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BUDAPESTE - CAPÍTULO 12

 



Budapeste - Capítulo 12

Budapeste – Hungria

Cena 01 – Avenidas de Budapeste - DIA

Barbara está dentro de seu carro, é uma Tracker 2022 na cor preta. No banco do passageiro está Agnes.

Agnes: Estou achando tudo tão monótono. Eu preciso de mais ação.

Barbara: Pode ter certeza que em breve você terá muita ação para poder se preocupar. O Konrad provavelmente já levou o mapa dos locais aonde estarão as dinamites para o senador Fridrich.

Agnes: Espero que isso aconteça o quanto antes, não me sinto confortável atacando o parlamento dessa forma.

Barbara: Em breve nós estaremos no poder desse país. Teremos um Führer e toda essa nação será purificada.

Close nos olhos de Barbara que demonstram ódio. Neste momento, a música “The Mountain - Ennio Morricone” cresce na cena. Agnes vislumbra a imagem de um casal de dois homens.

Agnes (nojo): Olha só aquilo, como podem estar se divertindo tanto? Não é justo.

Barbara: Que tal brincarmos um pouco com eles?

Agnes: E como vamos fazer isso? Vamos simplesmente sequestrá-los?

Barbara: Eu tenho um plano. Se tem uma coisa que o meu treinamento na fazenda fez foi ser uma ótima caçadora. É importante caçá-los como ratos em uma caixinha que estão prontos para serem usados em um experimento...

Cena 02 – Avenidas de Budapeste - DIA

A música completa toda a cena. Barbara desce do carro e Agnes sai em partida com o carro. Barbara vai em direção ao casal que estão sentados num banco.

Barbara: Olá, vocês poderiam me ajudar com uma informação?

HOMEM 1: Claro! No que poderíamos ajudar?

Barbara: Bom, eu não sou de Budapeste, moro em Koszeg. Meu nome é Saynne. Gostaria de saber aonde fica o Castelo de Buda.

HOMEM 2: Se você quiser, nós podemos te mostrar, no nosso roteiro de hoje íamos pra lá.

Barbara: Eu ficaria grata. Eu estou com o carro, minha amiga também está lá, vocês topam uma carona?

HOMEM 1: Claro, por que não?!

CORTA PARA:

Cena 03 – Monster Grill – Int - Dia

Ráchel está deitada no chão com os seios de fora, sua calcinha está nos joelhos. Seu olhar é distante, apenas frio e com lágrimas que saem dos seus olhos sem esboçar nenhuma reação. Do outro lado, está Konrad se vestindo.

Konrad: Bom, acho que eu não preciso te avisar que se contar alguém, te mato, certo?

Ráchel fica intacta no chão e o ignora.

Konrad: Vou considerar isso como uma afirmativa. Anda, se levanta, já já chegarão clientes e o restante dos funcionários, ou você vai querer ser o banquete deles também? (risos com malícia)

Ráchel levanta-se lentamente e recolhe suas vestes, ali, ela veste-se e olha com ódio para Konrad que apenas ri e a ignora.

Konrad: Se eu fosse dizer que gosto você tem, poderia arriscar que seria de morango com uma pitada de molho de amora.

Ráchel termina de se vestir e corre dali ela sai do Monster Grill aos prantos.



Cena 03 – Delegacia – Escritório – Int - Dia

Nala: Já faz um tempo que estou a sua espera, Zóltar. Fiquei sabendo do agito que você fez com os Nazistas e posso confessar? Não poderia estar mais orgulhosa.

Zóltar: Bom, eu como um judeu, não poderia jamais deixar isso acontecer diante dos meus olhos e ficar omisso diante da situação.

Nala: Ótimo, Zóltar. Isso mostra que você tem hombridade e o mais importante: senso do que é certo.

Zóltar: Minha família inteira foi jogada nos campos de concentração, o que estou fazendo não é metade do que esses canalhas merecem.

Nala: Mas não se preocupe quanto a isso, farei tudo que estiver ao meu alcance e colocarei cada um atrás das grades.

Zóltar: Estou grato. Bom, eu vim aqui para te dar algumas informações necessárias, vi que minha equipe te enviou um relatório completo do que tínhamos em mãos, mas há algo que você não sabe.

Nala (intrigada): E o que seria?

Zóltar: O herdeiro da Bartha’s Enterprise é provavelmente um dos membros do grupo neonazista.

Nala (surpresa): O Konrad Bartha?

