Type Here to Get Search Results !

Uma Prova de Fogo - Capítulo 01



LEIA EM PDF




UMA PROVA DE FOGO 




ORIGINAL RANABLE WEBS 
















NOVELA DE

EZEL LEMOS E ANDER XYMMER 








CAPÍTULO 01 


Cena 01 - EXT. Tarde, pista de pouso - São Paulo.


Teodoro entra em um helicóptero e o veículo sobrevoa. 

Teodoro está sentado no interior do helicóptero, pensativo, escorado no braço.


Teodoro: Não deveria fazer essa viagem hoje.

Piloto: Se quiser eu volto e pouso.

Teodoro: Não, vamos sim. Eu nunca fui de desistir dos meus objetivos. Não será agora que isso vai acontecer.


Teodoro aparenta estar preocupado.

O helicóptero que Teodoro vai sobrevoando uma área florestal e aos poucos, mostra dificuldade em se manter nos ares.


Logo é possível ver algumas chamas advindas do helicóptero e esse cai rapidamente e explode ali dentro do grande matagal.


Cena 02 - INT. Tarde, Restaurante de Germano - Natal/RN.


Sulamita, Juliete e Riana (vestidas de garçom, com toca e farda) servem as mesas que estão lotadas de fregueses. As duas se encontram no balcão do estabelecimento.


Riana: O movimento hoje tá grande!

Sulamita: Ta sim.

Juliete: A ginga com tapioca como sempre é um sucesso.

Sulamita: Os turistas amam. 


Germano (vestido de chefe de cozinha) chega no balcão.


Germano: Vamos servir pessoal! As mesas estão cheias.

Sulamita: Já vamos, Germano!

Ruana: A gente tá descansando!


Daniela chega junto a Germano no balcão.


Daniela: Meu gato, somos um casal maravilhoso, além de termos uma grande química, temos bom gosto para fazer comida.

 

Germano agarra Daniela de lado.


Germano: Vamos pra cozinha minha gata chefe.


Cena 03 - INT. Tarde, Casa de Sulamita e família, sala - Natal/RN


Acácio está sentado no sofá da sala, ele olha o celular pensativo.


FLASHBACK:


Acácio está sentado em um escritório médico, frente ao médico que está olhando um papel.


Médico: Sinto muito Acácio, mas você não pode ter filhos.

Close em Acácio sério.


FIM DO FLASHBACK.


Acácio continua ali no sofá, ele joga o celular pro lado.

Gonzaga chega no local e senta.


Gonzaga: E aí mano, porque não tá lá no restaurante ajudando o Germano?

Acácio: Eu trabalhei a noite toda. Você sabe que trabalhar como segurança cansa bastante.


Gonzaga levanta do sofá.


Acácio: E você macho, não tá ajudando porque?

Gonzaga: Sabe muito bem que eu não aceito mais trabalhar pra receber aquela merreca.

Acácio: Cara, você também não se esforça!

Gonzaga: Até você Acácio?


Gonzaga sai da sala.

 

Cena 04 - INT. Tarde, Faculdade Doutor Guerra, refeitório - Rio de Janeiro/RJ 


Clara e Cleia estão sentadas na mesa do refeitório da faculdade, ambas comendo pastel e suco.


Clara: Nossa, que pastel bom esse.

Cleia: Horrível, tem muita cebola.

Clara: Você e sua negação com legumes e verduras.


Cleia começa a sangrar pelo nariz, Clara olha assustada e Cleia desmaia, caindo rapidamente da cadeira, Clara logo se aproxima dela gritando.


Clara: (apavorada) Cleia! Cleia! O que tá acontecendo minha irmã?


É possível ver Cleia no chão, sem sentidos e com o nariz sangrando.

Várias pessoas se aproximam.


Clara: (assustada) Alguém chama uma ambulância!


Cena 05 - EXT. Noite, Área florestal


Uma aeronave do corpo dos bombeiros sobrevoa o local do acidente com o helicóptero de Teodoro e os destroços do transporte estão totalmente carbonizados.


