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Saramandaia - Capítulo 18

 

SARAMANDAIA


Capítulo 18 ��️

Criada por: Dias Gomes

Adaptada e escrita por: Luan Maciel

Produção Executiva: Ranable Webs


CENA 01. BOLE-BOLE. VIELA. EXTERNA. DIA

A câmera mostra que João Gibão continua desmaiado no chão

da viela. Aos poucos ele vai recobrando a consciência. Ele leva a

a mão a cabeça e sente uma forte dor e ele começa a se lembrar

do jeito covarde que ele foi agredido.


JOÃO GIBÃO (murmurando): - Aí minha cabeça…. Eu fui

incoente em acreditar que o Carlito Prata tinha caráter. Mas eu

não posso ficar aqui remoendo o que aconteceu. A Marcina

precisa saber a verdade o quanto antes. Isso não pode ficar

assim.


Mesmo com muita dificuldade João Gibão se levanta e ele sai

cambaleando pelas ruas de Bole-Bole. Ele passa por algumas

beatas da cidade que olham para ele de forma estranha.

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CENA 02. CASA DE MARIA APARADEIRA E SEU CAZUZA.

QUARTO DE MARCINA. INTERNA. DIA

Marcina está sentada sobre a cama e as lágrimas vão

escorrendo por seus olhos. Seu Cazuza está em sua frente a

confortando. Marcina está visivelmente abalada e seu pai

percebe isso.


SEU CAZUZA (paciente): - Você quer me contar o que foi que

aconteceu, minha filha? Eu para ser sincero não acredito que o

João seria capaz de te trair. Ele te ama demais, Marcina.

MARCINA (abalada): - Eu também pensava isso, pai. Mas eu vi

ele beijando aquela quenga com os meus próprios olhos. Você

pode imaginar como eu estou me sentindo agora. Eu enfrentei

a minha mãe por causa dele. Eu estou me sentindo muito mal.

SEU CAZUZA: - Calma, Marcina. Não é bom você tomar uma

decisão tão precipitada. O João jamais faria nada para te

machucar. E além do mais a sua mãe sempre quis você junto do

Carlito Prata. Tem algo que não está batendo nessa história.


Marcina seca suas lágrimas. Ela olha agora Seu Cazuza de

forma séria. A nossa protagonista fica pensativa.


MARCINA (séria): - Pai…. Você acha que a minha pode estar

envolvida nessa sujeira toda? Não entra na minha cabeça que a

minha própria mãe faria uma coisa dessas comigo.

SEU CAZUZA (ponderando): - Eu não fazer falso testemunho

contra a sua mãe, mas ela é umas mulheres mais

preconceituosas que eu conheço. Ela odeia o João acima de

qualquer coisa. E eu não ficaria surpreso se ela tivesse por tras

de tudo isso. Você precisa conversar com o João.

MARCINA: - Você está certo, pai. Eu não fiz certo em não ter

dado o benefício da dúvida para o João. Mas isso acaba agora.


Seu Cazuza sorri satisfeito. Sem pensar duas vezes Marcina vai

na direção da porta e a abre. Ela fica surpresa ao ver Maria

Aparadeira parada ali ouvindo toda a conversa. Ela passa por

sua mãe e vai embora do quarto. Maria Aparadeira olha para

Seu Cazuza com raiva.

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CENA 03. BOLE-BOLE. RUA. EXTERNA. DIA

Zélia olha para Lua Viana totalmente descrente diante do que

ele confidenciou. A líder dos mudancistas anda de um lado para

o outro demonstrando estar incomodada com o rumo dessa

conversa. Ela não quer acreditar na verdade.


ZÉLIA (esbravejando): - Que espécie de brincadeira é essa, Lua?

Eu estou te avisando que isso não tem a menor graça. Eu jamais

poderia ser filha daquele desgraçado. A minha tem muitos

defeitos, mas ela não faria isso. Você está errado.

LUA VIANA (sério): - Eu queria estar errado, Zélia. Mas pelo

jeito pelo o jeito que o Zico Rosado disse ele parecia estar

falando a verdade. O que você pretende fazer a respeito?

ZÉLIA: - Eu preciso tirar essa história a limpo o quando antes.

Se isso for mesmo verdade eu posso ter o sangue daquela

família que sempre odiou a minha mãe correndo nas minhas

veias. A minha mãe tem muita coisa o que me explicar.


Zélia fica totalmente fora de si. Lua Viana tenta acalmar ela.


LUA VIANA (cauteloso): - Zélia…. Você não pode enfrentar o

Zico Rosado de cabeça quente. Aquele homem tem muita

influência sobre essa cidade. Você não pode comprar essa

briga.

ZÉLIA (desabafando): - Estou cansada desse homem atrapalhar

a minha vida e de quem eu me importo, Lua. Ele precisa ouvir

algumas verdades. Isso é algo que eu preciso fazer.

