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Ilusôes Perdidas - Capítulo 12

ILUSÕES PERDIDAS


EPISÓDIO 12
CENA 1/ NUREMBERG/ CASA DA FAMÍLIA FISHER/ NOITE/ INT.EXT.
Policias armados invadem a casa e apontam arma na direção de Petrus e Astrid. Todos na sala começam a gritar.
ASTRID — Por favor não faça nada com a gente!
Os policiais andam por toda a casa, vasculham os quartos e as salas, enquanto o outro ainda matinha as armas apontadas na direção de Petrus e Astrid, que se entreolhavam, tentando manter a calma. O policial acena para que eles os acompanhe. Todos o acompanham. O policial, vendo que o rabino continuava parado e não os acompanhou, não hesitou em aponta a arma na cabeça dele, que cai morto no chão, envolto em uma poça de sangue. Os policiais acenam para que os Holf e os Fisher subam no caminhão da polícia. No outro são colocados os objetos. A cena continua no CAMINHÃO
EMMA (P/Albert/ sussurrando) — Para onde será que eles estão nos levando?
ALBERT (P/Emma/ Sussurrando) — Não sei, mas de qualquer forma não reaja, nem pergunte nada.
ASTRID (interrompe/sussurra) — Eu não sei, mas não deve ser um lugar agradável.
Em um momento de desespero, Astrid pula do carro em movimento e cai no meio da rua. O policial percebe que Astrid saiu do carro e dispara na direção dela, que fica imóvel.
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CENA 2/ NUREMBERG/ MANSÃO DA FAMÍLIA SCHMIDT/ SALA DE JANTAR/ NOITE/ INT.
Marie, Minna e Joseph sentam-se a mesa. Eles conversam e estão felizes.
JOSEPH — A gente tem que agradecer a cada momento que estamos juntos. Eu não tenho esperança de dias melhores. Pelo menos não pelos próximos 5 anos.
MINNA (P/Joseph) — Vamos mudar de assunto. Falar de guerra na hora do jantar não é a coisa mais agradável.
MARIE (P/Jossph) — A única coisa que eu posso fazer é lamentar que em um momento de tantas incertezas eu não esteja com meu marido e com meu filho.
JOSEPH (P/Marie) — Mas pense bem. Você pode ter um filho e um marido como heróis de guerra.
MARIE (P/Joachim) — Isso pouco importa para mim.
Em seguida, Marie sai da mesa e sobe para o quarto.
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CENA 3/ NUREMBERG/ RUA DA CIDADE/ NOITE/ EXT.
Astrid se levanta do chão e caminha pelas ruas sem destino. Ela olha para os lados e vê que as ruas que antes eram movimentos davam lugar um deserto e sombrio.
ASTRID — Que mundo é esse que estou vivendo? Eu não posso mais voltar para a minha casa.
Ela caminha e acaba se abrigando em um terreno baldio.
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CENA 4/ NUREMBERG/ GUETO A/ CASEBRE FIHSER/ NOITE/ INT.
Todos da família Fisher e Holf se abrigam na casa. Eles se entreolham assustados. Albert caminha pela casa e percebe que ela está toda descuidada. Ele vai ao quintal e percebe que a casa é cercada por muros altos. Ele volta para a sala e se aproxima da esposa.
ALBERT (P/Emma) — Eu não gostei desse lugar!
EMMA (P/Albert) — Eu estou preocupada com minha filha. Eu não sei o que aconteceu com ela. Pode ter se ferido.
ALBERT (P/Emma) — Aquele tiro não atingiu. Eu vi. Ela ficou imóvel por instinto de defesa, senão ela tinha sangrado.
PAUL (Interrompe) — Que mundo estamos vivendo? Somos obrigados a ficar aqui. Em nome sei lá de quê.
PETRUS — Quando eu estava no dia mais feliz da minha vida acontece uma coisa dessas.
Albert anda de um lado para o outro na sala, demonstrando preocupação.
ALBERT — Eu não tenho esperança de dias melhores.
Todos inclinam a cabeça, concordando com a fala dele. Peter e Willy interrompem a fala de Albert.
PETER — Não podemos perder a esperança. Esse inferno vai acabar um dia. Vai ter que acabar. Nada é para sempre. Principalmente momentos como esse que estamos vivendo.
ALBERT (P/Peter) — Agora você me entende porque eu relutei tanto em aceitar o seu relacionamento com esse rapaz. (Aponta para Willy). Eu temo que aconteça o pior.
WILLY (Interrompe/ P/Albert) — É aí que temos que nos unir ainda mais.
EMMA (P/Albert) — Willy está certo, meu irmão.
ALBERT — Mas a gente não pode fazer nada por enquanto.
Albert e todos na sala ficam pensativo.
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CENA 5/ NUREMBERG/ RUA DA CIDADE/ MANHÃ/ EXT.
Letreiro mostra: “Alguns dias depois”
Peter atravessa a rua e vai na direção da joalheria de sua família. Ele vê que ela está saqueada.
PETER — Uma pena que fizeram isso. Toda a história da nossa família transformada em pó. (Se emociona). Triste, muito triste!
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CENA 6/ NUREMBERG/ ESTAÇÃO DE TREM/ MANHÃ/ INT.


