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TERRA DO SOL - 02 (REPRISE)



CENA 1: EXTERIOR. SÃO PAULO. RUA DA CAFETERIA. FIM DE TARDE

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR. LUCAS ESTÁ

AJOELHADO DIANTE DO CORPO INERTE DE ALICE. ELE OLHA PARA

TODOS OS LADOS ENQUANTO TENTA ABSORVER TUDO QUE ACABOU DE

ACONTECER. ALGUMAS PESSOAS VÃO FICANDO EM VOLTA DELE.

 

LUCAS (desesperado/ sem acreditar): - Isso não pode estar acontecendo.

Porque isso agora? Aquele homem asiático deve estar envolvido nessa

história. Mas isso não vai ficar assim. Eu vou fazer justiça.

 

UMA AMBULÂNCIA CHEGA AO LOCAL. OS SOCORRISTAS RECOLHEM O

CORPO JÁ SEM VIDA DE ALICE. UM DOS SOCORRISTAS SE APROXIMA DE

LUCAS QUE AINDA ESTÁ EM ESTADO DE CHOQUE.

 

SOCORRISTA (figurante): - Eu sinto muito pela sua perda, senhor. Se tiver

qualquer coisa que pudermos fazer nesse momento é só dizer.

LUCAS (abalado): - Muito obrigado, mas o que eu preciso fazer agora é

pegar os responsáveis pela morte da minha noiva. É isso que vou fazer.

 

A CÂMERA MOSTRA O OLHAR DECIDIDO DE LUCAS. AOS POUCOS TODOS

VÃO SAINDO DO LOCAL DEIXANDO O DELEGADO SOZINHO.

 

|| ALGUNS DIAS DEPOIS||



�� SÃO PAULO — BRASIL



CENA 2: EXTERIOR. CEMITÉRIO. DIA

MUITAS PESSOAS REUNIDAS NO ENTERRO DE ALICE. NO CENTRO DE

TODOS ESTÁ LUCAS QUE CONTINUA DESOLADO COM TUDO QUE

ACONTECEU. ELA COLOCA UMA ROSA VERMELHA SOBRE CAIXÃO, E LOGO

DEPOIS SE PREPARA PARA FAZER UM DISCURSO.



LUCAS (discursando): - Desde que eu conheci a Alice eu tenho me tornado

um homem melhor. Ela com a sua doçura, o seu amor e o seu carinho me

fizeram ser o homem que eu sou hoje. Mas eu prometo diante do caixão

dela que as pessoas que fizeram isso não vão passar impunes. A justiça

será feita, nem que isso leve muito tempo para acontecer.

 

LUCAS SE APROXIMA DOS PAIS DE ALICE E OS ABRAÇA. NESSE

MOMENTO ESTELA SE APROXIMA DE SEU FILHO E O ENCARA. AO LADO

DELA ESTÁ CELSO QUE OLHA COM CERTO DESPREZO PARA LUCAS.

 

ESTELA (sussurrando): - Você ficou louco, meu filho? O que você pensa

que está fazendo? Se você estiver certo essa quadrilha é muito perigosa.

CELSO (cínico): - A sua mãe está certa, Lucas. Precaução nunca é demais.

LUCAS: - Não me venha com o seu falso moralismo, Celso. Nós dois

sabemos que você nunca me suportou. A verdade é que eu detesto você.

 

ESTELA DÁ UM TAPA NA CARA DE LUCAS. CELSO SORRI CINICAMENTE.

 

ESTELA (nervosa): - Nunca ouse falar assim com o Celso. Ele é meu

marido e foi ele que me ajudou a te criar. Nunca esqueça disso.

LUCAS (sério): - Faça o que você quiser, mãe. Eu vou embora desse lugar.

 

LUCAS VAI INDO EMBORA ENQUANTO O CAIXÃO DE ALICE É ABAIXADO

NA SEPULTURA. A CÂMERA ACOMPANHA OS PASSOS DE LUCAS ATÉ ELE

SUMIR NO HORIZONTE.

