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Débora - Capítulo 14


Débora
CAPÍTULO 14

uma novela de
FELIPE LIMA BORGES

escrita por
FELIPE LIMA BORGES

baseada nos capítulos 3 a 5 do livro de Juízes

 No capítulo anterior: Depois de se indispor com o fato de Débora ter saído com Baraque, Éder diz a ela que precisam marcar a data do casamento. Najara manda Sísera levar os corpos do Capitão e do Primeiro Oficial ao rei. Os pais de Jaziel se indignam ao saberem que o filho disse à namorada que eles a convidaram para o jantar, e insinuam que é por ela ser pobre; revoltado, Jaziel sai da casa. Éder diz aos pais de Débora que está pensando em marcar o casamento para dali a 15 dias, ao que eles aprovam. A garota confidencia à mãe que gostaria de um amor igual ao Lapidote, ao que Tamar a recomenda a não ficar presa ao que já foi. Débora então revela que encontrou o local onde Misael foi sepultado, e falam sobre a possibilidade de Lapidote estar por perto. Apesar de abalado, Jaziel é esperançoso com Sama acerca de seu futuro. Baraque pergunta ao dono da hospedaria onde fica a casa dos anciães. Os soldados de Sísera abatem um soldado amonita e levam o corpo embora. Débora sonha que reencontra Lapidote e acorda com Sama entrando em seu quarto; sua prima vê a semente de tamareira na cama. Os soldados de Sísera colocam o corpo do soldado inimigo no chão da sala, e Najara, disfarçadamente, fica atrás dos homens.
FADE IN:

CENA 1: INT. CASA DE NAJARA – SALA – DIA
Quieto e discreto, Sísera observa sua mãe, que segura um punhal, parada atrás dos dois soldados, que olham para o embrulho aos seus pés.
NAJARA
(aos soldados) Então quer dizer que são nossos aliados...
SOLDADO 1
(sorrindo, sem olhar para trás) Sim, minha senhora.
SOLDADO 2
Com toda certeza.
De repente Najara finca o punhal no soldado 1, que agoniza. O outro estranha e olha. Sísera se mexe e se aproxima. Quando o segundo vai reagir, Sísera o agarra e o segura firmemente. O primeiro soldado cai no chão e Najara finca o punhal na costa do outro; logo o homem amolece nos braços de Sísera e cai pesadamente.
Najara e Sísera, esse um pouco ofegante, observam os recém mortos.
SÍSERA
Por quê?...
NAJARA
O dinheiro pôde compra-los... Mas poderia compra-los novamente.
Sísera olha para a mãe.
NAJARA
Não podemos deixar a informação de nosso plano com mais ninguém, Sísera!
Sísera olha novamente para os corpos.
NAJARA
E agora você poderá reforçar o seu relato e ilustrar para Jabim a dimensão da ameaça que os amonitas representam ao nosso reino.
SÍSERA
Certo...
NAJARA
Pegue duas cobertas e enrole os dois.
Sísera faz que sim e vai atrás de duas cobertas; logo eles enrolam os dois mortos no tecido.
SÍSERA
Como é que vou levar isso por aí e ainda entrar no palácio sem gerar desconfianças?
NAJARA
Hum... Vamos colocar ainda mais tecidos e, se alguém questionar, é assunto de interesse único e exclusivamente do rei. Afinal, você é Capitão temporário, Sísera.
De repente um barulho: a porta. Ela começa a se abrir, mas, por reflexo, Sísera salta e a empurra com seu corpo, fazendo-a fechar violentamente.
JEBOÃO (O.S.)
O que é isso?! Ei! Najara! Sou eu! Abra a porta!
NAJARA
(assustada, baixinho) Maldito!
SÍSERA
(ainda segurando a porta com o corpo, baixinho) O que fazemos?!
Jeboão bate na porta seguidas vezes.
JEBOÃO (O.S.)
Que está acontecendo, Najara?! Abra essa porta, mulher! Ficou louca?! Eu preciso entrar, abra logo!
Najara pensa rapidamente... e fica um pouco mais perto da porta.
NAJARA
Eu estou limpando a casa, Jeboão! Não quero saber de sujeira, vá embora e volte mais tarde! Você vai me estorvar!
JEBOÃO (O.S.)
E desde quando eu tenho que sair de casa pra você limpar? Abra logo, Najara!
Najara então afasta o filho e abre apenas o suficiente para colocar o rosto. Sísera fica escondido atrás, garantindo que o pai não force a porta.
NAJARA
Já falei que não quero estorvo, Jeboão! Vá embora! E venha só mais tarde! Suma!
JEBOÃO
Vive me estorvando para sair, e agora que quero entrar, quer ficar nervosa. Rum, vou é sair mesmo!
Jeboão então vira e volta para a rua. Aliviada, Najara fecha a porta.
SÍSERA
Tranque.
Ela tranca e eles se aproximam dos embrulhos.
SÍSERA
Pensei que o pai descobriria...
NAJARA
Esquece seu pai. Vamos cuidar disso aqui. Rápido.