Cena 06 - INT. Noite, Hospital Dituan, consultório - Rio de Janeiro


Clara está aflita de pé ao lado da médica, que está séria.


Clara: Então quer dizer que minha irmã está com câncer, doutora?

Médica: Ainda é cedo para afirmar. Mas tudo indica que sim. A leucemia é um tipo de câncer muito agressivo quando não diagnosticado precoce, então, quanto antes a gente fechar o diagnóstico será mais benéfico.

Clara: Mas você acha que o dela está no início?

Médica: Precisamos fazer mais exames para identificar em qual estágio a doença se encontra.

Clara: (séria) Entendo, doutora!

 

Cena 07 - INT. Manhã, Apartamento de Hortência, quarto - São Paulo/SP


Hortência está deitada dormindo e o celular toca no criado mudo. Ela acorda e atende o celular.


Hortência: Alô, Álvaro, o que você quer?


Hortência senta na cama, surpresa.


Hortência: (assustada) Homem, para com isso, que brincadeira é essa?


Hortência levanta da cama com o telefone no ouvido.


Cena 08 - INT. Manhã, Apartamento de Hortência, quarto de Louise


Louise está de camisola em pé no seu quarto. Ela chora triste, enquanto olha com atenção para a televisão, que mostra imagens do acidente com o helicóptero de Teodoro.


Cena 09 - INT. Manhã, Apartamento de Hortência, quarto de Henry


Henry (usando apenas cueca) está de pé mal humorado no quarto, olhando o celular, Alessandra chega com seios a mostra o abraçando e ele se afasta, a rejeitando.


Henry: Droga! Não acredito que o pai se foi! 

Alessandra: Esquece seu pai. Ele morreu, se foi…

Henry: Eu não quero! 


Alessandra acaricia Henry e o mesmo empurra ela, que se chateia com o marido.


Alessandra: Você ultimamente tem me rejeitado! Só pode tá com alguma amante! 

Henry: (mal humorado) Você não sabe o que tá falando!

Alessandra: E é o quê, então? Não vai dizer que é por causa da morte do seu pai que você tá nem aí pra ele!  

Henry: Você não fala assim! Eu amava o meu pai!

Alessandra: Cê amava o dinheiro dele! 


Henry desfere um tapa na cara da mulher, que cai no chão desolada.

Sem o menor pudor, Henry coloca o celular no móvel e pega uma peça no closet e sai do quarto, deixando Alessandra no chão chorando. 


Cena 10 - INT. Manhã, Apartamento de Hortência, quarto de Hortência


Hortência e Louise choram abraçadas.

Henry chega triste no quarto e ambos se olham tristes.

Os três se abraçam.


Cena 11 - INT. Manhã, Hospital Dituan, leito - Rio de Janeiro


Clara chega no leito onde Cleia está deitada dormindo, ela observa a irmã enquanto lágrimas caem de seus olhos. Cleia vai acordando aos poucos e se mostra aflita. Clara não consegue disfarçar o nervosismo perante a irmã.


Cleia: O que eu tenho, Clara?

Clara: (tensa) Nada, minha irmã.


Cleia senta na cama, feliz.


Cleia: Nada! Meu Deus, eu tava pensando tanta coisa!

Clara: (tensa) Não se esforce minha irmã!

Cleia: Porque? Eu tenho algo?

Clara:Não, você não tem nada. Pode ficar tranquila!

Cleia: Mas perai, porque você tá assim?

Clara: Assim como?

Cleia: Você tá estranha!

Clara: Eu só tô me recuperando do susto com você lá caída. Você e a vovó são minha única família.


Cleia fica desconfiada com o modo de agir da irmã. 


Cena 12 - INT. Manhã, Mansão Bergamal - Rio de Janeiro


Deodora sabe da morte de Teodoro e fica arrasada.


Deodora: (assustada) O quê? Como assim? Não é possível!

