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VILAREJO - Capítulo 06

 




Capítulo 06

Cena 01 - Estrada [Externa/Manhã]

[Quando deram por si após a queda, Ana Catarina e Ana Letícia logo perceberam que a carruagem estava começando a encher de água, enquanto era arrastada pela correnteza].


ANA CATARINA: - Nós precisamos sair daqui, Letícia!


MARIA LETÍCIA: - Nós vamos morrer! [Grita].


ANA CATARINA: - Não, nós vamos sair daqui juntas. Eu prometo que nada vai nos acontecer!


[Enquanto isso, Zeferino e um de seus comparsas se aproximaram do corpo de Gonçalo.]


ZEFERINO: - Esse daí não faz mais medo, cantou pra subir! [Dá uma risada após chutar o corpo de Gonçalo].


CAPANGA: [Se aproxima do topo da ribanceira e observa a carruagem ser arrastada pelo rio] - E as filhas dele, vassuncê não vai terminar o serviço?


ZEFERINO: - Pra quê? A natureza vai se encarregar dessas duas. Lá na frente tem uma surpresinha para as duas!


[Enquanto isso na carruagem que era arrastada pela correnteza, Ana Catarina conseguiu se equilibrar e abrir uma das portas.]


ANA CATARINA: - Me escuta, Maria Letícia. Eu vou precisar da sua coragem, minha irmã! Eu vou subir até o topo, vou te puxar e vamos nadar até a margem, certo?


MARIA LETÍCIA: - Mas eu não sei nadar direito, Catarina! [Responde nervosa].


ANA CATARINA: - Eu vou te ajudar, confie em mim… [Em seguida Ana Catarina sobe e consegue se pendurar em uma das portas da carruagem].


Cena 02 - Casarão D’ávilla (Quarto de Ana Catarina) [Externa/Manhã]

[No casarão, Rosaura arrumava o quarto das meninas, como forma de matar a saudade das meninas.]


ROSAURA: [Choraminga enquanto dobra roupa de cama, quando de repente sente um arrepio e derruba o lençol no chão] - Minhas meninas! [Leva a mão ao peito]. - Meu Deus, que angústia é essa? Protegei as minhas meninas, senhor. Eu te rogo!


[De repente, Rosaura ouviu fortes batidas na porta. O som vinha do final do corredor, mais precisamente do quarto de Antônio.]


ROSAURA: [Se aproxima da porta e percebe a chave do lado de fora] - Sinhozinho Antônio, é vassuncê?


ANTÔNIO: - Rosaura… Sim, sou eu! Abra a porta, por favor, eu estou preso aqui dentro.

ROSAURA: [Abre a porta].


ANTÔNIO: [Sai do quarto bruscamente] - Onde ela está? Cadê ela? Cadê a Ana Catarina?


ROSAURA: - A minha menina já foi, a essa altura ela já está bem adiantada na estrada, passando pelas bandas de Pelotas.


ANTÔNIO: - Eu vou atrás dela, preciso contar a verdade! [Corre pelo corredor, rumo a saída da casa].


Cena 03 - Rio [Externa/Manhã]

[A carruagem continuava sendo arrastada pela correnteza, quando Ana Catarina subiu ao topo e estendeu a mão para a irmã.]


ANA CATARINA: - Venha, Letícia! Segure a minha mão… [Disse ao se debruçar].


MARIA LETÍCIA: [Olha para a mão da irmã e a segura com o máximo de força possível, fazendo com que seu corpo também subisse].


ANA CATARINA: [Levanta Maria Letícia e a puxa para o topo da carruagem] - Pronto, agora que vosmecê está aqui. Eu vou pular na água e em seguida vosmecê pulará, eu vou lhe segurar e nós não vamos nos separar. Você me entendeu!


MARIA LETÍCIA: [Observa ao redor e fica aterrorizada].


ANA CATARINA: - Eu preciso saber se vosmecê me entendeu. Responda, minha irmã!


MARIA LETÍCIA: [Trêmula, balança a cabeça afirmando que entendeu].


ANA CATARINA: - Ótimo! Então eu vou pular na água… [Ana Catarina observa a região e em seguida pula na água].


MARIA LETÍCIA: [Desesperada, observa a água e aguarda a irmã ressurgir na superfície].