 

CENA 3: INTERIOR. CASA DE VALÉRIA E FABIANA. SALA. DIA

NO CENTRO DA CENA ESTÁ FABIANA QUE ESTÁ VESTIDA TOTALMENTE

DE PRETO E COM UMA GARRAFA DE CHAMPAGNE NAS MÃOS

COMEMORANDO ALGO IMPORTANTE. NESSE MOMENTO VALÉRIA ENTRA

EM CASA E ESTRANHA O JEITO DE SUA FILHA.

 

VALÉRIA (sem entender): - O que foi que deu em você, Fabiana? E onde

foi que você arranjou dinheiro para comprar esse champagne?

FABIANA (cínica): - Isso não vem ao caso agora, mãe. O que importa

mesmo é que o empecilho que estava no meu caminho foi embora. Agora

sim o Lucas vai ser meu. Nada vai impedir ele ser exclusivamente meu.

VALÉRIA: - Você ficou louca, Fabiana? Ela era sua melhor amiga, e é assim

que você se refere a Alice? Pelo visto você não tem noção do que fala.

 

FABIANA SORRI DE FORMA ARDILOSA. VALÉRIA FICA ESPANTADA COM A

FRIEZA DE SUA PRÓPRIA FILHA.

 

FABIANA (firme): - Eu sempre fui apaixonada pelo Lucas, e aquela sonsa

da Alice se meteu entre nós. Ela teve apenas o que mereceu. Simples!

VALÉRIA (séria): - Eu fico espantada com essa sua frieza, minha filha.

Mesmo que o Lucas te quisesse coisa que eu duvido o seu pai jamais

permitiria que isso acontecesse. Você pode estragar a reputação dele.

FABIANA: - E você acha que eu estou me importando com isso? Aquele

homem pode ter me dado a vida, mas ele não é nada para mim. (P) Se ele

ousar atravessar o meu caminho eu jogo todos os podres na cara daquele

mosca morta da mulher dele.

 

VALÉRIA FICA ABISMADA COM ATITUDE DE FABIANA. A VILÃ SERVE UMA

TAÇA DE CHAMPAGNE E TOMA SE SENTINDO VITORIOSA.

 

�� KAMAKURA — JAPÃO



CENA 4: INTERIOR. CASA DE MITSUKO E HAYATO. SALA DE ESTAR. DIA

KEIKO E HAYATO ESTÃO SENTADOS UM DO LADO DO OUTRO. NESSE

MOMENTO MITSUKO VEM DESCENDO AS ESCADAS DE UMA FORMA BEM

ELEGANTE E INTIMIDADORA. A VILÃ PARA NA FRENTE DE KEIKO QUE

LOGO SE LEVANTA E OLHA PARA MITSUKO.

 

MITSUKO (ardilosa): - Você tinha razão meu filho…. A Keiko é realmente

uma jovem muito bonita e adorável. (P) Eu estava com muita vontade de

te conhecer, pequena. O meu filho contou tudo sobre você.

KEIKO (intrigada): - Para ser sincera eu não estou conseguindo entender

essa sua vontade repentina de me conhecer. Desculpe a minha dúvida.

HAYATO: - Eu disse que você poderia confiar na minha mãe, meu amor.

Não tem o porquê de você ficar tão desconfiada.

 

KEIKO CONTINUA INTRIGADA, E SENTE QUE ALGO RUIM ESTÁ PARA

ACONTECER. MITSUKO SORRI DE UMA FORMA BEM MAQUIAVÉLICA.

 

MITSUKO (séria): - O meu filho me disse que você descobriu que o seu

verdadeiro pai é brasileiro e que você quer conhecer ele. Eu posso te

ajudar nisso, Keiko. O que você me diz?

KEIKO (surpresa): - Eu não sei o que te dizer, dona Mitsuko. Isso seria um

sonho realizado. Mas como você faria para que isso acontecesse?

