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BUDAPESTE - CAPÍTULO 20

 


Budapeste - Capítulo 20

Budapeste – Hungria

Cena 01 – Casa de Barbara – Ext. – Dia.

Agnes olha em volta para se certificar se ninguém a está olhando. Ela retira um grampo de sua bolsa e coloca na fechadura. Após insistir, ela consegue abrir. Com cuidado, ela fecha a porta e vai em direção ao quarto de Barbara

Cena 02 – Casa de Barbara – Quarto. – Int. – Dia.

Agnes abre um closet e começa a sua procura por algo. Na prateleira de cima há uma caixa. Ela retira com cuidado e coloca no chão e começa a abrir. Close na caixa que está cheia de fotos. A vilã pega uma foto que mostra Agnes ao lado de Domokos pequena.

Agnes: Mas quem será?

Ela continua verificando todas as fotos e encontra uma carteira de identidade antiga. Na foto está Barbara com oito anos de idade e seu nome Christina Ayhan. Ao virar a carteira, ela se depara com o local de nascimento: Antália – Turquia.

Agnes (surpresa): Então essa cadela é turca?



Cena 03 – Mansão Angyal – Escritório – Int. – Dia.

Lorenzo e Emese estão no ambiente. Lorenzo está em pé e Emese olhando para o seu jardim.

Emese: Não sei como vou conseguir me reerguer depois desse baque, Lorenzo.

Lorenzo: Eu estarei ao seu lado, não se preocupe, nem que eu mesmo precise levantar madeira por madeira.

Emese: Lorenzo, não sei como agradecer por todos esses anos de lealdade.

Lorenzo: Não precisa agradecer. É o meu trabalho.

Emese: Preciso agradecer, sim. É fundamental que você seja reconhecido por tudo que fez por esta família... Ah, falando nisso, conseguiu descobrir o que minha tia estava fazendo em Roma?

Lorenzo: Infelizmente ainda não tive nada de concreto, mas posso garantir que ela não estava com namorado nenhum.

Emese: Como você sabe disso?

Lorenzo: Ela passou esse tempo inteiro em um hotel e não recebeu visitas de nenhum homem. Pelo contrário, recebeu visitas de uma mulher.

Emese: Uma mulher?

Lorenzo: Exatamente, mas ainda não consegui descobrir quem é.

Emese: Isso está muito estranho, Lorenzo.

Cena 04 – Apartamento de Fatima – Int. – Dia.


A campainha do apartamento de Fátima toca. Ela vai em direção a porta e abre e toma um susto ao ver Gizzela.

Gizzela: Então, quer dizer que você está atrás da Barbara?

Gizzela adentra a sala sem ser convidada, olha ao redor e faz cara de nojo.

Fátima: Eu não te convidei para entrar. Como você me achou aqui?

Gizzela: Por incrível que pareça, não é tão difícil encontrar um verme. Por mais que ele se esconda, sempre dá para encontrá-lo.

Fátima: Se você veio até aqui para me tripudiar, sinto muito, perdeu o seu tempo.

Gizzela: Olha só, vejo que está bem armada. Não demorou muito para colocar as asas de fora, não é mesmo?

Fatima: O Que você quer aqui, Gizzela?

Gizzela: Eu já disse, quero saber o motivo de você estar procurando a minha filha!

Fatima: Ela não é sua filha, Gizzela! Ela é minha! Vocês roubaram! Tiraram quando eu estava fora procurando por algo melhor! Criminosos!

Gizzela: A partir do momento em que você a deixou com a sua avó, ela deixou de ser sua filha. Abandonar uma criança em um bordel?

Fatima: Engraçado você me acusar disso, mas seu marido estava se divertindo com as moças do bordel e outra, eu não abandonei minha filha, estava em busca de melhores condições para criá-la.

Gizzela: A minha vida pessoal não te diz respeito, Fatima.

Fatima: Claro que não. Vocês dois são nojentos. O que os membros do seu grupo fariam se descobrisse toda verdade sobre o passado da Christina? Será se eles iriam aceitar uma turca no grupo? É claro que não.

Gizzela: A Bárbara deixou de ser Christina no dia que saiu da Turquia. Ela agora é de raça pura! Criada com arianos!

