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O Troco - Capítulo 29 | Penúltimo Capítulo

    






O TROCO 

CAPÍTULO 29


Produção: Ranable Webs


Criada e escrita por: EZEL LEMOS

Direção artística: WANDERSON ALBUQUERQUE 



PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO

BRUNA MARQUEZINE - MAYA/ LIS

CAIO PADUAN - RODOLFO 

SÉRGIO MALHEIROS - ANTHONY

CLAUDIA RAIA - ELVIRA

ALEXANDRE BORGES - CÍCERO

FERNANDO PAVÃO - WALTER

SOPHIA ABRAHÃO - KÁTIA

MAURÍCIO DESTRI - KAÍQUE 

ADRIANA LESSA - GRACINHA

SILVIA PFEIFFER - CASSANDRA DHEMERSSON

JUAN ALBA - HERMES DHEMERSSON

JULIANA PAIVA - DAFNE DHEMERSSON 

ANA BEATRIZ NOGUEIRA - NEIVA

THAIS MELCHIOR - PÂMELA 

CACO CIOCLER - SAMIR

ANGELA FIGUEIREDO - BILONE

RODRIGO SIMAS - MAX

DANIEL ROCHA - DARLISSON 



CENA 1 - INT. CASA DA OFICINA / MANHà

Elvira está boquiaberta com a revelação de que Lis está viva. Kátia coloca a próxima ao sofá e se dirige a Kaique.


KÁTIA - Você sabia, maninho? 

KAIQUE - Eu não vou mentir. Eu sabia sim. Eu acabei descobrindo lá no escritório do Walter. Eu sempre estava trabalhando com os contratos e certo dia eu vi um contrato de uma casa no Rio de Janeiro, em nome de Walter. Eu já tinha visto ligações de uma mulher pra ele. O nome era Maya Camilo, eu achei que ele estava me traindo com essa mulher. Aí eu fui até lá para isso, mas acabei descobrindo que essa mulher na verdade era a própria Lis.

KÁTIA - Kaique, porque você não me falou? Eu não poderia ter casado antes de saber.

KAIQUE - Eu perdi a minha memória no acidente, lembra? Quando eu recuperei a memória você já estava casada com o Anthony. Eu até quis falar ainda, mas o Walter me convenceu a não falar nada. 

ELVIRA - O Walter sempre fazendo todas as vontades da Lis. 

KÁTIA - Eu não acredito que a Lis foi capaz de fazer isso. 

KAIQUE - Ela fingiu de morta para se vingar do Rodolfo. O Walter me falou inclusive, que ela mora vizinha a ele.

ELVIRA - Como é que uma cega como ela, vai se vingar de alguém?

KAIQUE - Ela não é mais deficiente visual, mãe! 

ELVIRA (surpresa) - Não? 

KAIQUE - O Walter me falou que ela fez duas cirurgias arriscadas e conseguiu recuperar a visão. 

ELVIRA (incrédula) - Eu não posso crê! Os pais dela tinham tanta vontade que ela voltasse a enxergar algum dia. 

KÁTIA - Pois é, parece que mesmo morros realizaram o sonho deles. 


CENA 2 - INT. CASA DE CASSANDRA / MANHà

Dafne fica decepcionada ao saber que não é filha biológica de Cassandra e Hermes. Neiva está emocionada, enquanto Cassandra olha triste para a filha postiça.


DAFNE - Isso é verdade, mãe? 

CASSANDRA - Não, filha. Claro que não. Essa mulher tá inventando isso.

NEIVA - Cassandra, não adianta! Acabou pra você! Você não tem mais quem te defenda. O Hermes não está mais entre nós e seu filho está desaparecido.

CASSANDRA - Eu tenho minha filha. 

NEIVA - Ela não é sua filha de sangue e você sabe disso. 

DAFNE - Quem é minha mãe, então? 


Cassandra olha desesperada para Neiva, com medo da grande revelação que ela pode fazer.


