JANA
LAURA
GIOVANA
PAULO
RAIMUNDA
REBECA
RAVENA
BEATRIZ
MARIA
PANDORA
DARLAN
RAUL
KIRA
VANESSA
JÚNIOR
CENA 01/ INT/
CAMPA/ SALA DE GIOVANA/ DIA
Kira pede desculpas, falando que agiu por
impulso e acabei me empolgando. Giovana sem graça, fala que está tudo bem. Kira
pede desculpas e se despede, pois passou por lá mesmo só para entregar o
presente e fazer o convite. Ela que tem que ir pra casa, pois iria se preparar
para receber as amigas mais tarde. Ela se despede falando que aguarda Giovana
mais tarde.
Depois do momento intenso, Kira percebe a
tensão no ar.
KIRA
(se desculpando)
- Me desculpe. Agi por impulso e
acabei me empolgando demais.
GIOVANA
(sorrindo timidamente)
- Tá tudo bem.
KIRA
(se despedindo)
- Bem, eu passei aqui apenas para
entregar o presente e fazer o convite. Preciso ir pra casa me preparar pra
receber cês mais tarde.
KIRA
(sorrindo)
- Lhe aguardo lá, viu?
GIOVANA
(atenciosa)
- Estarei lá. Até mais tarde.
Kira se afasta e sai da sala, deixando Giovana
com uma mistura de emoções após o episódio inesperado.
CENA 02/ EXT/
COLÉGIO CENTRAL/ DIA
Pandora está parada em frente ao colégio,
concentrada em seu celular enquanto busca um carro de aplicativo, Maria se
aproxima.
MARIA
- Oi!
PANDORA
(sorrindo)
- Oi, Maria.
Maria olha para o grafite no muro do colégio,
admirando o trabalho.
MARIA
(entusiasmada)
- Cê finalmente terminou o grafite?
Pandora confirma com um aceno de cabeça.
PANDORA
(orgulhosa)
- Sim, terminei. O que cê achou?
Maria elogia, impressionada.
MARIA
(sorrindo)
- Ficou perfeito, viu nega? Cê é
incrível nisso.
Pandora se sente grata pelas palavras de Maria,
mas logo muda de assunto, preocupada com a amiga.
PANDORA
(preocupada)
- Como cê tá?
Maria hesita por um momento e depois suspira.
MARIA
- Tô bem. Desculpe, viu
Pandora? Naquele dia acho que não lhe
tratei muito bem. Mas é que eu não tava nos meus melhores dias.
Pandora sorri calorosamente e se aproxima de
Maria.
PANDORA
(sincera)
- Não precisa pedir desculpas, eu
te entendo. Eu fiquei muito preocupada com você, sem saber como te ajudar.
Maria olha nos olhos de Pandora e aprecia a
sinceridade em suas palavras.
MARIA
(agradecida)
- Só estava passando por um momento
pessoal difícil, coisas minhas. Mas agora tá tudo bem.
PANDORA
- Maria, eu não quero ser invasiva.
Mas é importante que cê entenda, que gosto muito de você, e que pode contar
comigo sempre. Se algo estiver errado, eu quero te ajudar.
Nesse momento, o carro de Paulo se aproxima.
MARIA
(educada)
- Meu pai chegou, preciso ir.
Depois a gente se fala.
Após a saída de Maria e Paulo, Darlan se
aproxima de Pandora, intrigado.
DARLAN
- Esse cara é muito estranho, véi.
Pandora suspira e olha para Darlan também
intrigada.
CENA 03/ INT/
CLÍNICA BIO IN VITRO/ SALA DA BEATRIZ/ TARDE
Beatriz está sentada atrás de sua mesa e Jana
sentada em frente.
BEATRIZ
(agitada)
- Aconteceu Jana, cê não tem noção,
viu? A gente foi no café aqui na frente. Ele com uma ideia estapafúrdia
querendo que eu complicasse o processo de tratamento da mulher dele. Ao invés
de ajudar ela a engravidar, ele queria que eu dificultasse pra que ela não
engravidasse. Cê que acha?
JANA
(abismada)
- Seria bem antiético, né?