 

Deodora começa a chorar.


Álvaro: Eu também tô desolado por dentro. Mas precisamos ser fortes para preparar o velório e tratar das questões do sepultamento.


Arlete vai chegando na sala, onde Deodora está chorando ao lado de Álvaro.


Arlete: (surpresa) Que foi, filha? o que tá acontecendo?

Deodora: (aos prantos) Uma tragédia, mãe! 


Deodora senta na cadeira aos prantos.


Álvaro: Arlete, eu sinto pelo que vou falar…

Arlete: (interrompendo, brava) Fala logo! 

Deodora: (chorando) O papai morreu!


Arlete fica paralisada com a notícia. Deodora chora desesperada.


Álvaro: Ele estava fazendo uma viagem de trabalho para o nordeste e o helicóptero caiu.


Arlete fica séria, parada, lágrimas escorrem de seus olhos.


Deodora: (chorando, sentada) Você não podia me deixar, papai! 


Cena 13 - INT. Manhã, Delegacia - Rio de Janeiro


Wanda está na delegacia (em sua mesa) e fala ao telefone com Maurício.


Wanda: (preocupada) Você não pode deixar eles fugirem, Mau! Não pode!

Maurício: (off) Vou fazer de tudo para que isso não aconteça! 

Wanda: E tome cuidado, não podemos vacilar e tomar um tiro desses canalhas, cuidado! 

Maurício: Fica tranquila, parceira! 

Wanda: Preciso desligar agora!

Maurício: Até daqui a pouco!


Cena 14 - EXT. Manhã. Santa Teresa - Rio de Janeiro


Maurício chega com várias viaturas no bairro da periferia, os policiais invadem um prédio fechado e flagram alguns usuários, eles tentam correr mas são cercados por policiais armados.


Os policiais colocam os usuários na viatura, Maurício encara um deles.


Maurício: Cadê o chefe de vocês?

Usuário-jovem: Eu não sei de chefe nenhum, cara! 

Maurício: Se vocês não falarem, vão ficar presos no lugar deles.

 

Usuária-mulher: Cês não podem fazer nada contra a gente, compade, nós sabe como é as leis do Brasil, hahahahaha… 


Todos ali apreendidos começam a rir.

Maurício olha com muita raiva.


Cena 15 - INT. Noite, Casa de Sulamita - Natal - RN


Sulamita janta na mesa com os filhos, Acácio, Germano, Juliete, Riana e Gonzaga, e a nora Daniela.


Germano: Pretendo fazer uma reforma no restaurante, quero crescer mais o estabelecimento.

Daniela: Meu bem, mas nós temos dinheiro pra isso?

Sulamita: Com certeza, não Daniela. Seu marido sinhá muito alto.

Germano: Voces não esperaram eu terminar. Eu sei que preciso de um empréstimo.

Juliete: Você não tem medo de pegar esses empréstimos grandes?

Riana: Nosdo irmão sabe o que faz.

Germano: Obrigado, Riana.


Alguém bate na porta.


Gonzaga: Quem será?

Sulamita: Não estamos esperando ninguém.


Acácio sai da mesa e vai atender a porta.


Daniela: Será que é alguém da minha família?


Todos ficam apreensivos na mesa.

Acácio chega com Álvaro surpreendendo todos na mesa. 


Sulamita: (surpresa) Álvaro!

Álvaro: Você ainda me reconheceu depois de tanto tempo?

Sulamita: Bem, se passaram muitos anos que o Teodoro veio com você aqui, mas eu lembro sim.

Germano: Então, o senhor é amigo do papai?

Gonzaga: E cadê ele?

Álvaro: Eu não vim dar uma boa notícia pra vocês. 


Todos se olham apreensivos.


Sulamita: (preocupada) O que aconteceu com o Teodoro?

Acácio: Isso, o que aconteceu com ele?

Álvaro: Teodoro morreu!


Todos se desanimam.

