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SEM FRONTEIRAS - CAPÍTULO 09


SEM FRONTEIRAS - CAPÍTULO 09

UMA NOVELA CRIADA POR:

Wanderson Albuquerque

ESCRITA POR:

Wanderson Albuquerque

Cibelly Almeida Borges

CENA 01 - COLÉGIO OLIMPO REAL - REFEITÓRIO- INT. - DIA.

Nathane e Luana estão sentadas em uma mesa. Victor está em outra cuidando dos ferimentos de NAYA. 

NATHANE - Parece que eles resolveram assumir o relacionamento mesmo, hein? Quem diria que a esquisita pegaria o namorado da melhor amiga.

LUANA - Você fez bem em tirar o Gogó dela. Ridículo o que essa garota está fazendo, com certeza ela é a inimiga mortal do colégio. Olha só como está todo mundo olhando para eles dois.

NATHANE (OLHA AO REDOR) - Mas vamos combinar que foi uma surra bem merecida. Pelo que eu fiquei sabendo, a Karol foi suspensa por três dias.

LUANA - O pior é ela ter que conviver com eles todos os dias por aqui.

NATHANE - A esquisita e o bonitão: O casal do ano. (risos).

CENA 02 - COLÉGIO OLIMPO REAL - BIBLIOTECA - INT. - DIA.

Chris olha para os lados e verifica se não tem ninguém olhando. Ele loga no MSN e vê Frank on-line.

CHRIS - Não posso falar muito, eu sei que prometi que iria conversar com você hoje pela manhã, mas estava atrasado para vir para o colégio.

FRANK - Imagina! Eu não estava lembrado, acabei indo no escritório do meu pai, mas enfim... Como você está?

CHRIS - Estou bem e você? 

FRANK - Ah, estou tentando. Descobri umas coisas, mas nada que me impeça de conversar com você. Chris, eu preciso ter uma conversa mais séria com você depois.

CHRIS - Aconteceu alguma coisa? Se quiser, podemos conversar agora mesmo. Estou no meu horário de intervalo.

FRANK - Não, não. Eu prefiro conversar com você com mais calma, realmente é um assunto sério.

CHRIS - Tudo bem, então. Vou sair aqui e podemos conversar a noite, pode ser?

FRANK - Claro. 

Chris sai da sua conta do msn e sai da biblioteca.

CENA 03 - RESTAURANTE - INT. - DIA.

Isabel e Alexandre conversam.

ALEXANDRE - Não tem nada definido até o momento do aniversário? Porque pelo o que eu sei, a festa acontece em duas semanas, não é?

ISABEL - Estou ficando completamente louca. A Elisa não é um exemplo de determinação quando se trata de organizar essas coisas. Estou tendo que tirar leite de pedra com as informações que tenho.

ALEXANDRE - Faz o seguinte, organiza desde já as fotografias para os jornais e também os bailes beneficentes. É uma forma de já preparar a imagem do Chris perante a mídia. 

ISABEL - Quem diria que um Macedo me daria tantos problemas. Estou precisando organizar tantos detalhes que não sei como ainda não enlouqueci. 

ALEXANDRE - Com a morte da avó do menino, imaginei que tudo fosse ficar mais complicado mesmo. 

ISABEL - É, eu fiquei sabendo. Vou ligar para a Elisa depois e acertar os detalhes dos bastidores de fotos. 

ALEXANDRE - Ótimo.

ISABEL - Como vai a família, a propósito?

ALEXANDRE - Vai bem. A Atena é uma esposa exemplar, não tenho o que reclamar dos meus filhos, são inteligentes e tiram ótimas notas na escola.

ISABEL - Mas a pergunta que não quer calar, a Atena fez você esquecer aquela peruana que você conheceu no México?

ALEXANDRE (RISOS) - A Atena conseguiu sim. Ela é a mulher mais charmosa, doce e gentil que eu poderia ter. Eu a amo com toda força do meu coração.

ISABEL - Eu daria tudo pra saber por onde anda aquela peruana 

ALEXANDRE - Acredita que eu também gostaria de saber? Perdi todo o contato com ela. 

ISABEL - Quanto tempo você ficou com ela?

ALEXANDRE - Acho que uns quatro anos. Não sei se você sabe, mas ela era casada, sempre viajava para o México para visitá-la. Eram sempre em duas ocasiões, na virada de ano e nas férias dela de setembro. Sempre me enviava cartas avisando.