A câmera foca numa mão masculina que liga o rádio. Neste instante, está tocando a música “Glommy Sunday”. A câmera se afasta e revela ser um senhor que carimba algumas fichas.
CONTADOR — Holf, Bertha; Fisher, Albert; Fisher, Emma; Holf, Paul; Holf, Petrus.
A cada nome falado a fila indiana se encurta e os judeus vão entrando nos vagões do trem de carga.
EMMA — Onde o Peter está?
ALBERT — Ele deve ter fugido. Com certeza deve estar em um lugar melhor que a gente.
EMMA — Temo que ele esteja correndo perigo!
ALBERT — Deve estar tudo bem com ele.
Eles entram no trem, que parte em seguida. As pessoas que se amontoam lá dentro acenam para os outros, num gesto que muitos interpretam como uma simples despedida, mas que poderia ser na verdade um pedido de socorro.
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CENA 7/ NUREMBERG/ RUA DA CIDADE/ MANHÃ/ EXT.


Astrid está passeando pela rua, quando avista o irmão na frente da joalheria. Ela não hesita em chama-lo.
ASTRID (Gritando) — Peter!
Ele vira para ver quem está o chamando, mas é surpreendido por três policias que do outro lado da rua apontam as armas na direção dele e o metralha. A câmera em slow motion foca em Peter, que após levar 10 tiros à queima roupa, cai no chão mergulhado em uma poça de sangue.





CENA 8/ NUREMBERG/ RUA DA CIDADE/MANHÃ/ EXT.
Depois do ocorrido, os policiais saem e Astrid corre na direção do irmão. Os seus estão cheio de lágrimas. Ela o abraça ao perceber que ele está sem vida.
ASTRID (Gritando) Chorando) — Peter!
Astrid anda pela rua com o corpo do irmão nos braços, enquanto mergulha em lágrimas.
CENA 9/ NUREMBERG/ CEMITÉRIO/ MANHÃ/ INT.
Letreiro mostra: “Dia seguinte”
Astrid coloca flores no caixão do irmão. Ele é enterrado.
ASTRID — Vá com Deus, meu querido.
Ele enxuga as lágrimas.
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CENA 10/ NUREMBERG/ MANSÃO DA FAMÍLIA SCHIMDT/ SALA DE ESTAR/ MANHÃ/ INT.
Marie desce as escadas, no instante em que Minna e Joseph entram. Eles estão sorridentes.
JOSEPH — Fomos dá uma passeada no parque. O dia estão tão lindo.
MARIE — Estou esperando por alguma notícia do meu filho. Pelo que eu andei alguns alemães já perderam em Praga.
MINNA — Se tivesse acontecido alguma coisa, tinham nos mandado um telegrama.
MARIE — Talvez você esteja certa.
 Marie fica pensativa, enquanto Minna e Joseph sobem.
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CENA 11/ ALEMANHA. POLÔNIA. FRANÇA/ CLIPE/ TARDE/ EXT.


É mostrada a imagem de canhões explodindo. Soldados atirando de um lado para o outro.
NARRADOR (V.O.) — Pouco menos de um ano depois, a segunda guerra mundial, que parecia inevitável, estourou.
É mostrada a imagem de um senhor escutando o rádio.
RADIALISTA (off) — França e Inglaterra declaram guerra contra a Alemanha.
Mostrada a imagem de Hitler nós desfiles militares.
NARRADOR (V.O.) — A ideologia de Adolf Hitler tomava cada vez mais forma e ultrapassa as fronteiras da Alemanha.
Soldados correndo desviam das bombas e granadas que são jogadas contra eles.
Soldados marcham em desfiles em apoio ao regime nazista.
NARRADOR (V.O) — A situação dos judeus, homossexuais, ciganos e negros ficam cada vez mais difícil
São mostrada as imagens dos membros da família Fisher e Holf no campo de concentração. Eles são conduzidos para câmara de gás. Eles estão com sabonetes em mãos. Retiram a roupa. Pelados eles esperam que os chuveiros sejam ligados. Das torneiras presentes no teto descem um líquido sufocante. As luzes se apagam e dão lugar a segundos de terror.
WILLY — Socorro!
Os gritos desesperadores dão lugar a um silêncio ensurdecedor. A imagem escurece.
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CENA 12/ ROMA/ RUA DA CIDADE/ TARDE/ EXT.


Letreiro mostra: “cinco anos depois”
A câmera dá um giro de 360° em Astrid, que no meio da rua, olha a fotografia.
ASTRID — Eu nunca perdi a esperança de reencontrar a minha identidade. Vim para a Itália para mudar de vida. Mas a guerra ainda me assombra. As vezes tento crer que está tudo bem com a minha família, mas as notícias que recebo é que a casa morre mais e mais judeus nos campos de extermínios alemães. Astrid anda como se estivesse caminhado em busca do seu destino.
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CENA 13/ ROMA/ PALÁCIO DO GOVERNO/ SALÃO DE FESTA/ NOITE/ INT.


É mostrada a mão de uma moça que vai de encontro as mão de um homem. Ele a conduz naquele tango sensual. A câmera se afasta e revela que se trata de Astrid Fisher e Giovani Bianchi.
GIOVANI — Você dança muito bem!
ASTRID — Você é um belo homem.
Eles finalizam a dança e em seguida dão um beijo.
A imagem congela em preto e branco e fixa em um camafeu, que se fecha.

 

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