Sulamita, Acácio, Riana e Julieta choram.


Riana: Como foi que ele morreu?

Álvaro: Em um acidente de helicóptero. Infelizmente o veículo teve um problema mecânico e acabou caindo.


Uma clima de silêncio toma conta da sala de jantar. 

Todos na mesa ficam tristes.


Sulamita: Temos que preparar o velório, providenciar que o corpo seja trazido.

Álvaro: (sério) Tem mais uma coisa que preciso falar para vocês! …Como você sabe, Sulamita, Teodoro é natural do Rio de Janeiro, então o corpo dele será enterrado lá. Foi um pedido dele.

Germano: Era só o que faltava.

Sulamita: Nós não temos dinheiro para viajar pro Rio de Janeiro. Como vamos enterrar ele lá, se não conhecemos nada naquele lugar?

Álvaro: Fiquem tranquilos quanto a isso. Pagarei todos os custos para todos irem.

Riana: Mas vai ficar muito caro, somos muitos aqui.

Gonzaga: Não tenho intenção de ir. 

Sulamita: Então você fica com seu sobrinho.

Álvaro: Vocês terão muitas surpresas nessa viagem. Vão se preparando porque o vôo sai à meia noite.

Daniela: Meu Deus, não vai dá tempo eu me arrumar, preparar maquiagem e alisar o cabelo.

Sulamita: Para com isso, que nós vamos para um velório, não é para uma festa não!


Cena 16 - EXT. Imagens do Rio de janeiro 


O sol nasce sobre a icônica imagem do Cristo Redentor e se instala sobre as principais ruas da cidade, onde caminham pessoas apressadas.


Cena 17 - EXT. Manhã, Funerária BS, faixada - Rio de Janeiro 


Hortência chega com os filhos Henry e Louise e a nora Alessandra na frente da funerária e para um momento.


Hortência: Tudo bem que Teodoro é daqui do Rio, mas essa história dele se enterrar aqui não me convence. 

Henry: Também acho um absurdo. Tenho a impressão que o Álvaro tá escondendo alguma coisa.

Louise: O que ele poderia tá escondendo?

Alessandra: Também não vejo o que eles poderiam tá escondendo.

Henry: Você é muito burra, Alessandra! Esqueceu que o pai era todo misterioso.

Sulamita: Vamos entrar!


Eles entram na funerária em clima de total desânimo.


Cena 18 - INT. Manhã, Delegacia - Rio de Janeiro


Wanda anda na sala inconformada, enquanto Maurício a observa.


Wanda: (chateada) Não acredito! Não acredito! Quando vamos prender aqueles meliantes?

Maurício: Eu fiz tudo que foi possível!

Wanda: Você tinha que ter feito o impossível! Você não podia tê-los deixado escapar! 

Maurício: Você não sabe o que é enfrentar aqueles traficantes com mais equipamentos que a gente!

Wanda: (chateada) Desculpa, Maurício! Me exaltei um pouco.


Cena 19 - EXT. Manhã, Funerária BS, fachada - Rio de Janeiro


Dois veículos de luxo param em frente a fachada da funerária.

Álvaro, Sulamita e os 4 filhos (Germano, Acácio, Riana e Juliete) descem do veículo, além de Daniela, esposa de Germano.


Sulamita: Que lugar chique é esse? Tem certeza que ele vai ser velado aqui?

Daniela: Tem razão, sogrinha, puro glamour!

Riana: Eu tô tonta depois da viagem de avião. Não tô conseguindo nem observar isso.

Germano: Será que é aqui mesmo?

Álvaro: É aqui mesmo. 


Todos ficam surpresos e admirados com a sofisticação do local.


Acácio: Que lugar luxuoso. Como o papai que era um deles trabalhador está sendo velado aqui? 


Cena 20 - INT. Manhã, Funerária BS - Rio de Janeiro


É possível ver o caixão de Teodoro no salão do local, várias pessoas em volta.