ISABEL - Olha só, nunca imaginei que você pudesse se envolver com alguma casada. 

ALEXANDRE - Eu jamais faria isso novamente.

CENA 04 - COLÉGIO OLIMPO REAL - CORREDORES - INT. - DIA.

O sinal toca. Alunos saem da sua sala. Chris está com sua mochila nas costas. Victor vê o amigo e vai até ele.

VICTOR (SEGURA O BRAÇO DE CHRIS) - Chris, a gente precisa conversar

CHRIS (ASSUSTADO) - Mas o que é isso? Tire suas mãos imediatamente de mim, ou eu não vou responder por mim.

VICTOR - Estou tentando conversar com você, cara. 

CHRIS - Tudo que eu tinha pra falar com você, já falei. Como você ainda tem coragem de vir com essa cara mais sonsa do mundo? (solta o braço)

VICTOR - Eu só quero que as coisas estejam bem entre nós. Antes de tudo, nós somos amigos!

CHRIS - Meu Deus! Não acredito que você consegue ser tão sonso e cínico dessa forma. Victor, o que você fez não tem perdão. A partir do momento em que escolheu ficar com a Naya que é outra dissimulada, me deu o total direito de querer você longe.

VICTOR - Preciso que você me ouça. As coisas aconteceram, não era minha intenção magoar a Karol. Por mais que nosso relacionamento não estivesse dos melhores, mas não acho justo vocês me tratarem dessa forma, a Karol também...

CHRIS - A Karol o quê? Cuidado com as suas próximas palavras, não me importo nenhum pouco de ser suspenso por ter que te dar um soco bem no meio dessa sua fuça.

VICTOR - Se você vai permanecer com esse tom agressivo da conversa, eu acho melhor encerrarmos aqui.

CHRIS - Ainda bem que você está ciente. Tenha um péssimo dia, Victor.

Chris dá as costas e sai. 

CENA 05 - COLÉGIO OLIMPO REAL - EXT. - DIA.

Naya está em frente ao colégio. Há uma movimentação intensa de alunos. Nathane e Luana passam na frente de Naya.

NAYA (ASSOVIA) - Psiu, vocês duas aí.

NATHANE (ESTRANHA) - Algum problema, querida?

NAYA - Foram vocês duas, né?

LUANA - Do que você está falando, garota?

NAYA - Sonsas! Conseguem ser boas atrizes, Tá aí, parabéns! Não era o show que vocês queriam? Conseguiram! O colégio inteiro viu, estão satisfeitas?

NATHANE (RINDO) - Pra ser sincera, garota, não faço a menor ideia do que você está falando. 

NAYA - Não adianta mentir. Eu vi vocês duas lá no canto adorando a situação toda, afinal, Nathane, você é a única pessoa com motivos pra me odiar nesse colégio.

NATHANE - Odiar você? Se toca, esquisita. Tanto faz quem colocou a foto no blog, a pessoa que fez isso merece um prêmio por ter desmascarado e mostrado a sonsa e vagabunda que você é. Pegando o namorado da amiga? Da melhor amiga? 

NAYA (FÚRIA) - Você não me conhece, mas vou te dar um motivo plausível para começar me odiar de vez.

NATHANE - Ah, é? Posso saber qual? 

NAYA - Claro! Aqui! 

Naya dá uma bofetada na cara de Nathane. As pessoas ao redor olham e Luana fica espantada.

NATHANE (RAIVA) - Eu vou acabar com você sua cretina!

Nathane vai pra cima de Naya. As duas caem no chão se estapeando e segurando o cabelo uma da outra. Naya fica por cima e começa a estapear a cara de Nathane que tenta sair, mas não consegue. 

NAYA - ME FALA! Como você teve coragem, sua vadia?! Isso é pelo inferno que você fez hoje!

Naya bate cada vez mais. Luana puxa Naya que fica presa nos braços de Luana. Nathane levanta-se com calma e vai em direção a Naya e dá dois tapas. 

NAYA - COVARDE! 

Victor aparece e empurra Luana.

VICTOR - Se encostar um dedo nela, juro que não respondo por mim. VAZA!

Nathane e Luana saem correndo.

VICTOR - Você está bem?

NAYA - Estou. Duas cretinas, isso que elas são!