CASSANDRA (apavorada) - Não! Não!

NEIVA - Eu vou falar, Cassandra! Sou eu, Dafne! Eu sou sua mãe!


Dafne fica decepcionada por ter vivido uma mentira durante toda a sua vida. Cassandra sofre com o momento da verdade, enquanto Neiva está muito emocionada por finalmente poder falar a verdade para a sua filha. Cassandra parte para cima de Neiva.


CASSANDRA - Sua desgraçada! Assassina!

NEIVA - Assassina é você!


As duas se enfrentam e Maya se desespera.


DAFNE (gritando) - Já chegaaaa! 

CASSANDRA - Não acredita nela, minha filha.


Cassandra se aproxima de Dafne, mas ela se afasta. Dafne se emociona e começa a chorar.


DAFNE (emocionada) - Para com isso! Você nunca me chamou de filha. Até poucos dias atrás eu não passava de uma estranha para você. Nunca me tratou como filha. Sempre se dedicou ao Rodolfo, me rejeitava, me tratava mal. Agora eu entendo o motivo. 


Cassandra se emociona com as palavras de Dafne e a cada relato ela chora arrependida.


CASSANDRA  - Me perdoa! Eu sei que errei muito com você. Mas eu sempre fui tão sofrida. Minha infância não foi fácil. 

NEIVA - Nada justifica o que você fez, Cassandra! 

DAFNE - E você, quem é? Não era a empregada da Maya? 

NEIVA - Eu só arrumei esse emprego de doméstica porque eu não tinha para onde ir. Não que eu me envergonho dessa profissão. É muito digna, deveria ser mais valorizada. Mas eu tinha acabado de sair da cadeia e ninguém queria me empregar. A Maya foi muito gentil em me acolher.

DAFNE - Você esteve presa? 

CASSANDRA - Eu acho melhor você não falar essa parte.

NEIVA - Por quê? Não quer que revele seus podres, Cassandra? Eu estive na prisão por muitos anos. Ah, e eu sou irmã do Hermes. 

DAFNE - Você é irmã do pai? 

CASSANDRA - Já chega, Neiva! 

NEIVA - Me deixa! 

DAFNE - Por quê você foi presa? 

NEIVA - Eu fui acusada de matar o nosso pai, mas na verdade, quem matou ele foi a Cassandra! 


Dafne fica em choque com o que ouve de Neiva. Ela olha para Cassandra, que olha impiedosa.


DAFNE - Isso é verdade? 


Cassandra limpa as lágrimas e retoma sua pose.


CASSANDRA - É verdade sim! Eu fiz isso porque aquele velho queria deixar toda a herança para você! Eu não ia voltar para a pobreza que eu saí. O Hermes acreditou facilmente que você matou o pai de vocês e eu enchi a cabeça dele para ele testemunhar contra você. 


Neiva parte para cima de Cassandra e lhe dá alguns tapas. Dafne rapidamente segura a mãe biológica e impede que continue desferindo os tapas.


NEIVA - Sua desgraçada! Você vai pagar por tudo isso! 

DAFNE - Eu sempre soube que era má, mas eu não imaginava que era tanto assim. Você deveria estar presa.

CASSANDRA - O crime já prescreveu! Eu não vou mais ser presa por esse crime! 


CENA 3 - INT. MANSÃO DE MAYA / SALA / MANHà

Maya está atendendo a porta e fica surpresa ao ver Anthony em sua casa, ela não consegue falar nada, diante daquele momento inesperado. Apesar de chateado, ele fica imensamente surpreso ao ver aquela mulher totalmente diferente do que era.

 

ANTHONY - É você mesma? 

MAYA - Sim. Sou eu. E antes que pergunte eu estou enxergando.

ANTHONY - Você não vai me convidar para entrar?

MAYA - Sim, vamos entrar, é melhor.


