Type Here to Get Search Results !

Maré Alta - Capítulo 25

   





MARÉ ALTA 

CAPÍTULO 25


Criada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva: Ranable Webs




CENA 01. ARREDORES DE PORTO DA AREIA. FEIRA LIVRE. EXTERIOR. NOITE

Continuação imediata do capítulo anterior. A câmera mostra que FÁTIMA continua totalmente surpresa ao estar diante de CASSIANO. O nosso protagonista ainda não consegue entender o que está acontecendo bem na sua frente. SAMUEL percebe sinceridade no olhar de FÁTIMA.


Fátima — (emocionada) O que foi que houve com você, Cassiano? Onde você esteve esses meses? Eu queria te contar tantas coisas. 

Cassiano — Me desculpa, moça. Mas de onde você me conhece? O seu rosto não me é estranho. Eu acho que te conheço. 

Samuel — Eu sei que a senhora não me conhece, mas tem algo que você precisa saber. (P) Fui eu que encontrei o Cassiano. Infelizmente ele perdeu a memória. 

Fátima — Como assim ele perdeu a memória? Isso não faz o menor sentido para mim. 

CASSIANO continua para FÁTIMA bastante confuso. 


Cassiano — Eu não consigo me lembrar de quem eu sou de verdade. Eu queria lembrar, mas infelizmente eu não consigo. Eu sinto muito. 

Fátima — Meu menino…. O que fizeram com você? 

Samuel — Eu não faço idéia de quem tentou matar o Cassiano. Mas ele podem tentar de novo. 


FÁTIMA fica horrorizada com tudo o que SAMUEL está lhe contando. CASSIANO fica sensibilizado com o jeito que FÁTIMA ficou. Ele toca suavemente em suas mãos.


Fátima — (abalada) Eu sinto muito que tudo isso tenha acontecido com você, Cassiano. Você sempre teve ternura em seu olhar. E agora não é diferente. Eu posso ver isso. 

Cassiano — Eu juro que eu não consigo me lembrar de nada. Mas esse seu olhar. Isso não é estranho para mim. Eu não sei explicar. 


FÁTIMA dá um forte abraço em CASSIANO e as lágrimas continuam escorrendo por os seus olhos. SAMUEL fica parado apenas observando esse momento fraternal.

CORTA PARA


PORTO DA AREIA, AMANHECE.

CENA 02. GRUPO “PESCADOS MARÍTIMOS”. SALA DA PRESIDÊNCIA. INTERIOR. MANHÃ

A câmera vai acompanhando os passos de TOM que vai entrando na sala da presidência da empresa e ele fica em estado de choque ao ver que GREGÓRIO está sentado na cadeira do presidente. TOM vai ficando cada vez mais nervoso enquanto ele vai se aproximando de GREGÓRIO. 


Tom — (nervoso) Eu posso saber o que significa isso, Gregório? Eu exijo que você saia da minha sala imediatamente. Você não vai conseguir tirar tudo o que é meu. 

Gregório — Parece que você ainda não entendeu o que está acontecendo aqui, Tom. Eu tive a aprovação do conselho. A partir de hoje eu sou novamente o presidente do grupo. 

Tom — Você está blefando, Gregório. É impossível que você tenha conseguido convencer o conselho. Eu não aceito isso.

Gregório — Você é mais idiota do que eu pensei, Tom. Eu fiz você ser quem é. E agora eu vou acabar com você igual eu fiz com seu pai. 


TOM fica totalmente incontrolável. GREGÓRIO sorri. 


Tom — Você não ouse falar no nome do meu pai, seu maldito. Ele ajudou a criar essa empresa. Eu tenho direito a tudo isso aqui. 

Gregório — Você quer mesmo me enfrentar, Tom? Eu já vou te avisando que você vai perder.

Tom — Essa é uma guerra que você não tem como ganhar, Gregório. Eu matei o Cassiano. E pisos fazer o mesmo com você. 


GREGÓRIO se levanta da cadeira do presidente e fica encarando TOM. Ele olha para o vilão com frieza. 