BEATRIZ
- Pois não é, menina? Isso me deixou arretada, falei um monte de
coisa pra ele, e sair indignada do café. Mas aí ele foi atrás de mim, né?
Discussão vai, discussão vem, quando me dei conta estava nos braços daquele homem...
E que braços, que pegada massa!
JANA
(curiosa)
- Mas venha cá doutora, me diga uma
coisa. Ficou só no beijo, foi?
BEATRIZ
(sorrindo maliciosamente)
- E cê acha que sou mulher de ficar
só no beijo, Jana? Sabe esse motel que tem ali na rua de baixo? Pois é, a gente
foi lá fazer uma visita.
JANA
- Dra. Beatriz, não perdeu o flashback, hein?
BEATRIZ
- Pior que agora tô aqui toda
avexada, né Jana? Oxente, Fátima é minha paciente. Como vou lidar com isso
agora?
JANA
- Verdade, aí a coisa já é tão bacana
assim... Mas não tem que ficar avexada, foi só uma vez. Pensa, tanto tempo sem
se ver, é natural acender aquela labareda no reencontro.
BEATRIZ
- Cê tá certa, né? Agora tenho que
resistir a tentação porque isso não pode acontecer de novo.
JANA
- Mas diga cá, doutora. A senhora
vai resistir ao bonitão?
BEATRIZ
- Olhe, a tentação vai ser grande,
não sabe?
As duas riem com a situação.
CENA 04/ INT/
CAMPA/ TARDE
Giovana e Maria estão sentadas em um espaço
tranquilo do CAMPA, aproveitando a tarde juntas. Giovana olha carinhosamente
para Maria e decide fazer uma pergunta.
GIOVANA
(curiosa)
- Maria, cê gosta muito daquela
menina Pandora, né mesmo?
MARIA
(sorrindo)
- Sim titia. Pandora é a única
amiga que tenho ali naquele colégio.
GIOVANA
(persistente)
- Mas é só isso, né? Ou rola algo a
mais entre cês duas?
MARIA
(confusa)
- Oxe, tô lhe entendendo não minha
tia. Porque a senhora tá me perguntando isso?
GIOVANA
(sorrindo)
- Não é nada, minha linda. Bestagem
minha.
Maria fica pensativa sobre a pergunta de Giovana.
CENA 05/ INT/
IGREJA CAJADO DA FÉ/ NOITE
Moisés está em pé no púlpito da igreja, com uma
bíblia aberta em suas mãos. Ele prega com fervor. Os fiéis estão sentados em
seus bancos, ouvindo atentamente as palavras do pastor.
MOISÉS
- Meus irmãos e irmãs, assim como
Moisés confiou em Deus e o mar se abriu, eu lhes peço que confiem em Deus e
abram seus corações para a bênção do dízimo.
(levantando a bíblia)
- A palavra de Deus diz em
Malaquias, tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em
minha casa. Ponham-me à prova.
Enquanto Moisés continua a pregar, Vanessa
cutuca Rebeca, que está sentada ao seu lado.
VANESSA
(sussurrando)
- Diga aí, Rebeca. Que cê acha da gente sair agora?
REBECA
- Mas o culto ainda nem acabou!
VANESSA
- Melhor hora é agora, não sabe? Vamos
aproveitar que todos vão se levantar pra louvar e deixar o dinheiro na cestinha.
Rebeca pensa por um momento, mas acaba
concordando com a ideia de Vanessa. As duas se levantam silenciosamente e se
dirigem à porta lateral da igreja.
CENA 06/ INT/
APT DA KIRA/ NOITE
O apartamento de Kira é moderno e acolhedor,
com uma decoração elegante. A iluminação é suave, criando uma atmosfera
agradável para a noite. Na sala de estar, Laura, Ravena e Pandora estão
sentadas em sofás, conversando e se divertindo. Kira está em pé servindo uns drinks.
LAURA
(curiosa)
- Que isso?
KIRA
(sorrindo)
- É um drink feito com Gyn. Mas tá
fraco, se preocupe não.
RAVENA
(brincando)
- Se ficar bêbada a gente cuida de
você, meu amor.
