SARAMANDAIA
Capítulo 28 ��️ Últimas Semana
Criada por: Dias Gomes
Adaptada e escrita por: Luan Maciel
Produção Executiva RanableLWebs
CENA 01. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. SALA DE ESTAR.
INTERNA. DIA
Zico Rosado vai acompanhando o capanga até a porta da sala de
estar do casarão. Nesse momento a câmera mostra que Dona
Cândida vem adentrando através da escada do casarão e ela
percebe mais que instantaneamente que algo está errado.
DONA CÂNDIDA (séria): - Eu posso saber o que está
acontecendo aqui em minha casa? Quem é esse homem e o que
ele está fazendo aqui? Eu exijo uma explicação agora mesmo.
ZICO ROSADO (desconversando): - É melhor a senhora ficar
longe dessa história, mãe. Quanto menos você souber vai ser
melhor. Eu tenho muito o que fazer. Até logo.
DONA CÂNDIDA: - Pense bem no que você está pensando em
fazer, Zico. Se você ousar encostar em só fio cabelo da Zélia eu
juro que eu acho com você. Eu espero ter sido clara.
Zico Rosado para na frente de sua mãe e a encara. Dona
Cândida não demonstra estar com medo do vilão.
ZICO ROSADO (alterando a voz): - Porque você quer tanto
defender aquela garota? Foi porque você descobriu que ela é sua
neta ou pelos sentimentos que você ainda tem pelo Tibério
Villar? Nem mesmo você vai me impedir de ter o que eu quero.
DONA CÂNDIDA (firme): - Você está avisado, Zico. Não se
esqueça de que tudo o que você sabe fui eu que te ensinei. É
melhor você não querer desafiar a minha autoridade.
ZICO ROSADO: - Você é uma fraca, mãe. Foi a senhora que me
ensinou que não devemos ter piedadr de nossos inimigos. É
isso que eu estou fazendo. O João Gibão está com as horas
contadas. Essa cidade vai ver que só eu posso ser o prefeito.
Zico Rosado sai pela porta deixando sua mãe ainda mais
confusa. Dona Cândida fica intrigada com a atitude dele.
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CENA 02. CASA DE LEOCÁDIA. COZINHA. INTERNA. DIA
Leocádia está passando um café e Lua Viana está distraído
pensando em Zélia. Nesse momento Leocádia começa a ter um
mal pressentimento e ela fecha os olhos. Imagens começam a
vir em sua mente de um cronômetro e algo explodindo. Ela se
assusta o que deixa Lua Viana em alerta.
LUA VIANA (preocupado): - Mãe…. O que foi que houve com a
senhora? Você ficou tão pálida de repente. Está tudo bem?
LEOCÁDIA (angustiada): - Onde está o seu irmão, Lua? Eu
preciso ver ele agora mesmo. Estou com um mal
pressentimento. Algo de ruim está para acontecer.
LUA VIANA: - Do que você está falando, mãe? O João está na
comitiva até a praça da cidade. É hoje que será homologado a
troca do nome da cidade para Saramandaia.
Leocádia vai ficando cada vez mais aflita. Lua Viana se levanta e
ele tenta aparar sua mãe que está muito abalada com as visões.
LEOCÁDIA (séria): - Você precisa ir atrás do seu irmão, Lua.
Você tem que impedir ele de chegar até a praça. Eu estou
sentindo que algo vai acontecer. Você precisa confiar em mim.
LUA VIANA (confuso): - Eu não consigo entender do que está
falando, mãe. Você deve estar muito impressionada com tudo
que vem acontecendo. Não vai acontecer nada de ruim.
LEOCÁDIA: - Faz o que eu estou te falando, meu filho. Eu vi um
cronômetro de bomba em forma regressiva. Não é só a vida do
seu irmão que está em jogo. A vida de todos que estarão lá
também. Você precisa agir com muita rapidez.
Lua Viana fica espantado. Sem pensar duas vezes ele sai
correndo de casa. Leocádia está cada vez mais preocupada.
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CENA 03. BOLE-BOLE. RUA. INTERNA. DIA
Muitos apoiadores de João Gibão vem andando pelas ruas da
cidade. Neste instante a câmera foca no meio da multidão e
podemos ver Helena que está cada vez mais apavorada. Ela vai
andando em direção ao meio da rua, e sem perceber ela fica na
frente de um carro que para a poucos centímetros dela. Logo
depois Homero sai de dentro do carro assustado..
HOMERO (tenso): - Moça…. Está tudo bem com você? Me
desculpa de verdade, mas eu não te vi. Você está bem?
HELENA (apavorada): - Você precisa né ajudar. Se essas
pessoas não saírem daqui todos irão morrer. Tem uma bomba
em algum lugar. Eu não sei onde, mas eu sei que está aqui.