Zóltar: Exatamente. Informação dada pela própria prima, Emese Angyal (entrega um envelope) Aqui estão informações colhidas pela própria Emese.

Nala: Isso servirá de grande ajuda, no momento não posso utilizar o computador, estou com problemas em tentar acessar as pastas, mas nada que eu não consiga resolver.

Zóltar dá um sorriso.

Cena 04 – Mansão Angyal – Jardim - Noite

Emese está deitada no sofá do jardim. Apesar da noite ter chegado, o céu ainda está alaranjado. Sebestyénne a observa e Emese sente sua presença.

Emese: O que você quer Sebestyénne?

Sebestyénne: Na verdade, eu não queria te incomodar, não sabia se você queria conversar com comigo e também achei que o Gabor ainda estivesse aqui.

Emese: Não, ele precisou sair para resolver umas coisas do casamento. Não estou com raiva de você, Sebestyénne, talvez do mundo.

Sebestyénne: Preciso que entenda que tive que guardar esse segredo, porque foi um pedido da sua mãe e da Ilona.

Emese: Enquanto isso, todo mundo sabia que minha família cometia atrocidades?

Sebestyénne (pondera): Dessa forma você está sendo injusta com a história da sua mãe. A Melánia amava seu pai e nunca permitiu injustiças.

Emese: Mas casou com alguém que tinha o sobrenome podre. Agora entendo, porque nunca me disseram o sobrenome do meu pai e o motivo dele ter usado o Angyal.

Sebestyénne: Seu pai nunca foi conivente com o que aconteceu. Sempre renegou!

Emese (sem paciência): Tudo bem, Sebestyénne. Chega desse assunto.

Sebestyénne: Tudo bem… Você quer que eu prepare alguma coisa para comer?

Emese: Só um suco de pêssego.

Sebestyénne: Irei preparar imediatamente.

A Governanta sai de cena e Emese vai até o jardim e pega um girassol e cheira.

Cena 05 – Galpão – Int - Noite

Os dois jovens estão nus amarrados, cada um está com amordaças na boca, braços e pernas. Agnes está ajoelhada se divertindo vendo o sofrimento deles.

Agnes (rindo): Maricas!

Barbara nesse momento entra, em cena.

Barbara: Estacionei o carro um pouco longe, só pra não levantar suspeitas, por isso eu demorei. Está se divertindo com eles?

Agnes: Até agora não fiz nada de interessante, só uns chutes, mas nada demais. Como podem ser tão trouxas? Além de serem maricas conseguem ser burros.

Barbara (ignora): Tenho algo em mente. Talvez doa um pouquinho, tá meninos? (Ri)

Barbara tira uma faca da cintura, ela se abaixa e segura o rosto de um dos rapazes. Ela crava a faca na testa dele e começa a desenhar algo, o sangue começa a sair e o homem se debate em dor.

Barbara (fria): Segura as pernas dele, senão vai estragar meu desenho.

Agnes com os joelhos se apoia no rapaz que para de se mexer. Barbara continua o desenho. Ela finaliza.

Barbara (orgulhosa): Ótimo! Tenho quase certeza que essa é a minha obra prima.

Close no rosto do garoto, na sua testa o corte profundo é uma suástica. Seus olhos estão revirados em dor.

Agnes: O que vamos fazer com o outro?

Barbara (fria): Corta.

Agnes (sem entender): Cortar o quê?

Barbara (seca): Já que eles adoram homens, então provavelmente querem ser mulherzinhas. Corte o pinto dele fora e depois faça o mesmo com o outro. Finalize o trabalho para sairmos daqui. Tem uma machadinha na mochila.  Estarei esperando do lado de fora.

Barbara sai de cena e Agnes vai até a mochila, ela retira uma machadinha. Os olhos dos rapazes estão com medo e tentando sair se arrastando.

Agnes: Aonde vai? Poxa, eu só estou começando.

Agnes com uma perna abre a do rapaz, ela aponta para a genitália do rapaz

Agnes: Como diria os franceses “Quand on parle du loup, on en voit la queue”. 

Ela levanta a machadinha e a cena corta.

Cena 06 – Apartamento de Otávio – Sala – Int - Noite

Otávio está sentado no sofá e Frank está fazendo cafuné em sua cabeça.

Otávio: Eu estou totalmente estressado com esse desfile, simplesmente não aguento mais. São tantos detalhes pra serem resolvidos.

Frank: Eu tenho certeza que tudo saíra bem.

Otávio: Assim eu espero.

