BUDAPESTE - CAPÍTULO 28
BUDAPESTE - HUNGRIA
Escrita e criada por: Wanderson Albuquerque
CENA 01 - CSEPEL/BUDAPESTE - NOITE
Pongrác está congelado. Nala, Bence e Severus permanecem ali esperando uma resposta. Do outro lado de dentro do carro, Barbara analisa toda situação e fica apreensiva.
BARBARA - Maldita delegada.
Em outro ponto, Lorenzo e András continuam observando tudo. Um carro preto chega. Emese e Melánia descem do veículo. Lorenzo faz um assovio para elas.
LORENZO - Melánia?
ANDRÁS - A mãe da Emese?
MELÁNIA - Sei que parece meio inusitado, mas estou aqui agora. Qual a situação daquilo.
LORENZO - A delegada Nala chegou, mas até agora não sei o que está acontecendo.
EMESE - Ela foi burra em ter vindo sozinha com eles. Os meus seguranças estão de prontidão, mas dependendo, isso aqui pode virar uma carnificina.
ANDRÁS - Tem um carro ali (aponta). É a Barbara, a filha do Domokos, quer dizer... A filha adotiva dele.
EMESE - Lorenzo, preciso que você e os seguranças se preparem para cercarem o carro dela, caso seja necessário.
LORENZO - Sem problemas.
Lorenzo se abaixa e vai em direção aos seguranças de EMESE.
ANDRÁS - E o que a gente faz?
MELÁNIA - A gente fica aqui e espera qualquer movimento deles.
Do outro ponto do Porto. Nala, Severus e Bence ficam a espera de uma resposta de Pongrác.
NALA - Acho que eu vou ter que repetir novamente a pergunta? Temos autorização para fazer uma vasculha em todos os contêineres dessa carga.
Pongrác reage e começa a correr.
NALA - MERDA!
Eles correm atrás de Pongrác e outros homens surgem e começam a disparar tiros em direção de Nala e os policiais. Eles se escondem.
NALA - Preparem-se para revidar. Não quero mortos! Mas se for preciso, atirem para matar!
Severus e Bence assentem e começam a revidar os tiros. Nala atira e o disparo pega em um dos bandidos.
Os disparos continuam e Barbara do seu carro pega um revólver. Ela abre a janela do seu carro e começa a proferir disparos. Lorenzo de longe atira e fura os pneus do carro.
BARBARA - Que merda! Mil vezes merda!
DO OUTRO PONTO.
MELÁNIA - A gente precisa fazer alguma coisa! Não podemos deixar aquele homem escapar.
ANDRÁS - Vocês acham que o Lorenzo vai ficar bem?
EMESE - Sim, mas não queria que ele ficasse nessa.
ANDRÁS - Vamos para o carro, eu dirijo e pegamos o cara.
Eles entram no carro e cortam pneu em direção a Pongrác que já está em seu carro também.
DO OUTRO PONTO:
Barbara desce do seu carro abaixada e continua atirando em direção a Lorenzo. Os seguranças começam a atirar e disparos constantes são ouvidos.
BARBARA - Tenho que sair daqui imediatamente.
CENA 02 - AVENIDAS DE BUDAPESTE - NOITE
Uma perseguição está acontecendo. O Carro de Pongrác vai desviando dos carros e András consegue fazer o mesmo.
ANDRÁS - Se segurem. Vou acelerar ainda mais.
A perseguição continua. Buzinas são ouvidas em resposta as ultrapassagens. O carro de András faz uma ultrapassagem no meio de dois caminhões. Pongrác se desespera ao ver o carro que continua seguindo.
EMESE - Já sei o que vou fazer.
Emese baixa o vidro do seu carro e pega uma arma de sua cintura e começa a atirar em direção ao carro de Pongrác.
ANDRÁS - Mas o que é isso, Emese?
MELÁNIA - Presta atenção na via, rapaz.
Os disparos continuam e Emese acerta o pneu dianteiro do carro de Pongrác que sente o impacto e começa a fazer zig zag na avenida até bater no canteiro da avenida. András freia o carro bruscamente. Eles descem e vão até o carro de Pongrác que está meio zonzo. Emese aponta a arma em direção a ele.