Fatima dá um tapa na cara de Gizzela que tenta revidar, mas leva outra bofetada.

Fatima: Você não vai chegar na minha casa e falar essas baboseiras pra cima de mim e achar que irei ficar quieta.

Fatima pega Gizzela pelos cabelos e a arrasta até a porta e a põe para fora.

Gizzela: Você vai me pagar caro por esses tapas, Fatima.

Fatima fecha a porta e senta no chão. Close no rosto dela.

Cena 05 – Cemitério – Int. – Dia.


O cemitério está coberto por uma densa neblina. Os túmulos parecem alinhados e corvos voam silenciosamente sobre as árvores. Uma equipe de exumação está no local, juntamente com a delegada Nala e Severus, enquanto András está perto observando tudo.

Os membros da equipe vestem uma roupa especial de proteção. A exumação começa. András está nervoso, a todo momento ele topa em seu colar que tem um crucifixo.

Nala: Bom, podemos dar início a exumação do corpo de Anita Kovács. Pode prosseguir.

Os corvos observam atentamente o grupo enquanto o Médico Legista abre cuidadosamente o caixão. Ao levantar a tampa, todos ficam surpresos ao encontrar o interior completamente vazio. Música de suspense paira no ar.

András (em choque): O quê? Não há nada?

Severus: Meu Deus.

Os corvos grasnam inquietos, parecendo pressentir algo sinistro. A neblina fica ainda mais densa, envolvendo o grupo com um ar misterioso.

András: Delegada, o que está acontecendo aqui?

Nala: Eu não faço a mínima ideia, András.

Os membros da equipe trocam olhares confusos, incapazes de acreditar no que estão vendo.

MÉDICO: Durante todos esses anos, isso nunca aconteceu.

Severus: O que fazemos agora, Nala?

Nala: Não estou com um bom pressentimento em relação a isso, Severus.

András cai lentamente no chão. Ele está zonzo e desnorteado pelo que acabara de acontecer.


Cena 06 – Hospital de Budapeste – Sala de Cirurgia – Int.

O ANESTESISTA prepara a medicação e começa a administrar a anestesia, enquanto o Cirurgião Principal pega o bisturi e faz uma incisão na pele de Felícia.

A câmera captura a expressão de Felícia que agora está coberta por um campo estéril. A equipe médica trabalha em silêncio, mas com uma urgência perceptível.

A tensão aumenta à medida que surgem complicações inesperadas durante a cirurgia. A equipe médica trabalha rapidamente para resolver cada problema que surge, mas a preocupação fica visível em seus rostos.

CIRURGIÃO PRINCIPAL (gritando): Precisamos de mais sangue aqui! Rápido!

Cena 07 – Hospital de Budapeste – Sala de espera. – Int.

Otávio está com a cabeça no ombro de Frank.  Ambos estão visivelmente cansados. Eles estão com as mãos entrelaçadas.

Frank: Nem nos meus piores sonhos eu imaginei que isso fosse acontecer.

Otávio: Um desastre total, Frank. Minha melhor amiga está lutando pela vida nesse momento e minha carreira foi pelo ralo.

Frank: A Felicia vai ficar bem e sua carreira não foi para o ralo. A polícia vai prender quem fez isso, você pode ter certeza.

Otávio: Frank, várias pessoas morreram e estou me sentindo péssimo com isso. É como se todo o peso das mortes estivesse nos meus ombros.

Frank: Não fica assim, por favor. Eu estou bem aqui e vou te proteger. Vem cá.

Frank puxa Otávio que coloca a cabeça na perna de Frank em repouso. Ele começa a chorar.

Otávio: Que ódio!

Frank: Não chora, Otávio. Olha, eu prometo que nós vamos assistir ao show da sua banda favorita. Vamos tirar uns dias de férias de Budapeste. Podemos casar em outro lugar. Teremos dois filhos, Zoey e Anthel.

Otávio (ri): Nomes horríveis por sinal!

Frank beija a bochecha de Otávio.

Cena 08 – Casa de Barbara – Quarto. – Int. – Dia.

Agnes continua procurando coisas no quarto. Ela olha para o espelho da penteadeira e leva um susto ao ver Barbara parada na porta.

