.

HORÁCIO – Farei o possível para encontrá-lo.

Horácio sai, em seguida, enquanto Eduardo e Vilma se entreolham apreensivos.

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CENA 06/ MABSÃO DA FAMÍLIA FERNANDES / SALA DE ESTAR/ INT./ MANHÃ

Letícia está muito preocupada. Zilda traz um pouco de chá para ela, para tentar acalmá-la. Em seguida, desliga o rádio para não escutar mais notícias ruins. Letícia está com as mãos trêmulas de tão nervosa.

ZILDA – Calma, que ele já vai aparecer!

LETÍCIA – Espero que esteja tudo bem com ele.

ZILDA – Está tudo bem com ele.

Neste instante, Raul entra em casa tossindo muito e desnorteado. Letícia fica surpresa com a chegada do pai.

LETÍCIA – Onde você estava, meu pai!

RAUL (P/Letícia) – Por favor, não deixe que a polícia me ache. Eles estão atrás de mim. Eles, a Vera e o Venâncio

Letícia percebe que o pai está tendo uma crise e tenta ajudá-lo, o levando para o quarto. Ela sobe com ele. Zilda vai para a janela da sala ver o o movimento da rua.

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CENA 07/ PALMEIRÃO DO BREJO/ PRAÇA/ INT./ TARDE

A tarde vai chegando. As mulheres que estavam na praça protestando continuam a protestar. Eles gritam palavras de ordem.

MULHERES (Gritando) – Nós exigirmos ser tratadas com respeito! Não queremos ser mortas, não merecemos ser mortas! Exigimos os nossos direitos!

Cecília e Otávio estão andando na rua e veem as mulheres protestando. Otávio comenta.

OTÁVIO – Perda de tempo esses protestos. Não vai dar em nada.

CECÍLIA – Perda de tempo nada. Cada coisa que fazermos. Cada passo que damos, por menor que seja, é importante. Elas estão fazendo isso por causa da sua irmã, você não está feliz?

OTÁVIO – Claro que estou. O problema é que ninguém vai dar ouvidos a isso. Pode anotar que daqui há um século, as mulheres estarão sendo agredidas da mesma forma.

CECÍLIA – Eu sou bem otimista com relação a isso. Muitas leis serão criadas para nos proteger. Os tempos serão outros.

És continuam andando e vendo os protestos.  

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CENA 08/ PALMEIRÃO DO BREJO/ ESTRADA/ EXT./ MANHÃ

O carro continua sendo consumido pelo incêndio. Neste instante, um carro passa e estaciona no acostamento. Dois homens e uma mulher saem e correm na direção do carro. O fogo já está bem menos

MIRO – Foi um acidente feio esse aqui!

CARMEM – Acho que ninguém está.

Eles percebem que dentro do carro tem um corpo carbonizado.

JAIRO – Tem um homem morto alô dentro.

Eles escutam um barulho de tosse e grito.

CARCARÁ (Gritando) – Alguém me ajuda?

CARMEM – Vocês escutaram isso?

MIRO e PABLO (juntos) – Sim!

Eles começam a vasculhar o local.

MIRO – O grito não veio de longe!

Eles continuam andando. Pablo tropeça em uma pessoa, que está muito ferida.

MIRO (P/Pablo e Carmem) – Achei um homem!

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CENA 09/ PALMEIRÃO DO BREJO/ ESTRADA/ EXT./ MANHÃ

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Carcará tosse muito. Está com o rosto e com o corpo cheio de ferimentos.

CARCARÁ (Falando com dificuldade) – Me... Ajuda! (Tosse) Eu estou... morrendo!

MIRO (P/Carcará) – Vou te ajudar. Você não vai morrer.

Miro coloca Carcará no braço, que tenta achar forças para conseguir suportar a dor. Carmem a Pablo ajudam o Miro a levá-lo para o carro. Eles entram no automóvel e partem.

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CENA 10/ FAZENDA CORREIA/ SALA DE ESTAR / INT./ TARDE

Jorge entra com a ajuda de Lola em casa. Ainda tem um pouco de dificuldade de andar e um pouco de dificuldade de falar. Se senta na cadeira.

JORGE – O que foi que aconteceu! A cidade está muito movimentada hoje.

CELSO (Interrompe) – Foi um incêndio na delegacia. Os presos fugiram. Está uma maior correria na cidade. A polícia está organizando uma operação para tentar achar Raul e outro preso lá.

LOLA – Alguém deve ter planejado esse incêndio.

Celso vê que na cadeira tem uma carta do CottonPlus. Ele abre e lê.

CELSO – “Sr. Celso Alves Correia, venho por meio desta carta informar que tenho interesse em ter i senhor como parceiro em uma fábrica. Estou chegando no Brasil para montar uma filial e sei que o algodão de seu fazenda é de muita qualidades”

JORGE – Quem é?

CELSO – É uma empresa que quer firmar parceria comigo por causa do algodão que nós produzimos aqui na fazenda. Eles estão procurando um algodão de qualidade.

JORGE – O que o senhor acha?

CELSO – Não sei. Acho meio arriscado. Nunca ouvi falar nessa empresa.

LOLA – Eu acho que eu já ouvi falar. O nome não me é estranho!

CELSO – Vou pensar um pouco.

Celso sobe para o quarto, enquanto Lola e Celso se beijam.

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CENA 11/ VILA DOS CIGANOS / CASA DE MIRO / INT. / TARDE

Carmem passa um pano quente e úmido no corpo de Carcará.

CARMEM – Como é seu nome?

CARCARÁ – José Jacinto, mas me chamam de Carcará!

Miro observa Carmem limpando os ferimentos de Carcará.

MIRO – Você é de onde?

CARCARÁ – Sou do sertão de Pernambuco, mas estava morando em Palmeirão do Brejo.

MIRO – Nós somos ciganos! Trabalhamos com circos. Temos uma pequena companhia itinerante. Nós vamos de cidade em cidade nos apresentando. Nós iremos passar por essa cidade Palmeirão do Brejo nos próximos. Já conhecemos ela.

CARCARÁ (Mudando de assunto) – Cadê o meu amigo?

MIRO – Sinto muito, mas o seu amigo não está mais entre nós.

Carcará começa a chorar.

CARCARÁ – Não, o Elias não pode ter morrido. Agora, eu não tenho mais do que viver! Ele que me ajudava!

MIRO – Você pode ficar trabalhando no circo com a gente, por enquanto. Ficaria muito feliz. Fazemos muitos espetáculos.

CARCARÁ – Muito obrigado! Eu não sei como agradecer. Eu tinha um pouco de dinheiro, mas não me lembro onde está. Deixei na cidade.

MIRO – Você será muito bem vindo na nossa companhia, Carcará! Fico muito feliz que você tenha aceitado fazer parte da nossa companhia.

Eles abrem um sorriso.

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CENA 12/ PALMEIRÃO DO BREJO/ ESTRADA/ EXT./ MANHÃ

Letreiro mostra: 2 dias depois.

Guilherme e os policiais dentro da viatura fazem as buscas por Carcará na estrada. Eles observam que tem uma viatura da polícia incendiada. Eles estacionam no acostamento e descem na ribanceira. Vasculham todos os destroços.

GUILHERME – É a nossa viatura mesmo.

Guilherme vê um corpo carbonizado e um documento de identificação próximo do corpo. Apesar de estar um pouco queimado, dá para identificar o nome no documento.

GUILHERME – José Jacinto Vieira.

Focar na foto de Carcará

Congelamento preto e branco emoldurado como um retrato.


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