Cena 1/ Casinha Pobre e Isolada/ Noite.
Rafaela ali. Ouvimos batidas na porta.
Ágata: (off) Rafaela, sou eu!
Rafaela: (tira os fones, se ajeitando) Já vou!
Rafaela abre a porta.
Ágata: E então cadê minha grana?
Rafaela: (pegando a maleta e entegando-a) Aqui!
Ágata: Hummm, deixa eu ver meus filhinhos…
Ela abre a maleta e tem uma triste surpresa…
Ágata: (frustrada) Mas isso aqui é papel!
De repente, Rafaela vai por trás dela e quebra a garrafa de cerveja em sua cabeça com toda violência. Ágata cai no chão desacordada e com muito sangue na cabeça.
Rafaela: Pronto! A chantagista agora foi pro inferno!
Ela coloca os dedos e sente a pulsação do pescoço de Ágata.
Rafaela: A merda ainda não morreu! Vaso ruim não quebra fácil…
Rafaela tira luvas pretas do bolso, as veste e a puxa pelas pernas até a saída.
Cena 2/ Casinha/ Área Externa/ Mato escuro/ Noite.
Foco em Rafaela descendo e arrastando Ágata pela pequena escadaria da casinha, logo depois caminha com ele até um precipício e de lá, a joga. Foco no corpo caindo todo quebrado em meio as folhas secas.
Cena 3/ Embaixo do Precipício/ Noite.
Lugar muito escuro e sombrio. Rafaela, com uma lanterna em mãos, joga gasolina sobre o cadáver, depois tira um isqueiro zippo do bolso, o acende e joga sobre ela. Uma grande chama se forma. Rafaela assiste com prazer o corpo se queimar, o fogo consume cada vez mais e mais...
Cena 4/ Matagal/ Riacho/ Noite.
Um riacho rasinho, de correnteza leve. Rafaela desce um pequeno morrinho com a lanterna e um pote grande. Ao chegar no riacho, ela abre o pote e despeja toda a cinza, até ela se misturar a água.
Rafaela: Pronto! Nenhum resquício da vagabunda!
Ela anda pelo matagal e sobe um morrinho, saindo dali…
Cena 5/ Rodovia/ Noite.
Movimentação de carros. Foco no carro de Rafaela saindo da estrada de terra e seguindo a rodovia.
Cena 6/ Mansão Delval/ Quarto de Rafaela/ Noite.
Rafaela dá a última olhada nos papéis.
Rafaela: Amanhã, bem cedo, papai irá assinar esses papéis misturados com os outros da exportação… Nada pode dar errado, nada!
Ela guarda os papéis num pacote pardo, se deita na cama e desliga o abajur.
Cena 7/ Barraco de Carol/ Sala/ Noite.
As detentas dormindo em colchonetes espalhados…
Cena 8/ Barraco de Carol/ Quartinho de Carol/ Noite.
Carol coloca umas roupinhas numa mochila.
Carol: Ah, não vejo a hora de me ver livre dessas babonas horrorosas. Quero que morram!
Ela olha no celular que marca 0:00.
Carol: Pouco tempo para ficar rica! Uhul!
Ela se deita no colchonete e tenta dormir…
Cena 9/ Rio de Janeiro/ Dia.
Takes do Amanhecer. Plano geral na Mansão Delval.
Cena 10/ Mansão Delval/ Escritório/ Dia.
Carlos está olhando uma linda jóia com uma lupa. Rafaela bate na porta.
Carlos: Entra!
Rafaela entra com aqueles papéis em mãos e com cara de inocente.
Rafaela: Pai, a Sueli deixou esses papéis aqui pra você assinar! É aqueles documentos da exportação das jóias tá?
Carlos: Tá bem filha! Me dá aqui!
Rafaela: (fazendo o joguinho) Eu esqueci de te entregar ontem! Também com aquela confusão toda do embuste do Júnior… Esse garoto devia morrer atropelado por um caminhão bem grande, do tamanho do mau caratismo e da cara de pau dele…
Carlos: Pois eu espero que ele viva bastante pra pagar pelo que fez! Logo logo ele é encontrado… E me dá esses papéis aqui pra eu assinar!
