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LÁGRIMAS EM SILÊNCIO - Capítulo 40



 



Novela de Adélison Silva 

Personagens deste capítulo

JANA
LAURA
GIOVANA
GENIVALDO
ELIETE
PAULO
RAIMUNDA
MOISÉS
REBECA
RAVENA
JORGE
ROSENO
MARIA
PANDORA
DARLAN
RAUL
KIRA
VANESSA
OSVALDO 


CENA 01/ EXT/ RUA/ SEMÁFORO/ NOITE

O semáforo está vermelho. Darlan está no meio da rua, mostrando suas habilidades para os motoristas. Ravena para seu carro atrás dos outros veículos e observa Darlan com desdém. 

 

RAVENA

(para si mesma)

- Tá na hora de dá uma lição nesse macho escroto...

 

 

O semáforo muda para verde. Ravena, em um acesso de raiva, acelera o carro em direção a Darlan, que arregala os olhos ao ver o carro em sua direção. Darlan salta para o lado, caindo na calçada por pouco, escapando do atropelamento.

 

DARLAN

(assustado)

- Ave Maria! Essa foi por pouco, hein!

 

Darlan se levanta rapidamente e olha para o carro que quase o atropelou, percebendo que é Ravena dentro do veículo.

 

DARLAN

(incrédulo)

- Mas é a mãe de Pandora! Ela quase me atropelou de propósito.

 

 

CENA 02/ INT/ CASA DOS FERNANDES/ SALA DE ESTAR/ NOITE

Eliete está visivelmente transtornada, falando com fervor enquanto os outros membros da família estão reunidos ao seu redor.

 

ELIETE

(agarrando as mãos, olhos cheios de fervor)

- Cês não entendem! Deus me prometeu que esta noite eu seria arrebatada para a glória celestial. Eu senti sua presença, sua voz em meus sonhos. É que cês não conhecem a palavra, por isso cês não entendem. Jesus tá voltando, ele tá voltando pra me buscar.

 

Giovana olha para Eliete com preocupação, segurando as lágrimas.

 

GIOVANA

(olhos marejados)

 - Oh minha Mãe, oh minha mainha! Senhora precisa se acalmar, né?

 

ELIETE

- Mas tô calma meu amor. Tô plena, tô serena, meu Deus vai vim me buscar. Se cê tivesse seguido o caminho certo, como sempre lhe mostrei Giovana, cê seria arrebatada agora comigo. Mas cê preferiu o caminho do pecado.

 

Jana se aproxima de Giovana e lhe abraça tentando acalmá-la.

 

JANA

(firmemente)

- Não dá pra ignorar isso, Gih. Eliete precisa de ajuda profissional, temos que interná-la. É para seu próprio bem.

 

GENIVALDO

- Jana tá certa filha, sua mãe já tá fora de controle.

 

GIOVANA

(chorando)

- Eu sei disso. Já entrei em contanto com um amigo que é psiquiatra. Eles estão vindo com ajuda.

 

ELIETE

(excitada, olhos arregalados)

- Eu vi a luz! Deus me prometeu que esta noite seria a noite do arrebatamento!

(abrindo os braços)

- Tô pronta para ser levada para os braços divinos! 

 

CENA 03/ INT/ CASA DA JANA/ QUARTO DA MARIA/ NOITE

Maria está sentada em sua cama, tocando suavemente seu violão e cantando. Enquanto ela canta, flashes do beijo entre ela e Darlan vêm à sua mente, deixando-a perturbada e emotiva. Neste momento, Paulo entra no quarto. Maria fica amedrontada e sem graça com a presença dele.

 

MARIA

(nervosa)

- O que cê tá fazendo aqui?

 

PAULO

(sorrindo de forma ameaçadora)

- Apenas ouvindo sua música. Gostei do que ouvi. Cê canta muito bem.

 

Paulo se aproxima de Maria, que fica cada vez mais desconfortável com a proximidade dele.

 

PAULO

(ameaçador)

- E o diário? Ondé que tá?

 

MARIA

- Eu guardei... O que cê quer com meu diário?

 

PAULO

- Cê não escreve nada sobre nós lá não, né?

 

Maria balança a cabeça, negando.

 

MARIA

(nervosa)

- Não!

 

PAULO

(sorrindo ironicamente)

- Acho bom. Porque não gostaria que nossos pequenos segredos fossem expostos. Ninguém pode saber do que acontece entre nós, ou eu ficaria extremamente chateado. E cê sabe o que acontece se eu ficar chateado, não sabe?

