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O PREÇO A SE PAGAR - CAPITULO 23

 



Cena 01/Prefeitura/Gabinete/Int/Tarde

Rufino e Jofre. 


Jofre – Já abasteci o tanque. 

Rufino – Ótimo! Você vai me levar até o aeroporto.

Jofre – E quando a nossa conversa? 

Rufino – Não pense que eu esqueci... Vamos fazer o seguinte: na volta, Quando você for me buscar no aeroporto, temos essa conversa séria E definitiva, já que vai mudar bastante nossas vidas. Pode ser? 

Jofre – Pode ser. Mas eu repito: nada que o senhor falar, propuser, vai Fazer com que eu mude de opinião. (saindo) Com licença! 


Jofre sai e fecha a porta. Rufino abre sua gaveta e pega seu revolver. 


Rufino – Vamos ver então! Quem sempre dá a última palavra sou eu! 


Cena 02/Bar Turíbio/Int/Tarde

Turíbio acaba de servir um cliente. Isabel vem chegando. 


Turíbio – Batendo perna de novo, né?! Posso saber onde você estava? 

Isabel – Fui conversar com uma amiga. Colocar nosso papo em dia. 

Turíbio – E me deixar aqui cheio de trabalho...

Isabel – Por que não chamou o Basileu. Agora ele pode ajudar aqui no bar. 

Turíbio – Seu irmão está ocupado. Está preparando as aulas que ele vai dar Na escola... Se você gostasse de estudar, poderia ter uma profissão Como ele tem. 

Isabel – Eu vou ser modelo, pai. Um dia meu grande sonho vai se realizar. E vou desfilar pelas passarelas do mundo todo e o senhor vai ter Orgulho de mim, assim como tem do Basileu. 

Turíbio – Coloca os pés no chão, Isabel. E volta pra sua realidade, que é Esse bar. Agora vá lá atender o cliente... 


Turíbio vai pra cozinha. 


Isabel – O senhor e todo mundo dessa cidade vai ver eu me transformar Em uma modelo famosa, de sucesso, que vai arrasar pelo mundo. Não tendo espaço pra mais ninguém. Todos lambendo meus pés...

Cliente – Vai demorar muito ou tá difícil?! 


Isabel fuzila o cliente com o olhar e se aproxima dele. 


Cena 03/Igreja simples/Int/Tarde

Pedro celebra a missa. 


Pedro – Irmãos, antes de finalizar, queria pedir que todos vocês, junto Comigo, rezassem uma Ave Maria e um Pai Nossa, pela minha mãe. Que se tivesse viva, estaria comemorando mais um ano de vida Hoje. 


Pedro começa a rezar em voz alta, seguido pelos fiéis. 


Corta para o teto, para as paredes da igreja, que continuam demonstrando sua ruína. 


Cena 04/Casa Rufino/Sótão/Int/Tarde

Narcisa segura um pequeno bolo, com uma vela, perto de Eva. 


Eva – Não precisava, Narcisa.

Narcisa – É seu aniversário, Eva. Não se pode passar um branco uma data Dessa.

Eva – Se comemora o aniversário de quem está vivo. E eu não me sinto Viva, pelo contrário. Me sinto em um estado vegetativo.

Narcisa – Não diga uma besteira dessa. Hoje é seu aniversário. Um dia Especial. Por isso fiz esse bolo de laranja, o seu preferido, pra que Você possa celebrar mais um ano em sua vida. 

Eva – Mais um ano que o Pedro acha que estou morta. 

Narcisa – Sabe que muitas vezes já tive vontade de contar tudo pro Pedro. Falar com ele que a mãe que ele acha que está morta, está viva, 

Mais perto do que ele imagina estar.

Eva – Não faça isso, Narcisa. Pelo amor de Deus! Não sei o que o Rufino pode fazer contra o Pedro, já que por diversas vezes ele Ameaçou... não gosto nem de falar. 

Narcisa – Eu sei. Eu entendo! E é pensando no bem dele, do nosso menino, Que sofro calada, vivendo essa situação terrível. (T) Todas as noites Antes de dormir, peço que Deus coloque um ponto final nessa Situação. 