ANA CATARINA: [Surge na superfície] - A água está gelada… Venha Maria Letícia, nada vai te acontecer. Eu vou te segurar!


MARIA LETÍCIA: [Observa a irmã, receosa em pular].


ANA CATARINA: - Coragem minha irmã, vosmecê consegue. Vamos!


MARIA LETÍCIA: [Respira fundo e em seguida pula na água].


[Ana Catarina mergulha buscando a irmã e em seguida se aproxima dela.]


ANA CATARINA: - Te peguei! [Diz ao segurar a irmã]. - Não se afaste de mim, por nada nesse mundo. Nós vamos conseguir!


MARIA LETÍCIA: [Sorri com os olhos cheios de lágrimas].


[Nesse momento, uma das rodas da carruagem começa a balançar e a madeira começa a se romper.]


MARIA LETÍCIA: [Olha para o alto e percebe que a roda está balançando].


ANA CATARINA: - Cuidado, Maria Letícia! [Grita].


[A madeira se rompe e para não serem atingidas, Ana Catarina e Maria Letícia novamente se afastam, quando de repente a roda cai entre as duas. Um pedaço atinge a cabeça de Ana Catarina, que imediatamente fica inconsciente.]


MARIA LETÍCIA: [Volta a superfície após afundar na água e percebe que Ana Catarina está sendo arrastada fortemente pela correnteza] - Catarina, minha irmã. Catarina! [Grita].


[Sem perceber, as irmãs que continuavam sendo arrastadas, aproximavam-se da cachoeira.]


MARIA LETÍCIA: - Minha irmã, eu vou ser corajosa como vosmecê tanto pediu… Eu vou te salvar! [Letícia tenta nadar para alcançar a irmã, mas a correnteza é mais forte que ela, fazendo com que ela volte a submergir].


[Nesse momento, a água suga Ana Catarina e Maria Letícia e as duas despencam na cachoeira].


Cena 04 - Casarão D’ávilla (Senzala) [Externa/Tarde]

Música da cena: Além do Paraíso - Antônio Villeroy

[Sozinha na sala de estar, Carlota serviu um pequeno cálice com vinho do porto e em seguida, acomodou-se em um dos sofás, reclinando-se confortavelmente.]


ZEFERINO: [Adentra no recinto e se aproxima] - O serviço está feito, sinhá!


CARLOTA: [Sorri satisfeita] - Está bem, Zeferino. Vosmecê já pode se retirar.


ZEFERINO: Com licença! [Vai embora].


CARLOTA: [Suspira e em seguida ergue o cálice para o alto, como se estivesse propondo um brinde. Logo após, bebe um gole da bebida].


Cena 05 - Campo [Externa/Tarde]

Música da cena: Flor de Lis, Melim

[Com a transição de cenas, surgem as imagens do campo da cidade. À galope, Antônio se aproximou na montanha, do local onde Vladimir cortava lenha.]


VLADIMIR: [Para de cortar lenha, quando percebe Antônio se aproximar] - Gadjó! Passeando essa hora?

Tradução: Gadjó = Homem não cigano


ANTÔNIO: - Meu caro amigo, eu preciso encontrar a estrada que me leva sentido a cidade de Pelotas. Vosmecê sabe como faço para chegar lá? [Questiona nervoso].


VLADIMIR: [Estranha o jeito de Antônio] - Aconteceu alguma coisa? Vosmecê está estranho!


ANTÔNIO: - A Ana Catarina está indo embora e eu preciso alcançá-la…


VLADIMIR: - A xaborrí foi embora? [Repete com tristeza].

Tradução: Xaborrí = Menina


[A tropa do comandante Juvenal surge no alto da colina e logo começa a se aproximar do local onde Antônio e Vladimir estão.]


ANTÔNIO: - Comandante, o que faz acá? [Questiona quando Juvenal se aproxima com alguns soldados].


COMANDANTE JUVENAL: - Estou indo em busca do Gonçalo. Desde que soube dessa viagem, não tenho tido bons presságios a respeito. Quero garantir a segurança da família até que cheguem à São Paulo, por isso eu e meus homens vamos nos certificar que está tudo bem.


ANTÔNIO: - Ótimo, se importa se eu também for?