Gregório — (intrigado) Agora quem está blefando é você, Tom. Você jamais teria coragem de fazer algo dessa natureza. Você é um covarde que não faz nada direito.

Tom — Aceite as consequências, Gregório. Eu ainda vou casar com a Lívia e tudo que é seu vai ser meu. Custe o que custar.


TOM sai da sala da presidência batendo a porta com muita raiva. A câmera mostra que o sorriso de GREGÓRIO some. 

CORTA PARA/


CENA 03. VILA DOS PESCADORES. CASA DE SANDOVAL. SALA. INTERIOR. MANHÃ

CLOSE em SANDOVAL que está tomando uma xícara de café para começar o dia. Nesse momento com a entrada de ANA ROSA em sua casa, e a vilã está procurando por LÍVIA. SANDOVAL coloca sua xícara de café sobre a mesa e fica na frente de ANA ROSA que está bastante nervosa. 


Sandoval — (sério) Que modos são esses de entrar na casa de alguém, Ana Rosa? Foi assim que os seus pais te ensinaram? Fala logo. 

Ana Rosa — Eu não tenho tempo para perder com um relés pescador que nem você, Sandoval. Agora ne diga onde a sua filha está. 

Sandoval — Você invade a minha casa e acha que pode exigir alguma coisa, garota? Saia da minha agora mesmo. Ou então eu vou esquecer que você é filha do meu amigo. 

Ana Rosa — Você ainda tem coragem de chamar isso de casa? Me poupe. Que lugar asqueroso. 


SANDOVAL perde a cabeça e vai levando ANA ROSA para fora de sua casa. A vilã olha para ele com desprezo. 


Sandoval — Você não vai falar essas coisas na minha frente. Você acha que eu não sei porque você está atrás da minha filha? Você não passa de uma invejosa, Ana Rosa. 

Ana Rosa — A sua filha não passa de uma sonsa, Sandoval. Ela teve tudo o que eu sempre quis. Ela não vai ter esse filho. Não vai!

Sandoval — Qual é o seu problema, Ana Rosa? A Lívia e o Cassiano se amavam. Eu não consigo ver qual é o problema nisso? 


O olhar de ódio de ANA ROSA é perceptível. 


Ana Rosa — (descontrolada) Você ainda tem coragem de me perguntar isso, Sandoval? A Lívia tirou o amor do único homem  que eu quis. Ela não vai ser feliz. Eu não vou deixar. 

Sandoval — Fica longe da minha filha, Ana Rosa. Eu estou te avisando. Vai ser melhor assim.

Ana Rosa — Fala para a Lívia ficar esperta, Sandoval. Quem sabe não aconteça com ela o mesmo que aconteceu no incêndio da associação. 


ANA ROSA vai embora com um sorriso sádico em seu rosto. SANDOVAL percebe que ABA ROSA foi a responsável pelo incêndio que quase matou LÍVIA. Ele fica em choque. 

CORTA PARA/


CENA 04. CASA DE FÁTIMA. COZINHA. INTERIOR. MANHÃ

A câmera mostra que LENITA está tomando café da manhã sozinha. Nesse momento FÁTIMA vai entrando na cozinha com um semblante bastante apreensivo. LENITA olha para FÁTIMA e lhe lança um olhar de seriedade. FÁTIMA senta a mesa ao lado de LENITA, e ela respira fundo. 


Lenita — Onde foi que você se meteu a noite toda, Fátima? Eu pensei que você tivesse ido dar um simples passeio. Mas você demorou muito. O que foi que aconteceu com você? 

Fátima — (apreensiva) Eu tenho uma coisa para te contar, Lenita. Mas eu não sei bem como você vai reagir. É algo muito surreal. 

Lenita — Que mistério todo é esse, Fátima? Fala logo de uma vez. Esfou ficando aflita.

Fátima — Eu ontem vi o Cassiano, Lenita. Ele está vivo. Eu sei o que isso se parece. Mas você precisa acreditar em mim. É a verdade. 