Anthony entra na casa de Maya/ Lis. Ela fica cabisbaixa, nervosa e sem reação diante do homem a quem tanto amou.


ANTHONY (chateado) - Como você foi capaz? Se fingir de morta e fazer todos nós sofrer achando que estaria morta.

MAYA - Eu tive meus motivos! 

ANTHONY (chateado) - Eu ainda não terminei! Você não pensou por um minuto no sofrimento das pessoas que te amavam? Tudo bem que a sua família não era exatamente a melhor. Mas tinha a Bilone que te amava como uma filha, seus primos. Eu! 

MAYA - Eu precisei fazer isso! 

ANTHONY - Não, não precisou! Se você quisesse poderia ter falado queria ficar longe de nós e iríamos respeitar sua decisão. Você poderia viajar e se vingar como queria. Mas o que você fez foi coisa de gente ruim. Você cometeu um crime, tá se passando por outra pessoa! 

MAYA - Não, eu não cometi esse crime! Eu mudei meu nome no cartório, caso não saiba isso já é possível. 

ANTHONY - Mesmo assim! Você não pensou em ninguém! Só pensou em você! 


Maya se aproxima de Anthony e olha em seus olhos.


MAYA - Eu pensei em você sim, Anthony! Eu fui até lá no seu bairro e lhe vi de longe, mas eu não tive coragem de parar meu plano de vir para o Rio. Eu tinha que fazer ele pagar por tudo que me fez.

ANTHONY - Se tivesse pensado em mim, não teria feito isso. Eu te amava! Eu sofri com a sua falsa morte.

MAYA - Me perdoa! Eu também sempre te amei! 

ANTHONY (irritado) - Você não me amou! Se me amasse não teria escolhido a sua vingança! 


Mata chora e tenta tocar em Anthony, mas ele se afasta.


MAYA - Você não pode fazer isso comigo. Eu ainda te amo, Anthony! 

ANTHONY - Cadê o seu marido? Soube que casou com ele. Que espécie de gente se casa com alguém que lhe faz mal. Com um golpista que tenta matar a pessoa. Você enlouqueceu? 

MAYA - Você não pode me julgar assim.

ANTHONY - Posso, posso sim! Eu sofri com sua ausência, como se bastasse todo aquele seu desprezo depois que passamos a noite juntos. Você me demitiu, mas eu continuei te amando, mesmo decepcionado eu ainda tinha esperanças. Aí veio a sua morte e acabou com qualquer esperança que eu tinha de te amar, de te fazer feliz. 

MAYA - Me perdoa, Anthonny! Eu ainda te amo. Eu sei que você tá casado com a Kátia, mas eu ainda te amo. 

ANTHONY - Você não merece meu amor! 


Maya toca em Rodolfo e tenta beijá-lo, mas ele recua.


MAYA - Eu ainda amo você. 

ANTHONY - Eu agora sou um homem casado. 

MAYA - Eu entendo. 

ANTHONY - A Kátia me pediu um tempo, me deu um tempo na verdade. Ela acha que eu ainda te amo e por isso me liberou do casamento.

MAYA - E ela está certa? Você ainda me ama?


Maya vai em direção a Anthony e o beija, os dois se beijam apaixonadamente.


CENA 4 - EXT / RUA DE MACAÉ / TARDE

Kátia vai andando com Kaique, enquanto tomam um sorvete, os dois conversam enquanto saboreiam os sorvetes.


KAIQUE - Você foi muito boba de entregar o Anthony de mão beijada para a Lis. Ela não merece ele. Se ela quisesse mesmo ele, não teria fingindo estar morta e ido para o Rio. 

KÁTIA - Eu não quero que ele continue casado comigo por obrigação.

KAIQUE - Mas você tem medo que ele fique com a Lis ou Maya, sei lá.

KÁTIA - Não. Eu amo o Anthony, mas eu sou muito bem resolvida comigo. Ele pode beijar, transar com ela, mas se ele realmente me amar, ele vai voltar pra mim. Se ele não voltar é porque não me amava. E eu, eu não merecia viver com alguém que não me ama, entende? 

