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VILAREJO - Capítulo 45 (Últimas Semanas)

 


Capítulo 45 (Últimas Semanas)

Cena 01 - Fazenda Santa Clara [Interna/Noite]

[Mesmo diante Juvenal, Ana Catarina não conseguia acreditar no que os seus olhos estavam vendo.]


ANA CATARINA: - Meu Deus, eu não posso acreditar… Juvenal! [Disse emocionada].


LEONORA: - Pois é, minha filha. Eu mal pude acreditar quando o reconheci. Juvenal retornou ao vilarejo e com uma máscara de ferro.


ANA CATARINA: - Máscara de ferro? Como assim? Quem fez isso?


JUVENAL: - Carlota Guerra…


ANA CATARINA: - Aquela desgraçada, como ela foi capaz?


LEONORA: - Aí é que tá, ele não se lembra de nada. Juvenal retornou muito debilitado e sem memória. Nós não sabemos o que aconteceu com ele durante os últimos anos e nem como ele chegou até acá, a única coisa que posso garantir é que…


ANA CATARINA: - A assassina está metida nisso. [Constata]. - Mas o que será que ele fez para que ela quisesse tirá-lo do caminho? Será que vosmecê descobriu algo sobre o meu pai?


LEONORA: - Posso colocar minha mão no fogo por isso.


ANA CATARINA: - Então é o que vamos descobrir! [Conclui].


Cena 02 - Acampamento Cigano [Interna/Noite]

Música da cena: Amor Gitano - Beyoncé ft. Alejandro Fernández

[Com a transição de cenas, imagens noturnas externas percorrem toda a cidade. Em seguida surge o acampamento cigano.


MADALENA: [Cantarola enquanto amassa algumas ervas para colocar nos ferimentos da cabeça de Antônio] - Vosmecê verá, gadjó. Logo quando eu terminar de amassar essas plantas e colocar em sua cabeça, vosmecê há de melhorar!

Tradução: Gadjó = Homem não cigano.


ANTÔNIO: [Mexe os dedos da mão direita, porém Madalena não percebe].


Cena 03 - Casarão D’ávilla [Interna/Noite]

[Sozinho na senzala, Zeferino aguardava o retorno de Carlota que havia saído após receber um recado misterioso.]


CARLOTA: [Entra sorridente na senzala e se acomoda em um colchonete].


ZEFERINO: [Estranha o comportamento de Carlota] - Que foi, mulher? Viu passarinho verde?


CARLOTA: - Digamos que eu fiz um bom negócio e que as coisas vão melhorar a partir de agora.


ZEFERINO: - Que negócio, posso saber em que vassuncê tá metida?


CARLOTA: - Não seja petulante, não lhe dei intimidade para vosmecê falar assim comigo. Minha vida pessoal não lhe diz respeito!


ZEFERINO: - Não me diz respeito? Nós estamos juntos nessa, io sou seu aliado há anos. Fiz coisas por vassuncê que ninguém faria, não vou aceitar ser passado para trás, entendeu?


CARLOTA: [Sorri] - Não se pode colocar para trás quem nunca esteve na frente, querido. Um velho cachorro nunca aprenderá novos truques e vosmecê não passa de um cachorro.


ZEFERINO: [Aproxima-se de Carlota, a agarra pelos braços e lhe sacode] - Vassuncê vai me dizer agora mesmo onde estava e com quem estava!


CARLOTA: - Me solta, vosmecê está me machucando…


ZEFERINO: - É pra machucar mesmo, vassuncê não vai me fazer de otário. Tá entendendo? Quem te mandou aquele recado?


CARLOTA: [Se desvencilha do capitão do mato] - Foi o Barão Filipe de Coimbra, ele é irmão do falecido marido da Ana Catarina e arqui-inimigo dela, certamente irá nos ajudar muito a destruí-la e consequentemente irei lucrar muito com isso. Vosmecê verá, esse pacto vai nos ajudar e muito. [Completa].


ZEFERINO: - É bom vassuncê não está me enganando. Io não sei o que seria capaz de fazer se vassuncê me trair, Carlota.


CARLOTA: [Sorri] - Acalme-se, homem. Vassuncê é meu companheiro, eu jamais faria algo sem te incluir. Jamais! [Aproxima-se e beija o capitão do mato. Em seguida, sem que ele perceba, ela abre os olhos, demonstrando frieza e desinteresse enquanto o beija].