LAURA
(rindo)
- Ave Maria, quero ficar bêbada
não.
Kira pega um copo e entrega para Pandora.
KIRA
- Esse aqui fiz com soda, Pandora.
Tem álcool não.
Nesse momento, a campainha toca, interrompendo
a conversa.
KIRA
(animada)
- Deve ser Giovana, vou lá.
Kira vai até a porta e abre com um sorriso
apaixonado ao ver que é Giovana.
KIRA
(entusiasmada)
- Que bom que cê veio! Fiquei
preocupada, pensando que não fosse vim.
Kira abre os braços e abraça calorosamente
Giovana, que sorri e retribui o abraço.
GIOVANA
(feliz)
- Eu disse que vinha, não foi?
KIRA
- Foi, mas tem Raul, né? Cê tá
linda! Entre, entre! As meninas já chegaram.
Giovana entra no apartamento e é recebida com
entusiasmo por Laura, Ravena e Pandora, que se levantam para cumprimentá-la com
sorrisos calorosos.
CENA 07/ INT/
CIRCO/ NOITE
Vanessa e Rebeca entram no circo e encontram
seus lugares nas arquibancadas.
VANESSA
- Vem Rebeca, aqui tá bom.
REBECA
(empolgada)
- Olha lá Vanessa, tô vendo o
pirulito de Júnior.
VANESSA
(assustada)
- É o quê menina? Oxe Rebeca, ó, o
jeito que cê fala! Fiquei aqui pensando foi outra coisa.
REBECA
- Tô lhe mostrando é Júnior. Cê
pensou foi o quê?
VANESSA
- Te aquieta, vamos prestar
atenção.
No picadeiro, Júnior, vestido de palhaço
Pirulito, começa a fazer suas palhaçadas, arrancando risadas da plateia e
fazendo Rebeca admirar sua habilidade e humor.
JÚNIOR (PIRULITO)
(encantando a plateia)
- Ei, ei, ei! Quem tá pronto para
se divertir esta noite? (faz uma careta
engraçada)
- Pirulito tá aqui pra fazer cês
rirem muito!
O espetáculo continua com os palhaços
realizando suas travessuras e todos dando risada. Em seguida, os acrobatas
entram em ação, realizando suas incríveis performances que deixam todos os
presentes impressionados.
CENA 08/ INT/
APT DA KIRA/ NOITE
Pandora se aproxima de Giovana e, em um tom de
preocupação, começa a conversar sobre Maria.
PANDORA
- Oi!
GIOVANA
(sorrindo)
- E aí minha linda! Deve tá se
sentindo perdida aqui, né? Todo mundo mais velha, só você de adolescente.
PANDORA
- Nem ligo, já tô acostumada a sair
com as amigas de minhas mães... Giovana, como que é a relação de Maria com o
pai dela?
GIOVANA
(confusa)
- Ah Pandora, os dois tem uma
relação muito boa. Paulo sempre cuidou muito bem de Maria. Sempre foi aquele
pai presente, participativo. Mas porque desta pergunta?
Pandora hesita por um momento e então
compartilha suas preocupações.
PANDORA
(pensativa)
- É que eu acho estranho o jeito
como ele a busca na escola, sabe? Parece que ela fica desconfortável quando ele
tá por perto. E outro dia eu a vi chorando, mas ela não quis me dizer o motivo.
Sei lá, parecia que tinha algo muito sério acontecendo.
Giovana se mostra preocupada com o que Pandora
está contando.
GIOVANA
(séria)
- É, Jana havia me falado mesmo que
de uns tempos pra cá Maria tem implicado muito com Paulo. Vou conversar com
Maria e descobrir o que tá acontecendo.
Pandora suspira aliviada e agradece a
compreensão de Giovana.
PANDORA
(grata)
- Só tô te contando isso porque tô
realmente preocupada com ela. Maria é tão fechada, às vezes fica difícil saber
o que se passa.
GIOVANA
(observando Pandora)
- Cê gosta muito dela, né?
PANDORA
- Demais, cê não tem noção.
Giovana fica intrigada diante da declaração de
Pandora. Enquanto isso, do outro lado da sala, Ravena observa a conversa entre
Giovana e Pandora. Ela se vira para Laura e faz um comentário.