Próximos ao corpo de Teodoro, estão Arlete e Deodora de óculos escuros.


Arlete: Não sei como vou viver sem o Teodoro.

Deodora: Papai era jovem ainda. 


Hortência chega no local com os filhos Henry e Louise e a nora Alessandra. 

Eles se dirigem ao caixão com muita intimidade.


Hortência: (chorando) Meu amor, porque você teve que partir tão cedo?


Arlete está totalmente surpresa.


Henry: Papai! Você não podia ter nos deixado!


Deodora olha surpresa.

Arlete e Deodora se olham revoltadas.

Hortência alisa o caixão que está fechado.

Arlete se aproxima e olha na cara de Hortência.


Arlete: Porque você chamou meu marido de amor?


Arlete olha séria.

Hortência encara Arlete.


Hortência: (surpresa) Seu marido?


CORTA PARA:

Sulamita vai chegando no salão com os filhos Acácio, Germano, Juliete e Riana e a nora Daniela.

Eles logo se aproximam do caixão, deixando Arlete e Hortência surpresas.

Álvaro se aproxima também.


Sulamita: Teodoro! Porque você nos deixou?

Riana: Papai!


Arlete se dá conta do que está acontecendo e em um momento de raiva, com toda sua força desaba as mãos nas velas e as derruba, deixando todos surpresos.


Arlete: (gritando) O que tá acontecendo aquiii! Teodoro é meu marido! 

Hortência: Não, você tá enganada! Ele é meu marido!

Sulamita: Vocês estão enganadas! Ele é meu marido!


Todas as três esposas olham para Álvaro.

Álvaro se vê sem saída.


Álvaro: Vocês querem saber a verdade?


Logo é possível ver Sulamita, Hortência e Arlete olhando para Álvaro, ambas em choque.


Arlete: Fala, Álvaro, ou eu não respondo por mim!

Álvaro: (sério) Teodoro era casado com vocês três! 

Arlete: (desesperada) Isso não pode ser verdade, Álvaro! Para de mentir, para! 

Sulamita: (com muita raiva) Não posso acreditar nisso! Que maldito! Desgraçado! 

Arlete: (chorando) Isso é mentira! Não, não é verdade!

Hortência: (chateada) Para de ser burra! Você quer que desenhe, o Teodoro era um canalha e acabou! 


Arlete olha para Hortência com muita raiva.


Arlete: Como ousa me chamar de burra, sua… sua…

Hortência: (chateada) Sua o quê? Fala aí para eu sentar minha mão na tua cara! 

Arlete: (chateada) Sua velha! 


Hortência parte para cima de Arlete e dá-lhe um tapa bem grande.

Álvaro logo segura Hortência, enquanto Arlete olha com muita raiva.

Deodora chega surpresa com a situação.


Arlete: (com muita raiva) Você me bateu!

Hortência: E bato de novo se me desrespeitar! 

Deodora: (chateada) Como é que o papai foi viver com essa gente?

Hortência: (chateada) Olha aqui menina, eu sou gente igual a você! 

Sulamita: Vamos nos acalmar, o grande culpado de tudo isso é o Teodoro. Temos que nos unir.

Arlete: Ah, você tá falando isso porque tá vendo tudo muito chique aqui, na certa já tá de olho na fortuna.

Sulamita: (chateada) Você tá me ofendendo! Nunca dependi dele não , ao contrário de você que logo tá se vendo, é uma grande perua! 


CORTA PARA:

Acácio, Riana, Juliete e Germano (com a esposa Daniela),  filhos de Sulamita conversam, ali próximo.


Acácio: Como ninguém nunca descobriu isso do papai.

Riana: Não entendo, também. 

Juliete: Nas redes sociais sempre aparecem essas pessoas ricas.

Germano: Ele tinha poder para ser discreto.

Daniela: O homem era muito poderoso mesmo.


Cena 21 - INT. Tarde, Casa de Clara e Cleia, quarto,  Santa Teresa - RJ


Cleia está deitada na cama e Clara retira a bandeja do móvel ali próximo.