HAYATO: - Calma, Keiko. Ouve o que a minha mãe tem para dizer.

MITSUKO (sorrindo): - Sabe Keiko…. Eu sou uma empresária muito

reconhecida, e eu tenho muitos negócios no ocidente. A proposta que eu

tenho para é: Você leva algumas mercadorias minhas para o Brasil e em

troca eu te ajudo a encontrar o seu pai. É pegar ou largar.

 

KEIKO FICA TOTALMENTE INCRÉDULA.




 

CENA 5: EXTERIOR. RUA. CARRO. NOITE

UM CARRO DE LUXO ESTÁ PARADO EM UMA RUA POUCO MOVIMENTADA.

A CÂMERA ADENTRA O CARRO, E PODEMOS VER QUE DENTRO DO

MESMO ESTÃO CELSO E VALÉRIA E O CLIMA ENTRE ELES É DE TENSÃO.

CELSO (sem paciência): - Eu posso saber o porquê você me chamou nesse

lugar, Valéria? Você está cansada de saber que nós não podemos ser vistos

juntos. Fale de uma vez que eu estou sem tempo para você.

VALÉRIA (séria): - Você sabe muito bem que se não fosse importante eu

não teria te chamado aqui, Celso. (P) É bom você se preparar, pois uma

tempestade está para cair sobre sua cabeça. A sua filha está disposta a

conquistar o Lucas e isso não é nada bom para você.

CELSO: - Como é que é? Você está me dizendo que aquela infeliz da sua

filha está me arruinar é isso mesmo? Isso não vai acontecer jamais.

 

CELSO FICA MUITO NERVOSO. ELE BATE AS MÃOS NO VOLANTE DO

CARRO. VALÉRIA OLHA TODA A CENA COM MUITO MEDO.

 

�� KAMAKURA — JAPÃO



CENA 6: INTERIOR. CLUBE ASIÁTICO. SALA DE MITSUKO. DIA

MITSUKO ESTÁ PARADA EM PÉ OLHANDO PELA JANELA. NA SALA

TAMBÉM ESTÁ RYU, UM DOS CAPANGAS QUE TRABALHAM PARA

MITSUKO. A VILÃ SE VIRA E JOGA UM ENVELOPE COM A FOTO DE KEIKO

E UMA QUANTIA DE 500 MIL IENES. RYU PEGA O DINHEIRO E JÁ

ENTENDE O SIGNIFICADO DA MISSÃO.



MITSUKO (ardilosa): - Você sabe exatamente o que você tem que fazer. Eu

quero isso resolvido o mais rápido possível. Estamos entendidos?

RYU (sorrindo): - É claro que sim, patroa. Pode considerar o trabalho feito.

MITSUKO: - Eu acho bom mesmo. E nem pense deixar escapar o que você

irá fazer para o meu filho. Ele não pode nem sonhar que o está prestes a

acontecer com a noiva dele. Espero ter sido clara.

 

RYU BALANÇA A CABEÇA CONCORDANDO. LOGO DEPOIS ELE PEGA A

FOTO DE KEIKO E DEPOIS OLHA PARA MITSUKO QUE O ENCARA.

 

MITSUKO (cínica): - O que foi que houve Ryu? Não vai me dizer que está

com pena da Keiko? (P) Nós fazemos isso há muito tempo, e não quero

saber da sua consciência estragando os meus planos. Nem pense nisso.

RYU (sério): - Com isso você não precisa se preocupar, Mitsuko. Mas eu só

quero que você saiba que quando o seu filho ficar sabendo do sumiço da

Keiko ele não vai descansar enquanto não encontrar ela. Essa é a questão.

MITSUKO: - Com o Hayato eu me preocupo. A sua missão é seguir as

minhas ordens sem questionar. Agora vá e faça o que eu mandei.

 

RYU OLHA COM SERIEDADE PARA MITSUKO. ELE SAI DEIXANDO A VILÃ

SOZINHA COM UM SEMBLANTE DE PURA MALDADE.

