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Passional - Episódio 12

 



PASSIONAL


Episódio 12


Série criada e escrita por

LUAN MACIEL 


 







CENA 1. DELEGACIA. CARCERAGEM. INT/ DIA

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR. A CÂMERA OS PASSOS DE ESTEVÃO QUE VAI LEVANDO ALFREDO ATÉ A CELA. ESTEVÃO EMPURRA ALFREDO PARA DENTRO DA CELA E TRAHCA A PORTA LOGO EM SEGUIDA. ALFREDO FICA TOTALMENTE TRANSTORNADO E ELE BATE BAS GRADES DA CELA COM RAIVA. 


ALFREDO — (nervoso) O que você pensa que eu sou Estevão? Eu não sou nenhum animal para ficar preso. Eu exijo que você abra essa cela agora mesmo. (P) Você está esperando o que? 

ESTEVÃO — (firme) Você acha mesmo que ainda tem o direito de exigir alguma coisa, Alfredo? Você matou um homem inocente que nunca te fez nada. Acabou para você.

ALFREDO — Você que eu não sei porque você está fazendo isso, Estevão? Você está querendo se reaproximar da Célia. Mas escuta uma coisa. Ela nunca vai te perdoar. Até hoje ela remoe o dia que você abandonou ela na beira do altar.

ESTEVÃO — Essa conversa acaba por aqui, Alfredo. Eu não tenho absolutamente mais nada para falar com você. Adeus!!!


ESTEVÃO DÁ AS COSTAS PARA ALFREDO E VAI EMBORA. O VILÃO ABAIXA A CABEÇA E COMEÇA A OUVIR GARGALHADAS. QUANDO ELE LEVANTA A CABEÇA ELE VÊ O DELEGADO FLORES PARADO NA SUA FRENTE SORRINDO CINICAMENTE. 


ALFREDO — (surpreso) Flores??? O que você veio fazer aqui? Veio tripudiar em cima da minha desgraça? Queira ir embora. Já basta o Estevão me dando lição de moral. 

DELEGADO FLORES — (ardiloso) Olha só para você, Alfredo. Você é o semblante da derrota. Matar um senhor de idade indefeso foi demais. E olha que eu sei do que eu estou falando.

ALFREDO — Você não tem moral nenhuma para me criticar, Flores. Você é um assassino em série que usa da desculpa de proteger o nosso país de comunistas para fazer um massacre nos porões do Doi- Codi. Então não venha dizer o que eu não sou. 

DELEGADO FLORES — Nem mesmo atrás das grades você abaixa essa sua crista, Alfredo. Eu vou deixar você mofar aí dentro para ver se você aprende a respeitar quem é superior a você. 


O DELEGADO SORRI E VAI ANDANDO PARA FORA DA CARCERAGEM DA DELEGACIA. ALFREDO VAI FICANDO NERVOSO. 


ALFREDO — (gritando) Não dê as costas para mim, Flores. Não se esqueça que eu sei de todos os seus podres. Não me custa nada contar para todos o que você fez com a filha do Petrônio. Eu aposto que a imprensa iria amar saber disso.

DELEGADO FLORES — Você acha que pode me ameaçar, Alfredo? Olha só onde você está. Aqui quem faz a lei sou eu. Se você quiser me enfrentar fique a vontade. Mas arque com as consequências. 

ALFREDO — Eu não tenho medo de você, Flores. Quando eu sair daqui, e eu vou sair. Você vai desejar nunca ter me conhecido. Eu vou fazer de tudo para acabar com a sua reputação. 

DELEGADO FLORES — Eu espero que você saiba o que está fazendo, Alfredo. Do caso contrário fique fora do meu caminho.


O DELEGADO FLORES VAI EMBORA. A CÂMERA FOCAEM ALFREDO QUE ESTÁ SENDO RODEADO PIR OUTROS PRESOS. O CLÍMAX DA CENA FICA NAIS INTENSA E EVIDENTE.

CORTA PARA/


CENA 2. RUA. EXT/ DIA

PLANO GERAL DA CENA. MOVIMENTO GRANDE DE CARROS DA ÉPOCA (ANOS 60). UMA VERANEIO DO DOI-CODI PASSA PRÓXIMO DE GAEL, MAS DEPOIS VAI EMBORA. ELE CONTINUA ANDANDO AE LEMBRANDO DA CONVERSA QUE TEVE COM MARINA. EM SEGUIDA GAEL OLHA PARA FRENTE E VÊ ISABELA ANDANDO EM RUMO AO TRÂNSITO QUE ESTÁ MOVIMENTADO. SEM PENSAR DUAS VEZES GAEL CORRE NA DIREÇÃO DE ISABELA. EM UMA AÇÃO HERÓICA GAEL CONSEGUE PUXAR ISABELA NO MOMENTO QUE ELA IRIA SER ATROPELADA POR UM CARRO. DEPOIS DO OCORRIDO ISABELA EMPURRA GAEL COM RAIVA.


ISABELA — (gritando) Me solta, Gael. Quantas vezes eu disse que eu nunca mais quero te ver? Por sua causa eu sofri o que eu sofri nas mãos do Flores. Eu simplesmente te odeio. 

GAEL — (sério) Quantas vezes eu vou ter que te pedir perdão, Isabela? Eu não sabia que o Flores iria fazer aquela monstruosidade com você. Você sabe que eu te amo, Isabela. 

ISABELA — Eu não quero saber dos seus sentimentos, Gael. Eu não sinto absolutamente nada por você. Eu amo o Tiago, pois foi ele que ficou ao meu lado quando eu mais precisei.