Clara: Fique deitada. deixe que eu lave a louça e faço os afazeres. Não é para se esforçar.

Cleia: Porque tanto cuidado, Clara? Eu não tenho nada demais.

Clara: Mas é melhor né, você passou mal. 

Cleia: (desconfiada) Sei!


Clara sai do quarto e Cleia fica pensativa, ela senta na cama.


Cleia: (desconfiada) Clara tá me escondendo alguma coisa, tenho certeza! 


Cena 22 - INT. Tarde, Prédio abandonado - Natal, RN


Vários jovens conversam desconfiados enquanto consomem drogas no local.

CORTA PARA:

Gonzaga vai andando e chega até os demais jovens.


Jovem homem 1: Óia o carinha que dá tudo por um pó. 

Gonzaga: E aí, vai me dá algum bagulho hoje?

Jovem homem 1: Cê tá de brincadeira, home… Nossa cota de boa vontade já acabou! Se você não pagar o que deve, vai acertar as contas no inferno, mano! 

Jovem homem 2: Melhor você pagar logo, parceiro. Sabe que o chefe não brinca em serviço.


Alguns jovens estão consumindo droga no local.


Gonzaga: Dá um pózinho aí, cara! Tô precisando muito, tô ansioso com uma situação aí.

Jovem homem 1: Já te avisei, ninguém aqui dá mais nada a você! 

Jovem homem 2: Ah não ser que, você pague de outra forma!


Jovem homem 2 pega nas partes íntimas de Gonzaga, que não se importa.


Jovem homem 1: Para com isso, você também tá devendo ao chefe. 

Gonzaga: Eu também não vou fazer aquilo outra vez.

Jovem homem 1: Cê tá brincando com fogo!


Uma jovem mulher aparece no local e saca a arma apontando para Gonzaga, que fica totalmente assustado.


Gonzaga: (assustado) O que tá acontecendo?

Jovem mulher: Cadê o dinheiro que cê tá devendo? Eu quero agora ou vou te matar!


A jovem mulher atira rapidamente em um dos homens presentes ali e ele cai com o peito sangrando.


Jovem mulher: Ele já não ia pagar mais. E você, Gonzaguinha?

Gonzaga: (desesperado) Por favor, não me mata, eu vou pagar tudo, não me mata!


Gonzaga fica imensamente assustado diante de tal situação. Ele está parado, assustado, enquanto uma jovem mulher aponta a arma para ele.


Gonzaga: Você não vai atirar em mim! Nós sempre nos damos muito bem.


Gonzaga tira a camisa e a jovem começa olhar para seu corpo.


Jovem mulher: (séria) Para com isso!

Gonzaga: Vai, atire e me impeça.


Gonzaga tira a calça e fica apenas de cueca, deixando a jovem cada vez mais impressionada.

Ele tira a cueca e a câmera mostrando passa por trás mostrando seu bumbum.

A jovem solta a arma no chão e começa a beijar Gonzaga, os dois se beijam muito.

Close em Gonzaga beijando a moça e observando a arma no chão.

Ambos se deitam no chão, ele está nu e ela em cima cobrindo suas partes íntimas, ela tira o sutiã e mostra os seios.


CORTA PARA:

Vários jovens em volta olham a cena.


Jovem 1: Ei, também quero.


Gonzaga se move e fica em cima da jovem, mostrando seu bumbum. Enquanto isso, alguns usuários observam a cena…


Gonzaga: Peraí, deixa eu fazer uma brincadeira com você.


Gonzaga mostrando o bumbum, pega a sua camisa no chão ao lado e venda os olhos da jovem mulher.


Jovem mulher: O que é isso?

Gonzaga: Não tira a venda, é uma surpresa gatinha.


Gonzaga acena para o jovem 1 no local, que chega próximo e começa a acariciar a jovem mulher. 

Enquanto isso, Gonzaga veste a roupa e sai correndo.