KAIQUE - Nossa, tô pasmem com sua resiliência. Eu não teria essa segurança. Você viu que na primeira oportunidade eu já fui atrás da suposta amante do Walter.

KÁTIA - Pois eu te aconselho a se conhecer, você não pode viver com medos, angústias, achando que a vida é um mar de rosas e que se acontecer algo ruim o mundo vai acabar. 

KAIQUE - Mana, você tá sendo realmente sincera com isso? 

KÁTIA - Sim, eu tô Kaique. 


CENA 5 - EXT. MACAÉ 

À medida que o tempo passa, a cidade ganha novos movimentos, as ruas se transformam com os movimentos das pessoas que por ali passam, sejam pelos carros ou pedestres que transitam pela cidade.  As luzes dos postes acendiam-se lentamente, revelando o início da noite. 



CENA 6 - INT. CASA DE CÍCERO / MANHà

Através da janela da casa, Gracinha observa Elvira entrando no carro de Cícero. Ela vê eles conversando na maior intimidade e não consegue controlar seu ciúme.


GRACINHA - Eu não vou aguentar isso! Não vou!


Gracinha se irrita e começa a quebrar os móveis. Ela joga vasos, porta-retratos e televisão no chão. 

 

CENA 7 - INT. MANSÃO DE MAYA / COZINHA-SALA / MANHà

Maya/Lis está na mesa da cozinha, acompanhada de Anthony. Ambos estão tomando café. Anthony se mostra mal humorado e apesar de ter passado a noite com Maya, o clima entre eles não é dos melhores.


MAYA - Você ainda não me perdoou, não foi? 

ANTHONY - Não é isso. É que talvez eu não deveria ter feito isso.

MAYA - Você não disse que a Kátia pediu um tempo do casamento.

ANTHONY - Sim. Mas mesmo assim eu não me sinto confortável. 

MAYA - Eu entendo. 

ANTHONY - É verdade que você casou com o Rodolfo? 

MAYA - Sim. Mas ele morreu.

ANTHONY - Como pode ter tanta certeza que ele morreu?

MAYA - Eu sei que ele morreu. 


Neste momento a campainha toca e Maya sai para atender, ela caminha até a porta. Ao abrir, fica surpresa vendo Elvira, que também se surpreende ao ver a sobrinha com a aparência transformada.


MAYA - Tia! 


Elvira entra na casa e fica surpresa ao ver Anthony chegando na sala. Maya fica aflita ao ver que a tia permanece calada, sem reação.


MAYA - O que você quer? 


Elvira olha com raiva para Anthony e cai até Maya e lhe dá um tapa.


ELVIRA - Você não merece estar enxergando! 

MAYA (chateada, com a mão no rosto) - Você não tem o direito de julgar! Ainda mais de me bater! Eu não te chamei aqui, poderia ter ficado lá em Macaé! 

ELVIRA - Eu queria ver com meus próprios olhos a sua cara de farsante! Como se atreveu a forjar sua morte e enganar todos nós? 

MAYA - Vocês mereciam pior! Não esqueça o mal que vocês me fizeram! 

ELVIRA - Eu sei que eu errei, mas eu isso não se compara ao que você fez. 

MAYA - Acha mesmo? Você roubou minhas jóias, meus dólares! Você roubou a própria sobrinha que por sinal ainda era cega. 

ELVIRA - Eu não vou me desculpar, porque tô vendo que seu coração tá cheio de rancor! 

MAYA - Fala a verdade, você não vai pedir desculpa porque não quer se humilhar. Apesar de pobre continua a mesma perua desumana de sempre. 


Elvira segura a raiva que sente e olha para Anthony, que baixa a cabeça com receio de represálias por parte da sogra.


ELVIRA - E você, veio correndo para os braços dessa mulher. Essa mulher que escolheu ficar com o golpista que tomou tudo dela, só invés de um homem honesto como você.

