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Ilusões Perdidas - Capítulo 11 (capítulo especial)

 

ILUSÕES PERDIDAS

 

Aconteceu no capítulo anterior:

Adler é convocado a se apresentar ao exército alemão e comenta com os pais. Na praça, Adler combina de fugir com Astrid. Petrus comenta com a mãe que está inseguro quanto ao relacionamento com Astrid. Petrus tenta matar Adler com um tiro, mas é impedido por Peter. Astrid e Petrus discutem. Willy faz um desenho de Peter Dois dias depois, Astrid escreve uma carta para os pais e foge. Albert fica incrédulo ao saber que a filha fugiu.

 


 

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EPISÓDIO 11

 

CENA 1/ NUREMBERG/ CASA DA FAMÍLIA FISHER/ SALA DE ESTAR/ MANHÃ/ INT.

Albert, sentado no sofá, ainda sem acreditar no que acabara de lê, fica em silêncio tentando digerir tudo aquilo. Os seus olhos se enchem de lágrimas. Neste instante, Emma entra na sala e vê o marido chorando. Ela não hesita em perguntá-lo o motivo

EMMA — O que houve?

ALBERT — Olha! (Entrega a carta).

Emma pega a carta e lê. Em seguida, se emociona.

EMMA — Minha filha, não era para você ter feito isso!

ALBERT — Esse rapaz com quem ela fugiu deve ser aquele com quem ela estava se beijando naquele dia.

EMMA (Completa) — Foi o mesmo que estava brigando com o Petrus naquele dia.

ALBERT — Agora tudo faz sentido.

EMMA — Espero que a minha filha esteja bem.

ALBERT — Eu nunca pensei que ela fosse fazer isso. Que decepção!

EMMA — Ela vai voltar logo, logo.

ALBERT — Se ela voltar, não entra mais aqui. Traiu minha confiança, traiu as nossas tradições para sair por aí com um qualquer.

EMMA — Deixa de ser cabeça dura! Os nossos filhos não são descartáveis para você determinar quando eles são e quando eles não são os nossos filhos.

Albert fica em silêncio e concorda com Emma.

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CENA 2/ NUREMBERG/ MANSÃO DA FAMÍLIA FISHER/ QUARTO DE ADLER/ MANHÃ/ INT.

Marie arruma o filho, que já está vestido com sua gandola militar (uniforme do exército).

MARIE — Ah, meu filho, você está muito lindo vestido de militar. O meu orgulho!

Neste instante, Klaus, vestindo, gandola militar também, entra no quarto.

KLAUS (P/Adler) — Vamos!

ADLER — Vamos!

Adler olha o relógio, que marca 10 horas da manhã. Em seguida, eles descem.

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CENA 3/ NUREMBERG/ CASA DA FAMÍLIA HOLF/ SALA DE ESTAR/ INT./ MANHÃ.

Albert e Emma entram na casa da família Holf. Bertha e Paul percebem que eles estão tristes.

EMMA (P/Albert e Emma) — Eu não sei como falar isso, mas Astrid fugiu. Não sabemos para onde ela foi. Ela deixou essa carta.

Entrega a carta para Bertha, que lê.

PAUL (Interrompe) — Mas como ela pode ter feito isso?

ALBERT — Eu não sei! Ainda estou sem acreditar.

BERTHA (P/Albert) — Foi por qual motivo?

Neste instante, Petrus desce as escadas e interrompe a conversa.

PETRUS — Ela está apaixonada por outro. Eu até tentei eliminá-lo, mas não deu muito certo.

PAUL (P/Petrus) — Por que você não falou isso para a gente, meu filho?

PETRUS — Não vi necessidade, meu pai.

BERTHA — O que nós vamos fazer agora?

PETRUS (Resmunga) — Eu vou busca-la nem que seja no inferno!

BERTHA (P/Petrus) — O que foi que você disse, meu filho?

PETRUS (P/Bertha) — Nada, minha mãe!

Todos continuam a conversar na sals. Albert fica no canto da sala, pensativo.

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CENA 4/ NUREMBERG/ ESTAÇÃO DE TREM/ MANHÃ/ INT.