Barbara: Achou o que queria, querida?

Agnes: Barbara?

Barbara: Está surpresa? Achei que essa casa fosse minha, então não estou entendendo o motivo para o espanto. Ah, já sei! Deve ser porque a vadia entrou em um lugar que não podia.

Agnes: O que vai fazer? Me bater? Experimenta! Eu tirei várias fotos! Eu sei que você é turca! Cadela! Sempre pagando de raça superior, mas nunca passou de um rato que nem todos eles!

Barbara: Agnes, eu sinto muito te dizer, mas você mexeu com a pessoa errada e eu achei que isso era óbvio. Sinceramente? Admiro sua coragem, mas faltou um pouco de noção, porque você perdeu a noção do perigo.

Agnes: O Konrad já recebeu essas fotos, otária! A partir de agora você vai comer aqui na minha mão.

Barbara começa a rir. Agnes estranha a reação.

Barbara: Isso não muda nada pra mim, Agnes. A última pessoa que me ameaçou, agora está abaixo de 7 palmos da terra

Barbara retira a arma da cintura e aponta para Agnes que treme. Barbara dispara e o tiro acerta a cabeça de Agnes que cai no chão morta.

Barbara: Viszlát Szuka

Cena 09 – Monster Grill – Int. – Dia.


Nala e Severus entram no Monster Grill e se deparam com apenas um garçom.

Nala: Severus, essa cidade é completamente louca. Em uma noite estamos tendo um atentado e na outra não tem um corpo dentro de um caixão?

Severus: Esse atentado está suspeito pra mim, Nala. Não faz sentido alguém ter saído com tanta facilidade do local.

Nala: O pior, Severus, é que eu estou me sentindo péssima por não conseguir fazer nada. Espera!

Severus: O Que foi?

Nala: O assassino não pode ter saído do local de carro, logo, saiu correndo, porque se tivesse saído de carro, perceberíamos pelo movimento e não daria tempo, ao menos que deixasse o carro do lado de fora da revista.

Severus:  Então quer dizer que o assassino deixou o carro no estacionamento.

Nala: Exato, Severus!

O Garçom se aproxima.

Garçom: Não sei como esse bar está aberto. O senhor Konrad não aparece aqui há dias.

Nala: Eu imaginei que ele não voltaria pra cá, ele não poderia nem receber ajuda dos amigos por aqui.

Garçom: Ah, mas ele tem muitos amigos, bom, pelo menos pareciam ser amigas dele. Sempre vinham duas mulheres aqui.

Severus: Como assim, rapaz?

Garçom: Vinham duas moças sempre. Uma delas se chamava Barbara, a outra não consigo me recordar.

Nala e Severus se entreolham

Cena 10 – Cafeteria – Int. – Dia.

Eva está sentada em uma mesa. Há pouco movimento na cafeteria. A porta ao abrir faz um barulho de sino. Sebestyénne e Ilona chegam ao local e vão direto a mesa. Elas dão um abraço um pouco informal

Ilona: Fiquei extremamente preocupada quando você me ligou e disse que o assunto era diretamente comigo e a Sebestyénne.

Eva: É um motivo para ficar, Ilona.

Sebestyénne: O que aconteceu?

Eva: O Kimerul, como vocês sabem, ele é um grande amigo meu. Sempre tivemos contato, acho que sou a única pessoa que ele confia. Todos os anseios, desejos e outras coisas, sou eu a confidente.

Ilona: Eva, por favor, sem introdução, acho que não é o momento para rodeios.

Eva: O András vai exumar o corpo da Anita.

Sebestyénne e Ilona parecem receber o golpe da notícia e ficam paralisadas em um misto de diversos sentimentos.

Ilona: Isso não pode ser possível, Eva. Se ele fizer isso, vão descobrir tudo.

Sebestyénne: Não posso acreditar! Mas por que isso agora? Com que fundamento ele vai exumar o corpo da Anita?

Eva: Ele disse ao pai que tinha um colar que foi enterrado junto com ela e que queria muito. Não sei como ele conseguiu a proeza de um juíz liberar por um motivo tão fútil.