CENA 2: INT. CASA DE TAMAR – QUARTO DE DÉBORA – DIA
Curiosa, Sama olha para a semente de tamareira nas mãos de Débora.
SAMA
Uma semente de tamareira... Você fez um colar com ela?
DÉBORA
É... Foi, eu tentei... Mas nem queira ver, não ficou bom.
Débora rapidamente abre o baú e joga lá dentro; fecha-o.
DÉBORA
Quando ficar, eu te mostro.
SAMA
Que pena... Gosto de adornos feitos de coisas mais simples.
Débora sorri enquanto seca o suor da testa.
DÉBORA
Sente-se...
Sama e Débora sentam na cama.
SAMA
Bom... Na verdade eu vim falar com você sobre uma coisa... uma coisa que está me entristecendo há um bom tempo. Você é a melhor pessoa que conheço para ouvir, mas hoje acho que não está bem pra isso, então é melhor eu dizer em outra hora.
DÉBORA
Não, não, prima. Por favor, diga... (genuína) Eu te ouço.
SAMA
Tem certeza?
DÉBORA
(sorrindo) Claro. Pode dizer.
Sama sorri suavemente. Então respira fundo.
SAMA
Pois bem... Você já deve desconfiar, se trata do meu namoro com o Jaziel. O problema não é ele, eu o amo, amo muito! Mas... sua família... seus pais... Eu percebo que eles não gostam de mim, sabe? E vou te dizer que isso, pra mim, a aprovação da família, é essencial. A aprovação de todos, na verdade. Se assim fosse, eu teria certeza absoluta de que teria um casamento feliz para o resto da vida. Mas da forma que as coisas estão...
Débora presta atenção.
SAMA
Débora, eu não suporto a ideia de não ser bem-vinda na família do meu noivo, do meu marido!
DÉBORA
Mas... eles já te falaram algo, já explicaram? Foram diretos?
SAMA
Nunca diretos, são apenas insinuações, e também os gestos, os semblantes... A gente sabe, Débora, a gente percebe.
Débora faz que sim.
DÉBORA
Eu não sabia disso... Nunca pensei que o senhor Beltão e a senhora Gaja poderiam ser assim.
SAMA
O Jaziel... Ele já te falou algo a respeito?
DÉBORA
Não. Tudo o que Jaziel me diz é o quanto ama você, o quão especial é para ele... e o quanto deseja se casar com você e ser oficialmente meu primo.
Um sorriso substitui a angústia no semblante de Sama.
SAMA
É o que eu mais quero na vida... Mas não sei se vou conseguir assim, dessa forma...
DÉBORA
Prima, tudo o que eu posso fazer é te recomendar a orar. Peça ao Senhor com todo o seu coração, que eu vou fazer o mesmo. Vou apresentar essa causa em todas as minhas orações, é um comprometimento que faço agora com você.
SAMA
Muito obrigada, minha prima. Agradeço muito pela consideração! Vou orar sim, pode deixar.
Elas sorriem e se abraçam.