Frank: O Que você acha da gente morar em uma casa um pouco distante daqui? Vai ser bom pra nós dois desacelerar um pouco da rotina da cidade.

Otávio (estranha): Está me convidando pra morar com você?

Frank: Claro! Eu acho que seria uma ótima ideia.

Otávio: Frank, mas a gente tem pouco tempo que estamos juntos, literalmente faz alguns dias (ri)

Frank (levanta-se do sofá): Exatamente! Mas eu acho o momento perfeito pra isso. Nos conhecemos há anos, não seria nada estranho.

Otávio: Mas o que seus pais irão pensar sobre isso?

Frank: Eles não têm que pensar nada. A vida é somente minha. E então? Podemos sair amanhã para ver umas casas, não precisa ser grande, mas precisa ter uma varanda.

Otávio: Eu acho ótimo!

Frank vai até Otávio e o beija carinhosamente.

Cena 07 – Terror Haza – EXT. – NOITE

Emese está na porta do Terror Haza, um segurança está fechando a porta da frente. Ela vai até ele.

Emese: Oi! Eu sei que vocês já estão fechando, mas poderia abrir uma exceção pra mim? Eu gostaria de visitar.

Segurança: Sinto muito, moça, mas já ultrapassamos o horário.

Emese: Eu sei! É só que isso é muito importante pra mim. Por favor! Eu quero ver mais.

O segurança reluta mais acaba deixando-a entrar.

Segurança: Temos dez minutos até a outra equipe de segurança chegar.

Cena 08 – Terror Haza – INT. – NOITE

Emese está deslumbrada e ao mesmo tempo arrepiada.

Emese: Nasci aqui em Budapeste e nunca dei tanta importância a esse lugar.

Segurança: Você não é a única que me diz isso. Infelizmente, o governo húngaro nos últimos anos vem flertando com o fascismo, então cada vez mais o museu vem sendo esquecido.

Emese (indignada): Isso é um absurdo!

Segurança: Pois é! Mas eles gostam desse prédio. Aqui foi a sede do Partido Nazista Húngaro e da ÁVH. Esse edifício é testemunha dos tempos sombrios que pairaram por Budapeste.

Emese (sente): Como pode haver tanto babaca? O pior de tudo é perceber que ainda há gente que compactua com isso tudo!

Eles caminham pelos corredores e o segurança explica cada detalhe das exposições.

Segurança: Esta parte do edifício, explora o período comunista, quando a Hungria foi governada pelo regime soviético. Aqui detalha a repressão política, censura, a vigilância estatal e também as violações dos direitos humanos que ocorreram nesta época.

Emese (observa as fotos): Isso é tão desumano. Olha só essas pessoas. Literalmente tem pessoas rindo com essa desgraça.

Segurança: Sim! Infelizmente isso ainda acontece

Eles estão em outra parte do prédio e chegam ao memorial às vítimas.

Segurança: Nesta sala, tem milhares de nomes escritos nas paredes com o nome das vítimas durante ambos os regimes, tanto o fascista como o comunista.

Emese não segura e cai em choro. O segurança estranha. Ela passa a mão lentamente na parede e chora ainda mais. Ela se ajoelha no chão diante uma parede.

Emese (para si): Me perdoa.

Salgótarján – Hungria

Cena 09 – Fazenda – Escritório – Int. Noite

Domokos está em seu escritório fumando seu charuto. Postado na porta estão dois seguranças, altos, em torno de 1,80m ambos possuem. Eles estão fardados com roupa preta e uma faixa com uma suástica no braço esquerdo.

Domokos: Espero que o Boldizsár traga boas notícias.

O Boldiszár entra na sala e faz uma reverência para Domokos.

Domokos: Achei que você não iria mais aparecer hoje por aqui. Você como um consigliori tem me saído pessimamente.

Boldiszár: Peço perdão. Mas trago boas notícias. Os Nazorine, a família que acabou de montar uma fábrica no oeste do país, aceitou fornecer um local para enviarmos as dinamites para o grupo de Barbara.

Domokos (ri): Os Nozorine aceitaram apenas por mera cordialidade. Estão esperando o momento perfeito para pedir favor. Boldiszár, faça-me um favor.

Boldiszár: Claro, meu Führer, o que o senhor quiser!

Domokos: Envie o armamento e as dinamites pela fazenda dos Nozorine e peça para o Thomas Nozorine vir até aqui. Diga a ele que não aceitarei um “não” como resposta.

Boldiszár assente e faz uma reverencia antes de sair.