Eva – Isso só terá fim no dia em que eu ou o Rufino morrer. E pra que Eu e o Pedro nos encontremos, possamos viver nossa relação de Mãe e filhos, é o Rufino quem tem que deixar esse mundo de uma Vez por todas! 


Eva sobra a vela e abre um sorriso. 


Eva – Estou viva, Pedro! 


Cena 05/Presídio/Pátio/Int/Tarde

Guto está malhando, junto com seu colega de cela. 


Guto – Nem acredito que falta pouco pra eu sair desse inferno. 

Presidiário – Uma hora a sonhada liberdade chega, meu amigo. 

Guto – Pareceu uma eternidade. 

Presidiário – Pensa bem no que vai fazer, pra que sua liberdade não dure apenas Vinte e quatro horas. 

Guto – Eu preciso ir atrás da Betânia. E agora que sei que ela está em Uma cidade, chamada Jandaia, é pra lá que vou. 







Cena 06/Loja surfe/Oficina/Int/Tarde

Jeferson olha pra aliança, em cima da prancha e fica sem entender. Rebeca séria. 


Jeferson – Não estou entendendo, Rebeca. 

Rebeca – É simples, Jeferson: acabou nosso noivado. Não vai ter Casamento! 

Jeferson – (surpreso) Como assim? Que papo é esse? Vai voltar a correr atrás Do padre?

Rebeca – Eu descobri tudo!

Jeferson – Descobriu o que?

Rebeca – Você a Isabel... passaram a noites juntos. 

Jeferson – (reage) Como é? 

Rebeca – E justo com a Isabel, Jeferson?! Se queria me ferir com essa Traição, conseguiu dobrado, por ter sido com aquela biscate, que Sempre se ofereceu pra você e com quem sempre bati de frente. 

Jeferson – Não é nada disso, Rebeca. Eu posso explicar!

Rebeca – Típica frase de quem pula a cerca. (t) Mas não quero ouvir Nenhuma explicação. A Isabel já falou o suficiente. Não quero Saber de detalhes nenhum. Só vim mesmo pra dizer que acabou. 


Rebeca vira-se pra ir embora, se afastando um pouco. Jeferson corre atrás dela e segura Seu braço. 


Jeferson – Pra você é simples chegar aqui e falar que acabou, não é? 

Rebeca – (se livrando) Me solta! 

Jeferson – Você tem que escutar minha versão, Rebeca. Não é justo. Quando Você foi atrás do Pedro, eu sofri muito, mas soube te perdoar e Passar uma borracha no que aconteceu. Agora acho que mereço que Você faça o mesmo por mim. 

Rebeca – Então acaba de confessar que realmente você transou com aquela Piranha. 

Jeferson – Não chegou acontecer nada, Rebeca. Acredite em mim. Estávamos juntos sim, confesso, não vou mentir. Eu estava furioso Com você e a Isabel apareceu, se insinuando, se oferecendo e eu, Movido pela raiva que estava de você, acabei não resistindo. 

Rebeca – Ficou com aquela vadia pra me atingir. 

Jeferson – Mas na hora h meu tio apareceu, em um dos seus momentos Napoleônicos e eu tive que ir cuidar dele. 

Rebeca – Chega, Jeferson. Não quero ouvir mais nada. (T) Só o fato de você Ter ficado na mesma cama com aquela vadia, já me causa um Embrulho no estômago, uma ânsia de vômito...

Jeferson – Me perdoa. Eu mereço seu perdão, Rebeca. Prometo, eu juro, que Nunca mais isso vai acontecer. Como eu disse foi coisa do Momento, movido por sentimentos ruins que me tomou, quando Você foi atrás do padre. (T) Mas agora tudo passou. Estamos bem De novo e não quero te perder, principalmente agora, em que o dia Do nosso casamento está tão próximo. 

Rebeca – Não vou esquecer que você se deitou com a Isabel. 

Jeferson – Mas eu já disse e volto a dizer que não aconteceu nada, Rebeca!

Rebeca – Mas a intenção é que vale! 


Rebeca vai embora. Jeferson fica furioso. Ele quebra a prancha que estava lixando , Transtornado. 


Cena 07/Igreja simples/Int/Tarde

Continuação da cena 03. Pedro e os fiéis terminam de rezar. 