PONGRÁC - Você é da policia?
EMESE - Não, eu sou pior. Agora desce do carro.
CENA 03 - CSEPEL/BUDAPESTE - EXT. - NOITE
Nala atinge mais um dos homens, dessa vez, o tiro pega na perna do mesmo que cai. Severus atinge um que devolve um tiro e pega de raspão no braço.
NALA - Você está bem, Severus?
SEVERUS - Estou! Pegou apenas de raspão. Continue atirando.
Os disparos recomeçam.
DO OUTRO PONTO:
Barbara atira em direção a Lorenzo que consegue escapar, mas revida os tiros. Ela está atrás do carro abaixada.
BARBARA - Preciso sair daqui o quanto antes! Maldita Emese Angyal.
LORENZO (GRITA) - Acabou pra você, Barbara!
Barbara congela ao ouvir seu nome saindo da boca de Lorenzo.
BARBARA - Como ele sabe meu nome? Merda...
Ela se abaixa e vai para outro lugar tentando escapar dos disparos.
DO OUTRO PONTO
Nala atinge mais um que cai no chão. Ela avança e segue fazendo disparos. O restante dos homens correm.
NALA - Droga.
Ela vai em direção até Severus que está caído no chão.
SEVERUS - Eu estou bem, não se preocupe. O tiro pegou apenas de leve.
NALA - Ótimo. Fiquei preocupada. Bence, você está bem?
BENCE - Por aqui, sim. Acho que eles fugiram. Perdemos o homem que era o responsável.
NALA - Mas temos a carga. Vou pedir reforço e apreender todo o contêiner.
CENA 04 - RUA QUALQUER - NOITE
Barbara corre, sempre olhando para trás. Lorenzo e os seguranças seguem.
LORENZO - Pare aí, Barbara!
BARBARA - Seus merdas!!!!
Eles continuam correndo. Barbara entra em um beco e se esconde atrás de uma lata de lixo. Lorenzo para em frente a entrada do beco.
LORENZO - Não vai ser agora, mas ainda vou te pegar, Barbara.
Ele dá meia volta e ela fica ali parada com um olhar de fúria.
CENA 05 - CSEPEL/BUDAPESTE - NOITE
Neste momento, há diversos carros da polícia. Um conteiner vermelho está aberto e dentro dele, há diversas caixas de madeira que estão com armas de todos os tipos.
NALA - Atenção! Essa carga está apreendida. Quero que levem imediatamente para base do Exército.
SEVERUS - Para a base do exército?
NALA - Não faz sentido termos todo esse arsenal dentro da delegacia. Ainda acredito que iremos sofrer algum tipo de atentado dentro da delegacia. Ter esse essas armas apreendidas lá, nos deixaria em risco.
BENCE - Entendemos! Iremos escoltar o caminhão.
NALA - Ótimo.
Um homem alto, cabelos grisalhos, por volta de 60 anos aparece e vai em direção a Nala. Ele está vestido com o uniforme do exército. Nala se surpreende e faz uma continência a ele.
NALA - GENERAL Hénrik!
GEN. HÉNRIK - Não precisa de tanta formalidade, delegada. Fiz questão de vir pessoalmente até aqui.
NALA - Obrigada. Eu não teria entrado em contato se não fosse realmente muito importante.
GEN. HÉNRIK - Então... Quer dizer que essa carga toda foi apreendida hoje?
NALA - Sim. Recebemos uma denúncia anonima e viemos o mais rápido possível até aqui.
GEN HÉNRIK - Você fez um ótimo trabalho. Está tudo bem?
NALA - Sim. Apenas um dos meus foi atingido de raspão no braço.
GEN. HÉNRIK - Certo.
O General se retira e Nala faz novamente a continência.
BENCE - Você conhece o general?
NALA - Ele é o meu pai.
CENA 06 - AVENIDAS DE BUDAPESTE - NOITE
Emese permanece com a arma apontada para Pongrác que ainda continua zonzo e com um corte na testa.
ANDRÁS - O que nós vamos fazer com ele?
EMESE - Temos que esperar alguém chegar.