LENITA se levanta da mesa bastante nervosa. Ela olha para FÁTIMA como se ela estivesse ficando louca. 


Lenita — Porque tocar nesse assunto agora, Fátima? Eu demorei tanto para aceitar a morte do meu filho. Isso não é justo comigo. 

Fátima — Porque você não quer acreditar, Lenita? Eu estou falando a verdade. Acredita em mim. Ele está vivendo aqui perto de nós. 

Lenita — Já chega, Fátima. Eu não quero mais ter a ilusão que o meu filho vai voltar. Chega. 


LENITA chora copiosamente. FÁTIMA a olha bem sério. 


Fátima — (firme) Eu também fiquei surpresa quando eu descobri a verdade, Lenita. Mas onsue filho está vivo. É isso que importa no final. 

Lenita — Eu não quero mais saber desse assunto, Lenita. Mas eu não mais acreditar que o meu filho vai voltar a qualquer momento. Eu preciso superar a morte do Cassiano.


LENITA sai da cozinha cheia de muito. FÁTIMA fica totalmente sem reação. Ela percebe a triste de LENITA. 

CORTA PARA/


CENA 05. PORTO DA AREIA. CAIS. BARCO DE FRANCHICO. EXTERIOR. MANHÃ

FRANCHICO está deitado na proa de seu barco de uma forma bem tranquila. Sem querer ele perceba RUBINHO entra em seu barco sorrateiramente. O playboy pega um balde de água e joga em cima de FRANCHICO que acorda totalmente assustado. RUBINHO sorri satisfeito.

Franchico — (nervoso) Eu posso saber o que significa isso? O que você está fazendo no meu barco? Some da minha frente, Rubinho. 

Rubinho — É por isso que a sua gente não cresce na vida. São uns bando de vagabundos que só querem saber de sombra e água fresca. 

Franchico — Eu já estou perdendo a minha paciência com você, Rubinho. O que você ainda quer de mim? A Baby não quer mais nada comigo. Você conseguiu o que queria. 

Rubinho — Nem tudo. Agora eu quero te ver longe dessa cidade. Só assim a Baby será minha. 


FRANCHICO vai ficando cada vez mais nervoso. RUBINHO continua com um sorriso cínico em seu rosto. 


Franchico — Era só o que me faltava mesmo. Eu não vou embora da minha cidade só porque você quer. Pode esquecer disso, seu infeliz. 

Rubinho — Em seu lugar eu pensaria melhor, Franchico. Os seus pais já tem uma certa idade. Você não iria gostar que algo pudesse acontecer com eles, não é mesmo? 

Franchico — Você acha que pode entrar no meu barco e ameaçar os meus pais? Você está passando de todos os limites, Rubinho. 


RUBINHO continua sorrindo. FRANCHICO se enfurece. 


Rubinho — (cínico) Isso não é uma ameaça, Franchico. É apenas um lembrete. Se cruzar o meu caminho de novo as coisas vão piorar ainda mais para você. Entendeu agora? 

Franchico — Faz tempo que eu quero fazer uma coisa, mas eu consegui. Você está pedindo por isso tem muito tempo, Rubinho. 


Sem pensar duas vezes FRANCHICO dá um soco em RUBINHO que cai no convés do barco. O playboy olha com muito ódio para FRANCHICO. Eles se encaram.

CORTA PARA/


CENA 06. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. MANHÃ

A campainha da mansão está tocando de forma insistente. DIRCEU vai caminhando e abre a porta. Ele fica surpreso ao ver LÍVIA entrando na mansão com muita pressa. A nossa protagonista está muito agitada o que vai deixando DIRCEU bastante preocupado. Ela está decidida do que quer.


Dirceu — Lívia…. O que você está fazendo aqui? Se o seu avô sonha que você esteve aqui eu nem sei o que ele seria capaz de fazer.