COMANDANTE JUVENAL: - Vosmecê? Tem certeza? [Estranha].


ANTÔNIO: - Sim, apesar de não sermos parentes de sangue, tenho um grande apreço pela família.


COMANDANTE JUVENAL: - Está bem, então vamos!


VLADIMIR: - Eu também quero ir, gostaria de me despedir da xaborrí.


ANTÔNIO: [Estende a mão para Vladimir e os dois vão juntos no mesmo cavalo].    


Cena 06 - Pelotas (Rio Camaquã) [Externa/Tarde]

Música da cena: Mil Noites de Um Amor Sem Fim - Silva

[Com a transição de cenas, surgem imagens da cidade de Pelotas. A comitiva do Conde de Burgos fazia uma expedição pelo local, com intuito de explorar as paisagens da cidade.]


GUIA: [Adentra no local onde fica as margens do rio] - Acá, estamos nas margens do rio Camaquã. Camaquã é um nome de origem tupi-guarani, e significa "rio da serra com forma de seios"... [Explica].


CONDE DE BURGOS: [Observa a paisagem encantadora, até o momento em que percorrendo com o olhar, avista algo de estranho próximo às margens do rio] - E aquilo ali, o que pode ser? [Pergunta apontando a direção].


VALETE: [Olha na direção indicada pelo conde] - De certo, parece uma pessoa…


CONDE DE BURGOS: [Estranha] - Vamos averiguar, então! [Começa a andar em direção ao local].


GUIA: - É… É… espere excelência… Pode ser perigoso!


VALETE: [Corre atrás do conde].


CONDE DE BURGOS: - É uma mulher, vejam! [Grita conforme se aproxima do local].


GUIA: - Está morta? [Questiona].


CONDE DE BURGOS: [Se abaixa ao chegar no local e encontra uma mulher caída de bruços, completamente encharcada. Em seguida, a desvira para olhar seu rosto] - É uma linda mulher e está viva! [Constata ao ver Ana Catarina].





Cena 07 - Casarão D’ávilla (Senzala) [Interna/Noite]

Música da cena: Vilarejo - Marisa Monte

[Imagens externas apresentam o entardecer com o pôr do sol na cidade de São José dos Vilarejos. Homens acendem os posts com tochas nas principais ruas do vilarejo, em seguida surge a fachada do Casarão D’ávilla.]


CARLOTA: - Que caras são essas? O que aconteceu? [Questiona ao ver Antônio acompanhado de Juvenal e Vladimir].


ANTÔNIO: - A senhora precisa ser forte, mamãe…


CARLOTA: - “Ser forte”... Como assim? O que está acontecendo?


COMANDANTE JUVENAL: - Ao que tudo indica houve uma tentativa de assalto na estrada e infelizmente o escravo que conduzia a carruagem e o Gonçalo foram encontrados sem vida nas imediações da cidade.


CARLOTA: [Finge se desesperar] - Não pode ser, meu Deus! O meu amado marido, o que será de mim sem ele? [Chora].


COMANDANTE JUVENAL: - O que nos preocupa agora é que não encontramos as meninas. Existem diversas hipóteses, elas podem estar perdidas ou…


CARLOTA: - Ou o quê, Comandante? Fale sem rodeios!


COMANDANTE JUVENAL: - Ou a carruagem pode ter caído no rio e ter sido arrastada pela correnteza. Se isso tiver acontecido, é provável que Ana Catarina e Maria Letícia também estejam mortas.


ROSAURA: [Cai no chão, desmaiada].


Cena 08 - Pelotas (Casarão Coimbra) [Interna/Noite]

[Com a transição de cenas, surgem algumas imagens da cidade de Pelotas e em seguida a fachada do Casarão onde o Conde estava hospedado no Brasil. O Valete era o fiel empregado do conde durante a viagem e logo lhe serviu uma xícara de chá, enquanto ele esperava o médico terminar de examinar Ana Catarina.]


MÉDICO: [Sai de um corredor e entra na sala de estar].


CONDE DE BURGOS: - E então, como ela está? [Questiona ao se colocar de pé].


MÉDICO: - A jovem possui algumas lesões na cabeça, mas não são graves e está com um quadro de hipotermia, mas já iniciamos um tratamento para aquecê-la. É importante que ela seja mantida assim e que se alimente bem nas próximas horas. Repouso é essencial! [Orienta ao se aproximar de Álvaro, o conde].