����

 

�� ALGUNS DIAS DEPOIS



CENA 7: EXTERIOR. SANTUÁRIO TSURUGAOKA. ÁREA EXTERNA. DIA

O CLOSE DA CÂMERA ESTÁ EM KEIKO QUE ANDA PELOS ARREDORES DO

SANTUÁRIO SEM PERCEBER QUE ESTÁ SENDO SEGUIDA. O FOCO MUDA

RYU QUE VAI SE APROXIMANDO CADA VEZ MAIS DE KEIKO. ELE SEGURA

EM SEU BRAÇO E TAPA A SUA BOCA PARA QUE ELA NÃO CONSIGA

GRITAR.

 

RYU (sussurrando): - É melhor você ficar bem quieta se não quiser que eu te machuque aqui mesmo. Você vai me acompanhar e não fará nada.

KEIKO (apavorada): - Quem é você? O que você quer comigo? (P) Eu não

fiz nada para isso estar acontecendo. Por favor, eu preciso saber o porquê

disso acontecer logo comigo.

RYU: - Tem certeza que você não sabe a resposta para essa pergunta,

Keiko? (T) Você deveria ter aceitado a proposta da sua sogra. E só mais

uma coisa: Ninguém confronta Mitsuko Ishida.

 

A CÂMERA MOSTRA O DESESPERO NO OLHAR DE KEIKO. ELA CONSEGUE

SE SOLTAR E CORRER ATÉ UMA PEQUENA PONTE QUE TEN AO LADO DO

SANTUÁRIO. A CÂMERA CORTA E MOSTRA QUE LUCAS ESTÁ VINDO NA

DIREÇÃO CONTRÁRIA. ELE E KEIKO ACABAM SE ESBARRANDO. OS SEUS

OLHOS SE CRUZAM.

 

LUCAS (com gentileza): - Está tudo bem com você, moça? Me desculpe,

mas eu não vi você chegando. (P) O que está acontecendo com você?

KEIKO (desesperada): - Por favor me ajuda. Tem uma pessoa querendo

me fazer mal, e eu não sei como eu posso fugir das garras dele. Eu te

suplico. Me ajude.

 

NESSE MOMENTO RYU CHEGA ATÉ ONDE KEIKO ESTÁ E ELE APONTA

UMA ARMA PARA KEIKO DEIXANDO LUCAS EM UMA SITUAÇÃO DIFÍCIL.

 

RYU VAI SE APROXIMANDO AOS POUCOS DE KEIKO QUE VAI FICANDO CADA VEZ MAIS NERVOSA.

SEM PENSAR DUAS VEZES LUCAS FICA NA FRENTE DE KEIKO E ENCARA

RYU SEM NENHUM MEDO OU RECEIO.

 

RYU (apontando a arma): - Isso não tem nada haver com você, Gaijin. Eu

te aconselho a ir embora e não olhar para trás. Você não conhece ela, e

está disposto a sacrificar a sua vida por uma desconhecida?

LUCAS (sério): - Se você quer pegar ela vai ter que passar por cima de

mim primeiro. (T) Não me importa se eu não conheço ela. O certo é certo

mesmo que ninguém esteja vendo, e é nisso que eu acredito.

KEIKO: - Vá embora de uma vez, e nunca mais ouse aparecer na minha

frente. E diga a sua patroa que ela vai ter muita coisa que se explicar.

 

RYU VAI SAINDO E DEIXANDO KEIKO NA COMPANHIA DE LUCAS. LOGO

DEPOIS KEIKO CONSEGUE RESPIRAR ALIVIADA E ELA SORRI.

 

KEIKO (respirando aliviada): - Eu não sei como te agradecer pelo o que

você acabou de fazer por mim. Mas agora eu preciso ir embora.