Lívia — (firme) Eu não ne importo com o que o meu avô pensa, Dirceu. Eu vim aqui atrás do dossiê que a Lenita tinha provando que ele matou a minha mãe. Você sabe onde está? 

Dirceu — Dossiê? Eu nunca ouvi falar sobre isso. Você tem certeza do que está dizendo, Lívia? Isso está ficando bastante estranho. 

Lívia — Eu tenho certeza absoluta Dirceu. Esse dossiê prova que o Gregório matou a minha mãe. Só assim ele pode ser preso. 


LÍVIA vai na direção do escritório da mansão. DIRCEU vai atrás de nossa protagonista e a impede. 


Dirceu — Porque você não pensa melhor no assunto, Lívia? Você está querendo mexer em um vespeiro de cobras. Você sabe disso. 

Lívia — E que escolha eu tenho, Dirceu? O meu avô não pode continuar fazendo o que ele bem quer. Ele precisa ser parado. 

Dirceu — Eu não sei l, Lívia. Mas você precisa tomar cuidado. O seu avô é muito perigoso. 


LÍVIA fica bastante pensativa. ElA olha para DIRCEU. 


Lívia — (decidida) Eu não vou parar agora que eu cheguei tão longe, Dirceu. O meu avô vai pagar por tudo o que ele fez. Eu juro. 


LÍVIA entra no escritório deixando DIRCEU aflito. 

CORTA PARA/


CENA 07. ARREDORES DE PORTO DA AREIA. CASABRE. SALA. INTERIOR. MANHÃ

A câmera mostra que JUDITH está sentada no sofá da sala e ela tem um jornal em suas mãos. Logo em seguida CASSIANO e SAMUEL entram na sala. Eles percebem o olhar de ódio de JUDITH. Ela se levanta do sofá e joga o jornal em cima de CASSIANO que fica confuso.


Judith — (fria) Aí está a prova do que eu venho falando todos esses meses. Esse Cassiano não passa de um mentiroso. Ele é um pervertido que fugiu da polícia.

Cassiano — Do que você está falando? Eu não estou conseguindo entender o que você quer dizer. 

Samuel —  Você foi longe demais dessa vez, Judith. Acusar alguém assim sem provas é baixo demais até mesmo para você. 

Judith — Sem provas? Olhe o jornal. Aí está a prova que você tanto está buscando, Samuel. Ainda vai acreditar nesse bandido? 

SAMUEL pega o jornal e fica estarrecido com o que ele vê. Ele olha para CASSIANO que vai se sentindo encurralado. 


Samuel — Eu não consigo acreditar no que eu estou vendo. Eu acreditei em você, Cassiano. Deve ter alguma explicação para isso. 

Cassiano — Você precisa acreditar em mim, Samuel. Eu jamais faria uma coisa dessas. Eu posso não lembrar quem eu sou sou, mas eu sei que eu jamais faria algo dessa natureza.

Judith — Você não vai acreditar nessa mentiroso, não é mesmo, Samuel? Está na cara que esse Cassiano está mentindo. Eu quero ele elefora da minha casa agora mesmo.


JUDITH continua olhando CASSIANO com muita ódio. O nosso protagonista vai sentindo como se não fosse bem-vindo. Ele olha para SAMUEL que o encara. 


Cassiano — (sério) Não vai ser necessário, Judith. Eu mesmo vou embora. Eu não quero mais trazer problemas para nenhum de vocês. 

Samuel — Você não vai a lugar nenhum, Cassiano. Você vai ficar aqui. Você é como um filho agora mim. Eu acredito em você. 


JUDITH fica fervendo de ódio. Ela sai da sala bastante nervosa. SAMUEL e CASSIANO se olham bem fraternal.

CORTA PARA/


CENA 08. PORTO DA AREIA. CASA DE TOM. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA

As horas se passam. TOM entra em sua casa e ele vai destruindo tudo que encontra pelo caminho. Logo depois que aparece aplaudindo de uma forma irônica é ANA ROSA o que vai deixando o vilão cada vez mais fora de si. TOM se aproxima de ANA ROSA e a olha com frieza. L


Tom — (furioso) Eu posso saber o que você ainda está fazendo aqui, Ana Rosa? Eu achei que eu tinha mandado você ir embora. 

