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BUDAPESTE - CAPÍTULO 04

 


Budapeste - Capítulo 4

Budapeste – Hungria

Cena 01 – Ruas da Hungria – Noite

A Cidade de Budapeste está iluminada. Há carros de polícia em direção ao local o qual Miklóscometeu suicídio. A Neblina ainda toma conta da cidade, a ponte Chain está boa parte coberta. Há uma grande movimentação. Enquanto a CAM mostra a cidade do alto, ouve-se uma voz de fundo, do apresentador do Jornal das 18h do canal DUNA.

“Ao que todos sabemos até agora. O rapaz que tirou a própria vida, deixou uma carta confessando alguns crimes: Ele assassinou o jovem Luca Abdullahi e também confessou ser o autor do atropelamento em frente ao Parlamento Húngaro que deixou vítimas fatais, inclusive, uma criança de cinco anos. Estamos tentando ter acesso a carta de suicídio, assim que estiver em nossas mãos, divulgaremos na integra.

Cena 02 – Mansão Angyal – Int. – Escritório – Noite.

Emese está folheando uns arquivos e Sebestyénne entra no escritório com uma bandeja com alguns aperitivos. Ela deixa em cima de um banco próximo a mesa.

Sebestyénne: Emese, você precisa comer. Você não comeu nada desde que chegou e o Lorenzo me garantiu que vocês não comeram. A sua tia ainda conseguiu comer metade de um croissant.

Emese (ainda olhando para os arquivos): Eu não estou com fome. Ainda estou estarrecida com o que a tia Ilona falou sobre o Konrad.

Sebestyénne: E o que foi?

Emese: Ela disse que o Konrad está envolvido com grupos neonazistas! A tia Ilona descobriu e ele resolveu interna-la para não explanar nada.

Sebestyénne: O Konrad? Mas por quê?

Emese: Desde quando esses babacas precisam de motivos? Eles só são um bando de otários que se acham superiores, mas são uns verdadeiros merdas. Isso explica muito.

Sebestyénne (baixa os olhos): Ele não deveria ter ido para esse caminho.

Emese: Não me surpreende. Não lembra daquele trabalho que ele fez de História e ele homenageou Hitler? Então... (estranhando) Mas você não parece muito chocada com essa informação.

Sebestyénne: Há coisas nessa vida que realmente não me surpreendem, Emese. Precisa de mim para mais alguma coisa?

Emese: Não, pode sair.

Sebestyénne sai e Emese toca a sua mesa e fica pensativa.

Cena 03 – Jornal – Int. – Sala de reuniões – Noite.

Zóltar está na mesa central e parece aflito. Outros redatores estão sentados à mesa. Eles estão discutindo sobre o suicídio de Miklós.

Zóltar: O que aconteceu hoje não foi algo pra gente simplesmente esquecer. Sofri ameaças do Senador Fridrich pela capa e também temos que nos preocupar com o suicídio desse rapaz. Não é nada comum. Isso foi feito simplesmente para encerrar tudo de vez, tem algo aí.

Zaco: Então você acha que foi premeditado?

Zóltar: Sem dúvidas! Há algo muito estranho nessa história toda. Ele simplesmente matou alguém e colocou um papel com alusão ao nazismo e depois atropelou pessoas inocentes. Não parece ser o mesmo perfil de assassino. 

Zaco: Você tem razão. O primeiro pareceu algo mais semelhante a "ei, tenho algo a dizer"

Zóltar: Precisamos nos preocupar com isso. Tem algo acontecendo e precisamos descobrir o quanto antes.

Zaco: Aranka e István?

Zóltar: Até agora não me disseram nada. Na verdade, tudo o que eles encontraram lá foram apenas suspeitas, todo mundo que eles entrevistaram não quiseram falar nada sobre, pareciam estar com medo.

Zaco: Então a nossa caixa de pandora talvez esteja em Debrecen.

Zóltar (apreensivo): Não, é muito maior do que isso. Eles não iriam se concentrar apenas nas cidades.

Cena 04 – Cabana – Floresta – INT. Noite

Barbara está zapeando alguns canais da TV. O sinal está péssimo e alguns canais simplesmente não funcionam. Agnes aparece apavorada em um estado quase completo de surto.

Agnes (gritando): O Miklós, Barbara... Ele... ELE SE MATOU

Barbara (fria): Eu já estou sabendo.

Agnes (surtando): Você simplesmente não se importa?