LUCAS (cordial): - Me deixe te acompanhar até a sua casa. Eu não quero

que aquele homem tente qualquer coisa contra você. Eu te peço isso.

KEIKO: - Não é necessário. Você já fez mais que o suficiente. Se não fosse

por você eu não sei o que teria me acontecido.

LUCAS: - Eu faço questão. Por favor…. Não me tire esse privilégio.

 

KEIKO FICA SEM PALAVRAS. ELA E LUCAS COMEÇAM A CAMINHAR UM AO

LADO DO OUTRO. DE LONGE RYU OBSERVA A CENA COM RAIVA.

 

�� SÃO PAULO — BRASIL



CENA 8: INTERIOR. MANSÃO DA FAMÍLIA DUBOIS -CIPRIATIS. SALA DE

ESTAR. NOITE

A CÂMERA MOSTRA QUE AS LUZES DO AMBIENTE ESTÃO APAGADAS.

CELSO VEM ADENTRANDO NA MANSÃO TOTALMENTE EM SILÊNCIO.

NESSE MOMENTO AS LUZES SE ACENDEM E ESTELA VEM CAMINHANDO

NA DIREÇÃO DO VILÃO QUE FICA PARADO SEM REAÇÃO.

 

ESTELA (nervosa): - Eu posso saber onde é que você estava a noite toda,

Celso? Esqueceu que dia é hoje não é? Eu cometi muitos erros na minha

vida, mas de todos trocar o amor do meu filho pelo seu foi o pior.

CELSO (sarcástico): - Deixe de ser tão sentimental, Estela. Nós somos

casados, mas eu não devo satisfação da minha vida para você. Eu faço o

que eu quero e você não tem nenhum poder sobre mim.

ESTELA: - Finalmente você está deixando a máscara cair. Onde está aquele

homem cavalheiro com quem eu me casei? Você não é nada que eu pensei

que fosse. Eu só lamento não ter dado ouvidos ao meu filho antes.

 

ESTELA DÁ AS COSTAS PARA CELSO, MAS O VILÃO A SEGURA PELO

BRAÇO. SEM PENSAR DUAS VEZES ESTELA DÁ UM TAPA NA CARA SE

CELSO QUE LEVA A MÃO AO ROSTO COM CERTA FRIEZA.

 

ESTELA (séria): - Nunca mais ouse encostar essa mão nojenta em mim. Eu

tenho nojo de ser casada com um homem como você. Eu quero o divórcio.

CELSO (sorrindo): - E você acha mesmo que eu vou permitir isso, Estela?

Se você acha mesmo que vai se livrar de mim pode esquecer. Eu não darei

o divórcio a você de forma nenhuma.

ESTELA: - Isso é o que nós vamos ver, Celso. Eu tenho dinheiro, poder e

influência e no fim das contas é isso que importa. Você é um nada.

 

ESTELA VAI SUBINDO DA MANSÃO TOTALMENTE DECIDIDA. A CÂMERA

MOSTRA O OLHAR DE ÓDIO DE CELSO QUE FICA DESCONTROLADO.

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CENA 9: INTERIOR. CASA DE VALERIA E FABIANA. SALA. NOITE

CLOSE EM VALÉRIA QUE ESTÁ SENTADA NO SOFÁ DA SALA LENDO UM

LIVRO. NESSE MOMENTO FABIANA ENTRA NA CASA BUFANDO DE ÓDIO E

VAI NA DIREÇÃO DE SUA MÃE COM UM SEMBLANTE DE MUITA RAIVA.

 

FABIANA (fora de si): - Eu posso saber o porquê de você ter ido procurar

aquele homem infeliz? Você não cansa de ser humilhada não?

VALÉRIA (disfarçando): - Eu não tenho a mínima ideia do que você está

falando, Fabiana. Você poderia ser mais clara, por favor?

FABIANA: - Você realmente acha que sou uma idiota, não é mesmo mãe?

Você foi vista no carro daquele desgraçado do Celso. Você ainda vai ter

coragem de mentir na minha cara?