ANTHONY - Elvira, eu não vim correndo para os braços de ninguém. Se eu estou aqui é porque a Kátia me deu permissão e eu senti que deveria vim. Além de tudo eu vim para fazer um concurso, eu não falei nada porque eu queria fazer uma surpresa. Você sabe que meu sonho é ser aprovado em um concurso e essa será uma grande oportunidade. Eu irei passar alguns dias por aqui, já que a prova ainda vai demorar. 

ELVIRA (mal humorada) - Você que sabe. 


Elvira sai caminhando até a porta e vai embora. Anthony e Maya se abraçam dando conforto um ao outro. 


CENA 8 - INT. ACADEMIA 

Pâmela trabalha de personal com Max na academia, os dois dão instruções para os frequentadores do local. Max se aproxima de Pâmela.


MAX - E aí, Pâmela. Como está o trabalho? 

PÂMELA - Eu tô adorando, Max. Nossa, eu não terei como te agradecer pelo que tá fazendo comigo. 


CENA 9 - INT. IMAGENS DA CIDADE 

Ônibus e carros transitam em meio às rodovias.Pessoas caminham pela cidade, esperam em paradas. Veículos buzinam em meio a um engarrafamento que se forma de aumenta cada vez mais. 


LETREIRO: DIAS DEPOIS 


CENA 10 - INT. MANSÃO DE MAYA / TARDE 

Darlisson chega na casa de Maya e se surpreende ao encontrar Anthony na sala.


DARLISSON - Quem é você? 

ANTHONY - Eu sou o Anthony, um velho amigo da Lis, ou Maya, como deve a conhecer.

DARLISSON - E o que você faz aqui? 

ANTHONY - Eu vim visitá-la. Fiquei aqui por alguns dias, mas pretendo ir embora. 

DARLISSON - Entendo. Mas porque você não preferiu ficar em um hotel?

ANTHONY - A Maya me ofereceu a casa e eu aceitei. Precisava ficar em um local tranquilo, pois estava para fazer uma prova. Já fiz inclusive a prova do concurso que teve aqui no Rio.


Maya desce a escada e chega até a sala.


DARLISSON - Maya, eu preciso falar com você.

MAYA - Anthony, nos deixe a sós por favor. 


Anthony olha feio para Darlisson e sai em direção a cozinha. Darlisson se aproxima de Maya.


MAYA - Alguma novidade sobre o Rodolfo? 

DARLISSON - Não, Maya. 

MAYA - E por quê você pediu para falar comigo? 

DARLISSON - É que eu queria falar uma coisa para você. 

MAYA - O que é de tão importante que não pode esperar, Darlisson? 

DARLISSON - Maya… Eu sei que a gente só ficou uma vez, você não quis mais nada. Mas eu estou apaixonado por você. 


Maya fica surpresa com a confissão de Darlisson e não sabe como responder.


DARLISSON - Por quê tá em silêncio? Você deve tá me achando um bobo, né? Mas mesmo que você não me corresponda eu achei que você deveria saber. 

MAYA - Darlisson, eu não sei o que te falar. Você tem sido tão maravilhoso comigo. Mas eu não estou pronta para um novo relacionamento agora. 

DARLISSON - E esse cara aí, Maya? 

MAYA - O Anthony, ele faz parte do meu passado. Nós não estamos juntos. Eu não sei o que vai ser do meu futuro. A gente não sabe nem se o Rodolfo morreu, Darlisson. Eu não posso ficar pensando em ter ninguém neste momento. 

DARLISSON - Se você não tem ninguém, me dá uma chance, então. 

MAYA - Eu tô prestes a ser considerada viúva. Neste momento não posso entrar em outro relacionamento assim. Mas eu gosto de você, eu prometo que depois que tudo isso passar eu posso sim pensar em lhe dar uma chance.