GAEL — Eu deveria saber que isso poderia acontecer. O Tiago ficou rodeando você tanto que ele conseguiu o que queria. Eu não sabia que você era assim tão fácil, Isabela.


ISABELA FICA MUITO OFENDIDA COM A INSINUAÇÃO DE GAEL. ELA DÁ UM TAPA NA CARA DE GAEL QIE FICA SEM REAÇÃO.


ISABELA — (furiosa) Nunca mais ouse insinuar uma coisa dessas, Gael. Você diz que mudou, mas continua sendo essa pessoa mesquinha que só consegue pensar em si mesmo.

GAEL — Eu sou muito sincero sobre o que eu penso, Isabela. Eu nunca gostei do Tiago. Ele não é boa companhia para você. 

ISABELA — Eu não vou ficar ouvindo você falando essas asneiras, Gael. Eu tenho muito o que fazer do que te ouvir.

GAEL — (desconfiado) Você está estranha, Isabela. Eu estou sentindo que você está escondendo alguma coisa de mim. Seja o que for que aconteceu você pode me contar.


ISABELA TENTA FUGIR DE GAEL. MAS ELE A SEGURA PELO BRAÇO. 


GAEL — (insistindo) O que você está querendo esconder de mim, Isabela? Eu sei que alguma coisa que está te incomodando. 

ISABELA — (nervosa) Você quer mesmo saber a verdade, Gael? Eu estou grávida…. Por sua culpa aquele desgraçado do Flores me engravidou. Você ainda acha que eu não tenho motivos suficientes para te odiar, Gael? 

GAEL — Eu sinto muito, Isabela. Eu nem sei o que te dizer. 

ISABELA — É tarde demais para isso, Gael. A vida não é um cinto de fadas que podemos mudar o que desejamos na hora que bem entendemos. Tudo o que eu quero é esquecer o que eu passei. E para isso eu não quero mais te ver.


ISABELA CONSEGUE SE SOLTAR. ELA.VAI CAMINHANDO ATÉ SUMIR AO VIRAR UMA ESQUINA. GAEL PERMANECE PARADO EM CHOQUE E OS SEUS OLHOS SÃO DE DESCRENÇA.

CORTA PARA/


CENA 3. CASA DE DIONÍSIA E CÉLIA. SALA. INT/ DIA

DIONÍSIA ESTÁ SENTADA COM UM ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS EM SUAS MÃOS. ELA NÃO CONSEGUE SEGURAR A EMOÇÃO AO VER VÁRIAS FOTOS DE LAURINDO. A PORTA SE ABRE MOSTRANDO CÉLIA ENTRANDO DENTRO DE CASA. ELA VAI NA DIREÇÃO DE SUA MÃE E SE SENTA AO SEU LADO. ELAS SE OLHAM. 


DIONÍSIA — (triste) 1 mês sem o seu pai, Célia. Eu pensei que com o tempo tudo ficará menos difícil. Mas eu estava errada. A dor parece só aumentar. E a saudade machuca o peito.

CÉLIA — Eu sei que não está sendo fácil, mãe. O meu pai era o nosso porto seguro. Mas eu tenho uma notícia que vai te fazer feliz nem que seja por um momento. 

DIONÍSIA — Do que você está falando, Célia? Não existe nenhuma notícia que possa me fazer ter um pouco de felicidade. Eu só queria terno seu pai ao meu lado. Apenas isso.

CÉLIA — (animada) O Alfredo foi preso, mãe. Finalmente o nosso pesadelo acabou. O meu pai teve a sua morte vingada. 


DIONÍSIA NÃO DEMONSTRA NENHUMA REAÇÃO. CÉLIA OLHA PARA SUA MÃE DE UM JEITO BEM DECEPCIONADO. 


CÉLIA — (séria) Eu pensei que você iria comemorar a prisão do Alfredo, mãe. Mas. O que parece não estar se importando. Esse inferno que nós passamos chegou ao fim. 

DIONÍSIA — (abalada)  E o que você quer que eu faça, Célia? Nada va ok trazer o seu pai de volta. Era só isso que eu queria.

CÉLIA — Eu também queria que o meu pai estivesse aqui. Mas infelizmente a realidade é pior do que imaginávamos. Nós temos que jogar com as cartas que nos dão. 

DIONÍSIA — Só me responde uma coisa, Célia. Porque você está tão animada assim? (P) Deixa eu adivinhar. Quem foi prender o Alfredo foi o Estevão, não é mesmo? Você pode até querer negar, minha filha. Mas você nunca esqueceu ele.


CÉLIA TENTA DESCONVERSAR. DIONÍSIA SE LEVANTA E OLHA PARA SUA FILHA QUE VAI FICANDO CADA VEZ MAIS ARREDIA. 


CÉLIA — (arredia) Eu não sei do que você está falando, mãe. O que eu sentia pelo Estevão morreu no dia que ele me abandonou no altar daquela igreja. Eu não sei porque você quer tanto reviver esse dia tão triste. 

DIONÍSIA — Quem você está querendo enganar, Célia? Eu vejo nos seus olhos que você ainda ama o Estevão. Porque você insiste em ter esse orgulho besta? Para se proteger? 

CÉLIA — É isso mesmo, mãe. O Estevão me machucou demais. Eu não quero mais sofrer. Eu segui em frente. 

DIONÍSIA — Você é adulta e vacinada, Célia Mas já minha opinião você está cometendo um erro. O Estevão um grande erro, mas um grande amor assim não passa da noite pro dia.