Ana Rosa — Você ainda acha que pode mandar em mim, Tom? As coisas vão mudar por aqui você querendo ou não. Me entendeu? 

Tom — É mesmo o fim da picada. Se enxerga, Ana Rosa. Você não tem moral para falar assim comigo. Sai da minha frente antes que eu perca a minha paciência com você. 

Ana Rosa — Você acha mesmo que eu não sei o que você fez, Tom? É tão estranho a Shirley sumir justamente perto da época que o Cassiano morreu. Você não acha? 


TOM segura o rosto de ANA ROSA com brutalidade. A vilã não demonstra medo e vai sorrindo cinicamente. 


Tom — O que você está querendo insinuar com isso, Ana Rosa? É melhor você ficar quieta antes que eu faça isso por você. 

Ana Rosa — Você está me ameaçando, Tom? Vai me matar igual você matou a Shirley e o Cassiano? Você não passa de um covarde.

Tom — Eu estou te avisando, Ana Rosa. É melhor você ficar de bico fechado. Ouviu? 


TOM solta o rosto se ANA ROSA. Ela continua sorrindo. 


Ana Rosa — (ardilosa) Você está nas minhas mãos, Tom. Se qualquer coisa acontecer comigo todos vão saber o que você fez. Você não tem iara onde correr. Você não vai fazer nada comigo. Está me ouvindo? 

Tom — Dessa vez você ganhou, Ana Rosa. Mas essa guerra ainda não acabou. Eu vou virar esse jogo. Pode ter certeza disso. 


ANA ROSA dá um beijo caliente em TOM. O vilão demonstra todo o ódio que ele está sentindo no momento. 

CORTA PARA/


CENA 09. VILA DOS PESCADORES. CASA DE ENRICO. ENTRADA. EXTERIOR. MANHÃ

ENRICO está saindo de sua casa com bastante pressa quando fica frente a frente com ZÉ BATALHA que olha para ele de um jeito bastante sério e intimidador. ENRICO mostra que não está com paciência. Ele tenta passar por cima de ZÉ BATALHA, mas o mesmo o empurra com força.


Enrico — Eu posso saber o que você pensa que está fazendo, Zé? Eu espero que você tenha uma explicação para o que você fez agora. 

Zé Batalha — (nervoso) Você ainda acha que eu devo algum tipo de explicação para você, Enrico? Eu já sei de tudo o que você fez. Como você pode ter se aliado ao Gregório e ao Tom para destruir a vila de pescadores? 

Enrico — Pelo o que eu estou vendo a Açucena já foi contar mentiras para todos na vila. Isso é mentira, Zé. Você me conhece. Eu nunca faria uma coisa assim. 

Zé Batalha — Infelizmente eu acho que essa história é verdade, Enrico. Você sempre teve inveja do Sandoval. E isso você não pode negar. 


ENRICO vai deixando a máscara cair. Ele enfrenta ZÉ BATALHA de uma forma bastante negativa. 


Enrico  — Quer mesmo saber a verdade, Zé? Eu fui isso mesmo e não me arrependo. Eu estou cansado de vida miserável que todos nós levamos. Eu mereço mais do que isso.

Zé Batalha — O que foi que aconteceu com você? Todos nós estamos no mesmo barco. Você não é o único a passar por isso. 

Enrico — Não me importo, Zé. Eu sempre quis ser o líder dos pescadores. Mas enquanto o Sandoval estiver vivo isso não será possível. 


ZÉ BATALHA percebe algo nas entrelinhas. 


Zé Batalha — (em choque) Foi você, Enrico? Você que colocou aquela bomba que explodiu o barco do Sandoval. Eu não posso acreditar nisso. 

Enrico — Eu não sei do que você está falando, Zé. Agora se você me dá licença eu tenho muita coisa o que fazer. Até nunca mais. 