 

A expressão de Maria se transforma em pânico enquanto ela encara Paulo, percebendo a ameaça subjacente em suas palavras.

 


 

CENA 04/ INT/ CASA DA RAVENA/ QUARTO DA PANDORA/ NOITE

Laura entra e encontra Pandora sentada na cama, seu olhar distante revelando sua tristeza. Laura se aproxima dela, preocupada.

 

LAURA

(com carinho)

- Oxe, que foi minha linda? Que tristeza é essa meu amor? O que aconteceu?

 

PANDORA

- Eu e Darlan terminamos minha mãe. Ele me confessou que é apaixonado por Maria. Tem como competir com isso não, né?

 

LAURA

- Fica assim não, viu meu amor?

 

Laura a abraça com ternura, Ravena entra no quarto.

 

RAVENA

(aliviada)

- Que bom lhe ver aqui em casa, viu filha?

 

PANDORA

(confusa)

- E onde mais eu estaria?

 

RAVENA

(com firmeza)

- Juntamente com uma pessoa que não quero que cê esteja.

 

PANDORA

- Se tá falando de Darlan, não se preocupe a gente terminou.

 

RAVENA

(feliz)

- Terminaram? Mas que coisa boa. Melhor coisa que cê fez viu minha filha? Esse rapaz definitivamente não lhe serve.

 

PANDORA

- Nem ele e nem homem nenhum né mesmo?

 

LAURA

- Gente, por favor, não vamos começar né?

 

 

CENA 05/ INT/ IGREJA CAJADO DA FÉ/ NOITE

Moisés e Osvaldo estão sentados de frente um para o outro, as portas fechadas.

 

MOISÉS

(com entusiasmo)

- Olhe irmão Osvaldo, tô animado com o retiro que faremos. Isso que irmã Eliete aprontou caiu como uma luva, não sabe? Sim... Porque aí começou essa perseguição toda, esse falatório. E pude ter a ideia desse retiro.

 

OSVALDO

- O povo ficou amedrontado com suas palavras.

 

MOISÉS

- E tem que ficar mesmo. Quanto mais os fiéis com medo, melhor pra nós. Escute, já consegui um ótimo local e já consegui uns irmãos de fora que conduzirá o retiro de forma voluntária. Ai já sabe né? O dinheiro que for arrecadado nas inscrições do retiro vai servir para as nossas obras de caridade. Se é que cê me entende.

 

Moisés dá um sorriso de canto de boca e uma piscadela para Osvaldo, que pega delicadamente na mão de Moisés.

 

 

CENA 06/ INT/ CASA DOS FERNANDES/ SALA DE ESTAR/ NOITE

Eliete é conduzida para fora da casa por paramédicos, seus olhos estão vidrados, perdidos em um mundo de ilusões.

 

ELIETE

- Olhe só os anjos, vieram me levar para o céu. Sabia que o senhor não iria me esquecer. Sempre foi uma serva fiel, e agora ele vai me arrebatar para a morada celeste.

(ao ver a ambulância)

- Assim como fez com Elias o Senhor me mandou uma carruagem de fogo. Vamos, pois tô avexada, ansiosa para ver o meu Senhor.

 

GIOVANA

(chorando)

- Eu falhei com ela... Sou psicóloga e não percebi o quanto ela estava sofrendo.

 

GENIVALDO

(com remorso)

- O erro foi meu, viu filha? Pois sabia que ela não tava bem, mas fugi disso. Abandonei-a quando ela mais precisava de mim.

 

JANA

(calma)

- Oxente minha gente, mas que isso? Ninguém aqui tem culpa não, viu? Somos todos humanos. E outra, Eliete é que foi se afundando cada vez mais com esse fanatismo dela. Deu nisso, né? O que temos que fazer agora é procura o melhor jeito de poder ajudá-la. Vai ser bom ela lá, vai poder se tratar.

 

 

CENA 07/ EXT/ COLÉGIO CENTRAL/ PÁTIO/ DIA

Pandora se aproxima de Maria, que está sentada no canteiro mexendo no celular.

 

PANDORA

- Oi Má! E aí como cê tá?

 

MARIA

- Tô bem e cê?

 

PANDORA

- Tô ficando bem. Que foi que cê se afastou?

 

MARIA

- Me afastei não. Só não queria atrapalhar cê e Darlan.

 

PANDORA

- A gente terminou.

 

MARIA

(surpresa)

- Oxente e foi? Mas porque, cês parecia tão bem?