DIONÍSIA SE LEVANTA E SAI DA SALA. CÉLIA ACABA SE JOGANDO NO SOFÁ DEBULHANDO EM LÁGRIMAS. ELA SÓ CONSEGUE LEMBRAR DO ÚLTIMO ENCONTRO QUE TEVE COM ESTEVÃO.

CORTA PARA/


CENA 4. DELEGACIA. CARCERAGEM. CELA. INT/ DIA

A CÂMERA ESTÁ EM CIMA DE ALFREDO QUE ESTÁ SENDO CERCADO PELOS OUTROS PRESOS QUE ESTÃO AGINDO DE UMA .FORMA BEM VIOLENTA. ALFREDO TENTA ESCAPAR, MAS ELE ESTÁ TOTALMENTE SEM SAÍDA. O LÍDER DOS PRESOS É MUITO SAGAZ. 


PRESO LÍDER — (ameaçador) Olha só quem está aqui rapazes. O X-9 que denunciou muito dos nossos conhecidos para o Doi-Codi. Por sua culpa amigos e familiares nossos morreram. 

ALFREDO — (apreensivo) Eu não tenho medo de vocês. Fiquei longe de mim. Eu estou avisando. Se afastem agora mesmo. 

PRESO 1 —  Aqui você não vai se criar, Alfredo. Aqui todos sabem quem você é. E hoje você vai ter o que merece finalmente. 

ALFREDO — Vocês não vão encostar em mim. Eu vou sair daqui..


OS PRESOS COMEÇAM A GARGALHAR NA FRENTE DE ALFREDO. O LÍDER DOS PRESOS DÁ UM MURRO EM ALFREDO QUE CAI NO CHÃO AGONIZANDO DE DOR. 


PRESO LÍDER — (sorrindo)  Isso é muitosss pouco perto do que você merece, maldito. Você vai descobrir que você está em um verdadeiro inferno, e aqui eu sou o diabo. 

ALFREDO — (agonizando) Isso é o máximo que você consegue fazer? Eu pensei que vocês seriam mais perigosos..Isso não me convenceu de nada. Eu continuo sem ter medo.

PRESO LÍDER — Você acha mesmo que tem motivos para nos enfrentar, seu infeliz? Você vai aprender a respeitar quem manda aqui nesse lugar. Se prepare, pois o seu inferno começou.

ALFREDO — Eu não vou deixar vocês fazerem nada comigo. Eu não tenho medo de nada que vocês possam fazer comigo. 


O LÍDER DOS PRESOS FAZ UM SINAL E TODOS OS PRESOS COMEÇAM A AGREDIR ALFREDO DE UMA FORMA VIOLENTA. ALFREDO CAI NO CHÃO E OS PRESOS VÃO CHUTANDO ALFREDO SEM PARAR UM SÓ MOMENTO. 


ALFREDO — (suplicando) Parem com isso. Vocês estão me machucando. (P) Fiquem longe de mim, seus maníacos. 

PRESO LÍDER — Isso é nada perto do que você merece. Continuem rapazes. Vamos dar uma bela massagem nesse X-9. 


OS PRESOS CONTINUAM ESPANCANDO ALFREDO. A CÂMERA VAI SE AFASTANDO PELO CORREDOR E PODEMOS APENAS OUVIR OS GRITOS DE ALFREDO QUE ECOAM POR TODA DELEGACIA.

CORTA PARA/


CENA 5. PENSÃO DE CLEONICE. SALA. INT/ TARDE 

A TARDE CHEGA BEM RAPIDAMENTE. NO CENTRO DA CENA ESTÃO MADALENA E OLÍVIA QUE ESTÃO OLHANDO PARA TODOS D EUNA FORMA BEM SÉRIA. AO REDOR DELAS ESTÃO: MARINA, PACO, CLEONICE E TIAGO. MARINA FICA CONFUSA COM O QUE ESTÁ ACONTECENDO ALI. ELA FICA FRENTE A FRENTE COM SUA MÃE QUE ANOLHA SERIAMENTE.


MARINA — (confusa) O que é que está acontecendo aqui, mãe? Porque você e a Olívia pediram que nós estivéssemos aqui. Eu estou achando isso tão estranho. O que foi que aconteceu dessa vez?

MADALENA — (ponderando) Você pode ficar tranquila, minha filha. O que eu e a Madalena temos para falar é algo um segredo de muitos anos, mas a notícia é muito boa. 

MARINA — Vocês estão me deixando aflita com todo esse mistério. Falem de uma vez. Eu estou ficando angustiada com isso. 

OLÍVIA — (respirando fundo) A verdade é que eu fui amante do seu pai por mais de 20 anos, Marina. E eu tive um filho com ele. Você e o Tiago são irmãos. Essa é a verdade. 


MARINA FICA SEM ACREDITAR NO QUE ELA ESTÁ OUVINDO. LOGO DEPOIS ELA OLHA PARA TIAGO QUE RETRIBUI O OLHAR. 

MADALENA — (cautelosa) Eu nem posso imaginar o que deve estar passando por sua cabeça nesse momento, minha filha. Quando a Olívia me contou a verdade eu disse a ela que você e o Tiago mereciam saber a verdade. 

OLÍVIA — (concordando) A sua mãe está certa, Marina. Eu nunca quis contar isso agora ninguém, mas o seu pai passou mais de 20 anos me humilhando. Era hora da verdade aparecer. 

MARINA — Você não tinha o direito de esconder isso de nós, Olívia. Eu sempre pensei que o meu pai não fosse flor que se cheire, mas trair a minha mãe assim é algo baixo até para ele. 

