Saramandaia - Capítulo 33 (últimos capítulos)

 

SARAMANDAIA 

Capítulo 33 🕊️ Última Semana

Criada por: Dias Gomes

Adaptada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva Ranable Webs 

CENA 01. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. SALA DE ESTAR. INTERNA. MANHà

A câmera mostra que Zico Rosado está desacordado no chão da sala de estar do casarão. Zélia está bem em frente dele ela vai ficando cada vez mais desesperada. Lua Viana olha para o vilão sem acreditar no que acaba de acontecer.

ZÉLIA (seria): - Lua…. O que foi que você te fez? Eu já tinha te avisado sobre esse seu comportamento. Agora olha para isso.

LUA VIANA (alterando a voz): - O que você queria que eu fizesse, Zélia. Eu não iria deixar ele ofender o meu irmão. 

ZÉLIA: - Agora me explica o que nós vamos fazer agora, Lua. As pessoas vão querer respostas. Você não podia ter feito isso.

Lua Viana fica totalmente abalado. Ele e Zélia se olham.

ZÉLIA (direta): - A única coisa que nós podemos fazer nesse momento é levar o Zico Rosado até o hospital. É o mínimo. 

LUA VIANA (contrariado): - Você está certa, Zélia. Mas depois que nós deixarmos ele no hospital iremos embora. Tudo bem?

ZÉLIA: - O que foi que houve com você, Lua? Eu sei que o Zico Rosado tem todos os defeitos do mundo. Mas se ele precisa de ajuda é o nosso dever ajudar. É isso que eu vou fazer. 

Zélia e Lua Viana se olham com seriedade. Ela pega o telefone que está em cima de um móvel e liga para a ambulância. 

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CENA 02. SARAMANDAIA. RUA. EXTERNA. MANHà

Em plano aberto podemos ver que Marcina está andando pelas ruas de Saramandaia sem rumo. Ela vai se lembrando dos momentos que passou com João Gibão. Nesse momento ele é trazida de volta para a realidade quando ela acaba se encontrando com Maria Aparadeira que a olha com pena.

MARIA APARADEIRA (curiosa): - Minha filha…. Como foi o seu encontro com aquele quenga do bataclã? Ela vai ajudar?

MARCINA (abatida): - Eu falei com aquela quenga, mainha. Mas ela não vai querer ajudar. Eu sinto que ela sabe de algo.

MARIA APARADEIRA: - Pode deixar que eu irei resolver esse assunto, minha filha. Eu cometi muitos erros e fui preconceituosa com o João. Eu quero reparar os meus erros.

Marcina fica sensibilizada com a atitude de sua mãe.

MARCINA (confusa): - O que você está pensando em fazer, mãe? A Ana Maria não vai querer ajudar o João de forma nenhuma. Eu não vou suportar ver o João sofrer essa injustiça.

MARIA APARADEIRA: - Eu prometi que nós vamos descobrir quem matou o Carlito, minha filha. Pode confiar em mim.

Marcina e Maria Aparadeira se olham. 

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CENA 03. FAZENDA DE TIBÉRIO. CASA GRANDE. SALA. INTERNA. MANHÃ

Close em Vitória que vem descendo as escadas da casa grande e ela vai na direção de seu pai que está cada vez mais tomado pelas raízes que o cercam. Ela encara Tibério que sem dizer nada já percebe o que está acontecendo. 

TIBÉRIO (sério): - Então quer dizer que você vai mesmo embora, Vitória? Vai deixar toda a sua família para trás mais uma vez? Essa pode ser a última vez que você me vê vivo.

VITÓRIA (respirando fundo): - Não me venha com esse sentimentalismo que isso não condiz com a sua atitude, pai. Você sabe muito bem porque eu estou indo embora. Eu não posso mais ficar aqui relembrando de tudo que passei.

TIBÉRIO: - Se é isso que você quer então vai e seja feliz, minha filha. Mas eu vou te dizer mais uma vez. Fugir dos problemas não é o melhor caminho. Isso só é se esconder de quem somos. 

Vitória fica sem palavras. Pedro entra na sala bem aflito. 