RAVENA
(discretamente)
- Olhe ali, Giovana e Pandora no
maior papinho. Te digo uma coisa, viu Laura? Se Giovana falar algo pra Pandora,
não vou lhe perdoar.
Nesse momento Kira chega com uma bandeja com
guloseimas, mini sanduíches gourmet, salgados, petiscos.
KIRA
- Voltei! Vamos comer, pois não dá
pra ficar só bebendo não.
CENA 09/ INT/
CASA DA JANA/ SALA DE JANTAR/ NOITE
A família está reunida na sala de jantar,
desfrutando do jantar.
JANA
- Painho tá querendo se separar de
Eliete, sinceramente dou o maior apoio.
PAULO
(interessado)
- Que foi agora?
JANA
(explicando)
- Painho tá aguentado Eliete mais
não. Ela tá cada vez mais obcecada e
fanática. Agora deu pra vender as coisas dentro de casa, dizendo que sonhou que
Deus mandou ela fazer isso, fazer aquilo. Tá barril, viu nego? Até falei que se
painho quisesse poderia ficar aqui por um tempo.
Enquanto conversam, Maria se levanta da mesa e
começa a recolher alguns pratos para lavar.
JANA
- Oh meu amor, pode deixar aí,
mainha leva depois.
MARIA
- Me custa nada não, minha mãe.
Maria se dirige à cozinha e começa a lavar a
louça. Paulo a segue de perto, trazendo mais pratos sujos. Maria se sente
desconfortável com a proximidade de Paulo enquanto está na pia. Ele se aproxima
ainda mais quando coloca os pratos na pia, olhando-a com desejo. Maria, visivelmente
amedrontada, o olha de volta. Finalmente, Paulo volta para a sala, e Maria fica
na cozinha, lavando as louças com uma expressão assustada no rosto.
CENA 10/ INT/
CIRCO/ NOITE
Enquanto se apresentam, Júnior nota Rebeca
sentada ao longe e decide se aproximar dela. Com um sorriso no rosto, ele tira
uma flor artificial de dentro do paletó e, entrega a Rebeca.
JÚNIOR (PIRULITO)
(brincalhão)
- Um presente do palhaço Pirulito
para alegrar ainda mais sua noite!
Um jato de água é disparado, causando surpresa
e risos.
REBECA
- Vala me Deus! Que me matar do
coração, homem?
JÚNIOR (PIRULITO)
- Obrigado por vocês ter vindo.
Com um sorriso, Júnior retorna ao picadeiro.
VANESSA
- Sei não, viu? Mas acho que esse
palhaço tá arrastando a asinha pro cê.
REBECA
(abismada)
- Oxente, e ele tem asa? Nem
reparei Vanessa. Será que ele consegue voar? É, porque as galinhas tem asas mas
não voa.
VANESSA
(revirando os olhos)
- As vezes eu esqueço que seus neurônios não funciona direito, Rebeca.
CENA 11/ INT/
APT DA KIRA/ NOITE
Ravena, Pandora e Laura estão prontas para ir
embora, agradecendo Kira pela recepção.
RAVENA
- Muito obrigada por tudo, estava
tudo perfeito.
KIRA
- Ah, que pena que cês tão indo
embora. Ainda tá cedo.
RAVENA
- Que cedo, mulher? Amanhã
acordamos cedo.
KIRA
(sorrindo)
- E você Pandora, curtiu?
PANDORA
- Tudo perfeito. Eu quero que você
me ensina depois a fazer aquele drink sem álcool.
KIRA
- Muito fácil, lhe ensino sim.
Laura se aproxima de Giovana em particular, e
elas trocam algumas palavras.
GIOVANA
- Não deixe de procurar sua mãe,
Laura. Ela vai ficar louca ao lhe ver. A bichinha tá tão desconsolada por não
ter notícias sua.
LAURA
- Cê tá certinha. Ela não tem culpa
do que rolou entre eu e meu pai. O erro de mainha sempre foi ser submissa
demais aquele homem.
RAVENA
(chamando)
- Bora meu bem!