O vigia percebe que Astrid está dormindo no banco e vai até ela.

VIGIA — Moça! Moça!

Astrid acorda assustada.

ASTRID — O que foi? Adler?

VIGIA — A senhora está precisando de alguma coisa? Está dormindo aí há algumas horas! Já são mais de 10 horas da manhã.

ASTRID — Eu estava esperando uma pessoa, mas acho que ela não vai vim mais! Acho que vou voltar para casa.

VIGIA — É melhor você voltar para casa mesmo.

Astrid se despede do vigia e, carregando as três malas, sai da estação. A câmera vira-se para dois homens. Se trata de Adler e Klaus, que entram no trem.

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CENA 5/ NUREMBERG/ HOTEL/ QUARTO DE PETER E WILLY/ MANHÃ/ INT.

Peter e Willy tomam café no próprio apartamento. Eles trocam carícias.

WILLY — A gente podia tentar conversar com seu pai. Naquele dia daquela bringa entre aqueles dois rapazes, ele me pareceu mais calmo. Não nos cumprimentou, mas também não nos expulsou.

PETER — Eu ainda não me sinto seguro para conversar com o meu pai. Ele não é uma pessoa de mudar de opinião ou de atitude assim tão rápido.

WILLY — Mas a sua mãe parece ser uma pessoa bastante aberta e compreensível.

PETER — A minha mãe é, mas infelizmente ela ainda é submissa às decisões do meu pai.

WILLY — É uma pena, mas a gente poderia tentar conversar com ela sobre tudo isso.

PETER — Você me deu uma excelente ideia. Vou fazer isso.

Eles continuam tomando café.

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CENA 6/ NUREMBERG/ RUAS DA CIDADE/ EXT./ MANHÃ



Astrid anda sem destino pelas ruas da cidade de Nuremberg. As pessoas passam acabam empurrando ela, que cai no chão. Algumas pessoas a ajudam a se levantar e ela continua a andar sem destino. Enquanto anda, se lembra de Adler e chora. Inserir o flashback da cena 2 do capítulo 10:

Astrid está sentada a espera de Adler. Ela está nervosa e inquieta. As suas mãos estão trêmulas. Ela percebe quando Adler se aproxima. Ele se senta ao lado dela e a beija.

ASTRID — Os meus pais já estão desconfiados dos nossos encontros diários e secretos. O Petrus tem desconfiado também. Não podemos mais nos encontrar. Pode ser perigoso para mim e para você.

ADLER — Já está tomada a decisão! Nós vamos fugir essa semana. Não vamos mais adiar. A gente pode ir para Praga. Eu tenho parentes lá. Eles podem nos acolher. Eu já consegui juntar algumas coisas.

ASTRID — Eu tenho muito medo de tudo isso.

ADLER — A gente vai ter que enfrentar tudo isso com medo mesmo. Não tem mais nenhuma condição de vivermos nessa situação. A única forma de vivermos felizes é fora da Alemanha e longe dos olhos preconceituosos e conservadores de nossa família.

Fim do insert.

Inserir o flashback da cena 7 do capítulo 9:

Astrid escuta alguém o chamar.

ADLER (off) — Astrid! Astrid! Astrid! Meu amor, aparece na janela!

Astrid, reconhecendo aquela voz, vai até a janela e ver que se trata de Adler.

ASTRID — O que você quer?

ADLER (off) — Desce aqui, meu amor!

Astrid, vendo que Adler não ia sair dali enquanto ela desceu, resolveu descer.

Fim do insert.

Inserir o flashback da cena 7 do capítulo 8:

Adler cai em lágrimas ao ver que o grande amor de sua vida está se relacionando outro. Astrid sente a presença de alguém. Ao abrir os olhos, após longos segundos de beijos, ela avista Adler vindo em sua direção e se assusta. Petrus também se assusta, ao ver a reação da namorada.

ADLER — Se assustaram por quê? Eu não sou nenhum fantasma! (Riu/ P/Astrid). Você não acha que eu ia deixar barato tudo isso, não é? Só esperou eu ir preso para já ir pular nos braços de outro aí.