PACO — Calma, meu amor. Eu sei que a Olívia deve ter tido os seus motivos para ter feito isso. Não é mesmo, Olívia? 


OLÍVIA BALANÇA A CABEÇA CONCORDANDO COM PACO. AOS POUCOS MARINA VAI SE APROXIMANDO DE TIAGO. 


MARINA — (emocionada) Eu não posso acreditar que um de meus melhores amigos que sempre esteve ao meu lado é meu irmão. O nosso pai pode não valer nada, Tiago. Mas pelo menos isso nos trouxe essa relação que eu quero manter para sempre. 

TIAGO — (aliviado) Eu estava com medo da sua reação, Marina. A gente conhece há tentos anos e nem sabíamos que éramos irmãos. E pensar que eu briguei tanto com o Gael e ele também é meu irmão. Como o destino pode surpreender. 


MARINA E TIAGO SE ABRAÇAM EMOCIONADOS. 

CLEONICE — (sorrindo)  Essa é a melhor notícia que poderia ter acontecido. Nós estávamos precisando de boas notícias.

MADALENA — Você tem toda razão, Cleonice. O Tiago é um bom rapaz. Eu não sei como o Alfredo não teve a coragem de não assumir a paternidade dele. Ele é um monstro. 

OLÍVIA — Eu não sei até hoje porque eu passei metade da minha vida ao lado de um homem que nunca me valorizou. O Alfredo é um narcisista. Ele só pensa nele mesmo. 


OLÍVIA OLHA PARA MARINA E TIAGO ABRAÇADOS E ESBOÇA UM SORRISO. A CÂMERA SE APROXIMA DE MARINA E TIAGO E MOSTRA TODA A CUMPLICIDADE QUE TEM ENTRE ELES.

CORTA PARA/


CENA 6. APARTAMENTO DO DELEGADO FLORES. CORREDOR/ SALA DE ESTAR. INT/ TARDE 

CLOSE EM NONATO QUE ESTÁ PARADO NA FRENTE DA PORTA DO APARTAMENTO DO DELEGADO FLORES. ELE APERTA A CAMPAINHA DO APARTAMENTO VÁRIAS E VÁRIAS VEZES. DEPOIS DE ESPERAR ALGUNS MINUTOS A PORTA VAI SE ABRINDO E JANAÍNA FICA SURPRESA AO VER NONATO EM SUA FRENTE. SEM PENSAR DUAS VEZES NONATO ENTRA NO APARTAMENTO.


JANAÍNA — (sem entender)  Nonato??? O que você veio fazer aqui? É melhor você ir embora agora. Se o meu pai descobre que você teve aqui ele vai mandar te matar. (P) Por favor vá embora. Eu estou te suplicando. 

NONATO — (sério) Eu não vou sair daqui sem você, Janaína. Desde que a gente se conheceu eu soube que você é uma jovem sofrida. Você não merece terno pai que você tem. 

JANAÍNA — Você não está entendendo a gravidade da situação, Nonato. Eu não quero ver você morrer por minha causa. O meu pai está totalmente fora de controle. Eu te agradeço por você tentar fazer algo por mim, mas você precisa ir embora. 

NONATO — O que foi que houve com você, Janaína? Eu sinto muito por ter demorado tanto. Eu não deveria ter deixado você tanto tempo assim perto do monstro do seu pai. 


JANAÍNA ABAIXA A CABEÇA EK TRISTEZA. NESSE MOMENTO PODEMOS OUVIR PASSOS VINDO EM DIREÇÃO AO APARTAMENTO. EM DESESPERO JANAÍNA ESCONDE NONATO ATRÁS DE UMA CORTINA DA SALA. EM SEGUIDA UM OFICIAL DO DOI-CODI ENTRA NO APARTAMENTO E SEGURA ISABELA PELO BRAÇO COM TRUCULÊNCIA. 


OFICIAL — (truculento)  Eu posso saber com quem você estava falando, Janaína? Eu recebi ordens diretas do seu pai para não deixar aqueles seus amigos comunistas se aproximarem de você. Não me obrigue a usar de força excessiva. 

JANAÍNA — Você está me machucando. (P) Por um acaso você está vendo alguém aqui comigo? Me solta agora. Anda!!!

OFICIAL — Não brinca com fogo, garota. Se fosse pro mim você estaria presa nos porões do Doi-Codi. É o que você merece.

JANAÍNA — Você não pode fazer isso. O meu pai te mataria. 

OFICIAL — (alterando a voz) Essa é a sua sorte, Janaína. Eu vou te dar mais uma chance. Quem estava aqui com você?


JANAÍNA CONTINUA EM SILÊNCIO. O OFICIAL DO DOI-CODI CONTINUA APERTANDO O BRAÇO DE JANAÍNA. LOGO DEPOIS NONATO SAI DE TRÁS DA CORTINA DA SALA. ELE PEGA UM VASO QUE ESTÁ SOBRE A MESA E ACERTA EM CHEIO NA CABEÇA DO OFICIAL DO DOI-CODI QUE CAI BO CHÃO DESACORDADO. 


JANAÍNA — (surpresa) Nonato…. O que foi que você fez? Você tem noção do que isso pode te causar? É melhor você fugir. 

NONATO — (firme) Eu não me importo com isso, Janaína. Eu não iria deixar esse troglodita machucar você. Agora nós precisamos ir embora desse lugar antes que o seu pai apareça. 

JANAÍNA — Eu não quero te trazer mais problemas, Nonato. Eu não sei o que o meu pai pode fazer com você quando ele descobrir que você veio aqui. Ele é imprevisível. 

