SAGRADA FAMÍLIA
“Capítulo 38”
Novela criada e escrita por
Wesley Franco
Esta é uma obra de ficção e sem
compromisso com a realidade.
CENA 1. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA
DA PRESIDÊNCIA. DIA.
Alexandre está na cadeira de presidente, imerso em seus
planos, quando Reginaldo entra na sala.
REGINALDO – (entrando) Alexandre! Parabéns, meu
amigo. Você finalmente conseguiu o que sempre quis.
ALEXANDRE – (sorrindo) Obrigado. É um momento
que esperei por muito tempo e você foi testemunha disso.
Reginaldo estende a mão para cumprimentar Alexandre.
REGINALDO – (apertando a mão de Alexandre)
Estou muito feliz por você. Ser Presidente de uma empresa como esta é um grande
feito.
ALEXANDRE – (orgulhoso) E é apenas o começo.
Pretendo fazer mudanças profundas na empresa.
REGINALDO – Estarei ao seu lado, meu amigo. Se
precisar de qualquer coisa para implementar essas mudanças, conte com meu
apoio.
ALEXANDRE – Fico feliz em ouvir isso. Espero
continuar com seu apoio, juntos vamos transformar esta empresa.
REGINALDO – Já tem o meu apoio. Quando pretende
iniciar as mudanças?
ALEXANDRE – Vou esperar algum tempo, até se
habituarem a nova realidade de que eu sou o novo presidente.
Os dois compartilham um aperto de mão firme.
CORTA PARA
CENA 2. MATERNIDADE. INT. SALA DE
PARTO. DIA.
Helena está deitada na cama da maternidade, Guto ao seu
lado, ansioso pela chegada do bebê. A equipe médica está atenta, e o choro de
um bebê preenche a sala.
MÉDICO – (sorrindo) Parabéns, é uma linda
menina!
Guto olha com admiração para sua filha recém-nascida.
HELENA – (emocionada) Ela é perfeita, Guto.
Nossa pequena Maitê.
GUTO – (sorrindo) Maitê...um nome lindo.
Helena segura a pequena Maitê nos braços, enquanto Guto se
aproxima, olhando com ternura para a filha.
HELENA – (sorrindo) Antes de eu ser
sequestrada, meu verdadeiro nome era Maitê. Em homenagem a essa parte da minha
vida e a toda jornada que a minha mãe enfrentou até me encontrar, decidi fazer
essa homenagem à ela.
GUTO – (abraçando Helena) É um nome maravilhoso.
CORTA PARA
CENA 3. RIO DE JANEIRO. EXT.
Uma série de tomadas panorâmicas captura a beleza e a
diversidade da cidade do Rio de Janeiro. A câmera viaja por diferentes pontos,
revelando a vida cotidiana, a arquitetura, a praia e os marcos emblemáticos. A
imagem desfoca suavemente, indicando a passagem de alguns meses.
LEGENDA: ALGUNS MESES DEPOIS
CENA 4. HOSPITAL. INT. QUARTO DE
HOSPITAL. DIA.
Helena entra no quarto de Nathalia, segurando delicadamente
sua filha Maitê. Nathalia está deitada na cama, em coma, enquanto equipamentos
médicos monitoram seus sinais vitais.
HELENA – Mãe, estou aqui. Trouxe a Maitê
para conhecer a avó.
Helena se aproxima da cama, segurando Maitê nos braços.
HELENA – (chorando) Eu sinto tanto a sua
falta, mãe. Queria que pudesse ver a Maitê, a sua neta. Ela é tão linda.
Helena acaricia a mão de Nathalia enquanto fala.
HELENA – (olhando para Nathalia) Rezo todos
os dias para que saia desse coma. Quero que você esteja aqui, que possamos ser
uma família de verdade.
Ela faz uma pausa, segurando as lágrimas.
HELENA – Quero que a Maitê cresça conhecendo
a avó, ouvindo suas histórias, sentindo seu amor. Por favor, mãe, acorde.
Helena beija suavemente a testa de Nathalia.
HELENA – Vamos esperar por você. Estaremos
aqui quando você acordar.
CORTA PARA
CENA 5. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA
DE REUNIÃO. DIA.
Eduardo, Bárbara, Caruso, Murilo, Guto e Beatriz estão
sentados na sala de reunião, aguardando a chegada do presidente Alexandre. A
porta se abre, e Alexandre entra acompanhado de Reginaldo.
ALEXANDRE – (sério) Bom dia a todos. Vamos
começar.
Todos cumprimentam e se preparam para a reunião.