Barbara: Não é que eu não me importe... É só que era preciso ele realmente fazer isso. O Miklós sabia e fez.

Agnes (chacoalha Barbara): Você deve estar adorando, não é? Você sabia que ele era impulsivo e simplesmente trouxe ele pra cá.

Barbara (empurra Agnes): Tire as suas mãos imundas de mim imediatamente. Perdeu o medo de morrer, garota? Se você tocar em mim desse jeito novamente, eu corto a sua cabeça fora.

Agnes: Você é uma vagabunda

Em uma reação única, Barbara dá um tapa na cara de Agnes que cai no chão levando a mão ao rosto sentindo o impacto do tapão.

Barbara (seca): Próxima vez que você ousar me afrontar desse jeito, eu não vou poupar e darei um tiro no meio da sua testa. Você quer saber mesmo? Eu já sabia que o Miklós iria fazer uma cagada e foram ordens superiores que pediram para despistar tanto a polícia quanto a imprensa. Se você fizer alguma merda, já sabe o que vai acontecer contigo.

Agnes está no chão ainda e Barbara se prepara para sair, mas dá meia volta e continua com sua fala.

Barbara (Fria): Ah, já ia me esquecendo. Se o seu namoradinho, o Konrad, continuar do jeito que ele está fazendo merda atrás de merda por conta de um conflito familiar, ele será o próximo. O que ele fez hoje em Nagymaros, o colocou em uma lista de possíveis ameaças.

Barbara sai rindo e Agnes fica bufando de ódio.


Cena 05 – Apartamento de Otávio – Int – Noite

Otávio está sentando no sofá assistindo um filme com Felícia. O filme era “Scarface”.

Felícia: Como pode o Al Pacino estar tão delicioso nesse filme?

Otávio: Sério? Acho que ele está um pouco velho nesse filme. Ele em “O Poderoso Chefão”, estava surreal de lindo.

Felícia: Parando para olhar, ele até que lembra o Frank, sabia?

Otávio (joga almofada): Para de ser chata. Falando nele, almoçamos juntos e acabou que entrei em uma enrascada. Inclusive, me convidou para um jantar amanhã com a irmã dele e o cunhado, não estou muito feliz com essa ideia.

Felícia: Mas por que?

Otávio: O Frank não gosta do Cedric, na verdade, ele só não suporta. Ele acha que o cunhado é responsável pela Victória ter abortado.

Felícia: Pensando nisso, eu nunca achei que a Victória fosse realmente abortar. Ela sempre quis construir uma família, não é?

Otávio: Exatamente! É justamente por isso que os pais deles e o Frank acham que de alguma maneira o Cedric induziu a Victória a fazer um aborto.

Felícia: Nossa, mas será que ele seria um babaca a esse ponto?

Otávio (dá de ombros): Eu realmente não sei.

Cena 06 – Academia – Int – Noite

Konrad está malhando intensamente e com ódio no rosto. Durante a cena, há uma música de rock tocando de fundo. Ele se dirige até o vestiário, onde fica completamente nu e entra em chuveiro.

Konrad (ódio): Maldita Emese! Eu vou acabar com você, sua cretina.

Konrad dá um soco na parede fazendo eco no vestiário.

Cena 07 – Rua qualquer – Ext. – Manhã (FLASHBACK)

A perseguição está acontecendo. Konrad está dirigindo perigosamente, fazendo uma curva super perigosa.

Capanga: Para, Konrad! Nós vamos bater o carro desse jeito.

Konrad (com ódio): Eu sei disso, seu otário

Capanga 2: Nós vamos bater! Não vamos conseguir frear a tempo, melhor parar, Konrad!

Konrad puxa um revólver do seu cinto e atira na cabeça do capanga que estava no banco da frente. Respingos de sangue estão no para-brisa.

Konrad: Eu odeio que me deem ordens. Vai falar mais alguma coisa? (olhando pro retrovisor interno e vendo o capanga do banco de trás.

Neste momento, perto de uma elevação, Konrad tira o seu cinto, abre a porta e pula do carro, no qual sai rolando pelo chão. É possível ver o carro capotando várias vezes até explodir.

Cena 08 – Casa do Senador – Sala. Int – Noite

Fridrich está tomando um martini em pé, no barzinho que fica perto a escada. Ele olha diretamente para um quadro onde há uma cruz celta, um símbolo nazista. Sua esposa, Borbála atravessa a sala sem olhar para o marido.