LUA VIANA: - Então eu vou com você, Zélia. Eu não vou deixar

você enfrentar o Zico Rosado sozinha. Não tente me impedir.


Zélia concorda com a cabeça. Ela e Lua Viana vão na direção do

casarão dos Rosado. Aos poucos a manifestação vai se

dispersando. Zélia anda com pressa e com o semblante sério.

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CENA 04. IGREJA. CONCESSIONÁRIO. INTERNA. DIA

A câmera mostra que Vitória está ajoelhada diante do

confessionário da igreja e o Padre Romeu está lá dentro para

ouvir tudo que ela tem para dizer. O semblante de Vitória é de

alguém que carrega um grande fardo.


VITÓRIA (lamentando): - Padre Romeu….Eu sei que eu não sou

muito de vir a casa de Deus, mas eu não sei mais a quem

recorrer. Eu tive que contar um segredo do meu passado e isso

pode trazer muitas consequências para mim.

PADRE ROMEU (sereno): - Minha filha…. Se você não me

contar em detalhes o que está acontecendo eu não poderei te

ajudar. (P) Eu não sou cego, Vitória. Eu sei que esse segredo

tem haver com o Zico Rosado. Você pode confiar na minha

discrição.

VITÓRIA: - Essa situação é muito delicada, Padre Romeu. Eu

voltei para Bole-Bole achando que eu iria conseguir esquecer os


fantasmas do meu passado, mas eu estava errada. E agora o

Zico Rosado sabe que a Zélia é filha dele.


Vitória fica em silêncio. O Padre Romeu fica atônito com a

revelação de Vitória. Ela está muito abalada.


PADRE ROMEU (sussurrando): - O que você está me contando é

muito grave, Vitória. Eu não irei contar a ninguém sobre o que

você acabou de me confidenciar. Mas você precisa contar a

verdade para a sua filha. Antes que ela saiba por terceiros.

VITÓRIA (séria): - Eu não posso fazer isso, Padre Romeu. Eu

falo para todos que a minha história com o Zico Rosado acabou,

mas eu não consigo tirar ele da minha cabeça. Sinceramente eu

não sei o que fazer.

PADRE ROMEU: - Eu posso ver pelos seus olhos que você ainda

ama ele, Vitória. Os podem ter passado, mas você não o

esqueceu totalmente. Você sabe muito bem disso, minha filha.

VITÓRIA (chorando): - Do que adianta ficar pensando nisso,

padre Romeu? Se eu tiver que escolher entre a minha filha e o

amor que eu ainda sinto pelo Zico Rosado eu sempre vou

escolher a minha filha. Sem nem pensar duas vezes.


O Padre Romeu tenta consolar Vitória. Logo depois ela se

levanta e vai indo embora da igreja. Ela está muito triste.

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CENA 05. CASA DE DONA REDONDA E SEU ENCOLHEU.

SALA. INTERNA. DIA

No centro da cena está Dona Redonda que está fazendo um d

Discurso totalmente inflamado contra o que os mudancistas

estão planejando fazer. Ela está cada vez maior.


DONA REDONDA (discursando): - Senhoras de Bole…. Durante

muito tempo vendo esses mudancistas querendo acabar com a

história de nossa cidade. Nós as beatas mais conceituadas

precisamos acabar com essa pouca vergonha o quanto antes.

DONA PUPU (ponderando): - A Dona Redonda está certa. Essa

candidatura do João Gibão a prefeitura de nossa cidade. Aquele

bataclã que traz imoralidade para todos que aqui estão. Isso

precisa acabar o mais rápido possível.

BEATA (figurante): - E o que vocês estão pensando em fazer? O

Padre Romeu já avisou que não vai ajudar em nada nesse

sentido..se formos fazer algo tem que ser agora.


Don Redonda e Dona Pupu se entreolham. Nesse momento

quem aparece na sala é Seu Encolheu que tenta trazer razão


para a conversa. Dona Redonda olha para ele de uma forma

fria.


SEU ENCOLHEU (sendo racional): - Vocês acham que estão

fazendo a coisa certa? Eu acho que ninguém deveria se meter

nessa história..isso já foi longe demais.

DONA REDONDA (bufando de ódio): - Eu já cansei de você

querer se intrometer em algo que não foi chamado, Encolheu.

Nós vamos fazer isso, pois é o melhor para essa cidade. Se você

não está satisfeito então pode ir embora.

DONA PUPU: - Até parece que você está querendo algo com isso

tudo, Encolheu. Não me diga que você também está visitando

aquele antro de perdição? Isso sim seria um escândalo.

SEU ENCOLHEU (sério): - Se não querem ouvir o meu

conselho, então ótimo. Mas depois que vocês forem humilhadas

por toda essa cidade não digam que eu não avisei.


Seu Encolheu sai da sala batendo os pés. Dona Redonda não dá

importância e continua a sua reunião com as beatas da cidade.