CENA 3: EXT. CASA DE NIRA – FRENTE – DIA
Na frente de casa, Nira e Debir conversam entrando. Ao vê-los, Jeboão, que se aproxima pela rua, assume um semblante de raiva e se aproxima mais rapidamente.
JEBOÃO
Posso saber o que significa isso aqui?!
Nira e Debir se assustam ao ver Jeboão, que para encarando Debir.
NIRA
Jeboão! Eu... Eu só...
DEBIR
Isso o quê, homem? Só vim pedir um pouco de trigo à minha vizinha... Eu já o vi, você deve se lembrar de mim... Moro aqui em cima--
JEBOÃO
(interrompendo) Trigo, ahn?! Mas estava entrando!
NIRA
Para pegar o trigo, Jeboão.
JEBOÃO
Mas é um folgado mesmo! Vem pedir trigo sem nem trazer um pote!
DEBIR
(tentando controlar a raiva) Eu não tenho esse problema com os meu vizinhos.
JEBOÃO
Rum!... Fora daqui, vamos! Vá, vá! Peça trigo aos outros vizinhos! Vamos!
DEBIR
Homenzinho mal-humorado!
Debir vira e sai. Nira olha para Jeboão fingindo felicidade.
NIRA
Jeboão, meu homem! Que boa surpresa! Por que voltou tão rápido?...
JEBOÃO
A Najara... Aquela mulher está insuportável. Não deixou eu entrar porque estava limpando a casa.
NIRA
Hum...
JEBOÃO
Pelo menos eu tenho uma desculpa para ficar mais um pouquinho com a minha deusa! Vamos, vamos entrar.
Jeboão entra puxando Nira, que disfarça seu desânimo; fecham a porta.

CENA 4: INT. CASA DE NIRA – DIA
JEBOÃO
Venha, minha deusa perfeita!
Jeboão senta na cama.
JEBOÃO
Deite no meu colinho, deite... Hum? Venha...
Nira sorri. Então se senta, vira, deita e coloca a cabeça no colo de Jeboão. Sorrindo empolgado, ele acaricia o cabelo dela que, sem ele ver, faz semblante de nojo.

CENA 5: INT. PALÁCIO – SALA DO TRONO – DIA
Sísera se aproxima do trono de Jabim e faz uma reverência.
SÍSERA
Meu soberano. Já tenho o primeiro relatório das buscas.
JABIM
Ótimo, Sísera! Vamos, fale!
SÍSERA
Antes, meu senhor, peço a sua licença para trazer cadáveres à sua presença.
Jabim franze a testa.
JABIM
Como é?
SÍSERA
Somente assim poderei explicar a situação por completo e expor a gravidade de tudo.
Jabim estranha... mas faz que sim. Sísera então faz sinal a um servo de sobreaviso, e logo outros servos trazem os cinco embrulhos e os desenrolam. Ao ver, entre os mortos, o Capitão e o Primeiro Oficial, Jabim se levanta de seu trono e olha impressionado.
JABIM
Você os encontrou...
Sísera faz que sim.
JABIM
Estão mortos... (lamentando) Pelos deuses...
SÍSERA
Não demorou muito e encontrei, para lá da fronteira, os dois em posse de um soldado amonita que os levava amarrados. Então eu e esses dois soldados entramos em confronto com o homem a fim de libertamos nosso Capitão e Primeiro Oficial. Infelizmente os dois foram feridos gravemente e não resistiram.
JABIM
Esse amonita... matou nossos dois soldados?
SÍSERA
Sim. Para o senhor ver o quão perigosos eles são... Por pouco eu também não fui atingido, mas consegui escapar, pegar um arco e acertar nele um flechada no peito. Apesar de meu ato bem-sucedido, já era tarde demais. Pouco antes de eu atingi-lo, o amonita assassinou covardemente nosso Capitão e nosso Primeiro Oficial, provavelmente com a ideia de que se ele não pudesse ficar com os prisioneiros, nós também não os recuperaríamos.
JABIM
Mesmo tendo mostrado vantagem ao derrotar dois soldados... o amonita sacrificou seus prisioneiros?
SÍSERA
Confesso que também não entendi a lógica desse bárbaro... Minha teoria pode muito bem estar errada. Eles são estranhos, esquisitos, selvagens... Absolutamente imprevisíveis.
Os servos ali ao redor ficam um tanto chocados com a história e com a violência dos cinco corpos.
Jabim, também um tanto afetado, olha para Sísera.
JABIM
O único sobrevivente...
Sísera faz que sim.
SÍSERA
Devo isso aos deuses.
Jabim continua a encará-lo...
JABIM
Meus parabéns pela missão.
Sísera sorri minimamente, mas aliviado.
JABIM
Por encontra-los e solucionar o caso.
SÍSERA
(fazendo uma reverência) Foi uma honra servir ao reino, meu senhor.
Jabim senta em seu trono.
JABIM
(pensativo) Então os amonitas estavam mesmo envolvidos no desaparecimento de nossos homens. (pequena pausa) Servos, tirem os corpos daqui. Os dois soldados devem ser levados às suas famílias. O Capitão e o Primeiro Oficial devem receber as honrarias que lhes cabem; também comuniquem as famílias. Quanto à carcaça desse amonita maldito, joguem-na às feras do campo. Que seja destruído até os ossos!
Os servos começam a enrolar os corpos para leva-los. Sísera permanece em posição.
JABIM
(raivoso) Assim que sepultarmos a todos, declararei guerra contra Amom.
Enquanto Jabim encara o nada com os músculos de seu rosto trêmulos de ódio, Sísera o observa com o semblante ao mesmo tempo aliviado, satisfeito e realizado.