ASTRID — Você me traiu com aquela moça e quis apagar tudo a matando. Que espécie de homem é você?

Adler tenta se aproximar de Astrid, mas Petrus impede.

ADLER — Eu agi por impulso. Me vi obrigado a fazer aquilo. Ela mentiu para mim. Todo aquele flagra foi uma armação do meu pai.

ASTRID — Eu não acredito em mais nada que venha de você. Tudo seu é podre! Você podre de espírito. Tudo seu me causa náuseas.

PETRUS (P/Adler) — Você ainda não percebeu que ela não quer conversa com você, rapaz?

ADLER — Eu estou sendo sincero com você!

Astrid evita trocar mais palavras com Adler e sai de mãos dadas com Petrus. Adler senta-se na calçada e observa, enraivado, Astrid e Petrus andando de mãos dadas.

Fim do insert.

Inserir o flashback da cena 7 do capítulo 5:

Adler e Astrid entram no restaurante e se sentam a uma mesa. Eles estão muitos felizes. Astrid estava muito curiosa. O garçom foi à mesa deles.

GARÇOM — Os senhores desejam algo de entrada?

ADLER — Eu vou querer o mesmo prato de sempre.

ASTRID (P/Adler) — Eu vou querer o mesmo prato que você pediu.

O garçom anota os pedidos e vai para a cozinha.

ADLER (P/Astrid) — Esse é o restaurante da minha família.

ASTRID — Eu nunca tinha vindo aqui. Muito aconchegante.

ADLER — Eu te trouxe até aqui porque quero te fazer um pedido. (Tira uma caixinha do bolso do blazer). Nós nos conhecemos há pouco tempo. Desde a primeira vez que te vi, eu senti uma sensação estranha que eu nunca senti por nenhuma mulher.

Fim do insert.

Ela continua andando até que para de frente ao hotel e fica olhando aquele prédio grande.

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CENA 8/ NUREMBERG/ TREM/ MANHÃ/ EXT. INT.



Câmera mostra de cima o trem vermelho, que percorre em velocidade máxima os trilhos que interligam Nuremberg a Berlim. A chaminés do trem despejam muita fumaça.

KLAUS (off) — Eu dediquei uma vida toda a essa país, meu filho. Nada é mais importante que a Alemanha. É esse o legado que eu quero deixar para você, Adler. Patriotismo! Patriotismo! Nós já começamos e vamos nos vingar de todos que deixaram a Alemanha nessa crise.

A câmera caminha por todos os vagões e vai até onde Adler e Klaus estão.. Um está sentado em frente ao outro. Eles continuam a conversar.

ADLER — Às vezes eu fico em dúvida, meu pai, se tomei a atitude correta! Não é fácil renunciar tudo para lutar por um país.

KLAUS — E quem disse a você que era fácil, meu filho? Nada na vida é fácil! (Retira uma fotografia do bolso). Esse é o seu bisavô Rudolf, meu filho. Nós nunca contamos a você, mas ele lutou nos conflitos que unificaram os reinos da Baviera e da Prússia. Ele morreu no front de batalha, mas deve ter morrido feliz por ter lutado pelo país. Inspire-se nele para seguir em frente.

Os olhos de Adler se enchem de lágrimas ao ver a fotografia do bisavô. Ele encosta a cabeça na janela. Klaus é servido com chá e biscoito. Ele agradece os agrados, com uma singela inclinação de cabeça.

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CENA 9/ NUREMBERG/ HOTEL/ QUARTO DE PETER E WILLY/ MANHÃ/ INT.

Peter e Willy jogam baralho na sala.

PETER — Esse é belo passatempo. Aprendi a jogar com o meu avô. Três de paus, três de ouro, três de copas; Rei de copas, Rei de espadas, Rei de ouro, às de ouro, um de ouro, dois de ouros. Ganhei mais uma vez.

Eles caem na gargalhada.

WILLY — Jogar com você não tem a mínima graça.

PETER — Aqui estão anos de experiência e sempre jogo me faz lembrar dos princípios que o meu avô me ensinou. Foi ele que sempre me incentivou a seguir os meus sonhos e sempre ser o que eu sou. Se ele estivesse vivo, estaria me dando apoio. Mas a vida nos prega essas peças.