CENA 06 - APARTAMENTO CORCINIO - QUARTO - INT. - DIA.

Karol está em sua cama, apenas imóvel. Ela está olhando para o teto. Chris bate na porta e adentra o quarto.

CHRIS - Eu sei que deveria ter avisado, mas achei que você estava precisando da minha companhia. 

KAROL - Não estou triste, pelo contrário, estou furiosa. Como eu pude ser tão tola de acreditar naqueles dois? Você tem noção de que enquanto eu beijava o Victor, provavelmente ele tinha acabado de beijar a Naya?

CHRIS - Meio que você foi lésbica por osmose. 

KAROL - Para de ser ridículo, garoto. 

CHRIS (RISOS) - Desculpe, mas estava tentando tirar um riso de você. Mas veja, pelo que eu fiquei sabendo, acho que teve alguma confusão com a Naya e a Nathane na saída do colégio, mas não parei para saber o que tinha acontecido.

KAROL - Espero que a Nathane tenha dado uma coça naquela piranha.

CHRIS - Acontece que você não pode ficar com tanto ódio, isso não faz bem, hein? Como seus pais reagiram com a suspensão?

KAROL - Minha mãe ficou com ódio e meu pai tentou ser o mais paciente possível, mas ele quer matar o Victor (risos).

Chris abraça a amiga.

CENA 07 - SHOPPING - INT. - DIA.

Elisa e Vitória(40) andam juntas no shopping e sentam-se em um banco

VITÓRIA - Fiquei sabendo da festa do Chris e que ela está atrasada. Posso dar um jeito dele tirar as fotos rápido para a revista.

ELISA - Eu vou ficar grata se fizer isso.

VITÓRIA - Mas por qual motivo você me chamou? Imagino que não seja para me convidar para festa, porque já adianto que pelo tema que foi escolhido, não apareço por lá nem se o George Clooney estivesse lá.

ELISA (RISOS) - Não, não é isso... Existem algumas coisas que vem me preocupando. Eu acho que o Fernando está me escondendo alguma coisa e eu não faço a menor ideia do que seja.

VITÓRIA - Se você está achando que o Fernando está te traindo, ele não está... Pelo menos não dessa vez. Sabe, Elisa, admiro como você conseguiu superar uma traição, porque estou sendo sincera com você, não o acho bonito, então nunca vi motivos plausíveis para perdoá-lo.

ELISA (CABISBAIXA) - A verdade é que eu também nunca entendi. Talvez, porque eu sempre pensei no Chris e que ele não teria as regalias que ele tem hoje sendo filho de pais separados, mas Deus me deu um filho incrível, não tenho do que reclamar, ele realmente não se importa com o dinheiro que a gente tem.

VITÓRIA - Isso é algo admirável, Elisa. Significa que seu filho foi muito bem criado por você. Mas vamos ao que interessa. O Fernando até aonde eu sei não está te traindo, mas com certeza está aprontando alguma coisa com o Cícero. 

ELISA - O Cícero?

VITÓRIA - Sim... O Cícero vendeu a casa de praia dele para alguém, mas eu não conheço o comprador, na verdade, não faço a menor ideia de quem seja e eu como advogada da Macedo Mármores, estou um pouco preocupada, porque se acontecer o que eu estou pensando, o Fernando pode entrar numa cilada.

ELISA - Do que você está falando?

VITÓRIA - De lavagem de dinheiro, minha querida. Simples assim. O Fernando pode ser o comprador da casa de praia do Cícero. Depois do escândalo que foi ao descobrir que o Cícero e a família dele desviavam dinheiro da prefeitura e também das secretarias, os bens deles foram bloqueados, menos alguns imóveis do Cícero.

ELISA - Você acha que o Fernando seria capaz de comprar a casa?

VITÓRIA - Não só comprar a casa, mas usar a Macedo Mármores como comprador. Isso pode ser péssimo. Sugiro que você veja com a contabilidade se houve um desfalque de dinheiro, principalmente se o valor for exorbitante.

ELISA - Mas o Marcos é o melhor amigo do Fernando, jamais me cederia uma informação dessas, Vitória.

VITÓRIA - Não se preocupe, vou dar um jeito. 

LIMA – PERU

CENA 08 – IGREJA – INT. – DIA.