HOMERO: - Isso não pode ser possível. Se isso for mesmo
verdade muitas pessoas podem morrer. Mas como você sabe de
tudo isso, moça? Eu preciso saber para poder te ajudar.
Helena fica em silêncio. Ela olha para Homero e depois respira
fundo.
HELENA (decepcionada): - Foi o meu marido que fez uma
crueldade dessas. Mas ele precisa ser parado o quanto antes. Eu
não ficar parada enquanto ele mata pessoas inocentes.
HOMERO (sério): - Eu acabei de chegar na cidade, mas eu
posso ver em seus olhos que está falando a verdade. (P) Eu não
conheço esse seu marido, mas ele precisa ser detido.
HELENA: - Sinceramente eu não sei como fazer isso. O meu
marido é um homem poderoso e cheio de influência. Quem sou
eu para querer fazer alguma coisa? Eu não sei o que fazer.
Helena está visivelmente abatida. Homero toca suavemente em
seu rosto. Logo depois ele a pega pela mão e eles começam a
andar pelo meio da multidão tentando achar a bomba.
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CENA 04. BOLE-BOLE. RUA. EXTERNA. DIA
Do alto a câmera mostra que João Gibão está na frente de uma
grande multidão que está indo em direção a praça da cidade.
Em um corte rápido podemos ver que Lua Viana está
procurando seu irmão de uma forma desesperada. Quem
também podemos ver no meio da multidão é Zélia que acaba se
esbarrando com Lua Viana. Eles se olham em silêncio.
ZÉLIA (séria): - Lua….. O que foi que houve com você? O seu
semblante está tão pesado. Me conta o que está acontecendo.
LUA VIANA (agoniado): - Você precisa me ajudar, Zélia. Eu não
sei como te explicar isso, mas tem uma bomba na praça, e se
não fizermos nada muitas pessoas podem morrer. A minha
mãe disse que viu uma grande explosão. Precisamos ser
rápidos.
ZÉLIA: - Isso é algo muito sério, Lua. Se isso for mesmo
verdade não só pessoas podem morrer como também a cidade
vai ser destruída. Quem em sã consciência faria uma coisa
dessas?
Por um instante Zélia começa a refletir. Lua Viana faz o
mesmo.
ZÉLIA (caindo na real): - Eu não posso acreditar nisso. (P) Só
tem uma pessoa que seria capaz de fazer uma monstruosidade
dessas, Lua. Eu tenho certeza que foi o Zico Rosado.
LUA VIANA (descrente): - Eu sei de tudo que o Zico Rosado já
fez, mas matar pessoas em massa. Eu não consigo acreditar
nisso. Isso é surreal demais para ser verdade.
ZÉLIA: - Você realmente acha que o Zico Rosado não seria
capaz de fazer algo desse tipo? Eu tenho certeza que foi ele.
Lua Viana balança a cabeça concordando. Eles começam a olhar
ao redor da multidão procurando por João Gibão. O nosso
protagonista vai se aproximando cada vez mais de onde a
bomba está escondida.
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CENA 05. BATACLÃ ARCO-ÍRIS. SALÃO PRINCIPAL.
INTERNA. DIA
Close em Risoleta que está em frente a um grande espelho
terminando de se maquiar. Quando de repente o Professor
Aristóbulo entra no bataclã deixando Risoleta totalmente
surpresa. O Professor Aristóbulo se aproxima de Risoleta.
RISOLETA (surpresa): - Professor Aristóbulo? O senhor por aqui
uma hora dessas? Eu não estou lembrada de ter marcado
alguma coisa com o senhor. O que o professor deseja?
PROFESSOR ARISTÓBULO (sedutor): - Sabe de uma coisa,
Risoleta…. Desde que eu cheguei nessa cidade eu tenho
tentando esconder quem eu sou e o que eu sinto. Mas eu me
cansei disso. Não quero mais fingir que você me atrai e muito.
RISOLETA: - Até que enfim você tomou coragem para assumir
o que eu já sabia. Eu também me sinto muito atraída por você.
Risoleta e o Professor Aristóbulo ficam um na frente do outro.
O professor Aristóbulo pela Risoleta de uma forma feroz.
PROFESSOR ARISTÓBULO (hipnotizante):.- Os seus olhos me
passam tanta verdade. Mas você tem uma dor que ainda não
superou. O que mais me chama a atenção em você é a sua
verdade.
RISOLETA (admirada): - Você percebeu tudo isso a meu
respeito somente de olhar nos meus olhos? Professor…. Você é
um homem surpreende. Nunca conheci alguém como você.
PROFESSOR ARISTÓBULO: - Tem muitas coisas que você não
sabe de mim, Risoleta. Se tem uma coisa que eu sou é
observador. Eu vejo nos seus olhos que você quer o mesmo que
eu. Você não precisa negar.
