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SAGRADA FAMÍLIA - CAPÍTULO 03

 





SAGRADA FAMÍLIA

“Capítulo 03”

 

Novela criada e escrita por

Wesley Franco

 

 

Personagens deste capítulo

NATHALIA

CARUSO

ARLETE

JAYME

ALEXANDRE

RENATA

NENÊ

TÉCNICO

MELISSA

ADELIA

MÉDICO

REGINALDO

PENELUC

Esta é uma obra de ficção e sem compromisso com a realidade.


CENA 1. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO. EXT. NOITE.

Continuação imediata da cena final do capítulo anterior.

Nathalia deixa a mansão e se encaminha para sua casa, ao atravessar a rua é surpreendida por um carro dirigido por Jayme,  que por uma distração não percebe a presença de Nathalia atravessando a rua e a atropela. Nathalia cai no chão desacordada. Jayme ao perceber que atropelou uma pessoa, desce do carro desesperado e vai até Nathalia.

JAYME – (nervoso, coloca as mãos na cabeça) Meu Deus do céu, o que foi que eu fiz?

JAYME – (grita) Alguém pede uma ambulância, por favor!

CORTA PARA

CENA 2. HOSPITAL. INT. EMERGÊNCIA. NOITE.

A ambulância chega ao hospital trazendo Nathalia em uma maca, ela está acompanhada por Jayme. Assim que entra na emergência uma equipe médica retira Nathalia da ambulância e a leva diretamente para dentro de uma sala. Jayme é impedido de entrar dentro da sala.

CORTA PARA

CENA 3. HOSPITAL. INT. CAPELA. NOITE.

Jayme entra na capela e se ajoelha diante de uma imagem de Jesus Cristo crucificado.

JAYME – Eu te peço meu Deus que proteja aquela mulher, que nada de mal aconteça a ela. O senhor sabe que eu não a vi atravessando aquela rua, jamais causaria mal a ninguém.

JAYME – (chora) Por favor, meu Deus, salve aquela mulher.

CORTA PARA

CENA 4. CASA DE NENÊ. INT. SALA. NOITE.

Nenê telefona para Adélia.

NENÊ – Adélia? Aqui é a Nenê, estou ligando para saber notícias da Nathalia. Ela já saiu daí?

ADÉLIA – (ao telefone) Já sim, tem algumas horas que ela saiu daqui. Ainda não chegou?

NENÊ – Por aqui não, já estou ficando preocupada. Será que aconteceu alguma coisa?

ADÉLIA – (ao telefone) Não deve ter acontecido nada, pode ter tido alguma coisa no trânsito que deve ter atrasado a chegada dela aí, sair da zona sul para o Méier é bem demorado mesmo.

NENÊ – Você tem razão, pode ter sido isso mesmo.

CORTA PARA

CENA 5. APARTAMENTO DE MELISSA. INT. QUARTO. NOITE.

Alexandre se levanta da cama que estava deitado com Melissa e começa a se vestir.

ALEXANDRE – Agora que você tá morando nesse apartamento sozinha, vai ser mais fácil te fazer visitas.

MELISSA – E quem disse que eu quero as suas visitas?

ALEXANDRE – Como assim você não quer as minhas visitas?

MELISSA – Quando eu era casada você era até um homem muitíssimo interessante, mas agora que eu estou solteira, eu posso arranjar o homem que eu quiser, sem a menor preocupação.

Alexandre rir.

ALEXANDRE – Você está falando sério?

MELISSA – Hoje foi a última vez que você apareceu aqui sem ser convidado, entendeu bem? Quando eu quiser alguma coisa com você, eu te telefono, mas não me apareça aqui sem ser chamado nunca mais.

ALEXANDRE – Você é uma vagabunda, sabia? Eu tenho é pena do Caruso por ele ter convivido tantos anos com você.

MELISSA – Não tenho dúvida de que foram os melhores anos da vida dele.

ALEXANDRE – Se tivessem sido não teria te trocado por outra.

Alexandre termina de se vestir e sai do quarto.

CORTA PARA


CENA 6. HOSPITAL. INT. QUARTO. NOITE.

O médico conversa com Jayme, enquanto Nathalia dorme.