 

VALÉRIA RESPIRA FUNDO. ELA SE LEVANTA DO SOFÁ E OLHA PARA

FABIANA QUE ESTÁ TOTALMENTE DESCONTROLADA.

 

VALÉRIA (séria): - Você quer mesmo saber a verdade, Fabiana? Eu fui

mesmo procurar o seu pai, e tudo isso é culpa sua. Essa sua obsessão pelo

Lucas está passando de todos os limites. Isso tem que ter um fim.

FABIANA (gritando): - Quando é que você vai entender que eu amo o

Lucas? Nem você nem aquele infeliz que não é nada para mim tem o

Tdireito de dizer o que eu devo fazer da minha vida.

VALÉRIA: - Faça o que você quiser, Fabiana. Mas eu quero que você saiba

de uma coisa. Se você fizer qualquer coisa para prejudicar o seu pai ele

não terá pena nenhuma de acabar com a sua vida. Você está avisada.

 

VALÉRIA SAI DA SALA DEIXANDO FABIANA COM MUITA RAIVA. A VILÃ

PEGA UM JARRO DE FLORES E ARREMESSA NA PAREDE COM ÓDIO.

 

CENA 10: INTERIOR. BAIRRO DA LIBERDADE. CASA DE SHIN E OLENKA.

SALA. NOITE

SHIN E OLENKA ESTÃO SENTADOS UM DO LADO DO OUTRO E O

SILÊNCIO REINA NO LOCAL. NESSE MOMENTO AYUMI A FILHA DO CASAL

ENTRA NO LOCAL E PERCEBE QUE ALGO NÃO ESTÁ CERTO. SHIN E

OLENKA TENTAM DISFARÇAR, MAS AYUMI É MUITO PERSPICAZ.

 

AYUMI (firme): - O que está acontecendo com vocês? Já fazem dias que eu

estou percebendo que vocês estão estranhos. O que foi que houve?

SHIN (disfarçando): - Do que você está falando, minha filha? Não tem

absolutamente nada que eu e sua mãe estejamos escondendo de você.

OLENKA: - O seu pai está certo, minha filha. Você deve estar confundindo

as coisas. (P) Não tem nada que a gente esteja escondendo de você.

 

AYUMI FICA COM O SEMBLANTE MUITO SÉRIO. SHIN E OLENKA SE

OLHAM COMO SE TEMESSEM QUE A FILHA DESCUBRA A VERDADE.

 

AYUMI (enfática): - Se vocês não querem contar a verdade então por mim

tudo bem. Mas eu sei que está acontecendo alguma coisa muito séria. Eu

quero que vocês saibam que eu vou descobrir o que é.

 

AYUMI SAI DA SALA TOTALMENTE DECIDIDA. OLENKA SE LEVANTA DO

SOFÁ E OLHA COM MUITA SERIEDADE PARA SHIN.

 

OLENKA (séria): - Eu espero que você saiba o que você está fazendo, Shin.

Eu não vou mentir para a minha novamente. Você trate de contar a

verdade para ela ou eu irei contar.

 

OLENKA VAI SAINDO DA SALA DEIXANDO SHIN TOTALMENTE SEM O QUE

DIZER E PENSANDO NAS PALAVRAS QUE ELA ACABA DE DIZER.

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�� KAMAKURA — JAPÃO



CENA 11: EXTERIOR. TEMPLO BUDISTA HASE-DERA. ÁREA EXTERNA. DIA

A CÂMERA MOSTRA DE FORMA AMPLA TODA A MAGNITUDE DO TEMPLO

BUDISTA. AOS POUCOS A CÂMERA VAI SE APROXIMANDO E MOSTRA QUE

RYU ESTÁ ANDANDO DE UM LADO PARA O OUTRO CONO ESTIVESSE

PREOCUPADO COM ALGUMA COISA. NESSE MOMENTO UM CARRO PRETO

CHEGA AO LOCAL E MITSUKO DESCE DO CARRO INDO JMNA DIREÇÃO DE

RYU.