CENA 6: EXT. HASORETE – RUAS – DIA
Os dias se passam e os corpos do Capitão e do Primeiro Oficial são levados em uma procissão. O povo lota os dois lados das ruas em que as carruagens passam. Sísera participa caminhando...

CENA 7: EXT. BETEL – RUAS – DIA
Conforme os dias vão se passando, a tristeza no semblante de Débora é cada vez mais perceptível...

CENA 8: INT. BETEL – TEMPLO – PÁTIO – DIA
Débora e Aliã caminham ao lado do riacho artificial que corta o templo e desagua no lago exatamente no centro do complexo templário. Sob o sol de céu claro, o reflexo da barba prateada do ancião se confunde com o das águas cristalinas.
ALIÃ
Ultimamente você tem vindo pouco para falarmos sobre as coisas de Deus, Débora.
DÉBORA
Sinceramente, senhor, estou a cada dia mais desanimada. Sem força para quase nada.
ALIÃ
Minha filha, isso não faz bem para você. Está buscando uma guia de Deus?
DÉBORA
Todos os dias... Antes de dormir, quando acordo, ao longo do dia... Tenho tanto medo de ser infeliz pelo resto da vida... (respira fundo) Mas eu tenho que ir agora...
ALIÃ
Mas já? Demora a vir, e quando vem fica tão pouco... Nem falamos sobre Balaão e a jumenta...
DÉBORA
Por favor, senhor, me perdoe, mas preciso espairecer um pouco. E só consigo fazer isso plenamente quando vou à minha palmeira.
ALIÃ
(sorrindo) Sua palmeira?
DÉBORA
Tenho uma forte ligação afetiva com aquela árvore... Entre outras coisas, foi onde eu nasci.
Aliã faz que sim.