Cena 04 - Fazenda Santa Clara [Interna/Noite]

Música da cena: Flor de Lis - Melim

[Com a transição de cenas, surge a área externa da fazenda de Ana Catarina. Ao entrar na propriedade acompanhada por Amália, Mila se deparou com Tomásia.]


TOMÁSIA: - Que bom que chegaram, eu estou muito preocupada!


MILA: - Tomásia, o que aconteceu?


AMÁLIA: [Se assusta] - Nossa, vosmecê está branca como papel. O que aconteceu?


TOMÁSIA: - A menina Maria do Céu, ela desapareceu!


MILA: - Desapareceu? Como desapareceu? Isso não é possível!


AMÁLIA: - Eu suspeito que ela tenha ido ver o meu filho, que já deve estar na casa daquela megera da tia dela.


TOMÁSIA: - Mas ela não pode fazer isso, é suicidio. Aquela bruxa não vai deixar ela sair de lá! [Conclui temerosa].


Cena 05 - Casa dos Lobato [Interna/Noite]

Música da cena: Corre - Gabi Luthai

[Após ceder a chantagem da tia, Maria do Céu finalmente conseguiu visitar Miguel. O jovem médico estava sem comer e sem beber água, acorrentado na senzala.]


MARIA DO CÉU: - Miguel… Miguel! [Corre ao encontro do escravo que estava preso ao tronco]. - Meu amor, o que fizeram com vosmecê! Vosmecê está abatido… Eles te machucaram?


MIGUEL: - Maria do Céu, o que faz acá? Saia desta casa, vosmecê não pode permanecer nessa casa, essa mulher é perigosa!


MARIA DO CÉU: - Eu não conseguiria ficar sem notícias suas. Precisamos tirar vosmecê desse lugar, vosmecê não é escravo.


GRAÇA: - Pronto, agora está satisfeita. Já viu o seu escravo metido a fidalgo!  


MARIA DO CÉU: - Titia, eu faço tudo que vosmecê quiser, mas solte o Miguel… Ele não é seu escravo, vosmecê sabe muito bem disso. Solte-o, eu imploro… Peço de joelhos se for preciso.


GRAÇA: - Faria realmente qualquer coisa por casa desse homem?


MARIA DO CÉU: [Olha para Miguel e em seguida responde a tia, com a voz ainda embargada] - Faria!


GRAÇA : [Sorri] - Foi o que pensei… Está bem, eu vou fazer o que me pede. Capitão do mato… [Chamou].


CAPITÃO DO MATO: - Pois não, sinhá. [Diz ao se aproximar].


GRAÇA: - Leve-a para o sótão e a tranque, traga-me a chave em seguida.  


[O Capitão do mato se aproxima de Maria do Céu e a segura com violência pelo braço.]


MARIA DO CÉU: [Desespera-se] - Não, tia… Tudo, mas o sótão não… O sótão não! [Grita].


MIGUEL: - Sua desgraçada, vosmecê há de pagar por isso. Pode ter certeza disso! [Grita ao ver Maria do Céu ser arrastada].


GRAÇA: - Dois coelhos com uma cajadada só! [Comemora].


[No decorrer da cena, podemos ver o capitão do mato arrastar Maria pelo interior da casa e após subir a escada, a joga no sótão e tranca a porta por fora, conforme orientação de Graça.]


MARIA DO CÉU: - Não, titia… Me tire daqui, eu não vou aguentar viver presa novamente… Titia, alguém, alguém me ajude, alguém me ajude! [Grita aos prantos, desesperada ao se ver novamente no cativeiro onde permaneceu presa a maior parte de sua vida, batendo com força na porta].     


[Na senzala, Miguel chorava com o coração partido, por não poder fazer nada por Maria do Céu.]


Cena 06 - Posto Policial [Interna/Manhã]

Música da cena: Flor de Lis - Melim

[A noite se vai e o sol surge no céu, aquecendo toda a cidade. As ruas surgem como plano de fundo movimentadas com charretes e carruagens. No interior do posto policial, Ana Catarina tentava adormecer com dificuldade, quando o oficial de justiça entrou na carceragem acompanhado do advogado.]


OFICIAL DE JUSTIÇA: - Senhora Condessa, vosmecê está livre.


ANA CATARINA: - Livre? Antônio acordou e confirmou que eu não atirei nele? [Questiona ao ficar de pé se aproximar das grades].