 

PANDORA

(triste)

- Ele disse que gosta mesmo de você, Maria. E que não dava mais pra continuar ignorando seus sentimentos.

 

Antes que Maria possa responder, Darlan se aproxima delas.

 

DARLAN

(agitado)

- Oi meninas! Não sabe que aconteceu ontem, viu?

 

PANDORA

- Que foi Darlan?

 

DARLAN

- Sua mãe Pandora... Sua mãe Ravena tentou me atropelar.

 

PANDORA

- Isso não pode ser verdade! Ela ficou louca?

 

Pandora e Maria ficam em choque, olhando para Darlan.

 

 

CENA 08/ INT/ HOSPITAL/ DIA

Giovana entra no quarto de Raul no hospital, seus olhos cansados revelando o peso da preocupação em sua mente.

 

RAUL

(brincando)

- Ah, finalmente cê apareceu, né mesmo? Pensei que tinha me abandonado aqui.

 

GIOVANA

(sorrindo sem graça)

- Não diga besteira, sabe que jamais faria isso.

 

RAUL

- Tá preocupada, né minha linda? Diga aí, como foi lá com seus pais?

 

GIOVANA

(com pesar)

- Mainha piorou, Raul. Ficou completamente zureta, não fala coisa por coisa. Cê tinha que ver, tava de um jeito de dá dor. Não teve jeito, tivemos que interná-la em uma clínica psiquiátrica. Tô muito preocupada com ela. De uns dias pra cá parece que uma tempestade caiu sobre minha cabeça, Raul.

 

RAUL

- As coisas não tão sendo nada fáceis, né, meu amor?

 

GIOVANA

- Não mesmo. Mas não podemos desanimar não, né?

 

RAUL

(com seriedade)

- Giovana, queria lhe pedir uma coisa. Se eu... se eu não conseguir vencer essa batalha, quero que cê jogue minhas cinzas no mar. Sempre amei o mar, a praia, o surf... e é lá que quero descansar.

 

GIOVANA

- Ave Maria, Raul! Vamos ficar pensando em morte não. A gente vai sair dessa viu?

 

RAUL

- Cê sabe que tamo correndo contra o tempo. É a possibilidade de encontrar um doador compatível é bem pequena.

 

Giovana segura a mão de Raul com firmeza.

 

GIOVANA

- Mas a gente vai conseguir. Vamos ser otimista. Não desanime meu amor, vai dá tudo certo.

 

 

CENA 09/ INT/ CASA DOS SIQUEIRAS/ SALA DE ESTAR/ TARDE

Rebeca está parada, escorada na vassoura enquanto varre a casa, seu pensamento longe. Raimunda se aproxima.

 

RAIMUNDA

(irritada)

- O que é mesmo, Rebeca? Cê acha que a casa vai ser limpa desse jeito? Mulher tu te aprume, e adiante logo isso!

 

 

Rebeca volta a varrer a casa. Raimunda se aproxima de Moisés que está sentado à mesa organizando fichas e contando dinheiro.

 

RAIMUNDA
- Oxente varão, e esse dinheiro todo?

 

MOISÉS

(explicando)

- Essas são as fichas dos fiéis que se inscreveram para participar do retiro. Mas tô aqui notando que tem gente que não se inscreveu, viu? Irmã Ester e os filhos, por exemplo, vão participar não é?

 

RAIMUNDA

- Oh Moisés, esse retiro bem que deveria ser gratuito para todos, né não? Irmã Ester, por exemplo, veio me falar que tem dinheiro não. O pouco que ela tinha foi o que ela pagou o dízimo.

 

MOISÉS

- Oh varoa, não é assim que as coisas funcionam, viu? Eventos como esse têm despesas, desde a comida até o local. Eu não tenho como bancar tudo sozinho. Cobrando uma pequena taxa, podemos garantir que o retiro seja bem organizado e que todos tenham uma experiência significativa.

 

RAIMUNDA

- E que tá todo mundo achando a taxa um tiquinho salgada, acha não?

 

MOISÉS

- Todo mundo se apega a coisas materiais, e esquece da riqueza espiritual que vão tirar desse encontro.

 

RAIMUNDA
- Tá certo, então.

(mudando de assunto)

- Cê soube de irmã Eliete, né mesmo?

 

MOISÉS

- Irmã Eliete é uma mulher de fé. Me seria muito útil nesse retiro. O mal de Eliete é que ela não soube distinguir o que é de Deus e o que é do demônio.