NONATO — Aqui não é seguro para você, Janaína. Você é o mais perto que eu tive de ter uma filha. Me dê a mão. Vem comigo eu estou te pedindo. Nós nós podemos demorar. 


NONATO ESTICA A MÃO NA DIREÇÃO DE JANAÍNA. ELA PENSA POE UM MOMENTO E DECIDE IR COM NONATO. ELES SAEM DO APARTAMENTO E DEIXAM O OFICIAL DO DOI-CODI DESMAIADO NO CHÃO.

CORTA PARA/


CENA 7. DELEGACIA. SAKA DE VISITA. INT/NOITE 

MÔNICA ESTÁ SENTADA SOZINHA NA SALA DE VISITAS DA DELEGACIA. LOGO EM SEGUIDA UM POLICIAL VEM TRAZENDO ALFREDO QUE ESTÁ VISIVELMENTE MACHUCADO E COM O OLHO tROXO. O POLICIAL COLOCA ALFREDO SENTADO NA FRENTE DE MÔNICA E A VILÃ SORRI AO VER O ESTADO DE ALFREDO. 


MÔNICA — (sorrindo) O que foi que houve com você, Alfredo? (P) Ah…. Eu já soube. Você matou o seu sogro. Você não era tão esperto como eu achei que fosse. Acho que eu terei que me vingar da bastarda da minha irmã sozinha.

ALFREDO — (nervoso) Você acha que isso é algum tipo de brincadeira, Mônica? Eu quero que você me tire desse lugar o quanto antes. Eu não sou o tipo de pessoa que passa o resto da vida preso atrás das grades. 

MÔNICA — Sinceramente eu não sei se eu quero fazer isso, Alfredo. Eu não quero ter o meu nome atrelado a você. Sinto muito. 

ALFREDO — Você não me yuuhyyconhece, Mônica. Você não sabe do que eu sou capaz de fazer. (T) Se você não me tirar desse lugar eu juro que eu faço um acordo com a polícia para te entregar. Eu aposto que eles iriam adorar saber que uma das maiores socialites cariocas é uma assassina em potencial. 


O SORRISO VAI SUMINDO DO ROSTO DE MÔNICA. ELA E ALFREDO FICAM SE ENCARANDO EM SILÊNCIO. O POLICIAL SE AFASTA. 


MÔNICA — (sussurrando) Você quer falar baixo, Alfredo? Quer que todos nessa delegacia ouçam o que eu fiz? Eu não suporto ser ameaçada. Você está jogando muito sujo. 

ALFREDO — Eu apenas estou fazendo o que é eu preciso para sobreviver nesse lugar, Mônica. Nós temos muitos interesses em comum. Ou você já se esqueceu em acabar com a Madalena? 

MÔNICA — É claro que eu não esqueci. Eu vou deixar a maldita da sua mulher ficar com a fortuna da minha família. Eu vou tirar ela do meu caminho bem que para isso eu tenha que matar ela. Disos você pode ter certeza.

ALFREDO — Então me tire daqui eu te ajudo, Mônica. Mas nós vamos ter outro problema. O seu marido sabe de tudo o que você fez. Você pretende fazer alguma coisa a respeito? 


MÔNICA FICA PENSATIVA. ELA SORRI MALICIOSAMENTE. 


MÔNICA — Com isso você não precisa se preocupar, Alfredo. O Albano é tão insignificante que não vão ser capaz de estragar o que nós temos planejado. Não precisa se preocupar.

ALFREDO — Se eu fosse você eu não contaria com isso, Mônica. O seu marido sabe muita coisa e ele pode ser alguém que vai  nos trazer muitos problemas. Temos que dar um jeito de tirar ele de circulação o quanto antes. 

MÔNICA — Você é mais ardiloso do que eu pensei, Alfredo. E eu estou gostando muito de saber disso. (P) Pode considerar o Albano uma carta fora do baralho. Eu vou cuidar disso.

ALFREDO —  (manipulador) Você tem 24 horas para me tirar desse lugar, Mônica. Se você não fizer isso, sabe muito bem o que pode te acontecer. Então nós temos um acordo?


MESMO A CONTRAGOSTO MÔNICA ACEITA O ACORDO DE ALFREDO. ELES SE OLHAM DE UMA FORMA BEM SEXUAL.

CORTA PARA/


CENA 8. SEDE DO EXÉRCITO BRASILEIRO. SALA DO GENERAL OSÓRIO. INT/ NOITE

CLOSE NO DELEGADO FLORES E NO GENERAL OSÓRIO QUE ESTÃO REUNIDOS A PORTAS FECHADAS. O GENERAL OSÓRIO OFERECE UMA TAÇA DE LICOR PARA O DELEGADO FLORES QUE ACEITA. NESSE MOMENTO A POETA DA SALA SE ABRE E ESTEVÃO ENTRA TOTALMENTE TRANSTORNADO. ELE OLHA COM MUITA SERIEDADE PARA O DELEGADO FLORES E O GENERAL OSÓRIO QUE O OLHAM COM MUITA FRIEZA.


GENERAL OSÓRIO —  (autoritário) Eu posso saber o que significa isso, Estevão? Essa sua insubordinação já está indo longe demais. Eu exijo uma explicação plausível. 

DELEGADO FLORES —  (cínico) E isso precisa de explicação, General? Você não está vendo que o Estevão está indo para o lado desses comunistas? Ele se tornou um inimigo de nossa causa. (P) Você é uma vergonha, Estevão. 