Fridrich: Ainda está com raiva de mim?

Borbála: No momento, me encontro totalmente com asco de você. O país inteiro agora sabe que eu sou corna.

Fridrich: Você está com raiva de mim por ter te traído ou por todo mundo saber que eu te traí.

Borbála (ri em deboche): Você acha mesmo que eu me preocupo que você me traia? Por favor, Fridrich, não seja tão ingênuo. Há anos nosso casamento é somente de pura conveniência.

Fridrich: Você que escolheu assim. Eu sempre te amei, Borbála.

Borbála (cínica): Nossa, como ele é coitado.

Fridrich: Não venha pra cima de mim com seus deboches. Eu estou cansado disso.

Borbála: Eu que estou cansada de você há tempos, desde o dia que você expulsou o Vencel de casa.

Fridrich: Ele é um baitola! Se o Reichsführer descobrisse, eu estava morto! Que tipo de homem eu seria permitindo que um marica morasse na minha casa?

Borbála (explode): ELE É O SEU FILHO, SEU CRETINO! Será que essa merda toda (apontando para a cruz celta no quadro) é mais importante que o seu filho?

Fridrich: Saia imediatamente da minha frente. Amanhã você tem um evento beneficente para ir, precisa estar com a pele boa.

Borbála: Quando o seu mandato acabar, eu vou ser a mulher mais feliz do mundo.

Borbála cospe e Fridrich fixa o olhar para a luz da lua que invade a sala.

Cena 09 – Mansão Angyal – Int. – Quarto de Hóspedes – Noite

Emese bate na porta do quarto de sua tia que permite a entrada. Ela senta no canto da cama.

Emese: Como a senhora está?

Ilona: Eu estou bem. Mas estou completamente acabada. O Konrad simplesmente perdeu a noção.

Emese: Essa história de neonazismo é verdadeira?

Ilona: Sim. Eu o vi com um rapaz que tinha uma suástica tatuada no braço, isso me deixou em completa atenção. Quando estava vasculhando algumas coisas no quarto dele, encontrei diversos artefatos de cunho nazistas.

Emese: Não posso acreditar.

Ilona: Emese, isso que o Konrad faz... (pausa) Eu não posso te contar.

Emese: Eu já entendi! Mas não se preocupem, um dia eu vou realmente descobrir tudo o que vocês escondem de mim.

Ilona: Tudo que eu e a Sebeystyénne fazemos é pensando em te proteger, não se preocupe com nada.

Emese dá um beijo na bochecha de sua tia.

AMANHECE O DIA EM BUDAPESTE


Cena 09 – Mansão Kovács – Int. – COPA – DIA

Kimerul está tomando seu café da manhã, quando András desce as escadas criando um eco em todo o ambiente. Ele junta-se ao seu pai para o café da manhã.

Kimerul: Nunca pensei em ver você acordando tão cedo.

András (pegando uma torrada): Eu tenho que conversar com alguns fornecedores, estou tentando fechar alguns contratos. Falando nisso, precisamos comprar novas selas. As competições de hipismo e polo vão acontecer em breve.

Kimerul: Sempre falando de despesas, András. Café da manhã não é o momento para isso.

András: Tudo bem! Então, do que o senhor gostaria de falar?

Kimerul: Prefiro que você cale a boca e me deixe tomar meu café em paz.

András (Rindo): Tudo bem. Pai, eu fiquei sabendo que o senhor estava no Castelo de Buda.

Kimerul (seco): A Felícia já foi contar pra você que eu estava lá, né? Mas não se preocupe, filho, eu estou bem.

András: Espero que sim, pai... Ah, preciso te contar uma coisa, mas antes de tudo, espero que não se aborreça.

Kimerul: Já estou ficando aborrecido com essas voltas que você está dando.

András (sério): Eu tive uma conversa com a Emese Angyal.

Kimerul (se exalta): O que houve?

András (Cauteloso): Pai, o senhor tem todo o direito de ficar aborrecido, mas eu precisava entender um pouco mais. Ela falou algo durante a conversa que me deixou totalmente intrigado. Os pais dela não estavam em Budapeste no dia que a mamãe morreu. Eles faleceram antes.

Kimerul: Como não? Isso é totalmente uma história mentirosa que essa garota está te contando.

András: Eu também fiquei pensativo em relação a isso, por isso, tomei a liberdade de fazer algumas pesquisas e descobri que realmente os pais dela já estavam mortos quando a mamãe morreu.