Rafaela: Claro!
Ela deixa em cima da mesa, Carlos bota os óculos, passa o olho nos papéis e vai assinando um por um. Close em Rafaela observando tudo aquilo com um olhar de satisfação…
Cena 11/ Barraco de Carol/ Sala/ Dia.
Carol conversa com as cinco detentas…
Carol: Eu vou me encontrar com um cliente antigo!
Todas: Hummmmmm…
Carol: Ele disse que quer muito me encontrar… Pra fazer aquelas coisinhas que vocês sabem muito bem o que é…
Detenta 3: (virando os olhos/safada) Eu é que sei…
Carol: Eu devo voltar tarde! Tchau!
Carol se dirige até a saída e se manda.
Detenta 2: Quem será esse cliente dela?
Detenta 4: Será que é um velho rico?
Detenta 5: Aposto que é um maconheiro pé de chinelo. Querem apostar?
Cena 12/ Mansão Delval/ Escritório/ Dia.
Carlos assina o último papel, muito suspense…
Carlos: Prontinho, terminei!
Rafaela pega os papéis da mesa.
Rafaela: Já tomei meu café e tô indo!
Carlos: Tá bom! Tchau!
Rafaela sai do escritório. Carlos estranha…
Carlos: Rafaela tá tão boazinha hoje, prestativa… Tem alguma coisa estranha aí…
Close nele.
Cena 13/ Condomínio/ Frente a mansão de Cris/ Dia.
Paola e Cris num abraço apertado…
Paola: Que bom que você saiu daquele lugar minha amiga…
Cris: Graças a Deus meu pai conseguiu me tirar!
Elas se soltam.
Cris: Ele teve que vir lá da Bélgica pra me soltar. Olha só o transtorno! E eu queria te agradecer por você ter me dado o apoio miga, por ter ligado pra eles e explicado tudo!
Paola: Eu é que tenho que te agradecer por todo o apoio que você me deu amiga! Vai ser amanhã!
Cris: (baixo) O abor…
Paola: Sim! Amanhã! Se não fosse por você, eu teria feito uma burrada qualquer!
Cris: Isso que é ser amiga né! Uma segurando a outra…
Paola: Vamos pra faculdade? Hoje a aula é de anatomia, com aquele professor chato da voz sonolenta… Mas é importante!
Cris ri.
Cris: Vamos!
As duas dão as mãos. Closes alternados.
-Abertura-
Cena 14/ Condomínio/ Área de Segurança/ Dia.
Eduardo e um segurança olham as gravações da câmera num computador.
Segurança: Bem, aqui estão as gravações do dia.
O computador mostra o carro de Cris saindo da portaria naquela noite.
Eduardo: Não dá pra ver quem tá dentro! O vidro do carro é escuro…
Segurança: Sim… Mas eu vou tentar pegar as outras gravações. Não se preocupa.
Eduardo: Obrigado! Eu preciso inocentar a minha filha, preciso!
Close nele.
Cena 15/ Escritório de Duda/ Dia.
Duda digita algo em seu notebook. Rafaela entra sem bater.
Duda: Não tem educação? Bate na porta antes de entrar!
Rafaela: Não estou com tempo. (Joga os papéis na mesa) Aqui, registra isso aí no cartório online, rápido!
Duda: Não é assi/
Rafaela: É assim sim! Bora querida rápido! Não tô com tempo!
Duda: (farta) TÁ BOM!
Rafaela: Ah e na minha posse hoje, você vai entrar comigo com a confirmação do cartório!
Duda: (firme) Não, eu não vou! Você não vai me obrigar a fazer o que eu não quero!
Rafaela tira o celular da bolsa e mostra o print que tirou do documento da sonegação.
Rafaela: Se eu solto isso aqui, você para no xilindró! Então é bom me obedecer, tá me ouvindo?!
Duda faz cara de nojo.
Duda: Eu nunca pensei que você fosse tão asquerosa!
Rafaela: A única asquerosa aqui é você! Me traiu com aquela lá do sexy shop… (com lágrimas nos olhos) Eu ia dizer pra todo mundo que a gente tava junta, eu era completamente fiel a você!