ESTEVÃO —  Eu sou uma vergonha, Flores? Como você pode ser tão arrogante assim? Não fui eu que matou milhares de inocentes usando a desculpa de querer o melhor para o Brasil. 

GENERAL —  Até quando você vai ficar em cima do muro, Estevão? Você é um oficial do exército e deve agir como tal. Ei vou te dar uma última chance de fazer a coisa certa. O que você me diz?


ESTEVÃO OLHA PARA O DELEGADO FLORES E O GENERAL OSÓRIO COM FIRMEZA. ELE RETIRA A ESTRELA DE SEU UNIFORME E JOGA EM CIMA DA MESA. ELE PARECE ESTAR MUITO DECIDIDO.


ESTEVÃO —  (enfático) Vocês me enojam. Eu jamais vou compactuar com algo assim tão hediondo. Vocês para mim não passam de assassinos. Vocês deveriam estar presos.

DELEGADO FLORES —  (frio) Chega desse seu falso moralismo, Estevão. Nós estamos em uma guerra e tudo o que nós fazemos é para o bem da nação. Você deveria nos apoiar.

GENERAL OSÓRIO —  Não me obrigue a te dar voz de prisão, Estevão. O seu pai teria vergonha do homem que você se tornou. Agora me diga. Você vai continuar defendendo esses comunistas ou vai fazer o que é certo para o seu país? 

ESTEVÃO — Vocês nunca vão conseguir me dobrar. A minha consciência está limpa. Eu vou fazer o que é certo. 


O DELEGADO FLORES AE LEVANTA E FICA NA FRENTE DE ESTEVÃO. O GENERAL OSÓRIO APENAS OBSERVA O CONFLITO. 


DELEGADO FLORES —  (alterando a voz) Deixa de ser burro, Estevão. Em seu lugar eu aceitaria a oferta que o General está lhe oferecendo. Você não tem como sair daqui livre. 

ESTEVÃO —  (sério) Quer apostar que eu tenho, Flores? Eu vou sair daqui e nunca mais quero ter que olhar para nenhum de vocês. Eu me arrependo do tempo que eu servi o meu país. 

GENERAL OSÓRIO —  Para mim já chega!!! Você está destituído do seu cargo como capitão do exército brasileiro, Estevão. (P) E só mais um recado. Se eu souber que você está participando de manifestações contra o governo eu mesmo farei questão de te jogar no buraco mais sujo que eu conheço. 

ESTEVÃO —  Eu espero que o senhor General e o Flores paguem por toas essas mortes. Matar um jornalista a sangue frio como o senhor fez é imperdoável. Até nunca mais.


ESTEVÃO VIRA AS COSTAS E VAI EMBORA. O DELEGADO FLORES FICA MUITO NERVOSO. ENQUANTO O GENERAL OSÓRIO TEK UM SEMBLANTE ENIGMÁTICO EM SEU OLHAR.

CORTA PARA/


CENA 9. CASA DE PETRÔNIO E ISABELA. QUARTO. INT/ DIA

ALGUNS DIAS DEPOIS. A CÂMERA ADENTRA PELA JANELA DO QUARTO DE ISABELA E PODEMOS VER ELA DEITADA NA CAMA COM OA SEUS PENSAMENTOS BEM DISTANTES. LOGO DEPOIS A PORTA DO QUARTO VAI ABRINDO E ENTÃO PETRÔNIO E MADALENA ENTRAM NO QUARTO. ISABEOA OLHA PARA ELES DE UM JEITO DIFERENTE. PETRÔNIO E MADALENA FICAM PREOCUPADOS.

PETRÔNIO —  (aflito) O que é que está acontecendo com você, minha filha? Já fazem vários dias que eu estou percebendo qie você está distante. O que foi que aconteceu com você? 

MADALENA —  (concordando) O seu pai está certo, Isabela. Se estiver acontecendo alguma coisa com você nós podemos tentar te ajudar. Mas para isso acontecer você precisa falar alguma coisa. 

ISABELA — Não está acontecendo nada. Porque vocês acham isso? Eu apenas nesses últimos dias espru querendo ficar sozinha. Acho que isso é válido depois de tudo o que eu passei. 

PETRÔNIO —  Quem você está querendo enganar, minha filha? Eu te conheço melhor que você mesma. Eu sei que algo está te afligindo. Porque você não me conta. Eu quero ajudar. 


ISABELA COMEÇA A CHORAR DESESPERADAMENTE. PETRÔNIO SE SENTA AO LADO DA CAMA. MADALENA FICA DANDO APOIO. 


ISABELA  —  (chorando) Eu não aguento mais. Eu não sei se eu vou conseguir carregar esse peso sozinha. Eu estou apavorada. 

PETRÔNIO —  (angustiado) Minha filha…. O que tão de terrível aconteceu para te deixar assim? Eu preciso saber. Me conta. 

MADALENA —  Isabela…. A gente quer te ajudar. Apenas isso. 

ISABELA —  Eu estou grávida. Aquele desgraçado do Flores me estuprou. Eu não sei o que fazer. Eu estou tão perdida. 


PETRÔNIO E MADALENA SE OLHAM EM CHOQUE. AS LÁGRIMAS CONTINUAM ESCORRENDO PELO ROSTO DE ISABELA. Eu

ISABELA — (soluçando) Agora vocês entendem o motivo de eu estar tão distante. Eu não posso ter esse filho. Eu sempre vou lembrar do pesadelo que eu passei. Eu quero abortar. 

MADALENA —  (em choque) Eu nem sei o que te dizer nesse momento, Isabela. Mas abortar não é o melhor caminho. Você vai colocar a vida do seu bebê em risco e também pode acabar sofrendo as consequências desse procedimento assassino. 