As três se despedem e saem do apartamento,
deixando Kira e Giovana a sós. Giovana olha ao redor, apreciando a decoração do
apartamento de Kira.
GIOVANA
(sorrindo)
- Essa social foi ótima, adorei
tudo. Cê como sempre, incrível. Foi
muito bom rever Laura, Ravena... Colocar o papo em dias.
Kira, com um olhar cúmplice, responde.
KIRA
(sorrindo)
- Também gostei. Mas, para ser sincera,
estava torcendo para que elas fossem embora logo. Queria ficar a sós com cê.
Giovana fica um pouco sem graça com a revelação
de Kira.
GIOVANA
(com um sorriso tímido)
- A noite tá realmente agradável,
Kira, mas eu também preciso ir embora.
Kira fica desapontada e lamenta.
KIRA
(entristecida)
- Ah não, que isso? Pensei que cê
fosse dormir aqui comigo.
GIOVANA
(lembrando)
- Oh Kira, cê não esqueceu que sou
uma mulher casada, né?
Kira suspira, parecendo derrotada.
KIRA
(resignada)
- Tento esquecer, mas cê me lembra
disso o tempo todo.
Kira, com pesar, se despede de Giovana.
GIOVANA
(com carinho)
- Realmente, eu preciso ir. Cê é um
amor, cuide-se.
Kira acompanha Giovana até a porta, e elas se
despedem com um abraço caloroso. Após a saída de Giovana, Kira fecha a porta e
fica parada, respirando fundo e pensando em Giovana, uma mistura de emoções e
desejos preenchendo seu coração.
CENA 12/
EXT/ PLANO GERAL
A cena
começa com uma vista aérea noturna de Salvador, mostrando a cidade iluminada
pelas luzes da noite. Gradualmente, a CAM desce suavemente, revelando as
paisagens noturnas da cidade, desde o Pelourinho até as praias e os bairros
históricos. Enquanto a cena avança para o dia, a CAM se move de maneira fluída
e natural, capturando as paisagens à medida que a luz do sol começa a surgir no
horizonte. Ela passa pelas praias, ruas históricas, parques e mirantes,
proporcionando uma visão envolvente da cidade à medida que ela se transforma da
escuridão da noite para a luz do dia.
CENA 13/ INT/
APT DOS REIS/ QUARTO DO CASAL/ DIA
Giovana está sentada na cama, enquanto Raul
está sentado ao seu lado claramente incomodado.
GIOVANA
(entusiasmada)
- Kira preparou tudo com tanto
carinho Raul, cê tinha que ver. Preparou drink, encomendou salgados, fez
sanduiches goumet, outras guloseimas lá que nem sei o nome. Coisa chique mesmo.
Tava tudo muito agradável.
Raul, com um olhar de ciúmes, reclama.
RAUL
(sério)
- Kira, Kira, Kira! Não aguento
mais cê falando nessa mulher! Qualé? Se
apaixonou mesmo foi, Giovana?
Giovana, confusa, franze a testa.
GIOVANA
- Que apaixonou? Raul deixa de bestagem.
Kira é minha amiga, só isso.
Raul expressa sua frustração.
RAUL
(inquieto)
- Já tô me sentindo sozinho,
Giovana. Parece que tudo em você agora é essa Kira. Não sei mais onde me
encaixo na sua vida.
Giovana olha para Raul com compaixão.
GIOVANA
(suavizando)
- Oh meu lindo, também não é pra
tanto, né? Raul, cê sabe que cê é o amor
de minha vida. Mas poxa, também é importante pra mim ter amigos e compartilhar
momentos com outras pessoas.
RAUL
- Não tô implicando com suas
amizades. Meu negócio é essa Kira. Porque tá na cara que ela tá investindo
pesado em você e cê tá dando corda.
GIOVANA
- Tá bem, Raul. Desculpe! Vou
procurar lhe dá mais atenção de agora em diante. Agora vou levantar, porque
preciso ir em Jana. Ela me chamou pra conversar sobre a separação de meus pais.
(beijando Raul)
- Lhe amo muito, viu?
Raul retribui o beijo, tentando afastar suas
inseguranças.