András pega seu telefone e mostra um print da tela de um jornal da época. Na capa, está uma foto em preto e branco dos pais de Emese em trajes elegantes com a seguinte manchete:

“FAMÍLIA ANGYAL EM LUTO: MELÁNIA ANGYAL E KÓRNEL MORREM EM ATENTADO”

Kimerul (estarrecido): Como isso é possível? Eu vi esse crápula matando a sua mãe, foi esse desgraçado... (para em transe) Não é possível

András (curioso): O que foi pai?

Kimerul (se levanta): Nada, eu preciso sair, estou precisando tomar um pouco de ar.

Kimerul sai de cena e András fica ali com um olhar fixo para frente. A CAM dá um close em seu rosto.

András: Preciso descobrir o que realmente aconteceu naquela noite.

Cena 10 – Mansão dos Bartha – Int. – Sala – DIA

Konrad está tomando um conhaque. A CAM dá close em seu rosto que mostra preocupação, ele é acordado do seu transe quando a campainha toca. Ele abre a porta.

Barbara (cínica): Conhaque logo cedo? Já vi que hoje o dia será pesado para você

Konrad: Poupe-me do seu cinismo e fale o que você gostaria?

Barbara: Acho que o mais conveniente seria se eu entrasse primeiro, não acha?

Konrad dá espaço para Barbara passar. Ela senta-se em uma poltrona ao lado do sofá e ele permanece em pé.

Barbara: Ih, não estou gostando nada dessa sua cara, Konrad. Você está totalmente gélido. Aconteceu alguma coisa?

Konrad (seco): Hoje é o dia da votação para decidir quem será o presidente da empresa no lugar da minha mãe. É claro, a Emese se entrometeu em tudo e agora com certeza ela vai vencer.

Barbara: Mas é claro que vai, Konrad. Só que você precisa entender uma coisa: Perder uma batalha é normal, mas você jamais deve se render durante a guerra. O que está te faltando é contra-ataque.

Konrad: O que você quer dizer com isso?

Barbara: A sua querida prima vai te tirar da presidência da empresa, mas você continuará sendo o herdeiro legítimo da sua mãe, ou seja, você detém alguma porcentagem em ações. Ela até pode indicar alguém, mas você ainda faz parte dos sócios. Comece tirando tudo que sua prima mais ama aos poucos.

Konrad: Você está falando da Clínica dela?

Barbara: Claro... Imagina só, se aquele lugar inteiro vira pó... Só de ver o desespero dela, já seria uma grande vitória.

Konrad: Você tem razão.

Barbara: É claro que tenho. Te dei um conselho maravilhoso e nem vou cobrar por ele. Então, quando você estiver lá, já saiba, a presidência não será sua dessa vez, mas haverão outras oportunidades. Cabeça erguida sempre.

Konrad: Obrigado, Barbara. Eu vou acabar com a Emese de uma vez por todas

Close no rosto de Konrad com ódio. Há sonoplastia de fundo que dura até a cena 11.

Angels – Within Temptation


Cena 11 – Ruas de Budapeste

As pessoas estão caminhando, mostra-se carros parados e também em movimento. O céu da cidade de Budapeste está frio. A temperatura está caindo cada vez mais, o inverno vai chegando. É possível ver muita neblina. Corvos tomam conta do céu, fazendo o seu coro agonizante em comum com o instrumental.

Cena 12 – Mansão Angyal – Int. – Quarto de Hóspedes – Manhã

Ilona está arrumando suas malas. Ela pega algumas roupas que Sebestyénne a emprestou e também joga fundo de sua mala.

Ilona: O mais triste de tudo é que eu não posso voltar pra casa pra pegar umas roupas. A primeira coisa que eu vou fazer ao chegar em Malta é comprar roupas novas.

Sebestyénne: Lamento você estar passando por toda essa situação, minha amiga.

Ilona: Eu já deveria estar esperando que o Konrad fosse armar algo contra mim, era só questão de tempo.

Sebestyénne: Mas envolvimento com grupos neonazistas, Ilona? Isso é demais, mesmo sabendo que…

Ilona (interrompe):  Não quero que esse assunto seja debatido aqui dentro. As paredes dessa casa têm ouvido e os funcionários podem espalhar até chegar aos ouvidos da Emese. A última coisa que eu quero que ela descubra é toda a história envolvendo a nossa família.

Sebestyénne: Você acha que o Konrad foi procurado por ele?