PETRÔNIO —  Você precisa ouvir a Madalena, minha filha. Fugir nunca vai ser  a solução. Eu sempre vou estar do seu lado para o que você precisar. Mas não faça esse aborto. Eu te suplico. 

ISABELA —  Eu não sei o.quw eu vou fazer. O desgraçado do Flores destruiu a minha. Como eu vou olhar para o Tiago agora? Ele nunca mais vai querer nada comigo. A minha vida acabou. 


ISABELA VAI CHORANDO SEM PARAR. EM UM ATO DE ZELO E PROTEÇÃO PETRÔNIO ABRAÇA SUA FILHA BEM FORTE. A CÂMERA MOSTRA QUE MADALENA SAI DO QUARTO DEIXANDO PETRÔNIO E ISABELA SOZINHOS.

CORTA PARA/


CENA 10. DELEGACIA. ENTRADA. EXT/ DIA

EM PLANO ABERTO VEMOS MÔNICA PARADA NA FRENTE DO PORTÃO DE SAÍDA DA DELEGACIA. ELA ESTÁ ENCOSTADA EK UM CARRO TÍPICO DA ÉPOCA. O PORTÃO DA DELEGACIA VAI SE ABRINDO E VEMOS ALFREDO CAMINHANDO NA DIREÇÃO DE MÔNICA. ELES SE BEIJAM COM MUITA VOLÚPIA. 


MÔNICA —  (ardilosa) Eu não disse que eu iria te tirar desse lugar, Alfredo? Eu sei que demorou, mas você está livre. 

ALFREDO —  (ríspido) Eu achei que você iria me esquecer nesse buraco, Mônica? Ainda bem que você pensou melhor. Afinal de contas eu tenho você aqui na palma da mão. 

MÔNICA —  Até quando você acha que eu aguentar essas suas chantagens, Alfredo? Se você insistir nisso eu faço questão de te mandar de novo para a cadeia o que acha?

ALFREDO —  É mesmo, Mônica? Sabe porque você aceita isso? Porque você precisa de mim. Mas é orgulhosa para admitir isso.


MÔNICA DIXA FURIOSA. ELA DÁ AS COSTAS PARA ALFREDO. O VILÃO PUXA MÔNICA PELO BRAÇO E SEGURA SEU PESCOÇO 


ALFREDO —  (ameaçando) Você não sabe com quem está brincando, Mônica. A sua sorte é que eu quero acabar com a Madalena e a Olívia mais do que com você. É isso que eu vou fazer. 

MÔNICA —  (nervosa) Me solta, Alfredo. Eu não sou a tonta da sua mulher que aceita o que você faz. Eu mandei me soltar. 


ALFREDO SOLTA MÔNICA. ELA RESPIRA FUNDO. 


ALFREDO —  Eu vou até a casa do infeliz do Petrônio, pois eu sei que é o único lugar que a Madalena possa estar. Enquanto você dá um jeito de tirar o seu marido do seu nosso caminho. 

MÔNICA —  Você acha que eu não sei o que eu preciso fazer, Alfredo? O Albano está intalado na minha garganta faz muito tempo. Ele precisa norrerno quanto antes.

ALFREDO —  Vamos embora desse lugar logo, Mônica. Eu quero me contar de todos que me colocaram aqui. E eu vou me vingar. A Madalena e a Olívia vão pagar caro o que elas fizeram comigo. 


MÔNICA SORRI. ELA E ALFREDO ENTRAM NO CARRO. DEPOIS DE ALGUNS INSTANTES O CARRO PARTE EM ALTA VELOCIDADE. 

CORTA PARA/


CENA 11. CASA DE DONA CIDINHA. SALA. JNT/ DIA

DONA CIDINHA ESTÁ SENTADA NO SOFÁ DA SALA E AO SEU LADO ESTÁ MARINA. ELAS FICAM CONVERSANDO ALGO QUE NÃO CONSEGUIMOS OUVIR. LOGO DEPOIS A PORTA DA SALA VAI SE ABRINDO E GAEL ENTRA DEMONSTRANDO ESTAR COM RAIVA NO OLHAR. ELE E MARINA FICAM FRENTE A FRENTE. TENSÃO. 


GAEL —  (ressentido) O que você queira tanto falar comigo, Marina? Eu pensei que depois da nossa última conversa você não iria querer me ver em sua frente. O que foi que aconteceu para você mudar de ideia? 

MARINA — E você está coberto de razão, Gael. Mas eu tive um motivo forte o suficiente que me trouxe aqui. Tem uma coisa que você precisa saber. É sobre o nosso pai. 

GAEL —  Isso não é do meu interesse. Quando eu quis te dizer o quanto eu sentia por ter feito o que eu fiz você virou as costas para mim, Marina. É isso que você terá de mim agora. 

DONA CIDINHA —  Qual é o seu problema, Gael? A sua irmã está querendo te contar algo importante e você não quer dar ouvidos? E tudo isso porquê? Por orgulho? 


A CÂMERA FOCA NO SEMBLANTE SÉRIO DE GAEL. AOS POUCOS MARINA VAI SE APROXIMANDO AINDA MAIS DE SEU IRMÃO.


MARINA —  (esbravejando) Será que você não consegue deixar de pensar em si mesmo um só segundo, Gael? Se você não quer saber ótimo. Eu vou falar assim mesmo. (P) O nosso pai teve um caso de mais de 20 anos com a Olívia. E eles tiveram um filho. O Tiago é nosso irmão. 