Neste instante, eles ouvem alguém bater na porta.

WILLY — Quem será? Não estamos esperando ninguém. Você está?

PETER (Intrigado) — Não, não faço a menor ideia de quem seja.

Willy abre a porta e se depara com Astrid.




CENA 10/ NUREMBERG/ HOTEL/ QUARTO DE PETER E WILLY/ MANHÃ/ INT.

Willy fica incrédulo com o estado que Astrid se encontra.

ASTRID (P/Willy) — Posso entrar?

WILLY (P/Astrid) — Claro que pode.... Na verdade, deve. O que houve?

Peter se levanta da mesa ao ver o estado em que a irmã se encontra. Eles se abraçam e ela cai em um choro compulsivo.

PETER — O que houve, minha irmã? Por que está assim?

ASTRID — Eu fui enganada, como sempre... como sempre fui enganada.

PETER — Continuo sem entender. Onde você vai com essas malas?

ASTRID — Eu ia fugir com meu namorado!

PETER — Mas por que você ia fugir com o Petrus?

ASTRID — Não era com o Petrus, mas com o Adler.

PETER — Achei que você não tivesse mais se relacionando com ele. Tanto que eu te avisei, minha irmã, que ele não valia nada.

ASTRID — Estava apaixonada por ele. Não tinha nada a fazer. Ele me iludiu.

WILLY (Interrompe) — Pode ter acontecido algo!

ASTRID — Ele deve ter desistido de mim. Não é a primeira vez que ele me decepciona, mas vai ser a última.

PETER — E a mamãe e o papai sabem de alguma coisa?

ASTRID — Eu deixei uma carta para eles. Agora estou com vergonha de encontrar com eles. Eu fui muito boba! Eu fui muito boba!

PETER — Eles ficariam muito felizes em te ver. Não ficariam felizes em me ver. Especialmente o ignorante do papai.

ASTRID — Eles devem estar com muita raiva de mim. Eu queria perguntar se poderia ficar alguns dias aqui. Não me sinto segura de encontrar o papai e a mamãe agora.

PETER — Você pode ficar aqui o tempo que quiser. Aliás, como você sabia que estávamos morando aqui?

ASTRID — Eu perguntei na recepção e eles confirmaram.

PETER — Eu vou tentar falar com mamãe. Ela sempre é mais compreensiva que o papai.

ASTRID — Eu vou ficar muito feliz se você fizer isso, meu irmão.

Peter e Willy ajudam Astrid a colocar as malas no quarto.

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CENA 10/ NUREMBERG/ MANSÃO DA FAMÍLIA SCHIMDT/ QUARTO DE KLAUS E MARIE/ INT./ MANHÃ.

Marie está pensativa. Minna passa pelo corredor e ver que a nora está triste e retraída. Ela entra no quarto e se senta ao lado de Marie.

MINNA — Por que você está aqui sozinha no quarto? Nunca te vi assim.

MARIE — Estou com um aperto no coração. A sensação de que vi o meu filho pela última vez.

MINNA — Isso é só um frio na barriga. Logo, logo tudo isso acaba e ele vai entrar, por essa porta, forte, lindo e saudável.

MARIE — E queria acreditar que tudo isso não passa de um pesadelo.

MINNA — Sobre isso, eu não tenho nada a dizer, a não ser apenas que tenha muita força e fé para superar esse tempo que ficará longe do seu filho. Não está sendo fácil para mim também, mas estou tentando me manter otimista.

MARIE — Eu queria ser forte como a senhora, mas é muito difícil quando não se sabe o que será do nosso futuro. Uma guerra pode explodir a qualquer momento.

Neste instante, Joseph entra no quarto e escuta a conversa das duas.

JOSEPH — Uma guerra sempre gera insegurança, mas nada é mais forte que a união de uma família. Eu perdi o meu pai com apenas 18 anos. Não é fácil. Mas ele já tinha me dito que morreria pela pátria se fosse preciso. Adler é muito inteligente!

MARIE — Ele parecia não está muito feliz. Foi porque não tinha jeito.