 

 

CENA 10/ INT/ BOUTIQUE DA RAVENA/ TARDE

Pandora entra, com um olhar sério e determinado, e se aproxima de sua mãe Ravena, que está ocupada organizando algumas peças.

 

PANDORA

(furiosa)

- Diga que não é verdade!

 

RAVENA

- Oxente, mas o que foi minha filha?

 

Nesse momento, Laura, a mãe de Pandora, entra na boutique e percebe a tensão no ar.

 

PANDORA

- Darlan disse que ontem a noite cê tentou atropelá-lo. Pelo o amor de Deus, cê não seria louca a esse ponto. Ou seria?

 

LAURA

(pasma)

- Cê fez o quê, Ravena?

 

RAVENA

(com raiva)

- Isso é tremendo absurdo! Esse rapaz é bem azuado. Cê fez muito bem ter terminado esse namoro a tempo. Oh minha filha, olhe pra mim. Cê acha mesmo que eu seria capaz de fazer uma barbaridade dessas?

 

PANDORA

- Mas ele me garantiu que era você no carro que o atropelou.

 

LAURA

- Te acalme Pandora, me conte direito o que aconteceu.

 

PANDORA

- Darlan tava no semáforo fazendo sua apresentação. Ao semáforo abrir, um carro partiu pra cima dele em alta velocidade. Ele se jogou par ao lado, e ao olhou ele notou que era mãe Ravena no volante do carro.

 

RAVENA

(nervosa)

- Não tô ouvindo isso! Olhe aqui minha filha, que eu era contra esse namoro, nunca neguei. Agora daí cê achar que eu iria fazer algo contra um pobre rapaz que não tem onde cair morto, já é demais.

 

PANDORA

- Por favor, minha mãe. Cê jura que não tem nada a ver com isso?

 

RAVENA

- Claro que não, né Pandora? Essas suas desconfianças até me ofende. Vai ver esse Darlan não viu direito e se confundiu.

 

PANDORA

- Tá bem, então. Vou acreditar em você. Até mesmo porque se isso fosse verdade, eu não iria querer mais nem olhar em sua cara.

 

RAVENA

- Mas isso é o cúmulo do absurdo. Minha própria filha ficar desconfiando de mim dessa forma.

Laura, no entanto, permanece desconfiada. Depois que Pandora se retira, ela se aproxima de Ravena, seu olhar incisivo.

 

LAURA

- Ravena, seja sincera comigo. Cê realmente não tem nada a ver com essa história?

 

RAVENA

- Agora pronto! Cê também vai ficar desconfiando de mim?

 

LAURA

- Eu sei bem o que aconteceu no Acre. Não quero que algo parecido aconteça aqui.

 

RAVENA

(firme)

- Já lhe falei pra esquecer essa história do Acre!

 

 

CENA 11/ EXT/ OFICINA DO JORGE/ TARDE

A Jorge está de pé conversando com Roseno.

 

JORGE

(sério)

- É isso mesmo, Roseno. Decidi dar mais uma chance ao meu casamento com Fátima. Chega de ser moleque piranha, Fátima tá grávida, tá precisando de mim agora.

 

ROSENO

- Tá certo, tá certinho. Lhe apoio nisso, viu? Mas venha cá, só pra garantir. E Beatriz, hein meu brother? Diga aí, vai esquecer aquelas curvas, aquela pegada?

 

JORGE

- Assim cê enfraquece a amizade, né Roseno? Pra quê ficar me lembrando dessas tentações? Mas tá decidido, quero saber de Beatriz, não. Ela teve a oportunidade de ficar comigo, mas não quis. Agora é Fátima que tá precisando de mim, posso deixar ela sozinha em um momento desses, não.

 

 

 

CENA 12/ INT/ CASA DA JANA/ QUARTO DA MARIA/ NOITE

Maria está sentada em frente a um computador no quarto dela. Ela clica em uma reportagem de notícias e começa a ler atentamente.

 

MARIA

(sussurrando para si mesma)

- O que é isso...

 

À medida que ela lê, seus olhos se arregalam de surpresa. A reportagem revela um título impactante: "Atropelamento Misterioso em Rio Branco-AC Intriga a Polícia". Maria lê cada palavra, seu rosto mostrando uma mistura de choque e fascinação.

 

MARIA

- Morto? Meu pai biológico tá morto. Preciso mostrar isso pra Pandora.

 

 

CENA 13/ INT/ CAMPA/ DIA

Giovana está visivelmente preocupada. Kira está ao seu lado oferecendo apoio.