GAEL —  (sem acreditar) Você não pode estar falando sério, Marina. Ficar inventando essas coisas somente para chamar atenção é demais até mesmo para você. Eu estou decepcionado. 

FONA CIDINHA —  Essa é a mais pura verdade, Gael. O Tiago nunca soube que era filho do seu pai. Eu sei que você é o Tiago não se dão bem, mas essa é a verdade.

GAEL —  Deixa eu ver se entendi. O cara que roubou o amor da mulher que eu amo é meu irmão? (T) Eu juro que eu quero reparar todo o mal que eu fiz, mas vocês estão me pedindo para aceitar alguém que eu não gosto como irmão. Eu não consigo fazer isso. 

O ROSTO DE MARINA MOSTRA SUA DECEPÇÃO COM A REAÇÃO DE GAEL. ELA FICA EM SILÊNCIO ENQUANTO GAEL SE MOSTRA ARISCO.


MARINA —  (firme) É assim que você quer mudar, Gael? Você tem a chance de fazer a coisa certa e é assim que você agradece? 

DONA CIDINHA — (ponderando) Deixa para lá, Marina. O seu irmão deve ter os motivos dele para não querer essa aproximar com o Tiago. Não é mesmo, Gael? 

GAEL —  Você mais do que ninguém sabe o que eu sempre senti pela Isabela, Marina. Agora você vem me dizendo que o cara que tirou a única chance que eu tinha de conquistar ela é nosso irmão? Eu não consigo aceitar isso tão de boa quanto você. Eu não sei fingir simpatia por quem eu não gosto.

MARINA —  A gente nunca vai se entender, Gael. Nós somos que nem água e óleo. Agora eu vejo o quão você é parecido com o nosso pai. A minha mãe estava certa. Você se tornou uma versão distorcida do nosso pai. E eu lamento por isso.


MARINA E GAEL SE ENCARAM. LOGO DEPOIS ELA VAI EMBORA. DONA CIDINHA TENTA SE APROXIMAR DE SEU NETO, MAS ELE SE RECUSA. ELA FICA MUITO TRISTE COM ESSA ATITUDE DE GAEL.

CORTA PARA/


CENA 12. CASA SE PETRÔNIO E ISABELA. SALA. INT/ TARDE 

ALGUMAS HORAS DEPOIS. MADALENA VAO DESCENDO AS ESCADAS DA CASA ATÉ A SALA. É NESSE MOMENTO QUE ELA FICA PARALISADA DE MEDO AO VER ALFREDO SENTADO NA POLTRONA APONTANDO UMA ARMA PARA ELA. MADALENA NÃO CONSEGUE SE MEXER. ALFREDO A OLHA COM MUITO ÓDIO. 


ALFREDO —  (frio) Você achou mesmo que iria conseguir escapar de mim, Madalena? Por sua causa eu fiquei dias e dias preso naquela delegacia. Agora nós vamos acertar as nossas contas. 

MADALENA —  (surpresa ) Alfredo???? Era para você estar preso. (P) Eu não fiz absolutamente nada. Você matou o meu pai. Você achou mesmo que não teria nenhuma consequência? 

ALFREDO —  Cala a sua boca, sua infeliz. Eu só quero uma coisa. Me vingar de você e da Olívia. Vocês acabaram com a minha vida. Eu não vou descansar enquanto não destruir vocês duas. 

MADALENA —  Como você é hipócrita, Alfredo. Você matou uma pessoa que não tinha como se defender. Entregou a Isabela para o Doi-Codi e não teve a coragem de assumir a paternidade do filho que você teve com a Olívia. Quer mesmo discutir quem teve a vida destruída? 


ALFREDO AE LEVANTA DA POLTRONA E AGORA O VILÃO APONTA A ARMA NA FRENTE DE MADALENA. NOSSA PROTAGONISTA SE ENCHE DE CORAGEM. ALFREDO VAI FICANDO FORA DE SI. 


ALFREDO —  (furioso) Eu te conheço melhor que ninguém, Madalena. Você acha que essa falsa coragem me engana? Você não pode imaginar como eu quero te matar.

MADALENA —  (se enchendo de coragem) Então porque você não me mata de uma vez, Alfredo? Eu estou cansada das suas ameaças. Acaba com esse sofrimento de uma vez por todas. 

ALFREDO —  Assim será muito fácil. Eu quero ver você sofrer muito antes, sua desgraçada. É o mínimo que você merece. 

MADALENA —  Porque você me odeia tanto assim, Alfredo? Tudo o que eu sempre quis era o bem da nossa família. Mas jogou tudo isso fora com tantas humilhações que você me fazia passar.


ALFREDO COLOCA A ARMA NA CABEÇA DE MADALENA. A NOSSA PROTAGONISTA E GOLE A SECO O MEDO. ELE A ENCARA. 


ALFREDO —  (prepotente) Você vai agora comigo e não vai fazer nenhum barulho. Se você fizer alguma coisa para chamar a atenção eu juro que eu mato você e os seus filhos. 

MADALENA —  (horrorizada) Você não pode estar falando sério, Alfredo. O Gael e a Marina também são os seus filhos. Mas o que esperar de alguém que nunca teve a hombridade de assumir o Tiago como seu filho. Você é podre, Alfredo. 

ALFREDO —  Você não me provoque, Madalena. Eu estou te avisando. 

MADALENA —  Eu não vou a lugar nenhum com você Alfredo. Eu me arrependo amargamente de ter me casado com você. Eu vou fazer o que for possível para salvar os meus filhos de você.





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