Ilona: Com certeza! O Konrad é o elo. Eu devia ter percebido os sinais desde a infância do meu filho! Desde aquela apresentação de figuras históricas na escola que ele foi trajado de Hitler.

Sebestyénne: A Emese precisa saber disso, você não acha?

Neste momento, Emese surge no quarto de supetão e flagra o final da conversa das duas.

Emese(curiosa): O que eu preciso descobrir?

Ilona (corta): Estava falando sobre comprar roupas pra mim no seu cartão sem te avisar, afinal, não tenho dinheiro.

Emese: Não se preocupe, Tia. Eu pedi para o Lorenzo criar uma conta pra você em um banco lá em Malta. Tem uma boa quantia lá, além do mais, estarei fazendo sempre depósitos.

Ilona: Fico grata, minha querida… Mas vem cá, quando é que você vai fisgar o Lorenzo, hein? Ele é um rapaz lindo, charmoso, educado… Você está perdendo tempo, sua boba.

Emese (corada): Pelo amor de Deus, tia! O Lorenzo é meu amigo, eu o considero um verdadeiro irmão.

Ilona: Você já viu alguém namorar inimigo?

Sebestyénne: Eu também acho que vocês dois dariam um ótimo casal, essa casa tá precisando de uma correria de crianças!

Emese (brava): Vocês duas, parou, ok? Não quero ouvir mais essa conversa aqui

Ilona: Tudo bem! Iremos parar. Você conseguiu revogar a decisão do juiz?

Emese: Tia, o juiz não se deu o trabalho de nem verificar o processo direito. Nenhum laudo médico e nem nada, certeza que o Konrad fez algum tipo de acordo com ele.

Ilona (pega os papéis): Ótimo. Esses papéis te dão o direito de nomear qualquer pessoa para a presidência da empresa. Fiquei sabendo que você indicou ao conselho o Diretor Kim, é uma ótima escolha.

Emese (recebe os papéis): Certo! Vai dar tudo certo!

Ilona beija a testa de Emese e Sebestyénne sorri de fundo.

Cena 13 – Rua qualquer de Budapeste – Manhã

Barbara está andando pela rua, observando as vitrines das lojas. Ela senta-se em um banco na calçada e começa a mexer em seu telefone. Uma mulher turca de aproximadamente cinquenta anos se aproxima dela e parece tentar reconhece-la. Barbara percebe

Barbara (desconfiada): Posso te ajuda com algo, minha senhora?

Fatima: Eu te conheço de algum lugar, você não me é estranha. Sua feição, eu lembro de você, mas não consigo descobrir de onde.

Barbara (cínica): Acho que você se enganou, deve ser a idade, claro.

Fatima: Não, eu posso estar velha aos seus olhos, mas eu sei que te conheço de algum lugar

Barbara levanta-se e sai rapidamente, deixando Fatima ali sozinha.

Fatima: Que sentimento estranho. 

Fatima passa a mão no peito em forma de massagem e fica ali olhando Barbara sair.

Cena 14 – Bartha’s Enterprise – Sala de reuniões – Int.  – DIA

A votação para a presidência da Bartha’s Enterprise está acontecendo. Todos os membros do conselho estão votando, a maioria esmagadora decide pela vitória do Diretor Kim. Todos os parabenizam. Konrad permanece sentado em sua cadeira e rindo.

Emese: Gostaria de desejar boa sorte nessa nova jornada ao Diretor Kim... Quer dizer, ao presidente Kim. A partir de agora vamos crescer juntos e deixar a nossa empresa ainda mais próspera. Parabéns, Kim.

Emese abraça Kim. Todos estão parabenizando um a um o novo presidente. Konrad levanta-se e vai parabenizar o Diretor Kim que retribui com um aperto de mão.

Emese: Me surpreendeu, Konrad. Um bom perdedor, aceitou a derrota.

Konrad (deboche): Minha querida, prima, quando eu disse que eu iria acabar com você, eu não estava brincando. É só uma questão de tempo até a Bartha’s ser toda minha. Irei tirar tudo de você, todas as coisas que você mais ama, irão virar pó. Se eu fosse você, teria medo.

Emese (retribui o deboche): Eu não tenho medo de você, Konrad.

Konrad apenas ri e sai de cena como se fosse o verdadeiro vitorioso. Emese fica ali pensativa.

A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penal, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

DENUNCIE!

Fim do Capítulo 4



 

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