CENA 9: EXT. HAROSETE – RUA PRINCIPAL – DIA
A população de Harosete se espreme por toda a rua principal e arredores. Cada olhar ali busca o melhor ângulo de uma carruagem logo à frente, cercada por soldados liderados por Sísera. Najara e Jeboão estão próximos à carruagem. Quando a esposa está olhando com cumplicidade para o filho, Jeboão olha para trás, onde está Nira e, um pouco afastada dela, Debir. Nira retribui sorrindo minimamente e Jeboão olha para frente antes que Najara o perceba.
Então um homem sobe na carruagem.
ARAUTO
Povo de Harosete!!!
Os murmúrios cessam.
ARAUTO
Recebam agora, com reverência e grande honra, o magnífico, incomparável e invencível Jabim, rei dos reis e senhor de todos os senhores do reino de Hazor!
O rei Jabim então aparece quando sobe a carruagem. Homens, mulheres, crianças... Todos ali fazem uma grande reverência. Jabim estende os braços, como que os abençoando.
Por fim eles ficam eretos e admirados por contemplarem seu rei.
JABIM
Povo de Hazor, meus súditos! Como todos sabem, há tempos vivemos uma tensão com o reino de Amom. Mas, nos últimos dias, tudo mudou quando eles, de forma vil e covarde, sequestraram e mataram o Capitão e o Primeiro Oficial do nosso exército.
Algumas pessoas por ali, os familiares dos mortos, choram bastante.
JABIM
No entanto, eu lhes garanto que nenhuma vida hazorita perdida passará em branco! Cada um deles pagará caro por isso! E, por essa razão, esse também é um dia de renovo. De alegria, apesar de tudo. É dia de anunciar o novo Capitão.
Murmúrios...
JABIM
E minha escolha se mostra justa e acertada não apenas por eu ser o rei, amado e iluminado pelos deuses. Mas também porque o homem escolhido se mostrou merecedor desse cargo, ele me provou isso! Realizou a busca com uma eficiência não vista nem no tempo em que meu pai era o rei, e nos levou à conclusão que poderíamos jamais chegar.
Najara encara Sísera com um olhar absolutamente particular entre eles.
JABIM
Confesso que é uma honra apresentar a todo o povo Sísera, ex-soldado e atual Capitão temporário! Recebam-no com aplausos!
Sísera sobe a carruagem e a multidão explode em aplausos. Najara e Jeboão o observam exultantes.
Um servo traz uma bandeja com um anel. Outro servo pega o adorno e o coloca no dedo de Sísera. Jabim então aponta seu dedo para a pedra do anel.
JABIM
Na autoridade de rei de Hazor, eu, Jabim, nomeio Sísera, filho de Jeboão (Jeboão sorri cheio de si), como Capitão do exército de Hazor, chefe de todos os oficiais e abaixo apenas de mim, o rei!
Sísera olha e o povo volta a aplaudir. Najara está orgulhosíssima.
Então Sísera se ajoelha diante do rei.
SÍSERA
Este teu humilde servo é eternamente grato a ti, ó grande rei Jabim.
Jabim o ajuda a se levantar. Sísera vira para o povo, ainda em aplausos, e abre os braços.
Com um sinal do rei, o povo silencia.
JABIM
A primeira função de Sísera como Capitão será nomear, entre os soldados, um Primeiro Oficial, cujo nome será apregoado de rua em rua nos próximos dias. Mas agora ajoelhem-se todos diante de Jabim, seu soberano absoluto, rei dos reis de Canaã, e diante de Sísera, o Capitão de Hazor!
Toda aquela multidão então se ajoelha, inclusive Najara e Jeboão, e se prostram diante dos dois.
Sísera gosta daquela visão, todo o povo prostrado diante deles. Observa a cada um, homens, mulheres... Mas é nelas que seu olhar se estabelece. Ao vê-las aos seus pés, adorando-o como a uma divindade suprema, ele sorri.

CENA 10: EXT. CAMPO – PALMEIRA – DIA
Sentada e escorada no caule da palmeira, Débora está perdida em pensamentos, lembranças, coisas do passado...
Depois lembra-se de Éder, ele atrás dela, cobrando-lhe atenção, marcando a data do casamento...
Uma lágrima brota de seu olho e risca seu rosto rosado. De repente, um barulho. Ela se assusta, olha para o lado de onde vem...
DÉBORA
Quem está aí?
Nada. Põe-se de pé e seca a lágrima. O barulho se repete, é contínuo...
DÉBORA
(tentando enxergar) Quem está vindo?!
Então algo aparece. Sua testa se franze e ela perde as palavras. Trata-se de uma carroça com um homem, que para a condução e desce. Ele é um rapaz de uns 20 anos.
Débora o encara com a boca entreaberta.
RAPAZ
Eu sabia que a encontraria aqui.
Apesar da distância, olho no olho.
No semblante atônito de Débora, IMAGEM CONGELA
CONTINUA...
FADE OUT:


No próximo capítulo: Baraque invade um lugar inusitado, Sísera procura Hanna para cumprir sua promessa e o encontro com uma figura do passado abala as estruturas de Débora.

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