EDUARDO – (levantando a mão) Eu gostaria de
falar sobre o próximo desfile de lançamento da coleção de cosméticos. Já tenho
trabalho em algumas idéias para...
ALEXANDRE – (interrompendo) Não teremos mais
desfiles de lançamento de coleções de novas linhas de cosméticos.
Todos na sala ficam surpresos.
ALEXANDRE – Os desfiles são gastos excessivos e
desnecessários. Nenhuma outra empresa do setor os realiza, e não vejo motivos
para continuarmos com essa prática. O desfile anterior que tivemos foi o
último, está encerrada essa prática.
EDUARDO – (incrédulo) Mas, Alexandre, os
desfiles são parte essencial da nossa estratégia de marketing. A Castro
Cosméticos sempre se destacou justamente por fazer diferente de todas as outras
empresas do setor. Além de que os desfiles eles geram visibilidade e impactam
positivamente as vendas.
BÁRBARA – (concordando) É uma tradição da
nossa empresa. Os clientes esperam por esses eventos.
ALEXANDRE – Não importa. A decisão está tomada.
Não haverá mais desfiles de lançamento de novas linhas de cosméticos.
Caruso, Guto e Murilo tentam argumentar a favor dos
desfiles, mas Alexandre mantém sua posição.
EDUARDO – (irritado) Eu e a Bárbara nos
dedicamos totalmente a esses desfiles, se eles não vão mais acontecer, qual
será então a nossa função na empresa?
ALEXANDRE – Vocês podem ser reaproveitados em
outras funções ou podem optar por deixar a empresa.
CARUSO – (irritado) Você só pode estar de
brincadeira! Querer demitir os meus filhos?
ALEXANDRE – (frio) Eu ainda não estou demitindo
ninguém, estou dando a possibilidades deles serem reaproveitados em outras
funções.
BÁRBARA – Você está cometendo um grande erro
Alexandre.
EDUARDO – Eu não vou ficar aqui perdendo meu
tempo com alguém que não valoriza o meu trabalho e não entende absolutamente
nada sobre estratégia de marketing.
Eduardo, Bárbara e Caruso ficam revoltados e, em protesto,
decidem deixar a reunião.
ALEXANDRE – Bom, eles saíram por opção deles,
vamos a próxima pauta.
Alexandre dá continuidade com as próximas pautas, enquanto
os ânimos na sala permanecem agitados.
CORTA PARA
CENA 6. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA
DE CARUSO. DIA.
Caruso entra em sua sala, acompanhado por Bárbara, ambos
visivelmente revoltados com as decisões de Alexandre. Sol, a secretária de
Caruso, percebe a tensão no ar.
SOL – (preocupada) O que aconteceu? Vocês
parecem chateados.
BÁRBARA – (frustrada) Alexandre acabou com os
desfiles de lançamento de novas coleções de cosméticos. Ele acha que é um gasto
desnecessário.
SOL – (chocada) O quê? Mas esses desfiles
são tão importantes para a imagem da empresa!
CARUSO – Sim. Infelizmente, é verdade.
Alexandre tomou essa decisão, que é irrevogável, até porque ele se tornou presidente
por escolha da Helena, que com a Nathalia em coma é a maior acionista da
empresa. Não podemos fazer nada contra isso.
Sol fica perplexa com a notícia.
SOL – Isso é absurdo! E toda a equipe
responsável pelos desfiles, o que irão fazer?
BÁRBARA – Parece que não teremos muitas
opções. Aparentemente, ou aceitamos as mudanças ou...
CARUSO – Ou deixam a empresa. Não podemos
fazer muito contra as decisões do presidente, somos acionistas minoritários.
Os três compartilham um momento de frustração diante das
mudanças inesperadas.
CORTA PARA
CENA 7. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA
DA PRESIDÊNCIA. DIA.
Alexandre está em sua sala quando Guto entra, visivelmente
incomodado com as recentes decisões.
GUTO – (sério) Pai, precisamos conversar.
Suas últimas decisões estão desconfigurando a empresa. Nathalia certamente
rejeitaria tudo isso.
ALEXANDRE – (desafiador) Nathalia não está mais
aqui, ela está vegetando em cima de uma cama. Eu sou o presidente agora, e eu
decido os rumos da empresa.
GUTO – Você é presidente interino
designado pela Helena. Isso pode mudar se você continuar tomando decisões deste
tipo sem consultar ninguém.
Alexandre olha para Guto com desdém.
ALEXANDRE – (ameaçador) Você está insinuando
que vai me tirar da presidência? Isso seria uma traição vinda do meu próprio
filho!