ENRICO sai andando pela vila dos pescadores com muita tranquilidade. ZÉ BATALHA fica parado sem reação.

CORTA PARA/


CENA 10. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA

A câmera mostra que LÍVIA está revirando diversos documentos no escritório da mansão. Quem está bem na frente de LÍVIA é DIRCEU que está tentando fazer com que a nossa protagonista desista do que ela está fazendo. Mas só que LÍVIA está decidida a encontrar provas contra GREGÓRIO. 


Lívia — (séria) Eu sei o que você está tentando fazer, Dirceu. Mas isso não vai adiantar. Eu só saio desse escritório quando eu encontrar aquilo que eu vim procurar. 

Dirceu — Eu apenas estou preocupado com você, Lívia. O seu avô pode chegar a qualquer momento. Você precisa ir embora. 

Lívia — Eu não vou desistir, Dirceu. Nada do que você fale vai me fazer mudar de ideia.

Dirceu — Eu sei o que você está querendo fazer, Lívia. Mas nada vai trazer a sua mãe de volta. O seu avô é intocável nesta cidade. 


LÍVIA fica visivelmente nervosa. DIRCEU olha para ela. 


Lívia — Deu que lado você está, Dirceu? Du pensei que você quisesse o meu bem. Mas eu tenho as minhas dúvidas sobre isso.

Dirceu — É claro que eu estou do seu lado, Lívia. Mas eu não posso deixar você esquecer onde você está se metendo. Você sabe que é como uma filha para mim. 

Lívia — Eu sei muito bem disso, Dirceu. Mas eu não posso deixar que o meu avô fique impune por tudo que ele fez. O Cassiano morreu por causa da ambição dele. 


DIRCEU fica em silêncio. LÍVIA está decidida. 


Dirceu — Eu estou vendo que eu não vou te convencer, Lívia. Eu espero que você está procurando. Boa sorte, minha menina. 

Lívia — (sorrindo) Obrigada por você tentar me entender, Dirceu. Eu quero provar para todos que o meu não é o que todos pensam. 


DIRCEU dá um beijo fraternal no rosto de LÍVIA e depois do escritório. A nossa protagonista fica procurando o dossiê, mas ela não consegue encontrar de jeito nenhum. 

CORTA PARA/


CENA 11. PORTO DA AREIA. RUA. EXTERIOR. DIA

CLOSE em RUBINHO vem andando pela rua e ele está com o nariz sangrando. Quem vem na direção dele é BABY que sorri só ver o estado que o playboy se encontra. BABY para na frente de RUBINHO que vai ficando bastante irritado. Ele olha com muita raiva para BABY que sorri satisfeita.

Rubinho — (irritado) Eu posso saber do que você está rindo, Baby? Isso não tem graça. 

Baby — Deixa eu adivinhar, Rubinho. Você foi procurar o Franchico e ele te deu o que você merece. Isso foi muito merecido para você. 

Rubinho — Eu posso te garantir que isso não vai ficar assim. Eu vou vou acabar com aquele pescador imundo. Pedir ter certeza disso.

Baby — Você não ouse fazer isso, Rubinho. Eu não vou deixar você fazer isso com o Franchico. Você não é igual a ele. 


RUBINHO vai ficando ainda mais nervoso. BABY continua sorrindo de uma forma bastante provocativa. 


Rubinho — Isso é tudo culpa sua,  Baby. Nós não podemos nos envolver com esse tipo de gente. A gente nasceu para ficar juntos. 

Baby — Você só pode estar ficando louco, Rubinho. Eu nunca vou voltar para você. 

Rubinho — Isso é o que nós vamos ver, Baby. Depois que eu me livrar o Franchico você vai ser minha, Baby. E você vai adorar isso. 


BABY fica extremamente nervosa. Ela cospe na cara de RUBINHO. O playboy se enfurece cada vez mais. 


Baby — (séria) Eu nunca mais quero te ver na minha frente, Rubinho. Você é o ser mais repugnante que eu já conheci na vida. 