O jovem 1 que está acariciando a jovem, tira sua roupa e deita em cima dela, quando ela rapidamente tira a venda e descobre que Gonzaga sumiu.


Jovem mulher: Desgraçado! 


A jovem mulher  levanta nua com seios à mostra e pega a arma, rapidamente atira no jovem 1.


Cena 23 - INT. Tarde, Funerária BS - Rio de Janeiro


Arlete está ao lado de Álvaro e da filha Deodora.


Arlete: (chateada) Olha aqui, Álvaro, eu não dividi herança com esses vira latas.

Álvaro: Arlete, para de dar chilique. Tudo vai depender da vontade do falecido.

Deodora: E você amigo dele, né Álvaro, nunca foi capaz de nos falar sobre isso.

Álvaro: Eu não poderia trair meu amigo. Espero que entendam, ou não, pra mim não fará diferença.

Arlete: (com muita raiva) Não acredito que tô nessa situação! 


CORTA PARA:

Ali próximo Henry (com a esposa Alessandra) e Louise estão acompanhados com a mãe, Hortência.


Henry: Não importa o que o papai tenha feito, continua sendo meu pai.

Louise:Não acredito, Henry, você não vê tudo que essa mentira dele causou. Olha essas três mulheres, sofrendo por ele e pelo que ele aprontou.

Henry: Estão sofrendo porque querem, porque todo mundo um dia morre. E além do mais, ele com certeza vai deixar um bom dinheiro para nós.

Alessandra: Você só pensa em dinheiro, não sei como casou comigo que sou pobre.

Louise: Tomara que ele não deixe nada pra ninguém, porque a briga vai ser feia.


Cena 24 -  INT. Tarde, Casa de Clara e Cleia, quarto,  Santa Teresa - RJ


Cleia chega no quarto de Clara procurando por ela.


Cleia: Clara! Clara! Ela saiu?


Cleia olha desconfiada.


Cleia: Ela saiu e nem me falou.


Clara olha uma gaveta aberta na cômoda e vai olhar.


Cleia: Se ela tá me escondendo algo eu vou descobrir! 


Cleia revira várias gavetas da cômoda.

Ela olha um papel em especial, mas não encontra nada e vai procurar em outras gavetas.

É possível ver cama repleta de papéis.

Logo é possível ver Cleia olhando um papel e caindo lágrimas de seus olhos.


Cleia: (aos prantos) Porqueeeeeeeee?


Cleia chora desesperada.


Cena 25 - EXT. Tarde, Cemitério BS, Rio de Janeiro


O cortejo de Teodoro vai no calçadão do cemitério, muitas pessoas acompanham.

CORTA PARA:

Sulamita caminha com os filhos Acácio, Riana, Germano e Juliete e a nora Daniela.


Sulamita: Não consigo chorar depois de tudo que soube a respeito dele.

Riana: Nós entendemos, mãe. também ficamos muito chateados com o papai.

Sulamita: Chateado é o mínimo.

Germano: Pra mim ele continua sendo meu pai, sei que errou, mas deve ter seus motivos!

Acácio: Não tem justificativa para o que ele fez! Nós estamos aqui no Rio de Janeiro, viajamos por horas para chegar aqui e velar um homem que nem conhecemos direito.

Sulamita: Falou tudo, meu filho. Teodoro feriu a todos nós.

Juliete: Agora a dúvida é, ele vai deixar algum bem para nós? Porque com tantos filhos…

Sulamita: Não quero nada dele! Quero que seja logo enterrado para eu voltar pra Natal.


Cena 26 -  EXT. Anoitecer, Cemitério BS, Rio de Janeiro

O caixão de Teodoro é colocado na cova.

A família está às margens do local.

As esposas de Teodoro estão com muita raiva.


Álvaro: Vocês devem se despedir dele.

Arlete: (com raiva) Que brincadeira é essa Álvaro?


Henry se aproxima do caixão sobre a cova.