GUTO – (firme) Eu não quero ter que fazer
isso, pai. Mas isso depende de você, pare de tomar decisões arbitrárias.
Reconsidere a idéia de acabar com os desfiles.Vou dar um tempo para você pensar
melhor.
Guto sai da sala, revoltado. Alexandre, irritado, pega o
telefone e liga para Reginaldo.
ALEXANDRE – Reginaldo, preciso que venha até a
minha sala imediatamente. Temos assuntos a tratar.
CORTE IMEDIATO
CENA 8. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA
DA PRESIDÊNCIA. DIA.
Reginaldo entra na sala após ser chamado por Alexandre, que
parece preocupado.
ALEXANDRE – O Guto acabou de me ameaçar, ele
disse que me tiraria da presidência da empresa se eu não revertesse minhas
decisões.
REGINALDO – (surpreso) O Guto teria coragem de
fazer isso contra o próprio pai?
ALEXANDRE – Há alguns meses eu diria que não,
mas hoje eu já não sei. Não vou arriscar a minha posição na empresa, eu levei
muito tempo para chegar até aqui e não vou sair tão facilmente. Preciso agir
antes que ele faça algo.
REGINALDO – O que pretende fazer?
ALEXANDRE
– Há algum tempo eu já venho pensando
nisso, mas achei que não seria necessário fazer.
REGINALDO – (curioso) O que você pensou?
ALEXANDRE – (sereno) Preciso que você fale com
seu irmão, o médico psiquiatra.
REGINALDO – (sem entender) Mas no que ele pode
ajudar para resolver isso?
ALEXANDRE – Quero um laudo que alegue que o
Guto e a Helena são dependentes químicos. Com isso, eu vou conseguir uma
autorização judicial para interná-los compulsoriamente, pedirei também a guarda
da minha neta e a interdição dos dois para que eu possa prover todas as
necessidades da minha neta.
REGINALDO – (preocupado) Isso é sério,
Alexandre? Você realmente acha que é necessário chegar a esse ponto? É o seu
filho!
ALEXANDRE – Tenho certeza. Com a Nathalia em
coma, o Guto e a Helena internados, não terá ninguém no meu caminho, só uma
criança de 5 meses.
Reginaldo fica pensativo, percebendo a gravidade da
situação.
ALEXANDRE – Você já me ajudou em coisas bem
piores, não vai dá para trás agora!
REGINALDO – Vou falar imediatamente com meu
irmão. Mas, Alexandre, tenha certeza de que está tomando o caminho certo.
ALEXANDRE – Seja rápido! Preciso logo desse
laudo, já vou conversar com meu advogado para entrar com a ação judicial em
regime de urgência.
CORTA PARA
CENA 9. APARTAMENTO DE EDUARDO. INT.
SALA. NOITE.
Eduardo e Guilherme estão sentados no sofá, compartilhando
um momento de intimidade. A sala está iluminada por uma suave luz ambiente.
EDUARDO – (olhando para Guilherme com
seriedade) Sabe, Gui, tenho pensado muito sobre o que fazer depois que perdi
meu emprego na Castro Cosméticos.
GUILHERME – (preocupado) Eu sei, amor. Esses
últimos dias não foram fáceis para nós. Você perdeu o emprego e eu também.
EDUARDO – Decidi que quero recomeçar em um
lugar novo. Onde eu possa trabalhar com o que eu gosto, que é o marketing
empresarial voltado para moda e cosméticos.
GUILHERME – (surpreso) Isso é maravilhoso, Edu!
Mas, espera aí, mudar para onde?
EDUARDO – (pensativo) O país ainda não
decidir, mas sei que será na Europa. Há um mercado incrível lá, e acho que
teríamos mais oportunidades para seguir nossos sonhos.
GUILHERME – (pensativo) Eu nunca morei fora,
mas se é isso que vai te fazer feliz e nos dar a chance de realizarmos nossos
objetivos juntos, estou disposto a tentar.
EDUARDO – (sorri) Você é incrível, sabia?
Além do mais, na Europa, você teria a oportunidade de continuar desfilando como
modelo. Imagina, seu talento sendo reconhecido em grandes passarelas!
GUILHERME – (sorri) Você me faz querer ir aonde
for. Vamos fazer isso, Edu. Vamos para a Europa.
Eduardo abraça Guilherme com gratidão, enquanto os dois
começam a discutir os primeiros passos para a mudança.
CORTA PARA
CENA 10. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.