As bocas do Professor Aristóbulo e de Risoleta ficam muito
perto uma da outra. Eles se beijam com muita paixão.
TRILHA SONORA: https://youtu.be/mbNEm1fdTXw (Misterios
da Meia Noite — Zé Ramalho)
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CENA 06. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. SALA DE ESTAR.
INTERNA. DIA
Leocádia entra no casarão muito desesperada. Ela acaba se
encontrando com Dona Cândida que estranha a presença de
Leocádia em sua casa. Elas se olham enquanto Leocádia vai
ficando cada vez mais nervosa e aflita.
LEOCÁDIA (desesperada): - Onde está o maldito do seu filho,
Dona Cândida? Eu quero olhar nos olhos dele e perguntar o
porquê dele querer matar o meu filho? Já não basta todo o
preconceito que todos nessa cidade sempre sentiram dele?
DONA CÂNDIDA (confusa): - Do que é que você está falando,
mulher? Eu não faço a mínima ideia de quem você seja ou do
que você está falando. Queira se explicar ou vá embora.
LEOCÁDIA: - Eu sou mãe do João Gibão. Eu tive visões que uma
bomba iria explodir hoje na praça. Não me pergunte como, mas
eu sei que o seu filho quer matar o meu. Isso eu não vou deixar.
Em um Flashback Dona Cândida se lembra do homem
estranho que estava saindo de sua casa. Ela fica em estado de
choque.
DONA CÂNDIDA (não acreditando): - Então foi por isso que
aquele homem estranho estava aqui. Dessa vez o Zico foi longe
demais. Eu vou acabar com essa farra agora mesmo.
LEOCÁDIA (séria): - Nós vamos ficar aqui paradas por quanto
tempo, Dona Cândida? O meu filho está correndo risco de vida.
Eu preciso fazer alguma coisa. Isso não pode ficar assim.
DONA CÂNDIDA: - Você tem razão. Nós temos que parar o
meu filho. O Zico está fora de controle. Isso precisa acabar.
Leocádia e Dona Cândida saem com pressa. Elas vão pra praça.
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CENA 07. BOLE-BOLE. PRAÇA. EXTERNA. DIA
Uma multidão está reunida na praça. João Gibão sobe no coreto
sem saber que debaixo de seus pés tem uma bomba prestes a
explodir. Ele corta uma fita e todos aplaudem. A câmera mostra
que no meio da multidão estão Lua Viana, Zélia, Helena e
Homero. Todos eles estão muito apreensivos e preocupados.
JOÃO GIBÃO (discursando): - Hoje é um dia que vai ficar
guardado para sempre nos âmbitos históricos. Bole-Bole é coisa
do passado. Sejam todos bem-vindos a Saramandaia.
A multidão aplaude. Lua Viana fica desesperado. Ele sobe no
palanque que está na praça e ele puxa João Gibão pelo braço.
JOÃO GIBÃO (confuso): - Lua…. O que você pensa que está
fazendo? Eu não estou entendendo a sua atitude. Esse é o
momento que a gente tanto esperou. O pque você tem?
LUA VIANA (sussurrando): - João…. A gente precisa sair daqui
agora. Tem uma bomba em um lugar da praça. Se ficarmos
aqui todos nós vamos morrer. Você está entendendo?
João Gibão fica perplexo. Para o pavor de todos Zico Rosado
aparece apontando uma arma para João Gibão e Lua Viana.
ZICO ROSADO (ameaçador): - Eu posso saber onde vocês
pensam que estão indo? Eu posso até ter perdido a batalha pelo
nome da cidade, mas vocês não vão se dar bem. Acabou.
JOÃO GIBÃO (sério): - Abaixa essa arma, Zico Rosado. Alguém
pode acabar se machucando com isso. Reconsidere.
LUA VIANA: - Tem pessoas inocentes aqui, Zico Rosado. Você
quer mesmo matar essas pessoas só para se vingar de nós? Fala
onde está a bomba. Vai ser melhor para todos.
ZICO ROSADO: - Eu não sei como vocês descobriram sobre a
bomba, mas isso não tem mais importância. Em questão de
segundos tudo estará acabado. Essa é a minha vingança.
Zico Rosado continua com a arma apontada para João Gibão e
Lua Viana. Zélia tenta ir até onde eles estão, mas a multidão
fica em sua frente. Nesse momento podemos ver embaixo do
palanque o cronômetro da bomba que vai regredindo
rapidamente. (5…4…3…2…1) Uma explosão é ouvida.
A imagem congela coma explosão vista do alto. Aos poucos a
imagem vai ganhando um efeito como se transformasse em
uma moldura.
Obrigado pelo seu comentário!