MÉDICO – Pode ficar tranquilo, está tudo bem com ela e com o bebê.

JAYME – Bebê?

MÉDICO – Sim, ela está grávida. Grávida de uma menina. Não teve nada sério, só alguns hematomas pela queda, no momento ela só está dormindo, deve acordar em poucos minutos.

JAYME – Graças a Deus não aconteceu nada de grave.

MÉDICO – Qualquer coisa é só me chamar, estarei por aqui.

O médico sai deixando Jayme sozinho com Nathalia.

JAYME – Obrigado meu Deus por não ter permitido que nada de ruim acontecesse a essa moça, nunca iria me perdoar se tivesse acontecido algo com ela e essa criança.

Nathalia abre os olhos e percebe a presença de Jayme na sala.

NATHALIA – Senhor Jayme?

JAYME – (surpreso) Você me conhece?

NATHALIA – Por fotos, eu comecei a trabalhar na sua casa e vi algumas fotos suas.

JAYME – Então você é a menina nova que a Adélia tinha comentado. Meu Deus...eu te peço desculpas por tudo que lhe causei, eu vim atordoado e acabei não te vendo quando você atravessava a rua.

NATHALIA – Tudo bem seu Jayme, mas e o meu bebê?

JAYME – O médico falou que está tudo bem com a criança, amanhã vocês terão alta.

NATHALIA – Graças a Deus está tudo bem.

JAYME – Você tem alguém que queira ligar para avisar que está aqui?

NATHALIA – Minha madrinha Nenê, ela deve tá muito preocupada por eu não ter chegado ainda.

CORTA PARA

CENA 7. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE/DIA.

SONOPLASTIA: É com esse que eu vou - Elis Regina

Imagens aéreas da cidade do Rio de Janeiro amanhecendo. Cortes da cidade acordando, com o trânsito ficando mais intenso, lojas abrindo, pessoas circulando pela cidade.

CORTA PARA

SONOPLASTIA OFF

CENA 8. CASA DE NENÊ. INT. SALA. DIA.

A campainha toca e Nenê vai atender. Ao abrir a porta ela dá de cara com Nathalia que chega do hospital acompanhada de Jayme.

NENÊ – (aliviada) Graças a Deus minha filha.

Nenê abraça Nathalia.

NENÊ – Tá tudo bem com você? Vamos entrando.

Nathalia e Jayme entram na casa.

NATHALIA – Tá tudo bem sim madrinha, comigo e com o bebê.

NENÊ – Quando você me ligou fiquei tão assustada, rezei tanto a Deus, fiz promessa para todos os santos.

NATHALIA – Eu tô bem melhor, agradeço muito ao seu Jayme por toda a assistência que ele me deu.

JAYME – Não precisa agradecer nada, eu fiz o que deveria ter feito, porque fui eu que te causei esse problema.

JAYME – Aproveito que estou aqui para pedir desculpas à dona Nenê por esse transtorno que eu causei, não tive intenção de fazer mal a ela. Há 1 ano atrás eu perdi minha esposa e meu filho, e eu fui visitá-los no cemitério e sempre quando eu volto de lá, eu sempre volto muito mal e acabei me distraindo e causando todo esse problema.

NENÊ – Eu sinto muito pela sua perda, perder uma família inteira de uma vez deve ser uma dor terrível.

JAYME – É como se uma parte de mim tivesse morrido com eles.

NENÊ – Eu agradeço pelo o que você fez pela minha afilhada, por toda a assistência que deu a ela.

JAYME – Eu quero continuar ajudando a Nathalia, por coincidência ela trabalha lá em casa. Quero ajudar com tudo que eu puder.

NATHALIA – Não precisa seu Jayme, só de ter um emprego já me dou por satisfeita.

JAYME – Mas você não precisa mais trabalhar, irei pagar o seu salário como se você tivesse trabalhando.

NATHALIA – De maneira nenhuma! Eu fico até ofendida com o senhor me oferecendo isso.

JAYME – Não se sinta ofendida, eu quero apenas te ajudar de alguma forma.

NATHALIA – O senhor me ajuda muito mantendo meu emprego, me deixando trabalhar.