OFICIAL DE JUSTIÇA: - Não, a senhora não foi inocentada. Acontece que o seu advogado conseguiu na corte um habeas corpus, em virtude do seu título de nobreza, concedido pelo reino espanhol. Vosmecê já pode sair, mas saiba que continuará respondendo ao processo! [Diz ao abrir a cela].


ANA CATARINA: [Observa a cela aberta e atônita em um breve momento, volta a si e sai bruscamente do lugar, abraçando  advogado em forma de agradecimento] - Obrigada. Muito obrigada por me defender!


ADVOGADO: - Vamos ao meu escritório, vosmecê precisa de um bom café, enquanto conversamos sobre a sua defesa.


ANA CATARINA: - Vamos! [Diz aliviada, ao acompanhar o advogado para fora da prisão].   




Cena 07 - Casa dos Lobato [Interna/Manhã]

Música da cena: Lua Cheia - Dienis (Participação Especial: Letícia Spiller)

[Admirando-se em frente ao espelho, Pedro terminava de alinhar o seu terno, pois finalmente havia chegado o dia de seu casamento com Açucena.]


PEDRO: - E então, como estou? 


LAURA: - Está muito bem, meu irmão. Vosmecê há de ser o noivo mais garboso que essa cidade já viu! [Comenta ao surgir ao lado de Pedro, refletida no espelho].


GRAÇA: - Onde já se viu, tanto preparativo para casar com uma cigana imunda!


PEDRO: - Vamos mesmo voltar a falar sobre isso, mamãe? Vosmecê ainda não entendeu que Açucena é a mulher que eu amo e escolhi para viver?


[Neste momento, ouve-se uma movimentação no sótão.]


PEDRO: - Que barulho é esse? [Estranha].


LAURA: - Parece ter vindo do sótão! 


GRAÇA: - Não é nada, devem ser os ratos. Vamos logo para a igreja, antes que eu mude de ideia. Vamos! [Concluiu mudando de assunto].


Cena 08 - Fazenda Santa Clara [Interna/Tarde]

Música da cena: Mil Noites de Um Amor Sem Fim - Silva

[Com a transição de cenas, surge a fazenda de Ana Catarina. Após sair do escritório de seu advogado, a condessa havia decidido retornar para casa.]


MILA: - Mamãe! [Corre para abraçar Ana Catarina ao vê-la em casa]. - Assim que o advogado me disse que a senhora estava livre, resolvi ficar te esperando acá.


ANA CATARINA: - Tudo o que eu mais quero é aproveitar a sua companhia e saber como Antônio está. Preciso ver com meus próprios olhos!


MILA: - Naturalmente! Mas primeiro, vamos tomar um banho, trocar essa roupa, comer alguma coisa e aí sim, iremos. Hoje é dia de festa no acampamento. Soube que uma cigana chamada Açucena está se casando com o primo de Maria do Céu.


ANA CATARINA: - Meu Deus… Quase me esqueci, como vão as coisas entre Miguel e ela? Conseguiu apresentar a cópia da carta de alforria?


MILA: - Então, sobre isso…


[Nesse momento, Filipe e um guarda entram na casa.]


BARÃO FILIPE: - Vejo que deixou o hotel cinco estrelas onde esteve hospedada! [Diz com ironia].


ANA CATARINA: - O que está fazendo acá? Vosmecê não é bem-vindo em minha casa, muito menos foi convidado. Retire-se agora mesmo! [Grita].


BARÃO FILIPE: [Sorri] - Quem disse que essa é uma visita de cortesia? Vosmecê não se pergunta que papel é esse que o guarda carrega consigo? 


ANA CATARINA: - O que é isso? Que golpe vosmecê está tramando agora?


BARÃO FILIPE: - Não há golpe acá, minha querida cunhada. Apenas fiz o correto! Trata-se de uma revogação do testamento. Em breve, teremos a anulação concreta quando formos ao julgamento. Vou provar que vosmecê foi uma adúltera e que não tem direito ao dinheiro da minha família. Enquanto o julgamento não acontece, seus bens ficarão bloqueados, isso inclui a fazenda. Vosmecê não terá direito de morar acá enquanto não tiver uma decisão favorável, o que já lhe adianto, duvido muito que consiga.


ANA CATARINA: [Estende a mão para que o guarda lhe entregue o documento para que ela leia].


MILA: - Mamãe, isso não é possível… Ele não pode fazer isso!