Cena 10 – Avenidas de Budapeste – Noite

Emese está sentada em um banco, seus olhos ainda estão marejados. Seu celular toca intensamente, ela olha para a tela inicial e vê uma chamada com o nome “Lorenzo”, ela desliza para desligar. O vento frio da noite faz Emese suspirar. Neste momento, uma jaqueta aparece em suas costas, ela leva um susto e se depara com András.

András(rindo): Acho que só nos encontramos em momentos inoportunos, não é mesmo?

Emese (assustada): Eu estava preparada para reagir.

András (fazendo gesto): Posso sentar ao seu lado?

Emese: Claro, fique à vontade.

András (senta-se): Por qual razão você está a essa hora da noite sentada em um banco?

Emese: Eu não estava querendo ficar em casa. Tem sido um dia difícil.

András: Algo aconteceu? Seu primo fez algo?

Emese: Não, ele não fez nada. É só que... Minha família, tudo sempre foi uma mentira pra mim. Hoje não me sinto parte. Sempre lutei para que o nome da minha família fosse perpetuado, mas todos mentiram pra mim de uma forma como se eu precisasse ser protegida.

András: Eu não estou entendendo. Acredito que se eles não te contaram algo, fora por algum bom motivo, você não acha?

Emese (seca): Não.

András: Bom, estou aqui para te ouvir, caso você queira conversar.

Emese: Eu só quero ficar um pouco fora de órbita, sabe? Esquecer todos esses problemas da minha família por um momento, mas não quero ser covarde e não os enfrentar.

András puxa a cabeça de Emese para perto do seu ombro. Ao encostar, ele acaricia a cabeça de Emese que sente-se confortável.

Emese: Obrigada.

András: Não precisa dizer nada. Apenas pode ficar o tempo que quiser.

A CAM afasta-se dos dois que estão sentados, Emese com a cabeça no ombro de András que está acariciando de leve. O vento leva as folhas que estão ali.

Cena 11 – Casa de Gabor – Sala – Int. Noite

Gabor está deitado no sofá, a televisão está ligada. A campainha toca e ele atordoado vai abrir. Ao abrir, ele se depara com Vencel

Vencel (eufórico): Surpresa!

Gabor (surpreso): Vencel? Meu Deus!

Eles dão um beijo rápido. Entram na casa e se acomodam no sofá.

Gabor: Mas por quê você não me disse que chegaria hoje? Eu teria ido te buscar no aeroporto.

Vencel: Eu pensei nisso, porém quis fazer uma surpresa. Você precisava ver sua cara, foi hilária.

Gabor: Acho que minhas energias estão renovadas.

Vencel (aproxima-se): Espero que esteja mesmo, porque daqui a pouco precisarei que você queime toda essa energia comigo lá no quarto

Gabor: Safado. (corta) Já comeu?

Vencel: Já sim. Eles nos deram um jantar incrível no avião. Estou satisfeito.

Gabor: Ótimo. Bom... Você avisou aos seus pais que estava vindo?

Vencel: Jamais. Se o Senador Fridrich descobrir que estou aqui, ele vai cortar minha cabeça fora.

Gabor: Mas acho que você deveria conversar com a Borbála. Ela esteve há alguns dias na Angyal Alimentos.

Vencel (estranha): E o que ela queria?

Gabor: Ela queria saber se estávamos precisando de alguma coisa para o casamento. Acho que seria melhor você conversar com ela.

Vencel: Minha mãe virou uma estranha a partir do momento em que decidiu ficar do lado daquele merda.

Gabor: Tenta conversar com ela, de verdade. Não gosto dela, mas de qualquer forma, ela é sua mãe.

Vencel: Farei isso depois. Agora quero que você tire minha roupa, porque se tem uma coisa que eu quero agora é transar com você.

Gabor e Vencel se beijam. Ambos tiram a roupa um do outro e ficam despidos e deitam no sofá. Vencel passa a língua em toda a barriga de Gabor que treme e fica com a pele arrepiada, as pernas de ambos se enrijecem. Vencel está sob seu noivo que retribui com um aperto na cintura.

Com um toque delicado, Gabor desliza a mão pelo pescoço de Vencel, seus dedos acariciando suavemente sua pele. Ele fecha os olhos, rendendo-se àquela sensação arrebatadora. Suas mãos entrelaçam-se naturalmente, e seus lábios se encontram em um beijo cheio de paixão e desejo.

 

A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penal, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

DENUNCIE!

 

Fim do capítulo 12



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