CONDE DE BURGOS: - Ela já acordou? Disse como se chama e o que estava fazendo no rio?


MÉDICO: - Não, ela teve alguns delírios e ameaçou acordar, mas segue sonolenta. Com a injeção que lhe apliquei, é provável que continue assim até amanhã. [Conclui].


[Após se despedir do médico, Álvaro logo tratou de ir até o quarto onde havia instalado Ana Catarina para ver como ela estava.]

Música da cena: Mil Noites de Um Amor Sem Fim - Silva


CONDE DE BURGOS: [Se aproxima da cama e observa Ana Catarina dormir, encantado com sua beleza inocente. Em seguida, debruça-se sobre a cama e acaricia seu rosto] - Tão bonita e tão indefesa ao mesmo tempo. Como será que vosmecê se chama? Qual será sua história? [Questiona em voz alta].


Cena 09 - Rio [Externa/Manhã]

[O dia amanhece e logo surgem imagens externas, mostrando os campos da cidade. Em seguida, Juvenal, seus soldados e Antônio continuam as buscas pelas imediações do rios, com intuito de localizar Ana Catarina e Maria Letícia.]

ANTÔNIO: [Retorna ao ponto de encontro combinado] - Não encontrei nada e vosmecê?


COMANDANTE JUVENAL: - Infelizmente, também não encontrei sinal das duas. [Responde desanimado].


[Nesse momento, ouvimos gritos de um soldado chamando por Juvenal.]


SOLDADO: - Comandante, venha. Eu encontrei! [Grita].


[Juvenal e Antônio correm na direção onde o Soldado orientou e ao chegar, surpreendem-se ao ver o que ele havia encontrado].


COMANDANTE JUVENAL: [Horroriza-se ao constatar que trata-se de Maria Letícia, ainda molhada e com a face empalidecida. Em seguida, se aproxima dela e checa sua pulsação].


ANTÔNIO: - E então? Ela está viva? [Pergunta nervoso].


COMANDANTE JUVENAL: - Infelizmente não. Maria Letícia está morta! [Conclui ao se levantar].


ANTÔNIO: - Não podemos perder tempo, então. Precisamos continuar as buscas e encontrar a Ana Catarina, ela pode estar precisando de nós, ferida…


COMANDANTE JUVENAL: - Vosmecê ainda não entendeu, meu nobre rapaz. Com isso, após encontrarmos o corpo de Maria Letícia, a probabilidade de encontrarmos Ana Catarina com vida é quase a mesma que zero.


ANTÔNIO: [Fica imóvel ao ouvir a fala de Juvenal, onde seus olhos automaticamente se enchem de lágrimas].


COMANDANTE JUVENAL: - Eu sinto muito! [Completa abraçando Antônio].


Cena 10 - Pelotas (Casarão Coimbra) [Interna/Manhã]

Música da cena: Flor de Lis - Melim

[Surgem imagens da cidade de Pelotas. Pessoas caminham pelas grandes ruas do local, quando por fim surge a fachada da Casa do Conde no Brasil. Após passar a noite velando o sono de Ana Catarina, Álvaro adormeceu em uma poltrona em frente à cama onde Ana Catarina dormia.]


ANA CATARINA: [Sonha estar se afogando, enquanto ouve gritos desesperados]. Nesse momento então, ela desperta] - Não! [Grita].


CONDE DE BURGOS: [Acorda instantaneamente e corre até a cama] - Calma, está tudo bem. Vosmecê está segura, aqui!


ANA CATARINA: [Afasta-se, assustada] - Quem é vosmecê? Onde eu estou?


CONDE DE BURGOS: - Calma, não vamos te fazer mal. Estamos cuidando de você! Eu sou o Conde de Burgos, meu nome é Álvaro Coimbra. Estávamos fazendo uma expedição e te encontramos caída nas margens do rio. Como você se chama? Consegue se lembrar do que aconteceu? [Questiona].


ANA CATARINA: - Eu me chamo Ana… [Fecha os olhos e lembra da correnteza a arrastando junto de Maria Letícia].


[Ouvem-se batidas na porta.]


CONDE DE BURGOS: - Pode entrar! [Diz ao olhar para a porta].