Rubinho — Você ainda vai se arrepender de tudo o que está me dizendo, Baby. Pode acreditar. 


RUBINHO vai embora demonstrando toda a sua irritação. BABY fixa parada com um semblante sério no seu rosto.

CORTA PARA/


CENA 12. CASA DE FÁTIMA. QUARTO. INTERIOR. DIA

LENITA está em seu quarto vendo algumas fotos de quando CASSIANO era pequeno. As lágrimas vão escorrendo por seus olhos. FÁTIMA vai entrando no quarto e ao seu virar LENITA olha para sua amiga e o seu semblante cai mudando cada vez mais. FÁTIMA senta na cama ao lado de LENITA. 


Lenita — (séria) O que você veio fazer aqui, Fátima? Eu disse que queria ficar sozinha. 

Fátima — Você precisa ouvir o que eu tenho para falar, Lenita. Eu sei que você não quer ouvir, mas a verdade é que o Cassiano vivo.

Lenita — Eu disse que eu não quero saber, Fátima. Por que você insiste nesse assunto? O meu sofrimento não é o bastante para você? 

Fátima — Eu jamais iria querer isso, Lenita.  Você é a minha melhor amiga. Eu quero apenas o seu bem. Você sabe muito bem disso. 


LENITA se levanta da cama e olha para FÁTIMA.


Lenita — Você acha que eu não queria que o meu filho estivesse vivo, Fátima? Mas eu sei que isso nunca vai acontecer. Eu sei disso. 

Fátima — Se você quer que eu peça desculpas por falar a verdade eu não vou fazer isso. Eu sinto muito que você pense desse jeito. 

Lenita — Eu não quero mais saber desse assunto, Fátima. Para mim esse assunto já deu. 


FÁTIMA fica bastante triste. LENITA está decidida. 


Fátima — (séria) Eu sinto muito ouvir isso, Lenita. Mas eu vou te provar que o Cassiano está vivo. Você vai ver do que estou falando. 


FÁTIMA sai do quarto sem bem olhar para trás. LENITA sz um carinho na foto de CASSIANO e ela chora de novo. 

CORTA PARA/


CENA 13. ARREDORES DE PORTO DA AREIA. CASEBRE. QUARTO. INTERIOR. NOITE

CASSIANO está no quarto arrumando as suas coisas para ir embora. Nesse momento SAMUEL entra no quarto e percebe o que está acontecendo. CASSIANO olha para SAMUEL de uma forma agradecida e eles se abraçam. O olhar de CASSIANO demonstra toda a sua gratidão. 


Samuel — Onde você está indo, Cassiano? Eu espero que isso não tenha haver com o que a Judith te disse. Ou tem haver? 

Cassiano — (respirando fundo) Não é nada sobre isso, Samuel. Eu preciso descobrir quem realmente eu sou. É o que eu devo fazer.

Samuel — Eu já esperava que isso iria acontecer, Cassiano. Eu posso imaginar o que você está pensando nesse momento. Eu vou te levar até Porto da Areia. Eu vou te ajudar. 

Cassiano — Eu tenho muito abre agradecer, Samuel. Você salvou a minha vida. Isso não tem preço. Ru sempre vou lembrar de você.


SAMUEL olha para CASSIANO com muito orgulho. 


Samuel — Eu só fico preocupado com uma coisa, Cassiano. Quando você chegar em Porto da Areia as pessoas que tentaram te matar tentar fazer isso de novo 

Cassiano — Esse é um risco que eu vou ter que correr, Samuel. Eu preciso descobrir quem eu sou de verdade. Espero que me entenda.

Samuel — É claro que eu entendo, Cassiano. Você é um filho para mim. Eu quero o seu bem. 


CASSIANO esboça um sorriso. 


Cassiano — (sorrindo) Eu te agradeço muito tudo o que você fez por mim. Samuel. Obrigado. 


CASSIANO e SAMUEL voltam a se abraçar em um momento fraternal. Eles não percebem que JUDITH observa tudo. 