Darlisson fica feliz com a possibilidade de no futuro ter uma oportunidade com Maya.


DARLISSON - Eu fico feliz que você pense em nós no futuro. Já é um começo.


Maya abraça Darlisson, ambos sorriem felizes. 


CENA 11 - EXT. FACHADA DO PRÉDIO 

Rodolfo, com visual diferente, barbudo, está parado em frente ao prédio de Max. Ele vê o amigo saindo com Pâmela e os segue, sem que eles percebam. Max e Pâmela andam pela rua e Rodolfo continua seguindo eles. Os dois andam durante um percurso e passam por um local pouco movimentado, neste momento Rodolfo aborda os dois com uma arma, deixando-os assustados. 


MAX - Rodolfo!

PÂMELA - O que você faz aqui?

RODOLFO - Vocês me traíram!

PÂMELA - Você terminou comigo. Não temos mais nada! 

RODOLFO - Eu sempre te amei! Casei com a Maya para pegar o dinheiro dela!

MAX - Cai fora, mano! Vai embora! 

RODOLFO - Você me traiu, Max! Está ficando com minha mulher! 

MAX - Não é o que você tá pensando! 


Rodolfo olha com muita raiva e mira em Max. Ele aperta o gatilho e rapidamente Pâmela atravessa na frente de Max, sendo atingida no abdômen pela bala. Rodolfo olha assustado e sai correndo. Pâmela vai caindo e Max a segura e a ajuda a deitar no chão. Pâmela vai ficando casa vez mais frágil e Mas se desespera e começa a gritar, chamando por ajuda. 


MAX - Socorro! Alguém ajuda! Alguém ajuda! 


CENA 12 - INT. MANSÃO DE CASSANDRA / SALA 

Cassandra fala ao telefone com Rodolfo, ela está desarrumada com cabelo bagunçado. 


CASSANDRA - Rodolfo! Onde você tá filho? Eu tô precisando da sua ajuda. O Darlisson me expulsou de casa. Nosso dinheiro sumiu da conta, eu não sei o que fazer. Você tem que me ajudar a saber o que fizeram com nosso dinheiro.

RODOLFO - (off) Fui eu que peguei o dinheiro! 

CASSANDRA (surpresa) - Filho, porque você fez isso? 

RODOLFO - (off) Eu precisei! Estava em uma situação difícil.

CASSANDRA - Onde você tá e como foi que você se salvou depois de cair no mar? 

RODOLFO - (off) Eu não quero falar disso! Eu só liguei pra dizer que vou fugir do país! 

CASSANDRA (desesperada) - Filho, não vá, por favor! Você não precisa fazer isso! 

RODOLFO - (off) Preciso sim! Se eu não fizer isso, eu vou ser preso. Só liguei para me despedir. 

CASSANDRA - Filho, eu não vou conseguir viver sem você! 

RODOLFO - (off) Eu também queria te dizer… Eu matei o papai! Eu tive que fazer isso.


Cassandra se assusta e começa a chorar. Ela desliga a ligação e fica triste. 


CENA 13 - INT. CASA DE GRACINHA / COZINHA 

Gracinha está sentada à mesa escrevendo uma carta. Ela aparenta estar muito emocionada e triste. 


GRACINHA - Cícero, eu não aguento mais viver sufocada pelos meus segredos. Eu preciso falar tudo que eu sempre quis esconder de você. Eu sei que mais cedo ou mais tarde você vai saber. Mas eu mesma preciso falar isso para você. 


CENA 14 - INT. MANSÃO DE MAYA / SALA

Anthony e Darlisson estão em pé na sala discutindo por causa de Maya. 


ANTHONY - Cara, você é abusado, né? A Maya não vai ficar com você. 

DARLISSON - E o que você tem haver com isso? Você também não se cansa? Ela não vai ficar com você, cara! A Maya me falou que não quer ninguém na vida dela, nesse momento! 