 

MITSUKO (nervosa): - Eu posso saber porque você pediu para me chamar

aqui, Ryu? Você está cansado de saber que nós não podemos ser vistos

juntos. (P) Você fez o que eu te mandei? Eu espero que sim.

RYU (fora de si): - Infelizmente eu não consegui, patroa. Na hora que eu ia

pegar a Keiko eu fui impedido por um Gaijin. Mas o pior a senhora ainda

não sabe. Esse Gaijin é aquele que a senhora mandou matar, mas quem

acabou morrendo foi a noiva dele. Ele está em Kamakura.

MITSUKO: - Isso não pode estar acontecendo. O que esse maldito pode

estar querendo? Eu tenho uma nova missão para você, Ryu. Eu quero esse

Gaijin morto o quanto antes. Ele não vai estragar os meus planos.

 

O OLHAR DE MITSUKO É DE PURO ÓDIO. RYU CONCORDA COM A

CABEÇA. NESSE MOMENTO A CÂMERA DÁ UM CORTE E MOSTRA QUE

LUCAS ESTÁ OBSERVANDO O ENCONTRO DE MITSUKO E RYU. ELE VAI

TIRANDO VÁRIAS FOTOS DOS VILÕES.

 

CENA 12: INTERIOR. CASA DE KEIKO E KENJI. SALA. DIA

KEIKO ENTRA NA CASA SEM DIZER NENHUMA PALAVRA. ELA PERCEBE

QUE SEU AVÔ ESTÁ DE COSTAS PARA A PORTA DA SALA SEGURANDO

UMA FOTO DE SUA MÃE (Obs: KEIKO e AIKO são praticamente iguais), E

ELE SE VIRA ENCARANDO KEIKO COM MUITA DECEPÇÃO EM SEU OLHAR.

 

KENJI (decepcionado): - Como você pode fazer uma coisa dessas comigo,

Keiko? Eu jamais esperava isso de você. A sua mãe morreu por causa de

um maldito Gaijin e é assim que você retribui? Eu tenho vergonha de você.

KEIKO (de cabeça baixa): - Se o senhor me deixar explicar eu sei que irá

entender, Sobo. Não é nada disso que você está imaginando.

KENJI: - Eu não quero mais ouvir nenhuma palavra que da sua boca. Você  não traiu só a memória da sua mãe, mas sim toda a nossa cultura.

 

KENJI PERDE O CONTROLE E ELE DÁ UM TAPA NO ROSTO DE KEIKO QUE

FICA SEM REAÇÃO. ELES FICAM SE OLHANDO EM SILÊNCIO.

 

KEIKO (chorando): - Como o senhor pode ser tão preconceituoso assim? O

Gaijin que você fala com tanto ódio salvou a minha vida. A dona Mitsuko

mandou em sequestrar e se não fosse esse Gaijin sabe lá o que teria

acontecido comigo. Mais isso o senhor não quer saber não é, Sobo?

KENJI (incrédulo): - Do que é que você está falando, Keiko? (T) Eu não

posso acreditar que aquela mulher foi capaz de fazer isso com você.

KEIKO: Isso não importa mais. Só agora eu consigo entender um pouco do

que a minha mãe deve ter sofrido nas suas mãos. (P) O meu pai pode ser

um homem desprezível, mas você não está muito longe disso.

 

KEIKO DÁ AS COSTAS E VAI EMBORA PELA PORTA DA SALA DEIXANDO

KENJI ARRASADO. ELE PENSA IR ATRÁS DE SUA NETA, MAS O SEU

ORGULHO O IMPEDE.

 

A IMAGEM CONGELA NO OLHAR DEVASTADO DE KENJI. AOS POUCOS A

IMAGEM GANHA UM TOM ALARANJADO COMO SE O SOL ESTIVESSE

NASCENDO NO HORIZONTE.


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