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CENA 06. BOLE-BOLE. PRAÇA. EXTERNA. DIA


Do alto a câmera acompanha os passos de Marcina que vai

procurando por João Gibão, mas sem sucesso. Os seus olhos

passam por todos ao seu redor, mas ela não o encontra.


MARCINA (se lamentando): - Ah João…. Onde foi que você se

meteu? Eu preciso falar tanto com você? Eu sinto muito.


Nesse exato momento Marcina sente alguém tocar em seu

ombro. Quando Marcina se vira ela dá de cara com Carlito Prata

que sorri de uma forma ardilosa. Marcina o olha com repulsa.


CARLITO PRATA (cínico): - Porque você ainda insiste em

pensar naquele corcunda, Marcina? Ele te traiu de uma forma

tão covarde. Eu jamais faria isso com você. Eu sempre fui

homem para você e não aquela monstruosidade em forma de

pessoa.

MARCINA (nervosa): - Como você é asqueroso, Carlito. Eu

quero você bem longe de mim. (P) Por um momento eu cheguei

a desconfiar do João, mas eu estava errada. Você não é nem

metade do homem que ele é. Seu canalha.

CARLITO PRATA: - Você não pode estar falando sério,

Marcina. Você merece coisa melhor do que ficar presa a alguém


que não pode te proporcionar um futuro. Eu sou esse alguém

que pode te dar mais perspectiva. Aceita a verdade.


Carlito Prata tenta beijar Marcina à força. O corpo dela começa

a esquentar e o vilão acha estranho. Ele a olha com estranheza.


CARLITO PRATA (estranhando): - O que acabou de acontecer

aqui? O seu corpo está pegando fogo, Marcina. Você é tão

esquisita quanto aquele corcunda que você defende.

MARCINA (séria): - Lave a. Sua boca antes de falar de mim ou

do João, seu maldito. Eu sei que você armou essa sujeira junto

com a minha mãe. Mas não funcionou. Você é patético..

CARLITO PRATA: - Quer saber de uma coisa, Marcina? Você é

tão esquisita como aquele idiota. Eu não sei como eu pude

perder o meu tempo com você. Mas antes de ir embora você vai

me dar aquilo que eu tanto quero.


Carlito Prata tenta agarrar Marcina mais uma vez. Nesse

momento João Gibão aparece de surpresa e dá um soco em

Carlito Prata que cai no chão deixando Marcina surpresa.

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CENA 07. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. SALA DE ESTAR.

INTERNA. DIA

Zico Rosado vem descendo as escadas do casarão e ele fica

surpreso ao ver Zélia e Lua Viana parados ali em sua frente. O

vilão vai se aproximando de Zélia que olha para ele com muito

desprezo. Lua Viana encara Zico Rosado de um jeito sério.

ZICO ROSADO (manipulador): - Eu estava me perguntando

quanto tempo você iria demorar para aparecer Zélia. Depois do

que a sua mãe me disse eu sei que você deve ter muitas

perguntas. E eu tenho todas as respostas.

ZÉLIA (séria): - Como você tem coragem de olhar para mim

com esse sorriso falso no rosto. (P) Escuta bem o que eu vou te

dizer, Zico Rosado. Você pode ter tudo um envolvimento com a

minha mãe no passado, mas você nunca vai ser o meu pai.

LUA VIANA: - Você nunca mais ouse nos infernizar, Zico

Rosado. Nós iremos te vencer nas urnas e você não pode fazer

nada a respeito. É melhor já aceitar a sua derrota.


O semblante de Zico Rosado vai mudando drasticamente. O

vilão sorri maliciosamente e Zélia fica irritada.


ZICO ROSADO (firme): - Depois não diga que eu não avisei. Eu

te dei a chance de vir para o meu lado, Zélia. Mas agora eu vou

fazer questão de acabar com a reputação de todos vocês.

ZÉLIA (sem medo): - Faça o que você quiser, maldito. Eu só vim

aqui olhar na sua cara e dizer que você não é nada para mim.

Você pode ter todo dinheiro do mundo, mas mesmo assim você

está sozinho. Você é tão deprimente.

LUA VIANA: - Em seu lugar eu estaria preocupado, Zico

Rosado. É questão de tempo para que você perca toda a

influência que você ainda exerce sobre essa cidade. Será o seu

fim.

ZÉLIA (sorrindo): - Nós vamos te derrotar e você não vai poder

fazer nada a respeito. E eu vou me certificar de que você não se

aproxime da minha mãe novamente. Adeus, Zico Rosado.


Zélia e Lua Viana vão embora do casarão se sentindo mais leves.

A câmera mostra o ódio no olhar de Zico Rosado. Formigas

começam a sair pelo seu nariz demonstrando toda a sua raiva.


A imagem congela no olhar de ódio de Zico Rosado. Aos poucos

a imagem vai ganhando um efeito como se transformasse em

uma moldura.


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