JAYME – Tudo bem você continua trabalhando, mas não vai negar meus presentes. Irei comprar tudo que essa criança precisa, fraldas, enxoval, brinquedos. Isso eu faço questão.

NATHALIA – Não precisa seu Jayme, minha madrinha tá costurando o enxoval.

JAYME – Eu vou me utilizar da minha posição de seu patrão para te obrigar a aceitar meus presentes.

Nathalia sorrir.

NATHALIA – Sendo assim eu vou aceitar.

Jayme sorrir.

JAYME – Muito bem!

NENÊ – Vamos tomar um café, preparei umas coisas deliciosas para vocês, sabia que vocês vinham do hospital com muita fome, e aquela comida deve ser horrível.

NATHALIA – Nem se compara com a sua comida madrinha.

JAYME – Bem que eu estava sentindo um cheirinho delicioso quando entrei.

NENÊ – Vamos, tá tudo preparado lá na cozinha.

Nenê, Jayme e Nathalia vão para cozinha.

CORTA PARA

CENA 9. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO. INT. SALA DE JANTAR. DIA.

Adélia serve o café de Alexandre e Renata que estão sentados à mesa.

RENATA – Eu não vi o Jayme chegar ontem à noite.

ADÉLIA – Ele não chegou dona Renata, passou a noite fora.

ALEXANDRE – (surpreso) O Jayme passou a noite fora? Não acredito.

ADÉLIA – Sim seu Alexandre.

ALEXANDRE – Será que ele finalmente acabou com o luto e foi se divertir por aí.

Alexandre rir.

RENATA – Até ontem ele chorava pelos corredores, não acredito que tenha superado de uma hora para outra. Deve ter acontecido alguma coisa.

ALEXANDRE – Quando ele chegar vamos descobrir. Agora tenho que ir, o trabalho me espera.

Alexandre se levanta, dá um beijo em Renata e sai.

CORTA PARA

CENA 10. FÁBRICA CASTRO COSMÉTICOS. INT. GALPÃO. DIA.

Um técnico de ar-condicionado faz as instalações dos aparelhos enquanto é supervisionado por Reginaldo.

TÉCNICO – Doutor, esses aparelhos são de segunda mão e a qualidade não está nada boa. Tem certeza que são esses aqui mesmo que são para colocar.

REGINALDO – Certeza absoluta, é o que coube no orçamento. Eles nem estão tão ruins assim, aparentemente parecem novos.

TÉCNICO  Só se for de aparência mesmo, olha a qualidade dessa fiação aqui. Tô tendo que fazer milagre para instalar esses aparelhos.

REGINALDO – Esses aparelhos foram comprados em uma empresa de confiança, a qualidade é inquestionável.

TÉCNICO – É...mas se depois dê algum problema, vão querer me responsabilizar. Eu não deveria instalar esses aparelhos nessas condições não.

REGINALDO – Meu caro, faça seu trabalho que você será muito bem recompensado. Quando você terminar seu serviço, passe lá no escritório que eu vou te dar um bônus pelo trabalho a mais que você está tendo. Combinados assim?

TÉCNICO – (Sorrir) Sendo assim, eu aceito doutor.

CORTA PARA

CENA 11. MANSÃO DE CARUSO. INT. QUARTO. DIA.

Caruso está em seu quarto apenas de cueca diante do espelho passando desodorante e penteando os cabelos, até que Peneluc bate à porta.

CARUSO – Pode entrar.

Peneluc abre a porta e entra no carro.

PENELUC – Seu Caruso tem uma moça lá fora que exige falar com o senhor.

CARUSO – Quem é?

PENELUC – Ela disse que se chama Arlete.

Caruso se mostra surpreso, vai até a cama, pega a calça que estava em cima dela e começa a se vestir.

CARUSO – Mande ela subir, vou recebê-la aqui mesmo.

CORTA PARA

CENA 12. FÁBRICA CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA DE ALEXANDRE. DIA.

Alexandre está sentado em sua mesa lendo alguns papéis, Reginaldo entra na sala.

REGINALDO – Tudo feito como combinado!

ALEXANDRE – Deu certo?