ANA CATARINA: [Joga o papel no chão] - A batalha está vencida, mas a guerra não. Vosmecê verá que juiz nenhum acatará o seu pedido torpe… Vamos, Emília. Vamos arrumar nossas coisas e sair dessa casa!


MILA: - Mas mamãe? Para onde vamos? [questiona nervosa].


BARÃO FILIPE: - Levem somente o necessário, não se esqueçam que o resto será inventariado. [Debocha].


ANA CATARINA: [Vai para o quarto, acompanhada pela filha].


Cena 09 - Casa dos Lobato [Externa/Tarde]

[Todos haviam saído para a igreja, por isso toda a casa estava trancada. Do lado de fora, Tomásia e Amália pensavam em como conseguir notícias de Maria do Céu e Miguel.]


AMÁLIA: [Observa a casa, através das grades do portão] - E agora? Como faremos para ter notícias dos dois?


TOMÁSIA: - Num deve ter ninguém da família em casa, todo mundo saiu para o casório do sinhozinho Pedro com a cigana. Vamos entrar! [Diz ao abrir o portão].


CAPITÃO DO MATO: - Onde pensam que vão? Acá ninguém pode entrar sem a permissão da sinhá da casa. [Diz ao se aproximar com uma espingarda].


AMÁLIA:  - Céus! [Assusta-se].


TOMÁSIA: - Não saio dessa casa sem ver a menina Do Céu!


CAPITÃO DO MATO: - Num vai? Se num sair agora de acá, vou fazer a espingarda cantar! [Grita].


AMÁLIA: - É melhor irmos, mais importante vivas para continuarmos lutando, do que mortas.


TOMÁSIA: [Encara o capitão do mato].


AMÁLIA: - Vamos, Tomásia! [Completa ao sair puxando a escrava consigo].


Cena 10 - Igreja São José dos Vilarejos [Interna/Tarde]

[Aos poucos a igreja foi sendo preenchida por convidados. Pedro já aguardava no altar, ao lado de Laura e Graça, também na companhia do padre e do seminarista. Do lado de fora da igreja, Madalena e Açucena se preparavam para entrar.]


AÇUCENA: [Terminava de arrumar o vestido, alinhando-o no próprio corpo, quando percebeu que sua avó estava distante] - Que foi, vovó? Não está feliz?

MADALENA: - Não foi nada, xaborrí. [Responde desanimada].

Tradução: Xaborrí=Menina.


AÇUCENA: - Eu perguntei se a senhora queria que eu mudasse a data, mas a senhora disse que não, que a vida tinha que continuar…


MADALENA: - Não, eu só estou pensando que a partir de agora vosmecê terá sua própria casa, sua própria família e vai esquecer dessa pobre velha.


AÇUCENA: [Aproxima-se de Madalena e segura suas mãos] - Isso nunca vai acontecer, vovó. A senhora é minha família e meu coração sempre estará com vosmecê, não esqueça disso nunca.


MADALENA: - Que os nossos antepassados te protejam e te livre de todo mal, minha querida. Bendita seja a tua sorte!


[As portas da igreja se abrem a começa a tocar a marcha nupcial.]


GRAÇA: [Observa a igreja lotada de ciganos e se aborrece] - Que decadência, que gentinha! [Resmunga].


LAURA: - Aí vem a noiva, mamãe. Não comece! [Murmura].


Música da cena: Lua Cheia - Dienis (Participação Especial: Letícia Spiller)

[Açucena e Madalena percorrem a igreja em meio aos convidados e se aproximam do altar.]


PADRE JÚLIO: - Estados acá reunidos para celebrar o matrimônio entre Pedro Ribeiro Alves Lobato e Açucena Kalitch. [Diz ao iniciar a cerimônia].


[Mesmo a contragosto de Graça e para tristeza de Madalena a cerimônia transcorreu normalmente conforme previsto. O padre abençoou as alianças com água benta e os noivos trocaram, colocando cada qual no respectivo dedo, firmando o compromisso.]

PADRE JÚLIO: - O que Deus uniu, o homem não separa. Eu vos declaro, marido e mulher. O noivo já pode beijar a noiva! [Diz ao concluir a cerimônia].


PEDRO: - Eu te amo, minha ciganinha! [Sorri ao olhar para Açucena].


AÇUCENA: [Sorri emocionada] - Eu também!


[Os dois se beijam apaixonadamente e em seguida deixam a igreja sob uma chuva de arroz, lançada pelos convidados presentes.]