SONOPLASTIA: LEMBRA DE MIM – IVAN LINS
A câmera começa na praia de Copacabana, onde o sol está
nascendo. Pessoas correm na areia, vendedores ambulantes começam a montar suas
barracas, e os primeiros raios de sol iluminam os prédios à beira-mar. A cena
muda para o centro da cidade, onde o movimento é intenso. Carros, pedestres e
ciclistas movimenta-se pelas ruas, enquanto o comércio local ganha vida.
LEGENDA: ALGUNS DIAS DEPOIS
SONOPLASTIA OFF
CORTA PARA
CENA 11. CASA DE ANTÔNIO. INT. SALA.
DIA.
Antônio, Naná e Murilo estão reunidos ao redor de uma mesa,
onde há garrafas de refrigerante, copos e petiscos. O clima é alegre e
descontraído.
NANÁ – (brindando) Um brinde ao Antônio
pelos 10 meses de sobriedade! Estamos muito orgulhos de você, meu irmão.
ANTÔNIO – (sorrindo) Obrigado, Naná. Não
teria conseguido sem o apoio de vocês.
MURILO – (animado) É isso aí, pai! Você está
no caminho certo. Continuaremos juntos nessa jornada.
Todos brincam com os copos de refrigerante. Enquanto
comemora, ouvem batidas à porta.
ANTÔNIO – Será que é a Bárbara?
NANÁ – (sorrindo) Pode ser. Ela falou que
vinha comemorar com a gente.
Murilo se levanta e vai até a porta. Ao abri-la, encontra
Peneluc, sua mãe, que o abandonou quando ele era criança para fugir com o
amante.
MURILO – (confuso) Desculpe, você deve ter
se enganado de casa. Quem é você?
PENELUC – (emocionada) Murilo, meu filho. Sou
eu, Peneluc, sua mãe.
Silencio tenso na sala enquanto Murilo surpreso tenta
processar a informação.
CORTA PARA
CENA 12. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO.
INT. SALA DE JANTAR. DIA.
Guto, Helena, e Renata estão sentados á mesa de café da
manhã. Adélia está servindo à mesa. Maitê, a filha de Guto e Helena, está no
colo de sua mãe, sendo amamentada.
GUTO – (sorrindo) Esse café da manhã está
ótimo, Adélia. Me dá uma disposição pra enfrentar o dia.
HELENA – Realmente, Adélia, você sempre nos
surpreende.
Renata está concentrada em seu café quando Alexandre desce.
ALEXANDRE – (entrando, sério) Bom dia.
RENATA – (olhando para Alexandre) Bom dia.
Alexandre se senta à mesa, mas não diz mais nada. O clima
fica tenso.
A campainha toca, e Adélia vai atender. Ela é surpreendida por
uma equipe da clínica psiquiátrica.
ADÉLIA – Posso ajudar?
LÍDER DA EQUIPE – Estamos procurando por Guto e
Helena. Temos uma ordem judicial para internação compulsória deles.
GUTO – (se levantando, indignado) O que?
Internação compulsória?
HELENA – (preocupada) Isso não pode ser
sério.
A tensão na sala aumenta.
LÍDER DA EQUIPE – (com firmeza) Temos autorização
legal para conduzi-los à clínica. É para o bem de ambos.
ALEXANDRE – É uma decisão difícil, mas
necessária. Vocês precisam tratar o vicio de vocês!
Guto e Helena olham chocados para Alexandre.
RENATA – (surpresa) Você decidiu internar
nosso filho sem me consultar?
ALEXANDRE – (calmo) É para o bem dele, Renata.
Eu fiz o que achei necessário.
A equipe da clínica psiquiátrica pega Guto pelo braço.
GUTO – (irritado) Me solta! Eu não sou
viciado! Isso é uma armação dele.
HELENA – (entregando Maitê para Adélia)
Cuide dela, por favor.
Guto e Helena resistem à equipe que tenta levá-los. Adélia
observa, chocada.
RENATA – (tentando impedir) Vocês não podem
fazer isso!
Renata é afastada por Alexandre.
HELENA – (resistindo) Eu não sou viciada,
isso é uma loucura!
LÍDER DA EQUIPE – (adverte) Se vocês não
cooperarem, teremos que utilizar contenção.
Guto e Helena são levados à força pela equipe da clínica
psiquiátrica. Adélia fica com uma expressão de choque e desespero, Renata tenta
se soltar do agarre de Alexandre, e Guto e Helena são levados contra a vontade.
CONGELAMENTO FINAL EM HELENA E GUTO.
Obrigado pelo seu comentário!