REGINALDO – (sorrindo) Perfeitamente, o técnico aceitou o suborno e vai instalar os aparelhos de ar condicionado sem dar um pio.

ALEXANDRE – (sorrindo) Maravilha! Esse desvio vai nos render um bom dinheiro.

REGINALDO – Agora ele falou que a fábrica corre um risco de ter algum problema.

ALEXANDRE – Bobagem! As chances são mínimas, e esses aparelhos de ar condicionado não são tão velhos assim.

CORTA PARA

CENA 13. MANSÃO DE CARUSO. INT. QUARTO DE CARUSO. DIA.

Arlete entra no quarto de Caruso que a espera em pé diante da porta.

CARUSO – O que é que você veio fazer aqui? Eu não deixei bem claro que você nunca poderia vim na minha casa?

ARLETE – Eu só vim porque eu já sei que a Melissa foi embora, então não teria mais nada que me impedisse de vim até aqui.

CARUSO – Tem a minha filha, tem os empregados, eu não quero que você fique vindo aqui quando bem entender.

ARLETE – A sua filha é uma criança ela não entende absolutamente nada, e os empregados são empregados, eles não se metem em assuntos dos patrões.

CARUSO – Tudo bem, você deve ter vindo aqui porque aconteceu alguma coisa. Fala o que você precisa?

ARLETE – Eu estou grávida Caruso, estou esperando um filho seu.

Caruso fica surpreso.

ARLETE – (nervosa)  Não gostou da notícia? Você sempre fez juras de amor para mim, e eu chego aqui contando que estou grávida de você e você fica calado?

CARUSO – Você tem certeza disso?

ARLETE – Certeza absoluta, eu não viria aqui se eu não tivesse certeza sobre uma coisa tão séria.

CARUSO – (pensativo) Eu vou ser pai novamente...

ARLETE – (emocionada) Sim, você vai ser pai.

Caruso abraça Arlete, dá um beijo nela e outro em sua barriga.

CARUSO – (sorrindo) Eu estou muito feliz com isso, uma criança é sempre uma benção nas nossas vidas. Quando a Bárbara nasceu eu fui o homem mais feliz do mundo.

ARLETE – A nossa situação não pode continuar como se encontra Caruso, agora que você está separado, você tem que casar comigo e dá um nome ao nosso filho.

CARUSO – Eu acabei de me separar e você já quer que eu case novamente.

ARLETE – Se você não se casar comigo, eu não vou levar essa gravidez adiante. Não vou ser mãe solteira!

CARUSO – Você nem se atreva a tirar essa criança, é meu filho!

ARLETE – (grita) Então tome uma atitude de homem! Cumpra tudo que você me prometia quando estava com sua esposa.

Caruso fica pensativo por uns instantes.

CARUSO – Tudo bem Arlete, eu vou me casar com você e vamos ter essa criança em um lar harmônico.

ARLETE – (sorrir) Eu sabia que você iria tomar a decisão correta meu amor, eu sabia.

Arlete beija Caruso que demonstra pouca satisfação.

CORTA PARA

CENA 14. CASA DE NENÊ. INT. QUARTO DE NENÊ. NOITE.

Nathalia bate na porta do quarto de Nenê e entra.

NATHALIA – Madrinha, já coloquei a mesa para gente jantar.

Nenê está sentada na cama e se levanta.

NENÊ – (sorrindo) Que bom, já estava morrendo de fome.

Nenê vira o rosto para o lado e começa a perder o equilíbrio das pernas.

NENÊ – Eu estou muito enjoada e estou começando a ver tudo escuro.

Nathalia segura Nenê e a coloca na cama.

NATHALIA – (desesperada) Calma madrinha, deita aqui que eu vou buscar por ajuda.

Nathalia corre até a sala da casa.

CORTA PARA

CENA 15. FÁBRICA CASTRO COSMÉTICOS. INT. GALPÃO. NOITE.

Um curto circuito no ar condicionado gera um princípio de incêndio que se espalha rapidamente pela fábrica. O fogo começa a destruir todo o galpão que está repleto de produtos, e gera explosões das máquinas.

CONGELAMENTO NA FÁBRICA PEGANDO FOGO.



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