PEDRO (tenso): - Mãe…. Ainda bem que você está aqui. A Zélia acabou de me ligar e disse que aconteceu uma tragédia. Ela estava no casarão dos Rosado quando o Zico Rosado sofreu um acidente grave. Você precisava saber disso mãe. 

VITÓRIA (sem acreditar): - Você tem certeza do que você está falando, meu filho? Sempre acontece alguma coisa nesse fim de mundo. Eu espero que o Zico se cure, mas não posso fazer nada.

TIBÉRIO: - Preste atenção no que está falando, Vitória. Você pode não querer admitir, mas você ainda ama o Zico Rosado. Vai esperar ele morrer para se arrepender? 

PEDRO (concordando): - O meu avô está certo, mãe. Não deixe para depois o que se pode fazer agora. Vem comigo. 

Pedro estica a sua mão. Vitória segura nas mãos de seu filho e saem com pressa da casa grande. Tibério sorri.

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CENA 04. DELEGACIA. CELA. INTERNA. MANHÃ

João Gibão anda pela cela. Tempo. O Delegado Tavares vem se aproximando da cela e começa a sorrir de uma forma bem maquiavélica. João Gibão percebe que caiu em uma armadilha. 

DELEGADO TAVARES (ameaçador): - Está gostando da sua boca casa, João Gibão? Aproveita que daqui você só vai sair para o presídio. Um corcunda como você merece isso e muito mais.

JOÃO GIBÃO (revoltado): - Como eu pude ser tão ingênuo e ter caído em uma armadilha dessas? Você não passa de um corrupto, Tavares. Não sei como o meu pai podia confiar em você.

DELEGADO TAVARES: - Sabe o que é mais engraçado, João? Você realmente acreditou que seria uma pessoa normal. Mas isso nunca vai acontecer. A minha chefia armou tudo muito bem. Você nem sabe o porquê de estar aqui.

João Gibão fica nervoso. O Delegado Tavares fica satisfeito.

JOÃO GIBÃO (esbravejando): - Eu quero saber quem é que está armando essa injustiça contra mim. Eu quero saber agora. 

DELEGADO TAVARES (sorrindo): - Porque você não pergunta para ela de uma vez por todas? Eu aposto que você vai ter um susto. Não passa pela sua cabeça quem está por trás disso. 

JOÃO GIBÃO: - Mande essa pessoa entrar. Eu quero ver se vai ter coragem de me olhar nos olhos. Eu preciso saber.

A câmera mostra os passos de uma pessoa indo na direção da cela de João Gibão. A câmera não mostra o seu rosto. João Gibão fica em choque ao ver quem foi que matou Carlito Prata.

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CENA 05. SARAMANDAIA. PRAÇA. EXTERNA. MANHà

Seu Encolheu e Dona Bitela andam pela cidade e ela fica admirada com tudo o que os seus olhos vêem. Em seguida ele são abordados por Dona Pupu que não consegue esconder o choque com a aparência de Dona Bitela. Ela também fica enciumada ao ver Seu Encolheu com Dona Bitela.

DONA PUPU (enciumada): - Isso não é possível. Você é igual a Dona Redonda. Então foi você que eu vi naquela noite. (P).O que vocês estão fazendo juntos? Eu quero saber agora. 

SEU ENCOLHEU (sério): - Se controla, Dona Pupu. Eu estou mostrando a cidade para a Dona Bitela. Ela é irmã gêmea da Redondinha. É melhor a senhora não falar assim com ela. 

DONA BITELA: - Está tudo bem, Escolheu. É visível que essa sua amiga está com ciúmes de nos ver juntos. Acho que ela nutre algum sentimento por você. Isso é evidente.

Dona Pupu fica vermelha de vergonha. Seu Encolheu está descrente com o que ele acaba de ouvir.

DONA PUPU (irritada): - Retire o que você disse agora mesmo. Você pode ser igual a Dona Redonda, mas nunca vai ser ela. Você não passa de uma cópia muito mal feita. 

SEU ENCOLHEU (repreendendo): - Dona Pupu…. Você está indo longe demais. É melhor você se desculpar agora mesmo. 

DONA BITELA: - Vamos deixar essa invejosa para lá, Encolheu. Eu não vou ficar perdendo o meu tempo com essa beata. 