MELÁNIA - Não podemos ficar aqui. A essa hora, já sabem que a carga foi apreendida e devem estar atrás dele.
EMESE - Já enviei mensagem para o Lorenzo. Ele vai saber o que fazer.
PONGRÁC (RI) - Você acha mesmo que vão conseguir vencer ele?
EMESE - Não tenha dúvidas que isso vai acontecer e vou fazer questão de que todos vocês peguem prisão perpétua.
PONGRÁC - Se vocês conseguirem isso, será uma verdadeira proeza.
EMESE - Estou aqui pronta para acabar com ele.
MELÁNIA - Ele deveria ficar preocupado com o que vai acontecer com ele. Eu serei o pior pesadelo da vida dele.
ANDRÁS - Precisamos sair daqui, Emese. Não podemos ficar aqui.
CENA 07 - HOTEL - QUARTO - INT. - NOITE
Gizzela surge de camisola no quarto. Domokos pega uma tesoura e começa a rasgar toda a cama e também travesseiros em um ataque de fúria.
DOMOKOS - Aquela filha da puta!
GIZZELA - O que aconteceu?
DOMOKOS - A Melánia voltou de forma triunfal, Gizzela. Ela e a filha vadia dela conseguiram pegar a carga das armas com a ajuda daquela puta da delegada.
GIZZELA - Meu Deus, Domokos... Isso é péssimo.
DOMOKOS - É horrivel, Gizzela. Se eles conseguirem tirar informações do Pongrác, definitivamente acabou pra nós.
GIZZELA - Mas não vamos nos render tão fácil assim!
DOMOKOS - Não estou entendendo. Era você que estava querendo fugir...
GIZZELA - Isso era antes de perceber o quanto odeio aquela vagabunda da Melánia.
DOMOKOS - Chegou a hora de acabar com ela o quanto antes. Se ela achou que iria voltar e ficar tranquilo, ela vai cair do cavalo.
CENA 08 - JORNAL - ESCRITÓRIO - INT. - NOITE
Zóltar está sentado em sua cadeira, ele vislumbra a visão de Budapeste da sua janela. Zaco adentra a sala.
ZACO - Zóltar, parece que aconteceu alguma coisa em CSEPEL
ZÓLTAR - Como assim?
ZACO - Não sei explicar ao certo, mas moradores da região relataram diversos disparos de tiros no porto.
ZÓLTAR - Tente descobrir o que aconteceu.
ZACO - Se a Iranka e o István estivessem aqui, seria tudo diferente. Eu não sou repórter criminal.
ZÓLTAR - Acredite em mim, Zaco, quando eles voltarem, irão parar Budapeste
ZACO - Eles irão voltar?
ZÓLTAR - É claro. Mas não agora.
Zaco fica ali sem entender e sai da sala.
CENA 09 - CASA DE BARBARA - BANHEIRO - INT.
Barbara entra no banheiro rapidamente. Ela fica nua e a nudez é explicita. A vilã entra no box do chuveiro.
BARBARA - Emese Angyal, você irá pagar pelo que fez.
A água cai em seu corpo e ela fica ali parada sentindo somente cair em sua pele.
CENA 10 - AVENIDA DE BUDAPESTE - NOITE
Emese continua com a arma apontada para a cabeça de Pongrác que está meio zonzo ainda. Um carro da policia é visto chegando ao local. Severus e Bence descem rapidamente.
SEVERUS - Obrigado por terem ido atrás dele.
BENCE - Por um momento, achamos que toda a operação tinha ido por água abaixo.
EMESE - Ele está bem, só está com um corte na testa, mas parece ser mais superficial do que qualquer outra.
PONGRÁC - Só um pouco zonzo, mas já estou preparado para ser arrebatado.
Severus puxa Pongrác com cuidado e o algema. Ele coloca Pongrác no porta-malas.
ANDRÁS - Aonde está a delegada?
SEVERUS - Ela precisou acompanhar a carga das armas.
EMESE - Obrigada.
Emese, András e Melánia entram no carro e se despedem de Severus e Bence.
AMANHECE O DIA EM BUDAPESTE
CENA 11 - MANSÃO ANGYAL - QUARTO DE EMESE - INT. - DIA.