 

KIRA

- Gih, cê precisa ficar calma. Não te avexe, vamos pesar positivo que tudo vai dá certo.

 

GIOVANA

(preocupada)

- Raul não tá nada bem, Kira. Isso tá acabando comigo. Agora já tá falando até em morte.

 

KIRA

(com empatia)

- É natural que cê esteja se sentindo assim, meu amor. Afinal, cês tem um história junto e cê gosta muito dele, né?

 

GIOVANA

- Olhe, deixe lhe falar! Não tô brincando com cê, viu? Tudo o que vivemos até aqui foi real, foi importante para mim.

 

Kira assente, compreendendo a seriedade da situação.

 

KIRA

- Eu sei, minha linda. Não tô lhe cobrando nada não.

 

GIOVANA

- Mas é importante que cê entenda os meus motivos. Não posso simplesmente abandonar o Raul agora.

 

KIRA

- Sei bem disso, viu? Lhe admiro e lhe apoio. Sabe porque? Quero lhe ver em paz. Pra mim, amor e posse não combinam.

 

As duas se abraçam, encontrando consolo e força nos braços uma da outra.

 

 

CENA 14/ EXT/ COLÉGIO CENTRAL/ PÁTIO/ DIA

Maria e Pandora estão sentadas em um banco. Maria mostra pra Pandora suas anotações e o site sobre a reportagem da morte de Maciel.

 

PANDORA

(lendo)

- Na noite de terça-feira, um atropelamento chocante ocorreu em uma avenida do Rio Branco, capital do Acre. A vítima, identificada como Maciel dos Santos, de 39 anos, foi encontrado sem vida no local. A polícia local está investigando o caso como um homicídio culposo, já que o motorista fugiu sem prestar socorro.

 

Pandora para por um instante, e começa a recordar da conversa com suas mães.

 

RAVENA

(off)

- Oh minha filha, olhe pra mim. Cê acha mesmo que eu seria capaz de fazer uma barbaridade dessas?

 

PANDORA

(off)

- Só quero saber uma coisa. O porquê de vocês ter fugido do Acre?

 

LAURA

(off)

- Oxe, e quem foi que fugiu? Aqui é minha cidade natal, minha e de sua mãe Ravena. Nós apenas decidimos que era hora de voltar.

 

Maria, percebendo a expressão distante de Pandora, interrompe seus pensamentos.

 

MARIA

- Tudo bem, Pandora.

 

PANDORA

- Tô desconfiando de uma coisa aqui Maria. Mas não tô querendo acreditar, viu?

 

MARIA

- Cê tá achando que suas mães tem alguma coisa a ver com isso, né mesmo?

 

PANDORA

- A data desse atropelamento coincide exatamente com um dia antes de virmos pra Salvador. Nunca entendi por que elas decidiram voltar com tanta pressa. Foi de repente, como se tivessem fugindo de algo. Coincidência demais, cê não acha?

 

MARIA

- Foi o que pensei também. E agora Pandora, e se for verdade?

 

PANDORA

- Nem sei o que fazer. Mas elas vão ter que me explicar melhor sobre isso.

 

 

CENA 15/ EXT/ RUA/ DIA

Rebeca e Vanessa andam de bicicleta enquanto conversam.

 

REBECA

(decidida)

- Eu decidi, viu Vanessa? Vou em Feira de Santana. Não posso mais esperar. Preciso encontrar Júnior, saudade danada de meu Pirulito.

 

VANESSA
- Decisão sábia, viu? Pois te ajeite que vamos nós duas lá.

 

REBECA

- E se ele não querer me ver?

 

VANESSA
- Ele vai querer, eu sei. Ele também lhe ama, né?

 

REBECA

- Tô que não me aguento de tanta saudade dele, viu?

 

VANESSA
- Oxente, e não vejo isso?
 

 

CENA 16/ INT/ BOUTIQUE DA RAVENA/ TARDE

Pandora vai chegando com um blog aberto em seu celular e já vai mostrando para as mães que estavam próximas ao balcão de atendimento.

 

RAVENA

- Que isso agora?

 

PANDORA

- É exatamente o que tô querendo saber. Nessa reportagem conta que Maciel foi atropelado lá no Acre. Olhe só, que coincidência, né? E tá aí a data, oh... um dia antes da gente vim pra cá. Cês vão me contar a verdade, ou ainda acho que sou trouxa de acreditar que tudo não passa de coincidência?





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