ANTHONY - Você não sabe, mas eu e a Maya temos uma paixão bem antiga. 

DARLISSON - E o que tem haver isso? 

ANTHONY - Quer dizer que eu tenho prioridade na vida dela. A gente tem uma história, sabe. 

DARLISSON - Você não sabe o que tá falando! 


A campainha toca e os dois se olham.


DARLISSON - Vai lá.

ANTHONY - Vai você!

DARLISSON - Tá bom! 


Darlisson vai  atender a porta e Anthony fica parado olhando um vaso que está na mesa de centro. Quando ele vira, se assusta ao encontrar Rodolfo apontando uma arma para ele e Darlisson. 


ANTHONY (assustado) - O que está acontecendo aqui? 

RODOLFO - Você sabe? Tem certeza que não sabe, motorista? 

ANTHONY - Você tá louco, cara! Solta isso aí! 

RODOLFO - Vocês acharam mesmo que eu estava morto? Eu tenho sete vidas! Assim como a Maya! 

DARLISSON - Você não tem sete vidas! Mas a sorte nem sempre vai estar do seu lado! 

RODOLFO - Primo! Cala essa sua boca imunda! Você ajudou a Maya na vingança dela! Ah, você não sabe o quanto isso vai lhe custar! 


Darlisson e Rodolfo se olham e se preparam para partir pra cima dele e tomar a arma, mas Rodolfo logo percebe a troca de olhar entre eles e rapidamente alveja os dois rapidamente. Darlisson é ferido no peito e vai lentamente, já Anthonny tem o abdômen atingido e coloca a mão, ao ver o sangue ele cai desacordado. 


RODOLFO - Comecei os trabalhos! Agora falta a principal protagonista dessa história. Mas com ela vai ser tudo diferente. A morte dela vai ser especial. 


CENA 15 - INT. MANSÃO DE CASSANDRA / SALA 

Dafne está com Neiva sentadas no tapete onde acabara de praticar yoga.


NEIVA - Minha filha, eu sei praticamente não sabemos nada uma da outra. Mas saiba que a partir de hoje você tem uma mãe para te defender de tudo e de todos. Eu sinto por todo esse tempo que ficamos afastadas.

DAFNE - A gente vai se conhecer aia poucos e assim iremos construir a relação de mãe e filha. E quanto a esse tempo todo que não pode estar comigo eu já entendi que não foi culpa sua. 

NEIVA - E o Hermes, pelo que eu entendi ele foi um paizão para você.

DAFNE - Sim. Ele sempre será meu pai querido. Sempre estará em meu coração. 


Tamara, a empregada, chega até elas. 


TAMARA - Dafne, sua mãe acabou de sair da mansão com as malas. 


Dafne fica triste.


NEIVA - Eu sei que não é uma situação fácil.

DAFNE - Ela foi minha mãe todos esses anos. Mesmo me tratando mal eu tinha como mãe. Tomara que ela fique bem. 

NEIVA - Ela vai ficar. Ela tem dinheiro pelos menos.

DAFNE - Sim. Ela e o Rodolfo têm acesso a conta com o valor das ações.

NEIVA - Então terá que se virar com esse valor. Porque as ações que não venderam é a parte que me corresponde. 


CENA 16 - INT. MANSÃO DE MAYA 

Maya chega em casa e se depara com Anthony e Darlisson feridos no chão da sua sala. Ela tosse e fica em choque com a cena que presencia. Neste momento, Rodolfo aparece e a surpreende, deixando-a em pânico.


RODOLFO (sarcástico) - O que foi gatinha? Assustada bebê?


Maya tenta fugir e Rodolfo se aproxima dela apontando a arma.


RODOLFO - Onde acha que vai que vai? Pode desistir! 

MAYA - O que você fez com eles, seu desgraçado! 

RODOLFO (irritado) - Eu te disse que se não me matasse, eu iria voltar e ia ser bem pior! Eu te falei! 

MAYA - Você é um monstro! 