Ilona: Agora tudo vai por água abaixo de vez

Cena 11 – Jornal – Int – Escritório. – Dia.

Nala entra na sala de Zóltar que a recebe com um grande sorriso. Eles se cumprimentam e o jornalista faz um gesto para a delegada sentar-se

Zóltar: Não estava preparado para te receber

Nala: E você precisa se preparar para me receber, Zóltar?

Zóltar: Mas é claro! Se eu soubesse, eu teria colocado uma roupa melhor, penteado o cabelo, coisas assim.

Nala (ri): você não existe, Zóltar.

Zóltar: Mas a que devo a honra da sua ilustre presença? Acredito que tenha novidades sobre alguma coisa.

Nala: Você tem razão. Adoraria ter vindo para batermos um papo, mas não é o caso. A verdade é que as investigações sobre o grupo têm avançado muito, mas tudo se encaminha para o Konrad, mas é óbvio que ele não é o chefe do grupo. Sabe aquele atropelamento em massa? Foi ele. Já mandei toda a polícia do país atrás dele, mas até agora nada.

Zóltar: Se ele fez isso mesmo, quem garante que não foi ele quem fez o atentado lá na Fame Magazine?

Nala: Isso eu não tenho certeza. Mas de uma coisa eu sei, o carro do assassino está no estacionamento ainda. O Severus vai tentar descobrir qual é.

Zóltar: Estamos vivendo tempos sombrios em Budapeste.

Nala: E algo me diz que isso é só o começo.

Cena 12 – Haras Kovács – Escritório – Dia.

András chega desesperado no escritório. Kimerul tem um rompante da cadeira. Ele vai em direção ao filho que está gélido e ofegante.

Kimerul: O que aconteceu, András?

András: Pai… Não havia corpo no caixão da mamãe. Não tinha nada lá!

Kimerul: Que história é essa, András? Que brincadeira sem graça! Perdeu o juízo?

András: Eu estou falando a verdade, pai! Os restos mortais da mamãe não estavam lá. Pai, alguma coisa está acontecendo!

András tira o celular do bolso e mostra uma foto da galeria. Close na foto que mostra o caixão vazio. Kimerul fica em choque.

Cena 13 – Hospital de Budapeste – Recepção – Int. – Dia.

Frank e Otávio estão sentados à espera de notícias. Um médico vem vagarosamente até eles e está com uma feição séria.

Otávio: E então, doutor, como foi a cirurgia?

MÉDICO: A cirurgia a todo momento teve complicações. Infelizmente um dos tiros atingiu a artéria pulmonar, o que ocasionou em uma hemorragia interna. O sangue se acumulou na cavidade pleural ao redor dos pulmões e infelizmente a paciente não resistiu. Ela veio a óbito.

Frank (surpreso): O quê?

Otávio chora e abraça Frank que o consola. Frank olha em direção ao doutor. Eles começam a chorar juntos, Otavio grita e Frank o abraça forte.

Frank: Doutor, isso não pode ser verdade!

MÉDICO: Lamento, mas fizemos tudo que podíamos.

Otavio segue inconsolável nos braços de Frank que tenta acalma-lo.

Cena 14 – Angyal Alimentos – Auditório – Int. – Dia


O auditório da Angyal Alimentos está lotado. Existem alguns fotógrafos na frente do palco. Os flashs começam a disparar quando se ouve o eco do barulho de sapatos entrando no ambiente. É Emese. Ela se posiciona em frente ao microfone. Todos ficam em silêncio para ouvi-la.

Emese: Bom, não sei por onde começar. Como vocês sabem, o meu melhor amigo e presidente desta empresa, Gabor Farkas, foi brutalmente assassinado por canalhas. Com isso, a empresa Angyal Alimentos está sem presidente. Minha família, especialmente minha mãe, criaram um verdadeiro império e eu nunca quis assumir o que de fato era meu, porque não me via sendo presidente de algo assim. Mas estou aqui hoje para anunciar que: Eu, Emese Angyal, estarei a frente da Angyal Alimentos a partir de agora. Uma nova história será contada e escrita por mim!

Os flashs disparam intensamente em direção a Emese.

A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penal, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

DENUNCIE!

Fim do Capítulo 20



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