JOSEPH — Eu discordo. Ele estava muito feliz. Qualquer homem que zele pela pátria sonha em ir para a guerra.

MARIE — Eu não vejo a hora de encontrar meu filho.

JOSEPH — Vamos descer e tomar um pouco de café para melhorar o humor.

Marie e Minna ficam de pé e acompanham Joseph.

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CENA 11/ NUREMBERG/ RUAS DA CIDADE/ EXT./ TARDE



A pessoas andam lendo o jornal. Os comerciantes abrem as lojas. Viaturas da policias passam pelas ruas. A neve está dando lugar a uma paisagem limpa e bonita. Pessoas se sentam na praça. Carros passam por toda a cidade.

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CENA 12/ NUREMBERG/ JOALHERIA/ TARDE/ INT.

Peter entra e assobia para a mãe, que, de costas, reconhece o assobio do filho. Ela se vira e vai até ele. Albert conserta algumas joias e não percebe a presença de Peter.

PETER (P/Emma) — Preciso falar com você.

EMMA (P/Peter) — Pode falar, meu filho.

PETER (P/Emma) — Eu acho melhor não ser aqui.

EMMA (P/Peter) — Está bem.

Emma sai acompanhada do filho.

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CENA 13/ NUREMBERG/ CASA DA FAMÍLIA HOLF/ SALA DE ESTAR/ TARDE/ INT.

Petrus anda impaciente pela sala. Paul percebe que o filho está impaciente e não hesita em questionar.

PAUL — Você vai ficar assim o dia todo, meu filho, andando de um lado para o outro como se fosse uma galinha choca?

PETRUS — Astrid não poderia ter feito isso comigo, não poderia. Ela não tem noção do perigo.

PAUL — Não precisa de tudo isso, meu filho. O que passou já passou. Vida que segue.

PETRUS — Não, eu vou encontrar essa garota nem que seja no inferno! Eu vou me casar com ela.

PAUL (Rindo) — Só se for com a sombra dela. Porque ela já está longe.

PETRUS — Vocês não sabem do que eu sou capaz.

PAUL — Que Deus ponha juízo na sua cabeça.

Petrus sobe escadas com rapidez.

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CENA 14/ NUREMBERG/ HOTEL/ RESTAURANTE/ TARDE/ INT.

Peter senta à mesa com a mãe.

PETER — Eu queria falar com a senhora que eu que me reaproximar da família, mas vocês terão que aceitar o meu namoro com Willy.

EMMA — Da minha parte, eu não vejo problema.

Neste instante, Willy entra no restaurante e vai à mesa onde Peter e Emma estavam. Willy abraça o namorado. Emma abre um sorriso.

PETER (P/Emma) — Agora eu tenho uma surpresa para a senhora.

EMMA (P/Peter) — O quê?

Peter assobia. Astrid entra no restaurante. Emma se levanta sem acreditar no que ver.

EMMA — Minha filha!




CENA 15/ NUREMBERG/ HOTEL/ RESTAURANTE/ TARDE/ INT.

Emma não hesita em abraça a filha.

EMMA (P/ Astrid) — Quase morri do coração, minha filha, quando vi aquele seu bilhete. Por que você fez isso com a gente? O que foi que deu na sua cabeça?

ASTRID (P/Emma) — Eu estava apaixonada, minha mãe. Mas o rapaz me deixou plantada na estação.

EMMA (P/Astrid) — Ainda bem que você não foi. Não ia suportar ficar longe de você.

ASTRID (P/Emma) — Eu não vou mais fazer isso, minha mãe. É pior atitude que eu já tomei na minha vida. Eu só não sei como será a reação do meu pai ao me ver. Ele deve estar com muita raiva de mim.

EMMA (P/Astrid) — Não, minha filha. Pela contrário. Ele está muito preocupado.

Peter aproveita que Astrid está abraçando a mãe e vai abraçar as duas também.

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CENA 16/ NUREMBERG/ RUAS DA CIDADE/ NOITE/ EXT.

As lojas fecham. Pessoas andam pelas ruas, enquanto estas são dominadas por policiais da SS. Albert anda com alguns objetos e pingentes. Pessoas entram e saem do teatro, pessoas entram e saem do hotel.