Seu Encolheu e Dona Bitela vão indo embora da praça bem juntinhos. Dona Pupu os olha com muita Inveja.

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CENA 06. HOSPITAL. CORREDOR. INTERNA. DIA

A câmera mostra que Lua Viana está muito abalado com tudo que acaba de acontecer. Zélia tenta se aproximar de seu namorado, mas ele está irredutível. Nesse momento quem chega é Dona Cândida que está muito preocupada. 

DONA C NDIDA (angustiada): - O que foi que aconteceu? Onde está o meu filho? Por favor, falem alguma coisa. Eu suplico. 

ZÉLIA (se desculpando): - Dona Cândida…. Eu sinto muito. A culpa foi toda minha. Eu não deveria ter ido confrontar o seu filho. Se você está procurando alguém para culpar me culpe.

LUA VIANA: - O que você pensa que está fazendo, Zélia? Eu não vou deixar você levar a culpa por algo que eu fiz. (P) Dona Cândida…. Eu sou o culpado por esse terrível acidente. 

Dona Cândida olha bem seriamente para Lua Viana. Zélia fica tensa com o rumo que essa conversa pode tomar.

DONA C NDIDA (sensata): - Eu posso ver no seu olhar que você não fez isso de propósito, Lua Viana. Mas como mãe eu sempre irei me preocupar. O meu filho precisa entender que as coisas não são como ele quer. Isso me preocupa cada vez mais. 

ZÉLIA (ponderando): - Eu posso não concordar com as atitudes do seu filho, Dona Cândida. Mas eu jamais iria querer o mal para o homem que me deu a vida. Eu espero que ele se recupere.

LUA VIANA: - Eu desejo o mesmo, Dona Cândida. Acredite.

Dona Cândida tenta sorrir. Vitória chega ao hospital para a surpresa de todos. Ela vai na direção do leito onde está Zico Rosado. 

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CENA 07. HOSPITAL. LEITO. INTERNA. DIA

Close em Zico Rosado que continua desmaiado. Vitória vem entrando no leito e ela fica desesperada ao ver o estado que seu antigo amor está. Ela vai ir de joelhos na beira da cama de Zico Rosado e começa a chorar copiosamente. Foco em seu rosto.

VITÓRIA (chorando): - Eu sinto muito, Zico. Eu nunca quis que algo assim pudesse acontecer com você. A culpa é toda minha. 

As lágrimas de Vitória acabam caindo no rosto de Zico Rosado. Nesse momento algo irreal acontece e ele acaba abrindo os olhos. Vitória fica em um misto de susto e alívio.

VITÓRIA (aliviada): - Zico…. Graças a Deus você está bem. Eu fiquei com tanto medo de te perder. Eu tentei fugir do que eu sinto por você. Eu sempre te amei e sempre vou te amar. 

ZICO ROSADO (com dificuldade para respirar): - Vitória…. Você foi a mulher que eu mais amei na minha vida. Mas você me magoou demais. Essa é uma dor que jamais terá cura.

Vitória fica sem palavras. Zico Rosado tira a máscara de oxigênio que está ajudando ele a respirar melhor.

ZICO ROSADO (sério): - Quando a gente passa por uma experiência de quase morte pensamos melhor na vida. Eu dou a minha palavra que não vou fazer mais nada contra você ou a nossa filha. Mas eu não prometo que farei a mesma coisa com o Lua Viana e aquele irmão corcunda dele. 

VITÓRIA (alterando a voz): - Será que nem nesse momento você consegue esquecer esse seu desejo de vingança? Eu estou abrindo o meu coração para você e é assim que você responde?

ZICO ROSADO: - O que você está me pedindo eu não posso dar, Vitória. O Lua Viana e o João Gibão vão me pagar caro por tudo o que em fizeram. Se você não pode entender isso é melhor você ir embora. É melhor que você nunca mais me procure. 

A câmera mostra a decepção no olhar de Vitória. Podemos ver que a porta está entreaberta. Quem está atrás da porta é Zélia que não consegue assimilar o que ela acaba de ouvir.

A imagem congela no olhar de decepção de Vitória. Aos poucos a imagem vai ganhando um efeito como se transformasse em uma moldura.