Emese está deitada em sua cama e Melánia está ao lado da janela. Emese acorda aos poucos.
EMESE - Mãe...
MELÁNIA - Não consegui dormir. Eu passei o resto da noite preocupada com essa situação inteira.
EMESE - Ainda deve ser muito pesado estar por aqui, não é?
MELÁNIA - Não tenha dúvidas, mas quero derrotar o Domokos para que isso acabe logo.
EMESE - Eu vou pegar hoje mesmo com a contabilidade o livro caixa com as transferências que o Domokos fez durante a época que ele era diretor da Angyal Alimentos.
MELÁNIA - Ótima ideia, Emese.
Ilona adentra o quarto.
ILONA - Meninas, fui falar com o Konrad ontem a noite. Acho que agora vamos conseguir pegar o Domokos.
MELÁNIA - Como?
ILONA - Ele disse que tem um laptop que está guardado nos armários do metrô e segundo ele, há provas que podem derrubar o grupo inteiro.
EMESE - Vou me arrumar imediatamente para irmos até lá.
ILONA - Acho que seria melhor você conversar com o Lorenzo primeiro. Ele chegou agora e está aos trapos.
MELÁNIA - Acho que esse rapaz gosta de você, minha filha. Você deveria dar uma chance a ele.
Emese fica pensativa.
CENA 12 - VAROSLIGET - INT. - DIA.
Frank e Otávio caminham por uma parte que há pedras pequenas no chão. O dia está gélido. Eles estão agasalhados.
FRANK - Preciso ir para a empresa.
OTÁVIO - Acho que vou tomar um café.
FRANK - Certeza que vai ficar bem?
OTÁVIO - Absoluta. Também preciso ficar um pouco sozinho.
FRANK - Tudo bem. Se você precisar de qualquer coisa, me ligue imediatamente.
OTÁVIO - Vai ficar tudo bem, Otávio, sério. Vai ser bom sair para espairecer um pouco a cabeça.
FRANK - Vamos marcar uma viagem.
OTÁVIO - Não vamos pensar nisso agora, por favor. Vai para o trabalho que eu sei que já está atrasado.
Frank beija a testa de Otávio e sai. Otávio senta-se em um banco e coloca seus fones e começa a ouvir uma música. Ele olha as folhas caindo no chão e a neblina que aparece aos poucos.
CENA 12 - MANSÃO ANGYAL - QUARTO DE LORENZO - INT. - DIA
Lorenzo está sem camisa. Há um corte em seu braço. Ele passa os dedos pelo corte e sente um pouco de desconforto. Emese entra no quarto.
EMESE - O que foi isso?
LORENZO - Relaxa, não foi nada. É apenas um corte, ele é mais superficial. Acho que não precisarei levar ponto.
EMESE - Mas é um corte feio, Lorenzo.
LORENZO - Você pode passar álcool pra mim?
Emese pega o álcool que está na cômoda e despeja no algodão. Ela passa no local do corte e Lorenzo apenas olha sem demonstrar nenhum tipo de dor.
EMESE - Me desculpa não ter vindo até aqui pra saber como você estava. Às vezes sinto que trato você como funcionário somente...
LORENZO - Emese... Esse é o problema. Eu não quero que você me veja como um funcionário e nem como um amigo.
EMESE - Acho que já entendi... Lorenzo, eu não sei como agir diante dessa situação.
LORENZO - Eu entendo, talvez você goste do András e eu respeito isso.
EMESE - Do András? Não! No começo, eu até achei que sim, mas hoje, não.
LORENZO - Achei que você gostava dele..
EMESE - Eu nunca cheguei a gostar de ninguém depois do meu último namorado, também não tive muito tempo para pensar nisso.
LORENZO - Te entendo.
EMESE - Lorenzo, me desculpe pelo que eu vou fazer agora.
Emese beija Lorenzo que retribui. Eles saem do beijo ofegante.
LORENZO - Se eu não aceitar as desculpas, eu ganho um outro beijo?
Emese ri e beija Lorenzo novamente.
A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penal, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
DENUNCIE!
FIM DO CAPÍTULO 28
Obrigado pelo seu comentário!