Marisa está com uma roupa preta e um véu que cobre o seu rosto. Ela ajoelha-se diante da imagem de Jesus Cristo e benze-se. Ela vai em direção ao confessionário.

MARISA – Padre?

PADRE – Sim, minha filha? Pode falar, estou te ouvindo.

MARISA – Padre, o quão errado é o adultério?

PADRE – O adultério é um pecado grave, minha filha. Ele é devastador para uma família. Imagine um tsunami que destrói uma praia, uma cidade e acaba destruindo diversos lares? É assim que o adultério faz com as famílias.

MARISA – Ah, padre, eu nunca me arrependi dos meus pecados, pelo contrário, sempre pedi perdão, mas sempre senti que os meus pedidos não eram verdadeiros, porque nunca houve o arrependimento.

PADRE – O arrependimento é importante para seguirmos em frente. Você traiu o seu marido?

MARISA – Há muitos anos... Mas o que me consome, padre, é que eu tenho três filhos e não sei se a minha filha mais velha é fruto desse adultério ou do meu marido.

PADRE – Se há dúvidas, é melhor que você tente sanar com elas.

MARISA – Padre, quero me arrepender, mas não consigo. Eu acho que ainda amo o homem com quem me envolvi, nunca senti algo assim pelo meu marido.

PADRE – O pecado tem essa ótima premissa de ser bom, justamente por ser proibido, mas não se engane, minha filha, vejo que isso está consumindo a sua mente.

MARISA – Seria tudo muito melhor se eu tivesse ficado com aquele homem. Por favor, padre, me ajude.

PADRE – Ore, minha filha. Reze e peça a Deus para que ele tire todas as dúvidas do seu peito, é a única solução.

Marisa assente.

CENA 09 – APARTAMENTO – SALA – INT. – DIA.

Frank abre a porta do apartamento e Elena cumprimenta o irmão.

FRANK – Desculpa por ainda não ter devolvido as chaves, mas é que eu saí do escritório do pai aflito, Elena. Realmente precisava conversar com você.

ELENA (PREOCUPADA) – O que aconteceu, Frank?

FRANK (SENTA-SE NO SOFÁ) – Elena, acho que o pai está envolvido com tráfico de drogas.

ELENA (CHOCADA) – O quê? De onde você tirou isso, Frank?

FRANK – Elena, fiquei tão assustado quanto você. Eu estava no escritório e acabei achando um CD vermelho e tem uma gravação de um homem falando sobre prosseguir com a venda de drogas.

ELENA – Frank, isso que você está me falando é muito sério. Você está acusando o nosso pai de tráfico de drogas.

FRANK – Sim, eu sei, mas não estou mentindo, Elena. Provavelmente ele já deve ter sumido com o CD, não consegui trazer pra cá.

ELENA – Isso não pode ser verdade, Frank.

FRANK – Mas é! Isso explica muita coisa, Elena. Quer dizer que você nunca achou estranho as cartas confidenciais que chegavam do México, Bolívia, Colômbia e por aí vai estranhas?

ELENA – Frank, não estou desacreditando em você, mas... Não sei... Vamos fazer o seguinte, vou tentar descobrir, não se intrometa mais nisso, tá bem?

FRANK – Precisamos agir, Elena. Não quero ser filho de um chefe de quadrilha, ou seja, lá o que ele for.

CENA 10 – GALPÃO – INT. – DIA.

SONOPLASTIA ON: CARRETERAS MOJADAS – CHRISTIAN MEIER

O Galpão está com as portas abertas. Há dois homens com fuzis vigiando. Um carro preto aparece e para em frente aos homens. O vidro baixa e um motorista está dirigindo, um dos bandidos olha dentro do carro e percebe César no banco de trás. A entrada é autorizada. O carro adentra e César desce do carro.

SONOPLASTIA OFF

CATRACA – Meu mestre! Não imaginava que fosse vir tão cedo.

CÉSAR – É, fiquei sabendo de alguns boatos e precisei vir confirmar pessoalmente.

CATRACA – Por aqui está tudo sob controle, chefe. Não há com o que se preocupar.

CÉSAR – Como estão as cargas?

CATRACA – Tem uma saindo hoje para o Equador, podemos até conseguir um ótimo valor se conseguirmos enviar a outra carga ainda hoje para o Suriname.

CÉSAR – Ótimo, faça o que for preciso.

A cena congela em César.


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