CENA 14/ EXT/
PRAIA/ DIA
A praia se estende à distância, com o mar calmo
beijando suavemente a areia. Pandora caminha lentamente pela beira d'água,
perdida em seus pensamentos. Ela decide se sentar na areia, próximo à água, e
contemplar o mar.
Pandora olha fixamente para as ondas,
mergulhando em seus pensamentos. Ela pega o celular e começa a digitar uma
mensagem para Maria, mas hesita e apaga o texto. Depois de um momento de
reflexão, decide guardar o celular, mostrando que algo a está incomodando
profundamente. Enquanto isso, Darlan termina sua performance no semáforo,
arrecada o dinheiro de sua apresentação e arruma suas coisas. Ele observa
Pandora à distância e decide se aproximar dela, preocupado com a expressão
pensativa em seu rosto.
DARLAN
(com gentileza)
- Posso me sentar ao seu lado?
Pandora hesita por um momento, mas depois faz
um gesto afirmativo, permitindo que Darlan se junte a ela na areia.
DARLAN
(preocupado)
- Tem falado com Maria? Ela lhe
explicou porque tava triste aquele dia?
Pandora suspira e olha para o horizonte.
PANDORA
(pensativa)
- Mandei uma mensagem pra ela mais
cedo. Dizendo que estaria na praia, mas ela simplesmente olhou a mensagem e não
respondeu.
Darlan parece cada vez mais preocupado com a
situação.
DARLAN
(inquieto)
- Isso tá ficando estranho, viu Pandora?
Nada me tira da cabeça que tem algo muito sério acontecendo com Maria.
Pandora começa a concordar com Darlan, e a
sombra de preocupação paira sobre os dois enquanto continuam observando o mar.
CENA 15/ INT/
BOUTIQUE DA RAVENA/ DIA
Laura está na loja, olhando em volta, enquanto
Ravena está atrás do balcão.
LAURA
(preocupada)
- Cê sabe de Pandorinha?
RAVENA
(tranquila)
- Disse que iria até a praia
encontrar Maria.
LAURA
(preocupada)
- Essas duas juntas me preocupa,
viu?
RAVENA
(despreocupada)
- O que é, Laura? Elas são só
amigas. Não vejo nada de errado nisso.
LAURA
(resoluta)
- Assim espero, viu?
Laura começa a se encaminhar para a saída da
loja, preparando-se para partir.
RAVENA
(curiosa)
- E cê tá indo aonde?
Laura se vira para olhar Ravena, com uma
determinação em seu olhar.
LAURA
(decidida)
- Estou indo procurar mainha. Desde
que cheguei em Salvador sinto vontade de ir lá. Mas ainda não tive coragem.
RAVENA
- Mas pra quê procurar coisas que
vão lhe machucar? Sua família agora sou eu e Pandora.
LAURA
- Tô falando é de minha mãe,
Ravena. A mulher que me pariu, me criou, me educou... Como posso simplesmente
esquecer isso. Esse tempo que passei no Acre, fiquei agoniada por não saber de
mainha. Mas agora estamos aqui pertinho uma da outra, não posso deixar de ir
la.
RAVENA
- Oxe Laura, seus pais não a
quiseram antes. Acha mesmo que eles vão querer agora?
LAURA
- Tô falando é de mainha e de
Rebeca, painho faço nem questão de ver.
RAVENA
- Vá bem, falo mais nada.
Laura sai da boutique, determinada a encontrar
sua mãe e sua irmã.
CENA 16/ INT/
CASA DA JANA/ COZINHA/ DIA
Jana está mexendo em panelas no fogão,
cuidadosa com o preparo do prato principal. Giovana, ao lado dela, está ocupada
cortando legumes, sua expressão reflexiva enquanto ouve a conversa de Jana.
JANA
(preocupada)
- A situação entre nosso pai e
Eliete não tá fácil, viu Giovana? Nunca vi painho se sentindo tão sufocado.
GIOVANA
- Eu tô sabendo. Mainha tá de um
jeito impossível, viu?