Cena 11 - Acampamento Cigano [Externa/Noite]

[Com a transição de cenas, surgem imagens externas do acampamento cigano. Enfeitado por tochas e grandes mesas com alimentos diversos,os ciganos dançavam e cantavam, comemorando do jeito que gostavam de celebrar a vida.]


VLADIMIR: - É uma festa muito bonita! Felicidades aos noivos. [Disse ao cumprimentar Pedro e Açucena].


JUVENAL: - É verdade!


LEONORA: [Avista Graça e longe e instantaneamente olha para Juvenal] - Venha comigo…


JUVENAL: [Estranha] - O que houve?


LEONORA: - Venha comigo, não posso explicar agora… Vamos! [Diz ao sair arrastando Juvenal entre os convidados].


VLADIMIR: - O que está acontecendo? [Questiona].


AÇUCENA: - Eu também não sei, não entendi nada.


ANA CATARINA: - Vladimir… Boa noite! [Diz ao se aproximar junto de Mila].


VLADIMIR:  - Ana Catarina, Mila… O que houve? [Estranha ao ver as duas ali naquele momento e carregando malas].


ANA CATARINA:  - Nós podemos conversar? [Questiona].


Cena 12 - Casarão D’ávilla [Externa/Noite]

Música da cena: Além do Paraíso - Antônio Villeroy

[Após chegar da rua, Carlota percorreu a área externa da fazenda que dava acesso a senzala.]


CARLOTA: [Caminhava em meio a penumbra, quando de repente teve a sensação de estar sendo seguida] - Tem alguém aí? [Questionou ao olhar para trás, mas ninguém lhe respondeu e ela voltou a caminhar].


[Ao se aproximar do estábulo, Carlota foi surpreendida.]


BARÃO FILIPE:  - Vosmecê não deveria caminhar sozinha essas horas… É perigoso para uma dama tão bonita como vosmecê!


CARLOTA:  - Ora, que perigo eu poderia correr? Estou em casa, acá é de confiança. Mas a que devo a honra de sua visita tão tarde da noite? Alguma novidade sobre nosso plano?


BARÃO FILIPE:  - Naturalmente! Consegui a revogação foi muito fácil, agora veremos se a condessa impostora vai conseguir resistir ao escândalo de ser exposta como adúltera perante toda sociedade. Agora é questão de tempo, com o testemunho da parteira, conseguirei provar que Ana Catarina já casou grávida e que o período da gravidez não bate com o relacionamento dela com o meu irmão. O juiz não precisa ser médico, basta ligar lé com cré. Os bens já foram congelados e ela já saiu da fazenda.


CARLOTA:  - Perfeito! [Comemora]. - Agora vosmecê vai cumprir o que me prometeu, não vai? Quando conseguir autorização do juiz, eu quero morar lá. Já imagino a cara dela quando souber que eu, sua maior inimiga,está morando debaixo do seu próprio teto. Além disso, quero parte da fortuna. Eu irei depor contra Ana Catarina, falarei do seu comportamento libertino ao seduzir meu pobre filho e depois de seu plano ardiloso para matá-lo. Ana Catarina vai terminar seus dias na sarjeta!


BARÃO FILIPE:  - Ah, vosmecê fica ainda mais bela assim, articulosa.


CARLOTA:  - Ora, barão… Não seja tão galante assim, sou uma viúva respeitada. Não sou como as mulheres que costuma se relacionar.


BARÃO FILIPE:  - Eu sei disso, vosmecê é mais que isso. Vosmecê é melhor que todas elas, poderia até ser uma baronesa, se quisesse…


CARLOTA:  - Baronesa? Até que não seria uma má ideia, sou uma mulher distinta, de classe. Um título de nobreza não cairia nada mal!


BARÃO FILIPE:  - Eu darei, tudo o que vosmecê quiser. Basta vosmecê me satisfazer! [Diz ao se aproximar dela de forma maliciosa].


CARLOTA:  - Satisfazer vosmecê? Como “satisfazer”? [Questiona, dando uma de desentendida].


BARÃO FILIPE:  - Assim! [Diz ao beijar Carlota de supetão].


[De longe, Filipe e Carlota não perceberam que estavam sendo observados.]


ZEFERINO:  [Amassa a fruta que estava comendo] - Ninguém me passa para trás. Ninguém! [Murmura enfurecido].


[A imagem congela focando em Carlota e Filipe aos beijos, surge um efeito de uma pintura envelhecida e o capítulo se encerra].


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