Pedro – Amém! 


Nesse momento o teto e as paredes começam a ruir. Pedaços de tijolo, de telhas caem no Chão, em cima do altar, derrubando imagens, velas. Os fiéis se desesperam e correm pra Saída. Pedro tenta auxiliar todos, principalmente os mais idosos, a conseguirem sair o Mais de pressa da igreja. Pedro não pensa em sua segurança. Está preocupado apenas com As outras pessoas. Ajuda uma criança, que chora no canto. O pai da criança aparece e a Leva embora, correndo. Instantes. Beatriz aparece na porta da igreja, em meio à confusão. 


Ela entra correndo e se aproxima de Pedro. 


Beatriz – Vem! 


Nesse momento, em que os dois preparam-se pra sair da igreja, tudo desaba, em cima Deles, não dando tempo de fugirem. Momento.


Fusão para:


Cena 08/Casa Rufino/Sótão/Int/Tarde

Narcisa e Eva comem o bolo. Eva sente um aperto forte no peito, uma sensação muito Ruim, que a faz deixar o prato com bolo cair no chão. 


Narcisa – Que foi, Eva? Tá ruim o bolo?


Eva levanta, com a mão no peito. 


Eva – (grita) Pedro! 


Cena 09/Igreja simples/Ext/Tarde

Imagens aéreas da igreja toda destruída. Os fiéis, que estavam na igreja, e pessoas da Cidade ficam em choque, com o que aconteceu. Muitos choram, desesperados. 


Senhora – (lamenta) Nosso padre está lá dentro... ele não escapou! 

Homens – Vamos salvar nosso padre. Ele salvou nossas vidas, temos que Salvar a dele agora! 


Homens começam a tirar os escombros, na tentativa de encontrar Pedro. Todos se juntam Nessa missão. 


Cena 10/Casa Gorete/Int/Tarde

Gorete esta acariciando Scarlet. 


Gorete – Não precisa ficar triste, minha amiga... ainda não chegou a hora Do Pedro!


Cena 11/Jandaia/Praça/Ext/Tarde

Licurgo está perto da barraquinha, onde vende as imagens dos seus santos. Um casal de Turistas japonês aparecem e se interessam por um santo. Licurgo vende um santo e ganha Um bom dinheiro. Fica todo feliz e corre pro bar de Turíbio.


Cena 12/Bar Turíbio/Int/Tarde

Turíbio está no balcão. Isabel serve os clientes. Licurgo entra correndo, feliz. A televisão Está ligada, sem dar destaque para o que está passando. 


Licurgo – Olha o tanto de dinheiro que eu ganhei, seu Licurgo. 

Turíbio – Vendeu todos seus santos, foi? 

Licurgo – Um casal de olho puxado comprou um santinho meu e me deu Esse tanto de dinheiro. 

Isabel – Agora pode pagar por  todas as vezes que comeu de graça...


Licurgo faz língua pra Isabel, que retribuiu o gesto. 


Turíbio – Não liga pra ela, Licurgo... o que você vai querer? 

Licurgo – Eu quero bolinho de bacalhau.../


Nesse momento a programação é interrompida por um plantão de notícia. O apresentador Do jornal começa a falar. Todos prestam atenção. 


Apresentador – Notícia urgente! Acabamos de receber a notícia de que uma igreja, Em um distrito no interior do estado, desabou... 


Imagens áreas da igreja começam a ser transmitida pelo plantão de notícias. 


Apresentador- Vocês estão vendo agora, imagens ao vivo, do local, de onde existia Uma igreja e agora tem apenas destroços. (T) Recebemos a notícia De que o padre do local não conseguiu sair a tempo... o nome dele É Pedro. Padre Pedro Batista de Moura Alcântara. 


Todos reagem chocado. Licurgo fica desesperado. Saí correndo, em direção a praça da Cidade. 


Cena 13/Jandaia/Praça/Ext/Tarde

Licurgo vem correndo do bar de Turíbio e no meio da praça, já em lágrimas começa a Gritar:


Licurgo – Pedro morreu! Pedro está morto! 


Corta para: 


FIM DO CAPÍTULO 23





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