Duda: O amor acaba uma hora… Resta aceitar!
Rafaela: (enxuga as lágrimas) Eu não quero saber mais de nada! Só da minha fortuna e do meu status de rainha.
Rafaela vai dar um passo até a porta.
Rafaela: Confirma no cartório e eu te espero lá na joalheria do Shopping, ou então cadeia!
Rafa sai e fecha a porta.
Duda: Desgraçada você me paga caro! Inferno!
Cena 16/ Joalheria Ouro Blindado/ Balcão Dia.
Elaine atende uma cliente. Carol chega de óculos escuros.
Carol: Eu quero falar com a Tamara!
Tamara aparece.
Tamara: Quem quer falar comigo?
Carol: Euzinha aqui!
As duas se entreolham… Close.
Carol: Eu gostaria de falar com você em particular!
Cena 17/ Ouro Blindado/ Saleta/ Dia
Carol e Tamara.
Tamara: Então, o que você gostaria de falar comigo?
Carol: Sobre o seu passado!
Tamara: (fica tensa) Como assim?
Carol: Seu passado de prostituta!
Muita tensão…
Tamara: Você tá louca!
Carol: Não tô! Eu tirei as fotos do diário da Berenice, tá tudo aqui ó! (Mostra o celular)
Tamara: Você vai acreditar nas mentiras da Berenice é? Será que nem depois de morta ela me deixa em paz?
Carol: Morta? O quê?
Tamara cresce e fica firme!
Tamara: É, ela tá morta sim! Caiu da escada. E olha, se você quiser contar que eu já trabalhei em rua, que conte! Não tô nem um pouco aí! Eu até me orgulho disso!
Carol: Você vai me dar dinheiro!
Carol vai pra cima de Tamara puxando seu cabelo. Tamara grita. Elaine entra na sala.
Elaine: Gente para! Socorro!
Carlos entra e interrompe a briga. Carol solta Tamara.
Carlos: CHEGA!!! Pra quê vocês estão brigando?
Carol: A sua mulher! Ela é uma ex prostituta!
Tamara demonstra não estar nem aí.
Tamara: Fui mesmo Carlos! Eu fui uma prostituta antes de te conhecer!
Carlos: Tamara, porquê você não me contou isso?
Tamara: Eu não queria me lembrar desse passado horroroso!
Carol: Ai que saco! Não vou mais ganhar dinheiro!
Elaine: Vai pra esquina fazer ponto, vai!
Carol: A fulaninha secretária dá palpite agora?
Carlos: (grita com Carol/bravo e imponente) SAI DAQUI SUA DESGRAÇADA!
Carol: (saindo) Tô saindo…
Carol sai com o rabo entre as pernas. O telefone de Carlos toca, ele tira do bolso e atende.
Carlos: (cel) Alô? O quê Rafaela? (T) Tô indo pra aí!
Ele desliga.
Carlos: Depois a gente conversa! A Rafaela tá mandando a gente ir urgente lá pro shopping!
Tamara: O que foi?
Carlos: Só vamos rápido!
Cena 18/ Shopping Leblon/ Ouro Blindado/ Dia.
Paola e outras pessoas reunidas ali, sem entender nada. Carlos e Tamara chegam e vão até Paola.
Paola: Porquê a Rafaela nos chamou aqui?
Carlos: Também quero saber!
Neste momento Rafaela desce as as escadarias, muito plena vestindo um vestido azul tiffani, muito elegante. Todos olham pra ela, espantados. Ela para no meio da escada.
Rafaela: Eu vim comunicar hoje à todos, que eu sou a nova dona da Ouro Blindado!
Carlos: Mas como assim?
Rafaela: Duda! Venha!
Duda sobe as escadas com os papéis e entrega a Rafa.
Rafaela: Aqui nestes papéis está a transferência da franquia de joalherias pro meu nome! Podem me chamar de rica!
Reação espantosa de todos. Close em Rafaela sorrindo, cínica.
FOCO EM RAFAELA/
A IMAGEM CONGELA COM UM FILTRO DOURADO.
Encerramento com a música Outro Dia - Lourena
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