RODOLFO - E você, é o quê? Não esqueça que também tentou me matar! Agora vamos lá! Vamos para o carro! 

MAYA - Onde você vai me levar? 

RODOLFO (sarcástico) - A um lugar lindo, encantador, você vai adorar!


Maya vai andando e Rodolfo a segue até saírem pela porta.


CENA 17 - INT. HOSPITAL NO  RIO DE JANEIRO / QUARTO 

Samir está no leito do hospital em estado grave. Ele tem vários hematomas pela face e respira com dificuldade. Elvira e Cícero chegam até ele.


ELVIRA - Samir, meu irmão. Estou aqui como você queria. Agora fala o que você tanto quer me falar? 

CÍCERO - E a mim também, o que você tanto tem pra mim falar? 

SAMIR (embargando a voz) - Eu… queria… te falar… onde você encontra… a chave… para… as jóias… as jóias que peguei… de você. 

ELVIRA - Essas jóias são da Lis. Você deveria devolver para ela.

SAMIR (embargando a voz) Você… você devolve a ela. Como quiser. Minhas… ações… pode ficar com você.

ELVIRA - Não sabia que você tinha ações em empresa.

SAMIR (embargando a voz) - Na… na construtora… Dhemerson. Fala… fala para a Lis… a Maya… que… foi eu… eu que contratei o Rodolfo. Para… para dar o golpe nela.

ELVIRA (surpresa) - Samir, porque você fez isso, meu irmão? 

SAMIR (embargando a voz) - Agora… agora eu vou… falar da Gracinha. O segredo… o segredo dela.


CENA 18 - EXT. CEMITÉRIO ABANDONADO 

Rodolfo chega com Maya em um cemitério deserto. Ele entra apontando a arma para ela. Levando uma pá, o jovem faz ela caminhar pelo local entre as catatumbas, até chegarem em uma parte de terra. Maya se desespera e começa a chorar, revelando um sentimento de medo, através de seus olhos de desespero. Rodolfo joga a pá no chão onde já tem uma parte de terra cavada.


MAYA (chorando) - O que é isso, Rodolfo?

RODOLFO - Pega essa pá e começa a cavar! 

MAYA (chorando) - Para que isso, Rodolfo? Não faz isso, por favor, eu te imploro! 

RODOLFO (irritado, gritando) - Pega essa merda, vai! Eu tô mandando! 


Maya pega a pá, muito nervosa e tremendo de medo. Ela começa a cavar aos poucos, sem conseguir tirar muita terra do local. Rodolfo observa com muita raiva.


MAYA (chorando) - O que vai fazer, Rodolfo? 

RODOLFO (irritado) - Cava essa merda direito, vai! Cava! 

MAYA (chorando) - Não, Rodolfo! 


Rodolfo, com ódio nos olhos, se aproxima e coloca o revólver na cabeça de Maya, deixando ela extremamente apavorada.


RODOLFO (irritado) - Ou você cava essa bosta ou eu vou estourar seus miolos, tá me ouvindo? (gritando alto) Tá me ouvindo, vagabunda? 


Maya começa a cavar com força, mesmo chorando desesperada. Ela usa toda sua força e cava a cova com firmeza. Após muitas vezes cavando, enquanto Rodolfo observa, ela finalmente consegue deixar um buraco fundo no local. Ela, suada e toda descabelada, olha para Rodolfo, a fim de saber se já está como ele queria.


RODOLFO (mal humorado) - Não tá como eu queria. Mas já dá certo. Agora se deite na sua cova. Onde você vai morar para o resto da sua vida.


Maya chora apavorada segurando a pá na mão, sabendo que esse pode ser o fim do jogo para ela.


RODOLFO (irritado) - Vamos! Vai, deita na sua cova que eu ainda preciso aterrar! 


Maya chora apavorada enquanto balança a cabeça em sinal negativo.


A cena termina com Maya chorando apavorada.




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