JANA
- Olhe mana, lhe digo mais. Acho
que sua mãe tá ficando azureta de vez. É até bom cê ver isso, sabia? Né implicância
minha com ela, não. Mas as coisas que Eliete vem fazendo não de é de pessoa que
regula bem, não.
GIOVANA
- Entendo! Não deve tá fácil pra
painho, depois de tanto tempo junto encarar uma separação. Pior que fico de mãos
atadas, nem sei o que fazer. Mainha não dá ouvido a ninguém. Tentei levar ela
em um colega psicólogo, né? Sem ser eu e Raul pra ver se ela fique mais a
vontade. Mas ela recusou, dizendo que o psicólogo dela é Deus e que ela não
precisa desabafar com homem nenhum.
JANA
- Sei que ela é tua mãe, mas painho
tá certo. Não tem condição nenhuma de continuar com uma mulher dessa. Ele tá
acabando é com a saúde dele.
Giovana observa a irmã com compreensão.
GIOVANA
(refletindo)
- Jana, alguma vez cê já pensou em
se separar?
JANA
- Oxente, várias vezes, viu? Eu e
Paulo temos quase 30 anos de casados, né? Tem hora que a coisa aperta, mas sempre
passa. Não sei se é por medo do desconhecido ou se é porque ainda amo muito Paulo.
GIOVANA
- Cê fala assim, porque realmente
nunca se apaixonou aí no meio do seu casamento. Até porque o homem, ainda
consegue viver uma paixonite e outra e continuar casado, agora mulher... Mulher
quando se apaixona joga tudo pro alto, joga cachorro, marido, filho, joga até
emprego pro alto e toma seu rumo.
JANA
(curiosa)
- Isso tem a ver com você? Tá
passando por isso nesse momento?
GIOVANA
- Não. Tô falando pelo o que vejo
por aí. Quem inventou essa história, essa maluquisse de exclusividade, de
fidelidade? Ave Maria, que agonia!
JANA
(encorajando)
- As regras estão aí para serem
quebradas. Se atire, sua boba.
GIOVANA
(rindo)
- Não fale bestagem, Jana. Que
isso? Eu amo Raul.
CENA 17/ INT/
CASA DOS SIRQUEIRAS/ DIA
Rebeca está varrendo a casa, seu olhar distante
revelando seus pensamentos. Ela para por um momento, tira uma flor do bolso e a
segura com carinho, pensando em Júnior. Raimunda entra na casa e nota a flor na
mão da filha. Seu rosto expressa preocupação.
RAIMUNDA
(preocupada)
- Que diabos é isso, Rebeca?
Rebeca tenta esconder a flor, mas sua tentativa
é em vão.
REBECA
(tentando disfarçar)
- É apenas uma flor, mainha, que
encontrei por aí.
RAIMUNDA
(insistindo)
- Deixa me ver.
Relutante, Rebeca entrega a flor para Raimunda.
Ao mexer na flor, Raimunda leva uma guinchada de água que saía dela. Rebeca
sorri discretamente, tentando aliviar a tensão.
RAIMUNDA
(enfurecida)
- Venha cá, essa flor veio daquele
circo, não foi?
REBECA
(suspirando)
- Valha-me Deus, agora vou pro
inferno!
Raimunda fica visivelmente irritada e
desapontada.
RAIMUNDA
(furiosa)
- Rebeca, cê sabe que seu pai não
quer que cê vá lá! Se ele descobrir, vai ficar furioso!
Rebeca abaixa a cabeça, sentindo-se culpada.
REBECA
(triste)
- Eu sei, mainha, mas é que eu só
queria ver o pirulito de Júnior...
RAIMUNDA
(assustada)
- É o quê, menina?
Rebeca começa a chorar, desabando em lágrimas.
REBECA
(chorando)
- O palhaço que tem lá no circo.
Agora vou pro inferno, meu Deus!
Nesse momento, Laura entra na casa e vê a cena.
Seus olhos se enchem de lágrimas ao ver a mãe e a irmã juntas.
LAURA
(emocionada)
- Mainha... Rebeca...
Raimunda se vira lentamente, e ao perceber que
é Laura, seu rosto se ilumina de surpresa e emoção. Laura sorri para sua mãe.
Obrigado pelo seu comentário!