VALETE: - Será que eu posso falar com vossa excelência rapidamente e em particular? 


CONDE DE BURGOS: [Estranha] - Claro… Vamos lá fora! Fique tranquila, eu não me demoro. [Diz ao se despedir de Ana Catarina e em seguida acompanhar o valete até o corredor].


VALETE: - Não imagina o que acabo de descobrir!


CONDE DE BURGOS: [Fecha a porta ao sair] - O que houve, o que vosmecê descobriu?


ANA CATARINA: [Desconfiada ao ouvir o início da conversa, levantou-se bruscamente e correu para ouvir atrás da porta].


VALETE: - Houve um acidente na estrada, parece que uma família estava saindo da cidade de São José dos Vilarejos e ocorreu uma tentativa de assalto. Os malfeitores conseguiram fugir, porém encontraram o pai da família alvejado de tiros e uma das filhas morreu afogada após a carruagem onde estavam cair no rio…


CONDE DE BURGOS: - De fato, é uma tragédia e não se pode negar. Porém, não compreendo o que isso pode estar ligado a moça que está dentro desse quarto.


VALETE: - Ocorre que, eram duas filhas dentro da carruagem. A outra ainda não foi encontrada!


CONDE DE BURGOS: [Surpreende-se].


ANA CATARINA: [Chora silenciosamente atrás da porta, ao perceber que está sozinha].


Cena 11 - Casarão D’ávilla (Sala de Estar) [Interna/Manhã]

Música da cena: Além do Paraíso - Antônio Villeroy

[Após receber a visita de Juvenal, Carlota adentrou em seu próprio quarto trajando preto e às gargalhadas.]


CARLOTA: - Mortas… As duas fedelhas estão mortas. Sem dúvida, meu plano foi perfeito. Tudo isso aqui, agora será meu! [Joga-se em cima da cama, completamente satisfeita e falando consigo mesma].


Cena 12 - Pelotas (Casarão Coimbra) [Interna/Manhã]

[Desconfiado, Álvaro retornou para o quarto, decidido a questionar se Ana Catarina era a pessoa desaparecida no acidente, porém ao olhar na cama, Ana Catarina não estava mais lá. Ao observar ao redor do quarto, encontrou Ana Catarina em silêncio, observando a rua através da janela.]


CONDE DE BURGOS: - Céus, vosmecê já está de pé? Deveria estar deitada, são recomendações médicas…


ANA CATARINA: - Sou eu! [Fala sem olhar para Álvaro].


CONDE DE BURGOS: - “Eu”? Não entendi, o que está dizendo! [Estranha].


ANA CATARINA: - Eu sou a moça de quem falavam lá fora. A que está desaparecida após um acidente na estrada. Acidente esse, que vitimou meu pai e a minha única irmã.


CONDE DE BURGOS: - Santo Cristo! Precisamos contactar o restante da sua família, todos devem estar preocupados à sua procura…


ANA CATARINA: - Talvez estivessem se de fato o que aconteceu na estrada tivesse sido um acidente corriqueiro. 


CONDE DE BURGOS: - Eu não entendo, seja franca comigo, Ana. O que está havendo com você?


ANA CATARINA: [Vira-se para olhar Álvaro de frente] - O que aconteceu naquela estrada foi uma tentativa de assassinato, felizmente eu sobrevivi. Não posso mais voltar para casa! [Responde friamente].


CONDE DE BURGOS: - Meu Deus! Isso é muito grave, precisamos ir até as autoridades…


ANA CATARINA: [Interrompe Álvaro] - Para quê? Cedo ou tarde tentarão de novo e quem sabe consigam dessa vez. Eu não posso mais voltar ao meu vilarejo.


CONDE DE BURGOS: [Se aproxima de Ana Catarina] - Então me diga o que posso fazer para lhe ajudar!


ANA CATARINA: - Ouvi algumas criadas da sua comitiva comentar que estão de partida para a Espanha. Gostaria de saber se posso me juntar a vosmecê, quero recomeçar longe daqui! 


CONDE DE BURGOS: [Surpreende-se].


[A imagem congela com Álvaro surpreso com a proposta de Ana Catarina, surge um efeito de uma pintura envelhecida e o capítulo se encerra].


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