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CENA 17/ NUREMEBRG/ CASA DA FAMÍLIA FISHER/ SALA DE ESTAR/ NOITE/ INT.

Albert entra em casa e não vê ninguém.

ALBERT — Emma! Emma!

Emma desce as escadas sorridente.

EMMA — Tenho uma surpresa para você!

Albert estranha o que a esposa acabara de dizer, mas não hesitar em questionar.

ALBERT — O que houve?

Neste instante, Astrid desce as escadas e vai ao pai.

ASTRID — Gostou da surpresa?

Albert a recebe com uma tapa no rosto.

ALBERT (P/Astrid e Emma) — Vocês querem me matar do coração? Que brincadeira de mal gosto é essa? Não têm pena de mim não?

ASTRID (P/Albert) — Eu sei que eu errei, meu pai. Mas fiz tudo isso em nome da minha felicidade. Estou aqui porque percebi que eu tinha tomado a decisão mais burra da minha vida.

ALBERT — Você teve que aprender da pior forma possível que aquele rapaz não prestava para você.

ASTRID — Agora compreendo que o que eu fiz foi um erro grave.

Peter desce as escadas.

PETER — Eu acho que eu também estava precisando ter uma conversa com você, papai. Não dá mais para fingirmos que não nos conhecemos. Eu sei que você está agindo assim comigo por puro orgulho.

Albert parece ficar mexido com a fala do filho.

PETER — Nada é mais importante para mim que a minha família. Você, a mamãe, a Astrid. Mas eu também fiz minhas escolhas. Para vencermos todas as tolices e preconceitos deste pais nós temos que nos manter unidos. Eu te amo!

ALBERT (Emocionado) — Te amo, meu filho. Pouco importa com quem você esteja se relacionando. Eu quero a minha família toda junta agora. Para sempre.

Eles se abraçam.

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CENA 18/ NUREMBERG/ CASA DA FAMÍLIA HOLF/ SALA DE ESTAR/ NOITE/ INT.

Petrus está sentado na poltrona, quando percebe que alguém bateu na porta. Ele abre para ver quem é. Ele vê que é Astrid, Albert, Peter e Emma. Ela abre um sorriso, ao mesmo tempo que fica intrigado com tudo aquilo.

PETRUS (P/Astrid) — Eu sabia que você ia voltar, meu amor!

Petrus abraça Astrid. Neste instante, Paul e Bertha descem as escadas.

PAUL (P/Petrus) — Quem é, meu filho?

PETRUS (P/Paul) — Astrid voltou, papai.

Paul e Bertha ficam felizes com a notícia. A família Fisher entra na casa. Petrus se ajoelha na frente de Astrid e diz.

PETRUS (P/Astrid) — Não custa nada perguntar novamente. Aceita se casar comigo?

ASTRID — Aceito!

Eles se beijam e todos na casa aplaudem.

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CENA 19/ NUREMBERG/ CASA DA FAMÍLIA FISHER/ SALA DE ESTAR/ NOITE/ INT.

Letreiro mostra: “dois meses depois”

Letreiro mostra: “o dia do casamento”



Os pais de Petrus e de Astrid estão junto com eles embaixo da Chupá Astrid e Petrus trocam alianças.

PETRUS (P/Astrid) — Harê at mecudéshet li, batabaat zu, kedat Moshe velsrael (Eis que você é santificada para mim)

ASTRID — Ani ledodi vedodi li (Eu sou para meu amado e meu amado é para mim)

O rabino entrega a Ketubá para Petrus. As sete bênçãos são feitas com as taças. Em seguida, Petrus coloca a taça no chão e cobre com um pano. Em seguida, ele pisa forte e estilhaça tudo.

PAUL, BERTHA, PETER, EMMA e ALBERT (juntos) — Mazal Tov (Boa sorte)

A festa é interrompida por um barulho. A casa é invadida por agentes da SS fortemente armados. Eles apontam a arma na direção dos noivos.

Congelamento preto e branco. A imagem fixa em um camafeu, que se fecha.




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