CORTA PARA/


CENA 14. PORTO DA AREIA. CASA DE TOM. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA

TOM está sentado no sofá tomando um copo de whisky e com o semblante bastante distante. Nesse momento, ENRICO invade a casa de TOM deixando o vilão totalmente descontrolado. TOM se levanta e fica na frente de ENRICO que vai enfrentando o vilão de igual para igual.


Tom — (descontrolado) Eu posso saber o que você está fazendo aqui, seu imbecil? Eu já disse que não é para você até aqui. 

Enrico — Você me deixou sem alternativas, Tom. Todos na vila descobriram que eu sou o seu informante. Eu preciso de dinheiro agora. 

Tom — Você acha que pode vir na minha casa e me exigir alguma coisa? Eu não fe devo absolutamente nada, Enrico. 

Enrico — Você é igual a Ana Rosa. Aquela infeliz me obrigou a colocar fogo na associação e agora você me faz isso. Isso está errado.


TOM segura ENRICO pelo colarinho da camisa. 


Tom — Eu poderia te matar agora mesmo, Enrico. Mas eu tenho outra em mente. 

Enrico — Eu posso saber o que você quer dessa vez, Tom? Eu não vou mais me sujar por causa das suas tramóias, seu maldito. 

Tom — Eu quero que você descubra quais as provas que a Ana Rosa tem contra mim. 


TOM solta ENRICO. Os dois ficam se encarando. 


Enrico — O que você está querendo com tudo isso, Tom? Eu preciso saber o que você quer. 

Tom — (ardiloso) Eu queto ver a Ana Rosa totalmente arruinada. Aquela infeliz acha que pode me prejud? Vamos ver quem se dá bem no final dessa história. 


ENRICO concorda. O semblante de TOM é de frieza.

CORTA PARA/


CENA 15. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA

LÍVIA continua procurando pelo dossiê, mas sem conseguir encontrar. Nesse momento a porta do escritório vai se abrindo e podemos ver GREGÓRIO entrar e olhar com muito desprezo para LÍVIA. A nossa protagonista não demonstra medo e fica encarando GREGÓRIO de uma forma séria. 


Gregório — (frio) Eu posso saber o que você está fazendo aqui, Lívia? O que você pensa que está fazendo? Eu exijo uma explicação. 

Lívia — Você sabe exatamente o que eu estou fazendo, Vô. Eu estou atrás do dossiê que você mandou roubar da Lenita. Eu vou provar para todos que você é um assassino. 

Gregório — Não me faça rir, Lívia. Você ainda está com essa ideia de me colocar na cadeia? Porque você não desiste de uma vez? 

Lívia — Eu nunca vou desistir. Você matou a minha mãe. Eu quero te ver na cadeia. 


GREGÓRIO vai ficando fora de si. LÍVIA o confronta.


Gregório — Eu acho melhor você esquecer essa história para o seu próprio bem, Lívia. Quanto menos você mexer nessa história vai ser melhor. Agora saia da minha casa. 

Lívia — Eu só quero saber porque você matou a minha mãe. Será que é difícil demais você me falar a verdade uma vez na vida? 

Gregório — Eu já disse que eu não quero mais falar desse assunto, Lívia. Quanto menos você tocar nesse assunto vai ser melhor.


LÍVIA fica frente a frente com GREGÓRIO. A nossa protagonista olha para seu avô de una forma corajosa.


Lívia — (séria) Tudo o que eu quero é justiça. Pela morte da minha mãe e do Cassiano. 

Gregório — Eu já disse que eu não tenho nada haver com a morte do Cassiano. Se você quer culpar alguém por que você não procura o tom? Foi ele o responsável por isso.


LÍVIA fica totalmente sem palavras. GREGÓRIO olha para a nossa protagonista com bastante ódio e raiva.


A imagem congela no olhar distante de LÍVIA. Aos poucos uma onda invade a tela dando efeito e encerrando o capítulo. 





Tags

Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.