Henry: (falando alto) Adeus a meu pai, Teodoro Bergamal, homem forte e batalhador que sempre me deu o melhor.


Alessandra se aproxima de Henry.


Alessandra: Você tá fazendo papel de ridículo.

Henry: (falando alto) Meu pai sempre foi um homem bom.


Sulamita, Hortência e Arlete se aproxima da areia escada e juntas pegam um punhado de areia, elas ao mesmo tempo, jogam sobre o caixão do empresário.


Sulamita: Adeus miserável!
Hortência: Adeus cafajeste! 

Arlete: Adeus desgraçado! 


As três esposas do empresário olham com repulsa, enquanto jogam areia no caixão.


Cena 27 -  EXT. Anoitecer, Cemitério BS, Rio de Janeiro


Sulamita caminha no calçadão do local com os filhos Acácio, Riana, Germano e Juliete e a nora Daniela.

CORTA PARA:

Arlete parada ali próximo os observa.


Sulamita: Vamos embora daqui! Não aguento ficar mais um minuto neste lugar! Vamos para nossa cidade que lá sim é nossa e somos bem vindos.

Acácio: Isso parece tão louco. O pai sempre falava que trabalhava em São Paulo e nós sempre acreditamos cegamente nisso.

Germano: Ele sempre nos bancou, com pouco mas bancou. Nunca nos faltou nada.

Riana: Ele nos fez muito mal, porque agora parece que ele nunca existiu, foi tudo uma mentira.

Juliete: Tem toda razão, Riana.


CORTA PARA:

Álvaro anda bem rápido logo atrás deles.


Álvaro: Sulamita! Sulamita, espera! 


Sulamita olha para trás e ambos esperam Álvaro.

Álvaro chega até eles.


Álvaro: Vocês não podem ir embora agora.

Sulamita: Vamos ficar fazendo o quê aqui, Álvaro?

Álvaro: Precisam esperar a leitura do testamento!


Germano olha satisfeito.


Germano: Testamento?


Todos ficam surpresos.


Álvaro: Como vocês podem ver Teodoro é rico, ou melhor, bilionário.

Sulamita: Como é que é?


Sulamita fica muito surpresa ao saber que o marido era na verdade, um empresário.


Cena 28 - INT. Noite, Casa de Clara e Cleia, quarto,  Santa Teresa - RJ


Clara entra em casa com algumas sacolas de compras e se dirige à cozinha onde coloca as compras na mesa.

Distraída, ela começa retirar produtos das sacolas e guardar no armário.

CORTA PARA:

Cleia para na saída da cozinha com lágrimas nos olhos e papéis nas mãos.


Cleia: (chateada, chorando) Como você foi capaz?


Clara olha assustada para a irmã e fica triste.


Clara: (triste) Cleia! Eu não queria que você soubesse! 

Cleia: (chateada, chorando) Eu não tenho o direito de saber que vou morrer?

Clara: Me perdoa! Mas você não vai morrer, eu vou fazer de tudo para que você se trate e seja curada.


Cleia chora muito e joga os papéis no chão.


Cleia: (chateada) Para! Não quero que ninguém se sacrifique por mim! 


Cleia chora triste.

Clara vai até a irmã e a abraça, ambas emocionadas.


Clara: Eu vou cuidar sempre de você, você é minha única irmã.


Ambas abraçadas choram.


Cena 29 - INT. Noite, Mansão Bergamal, sala - Rio de Janeiro


Hortência, os filhos Henry e Louise e a nora Alessandra chegam à sala da mansão.


Alessandra: (surpresa) Quanto luxo!

Hortência: Teodoro era podre de rico! 

Henry: (animado) Já tô imaginando eu morando nessa mansão! 


CORTA PARA:
Arlete desce a escada.


Arlete: (séria) O que fazem aqui? 

Henry: Ué, Álvaro mandou nós vim.

Arlete: Álvaro não manda em nada aqui! 

Hortência: Que eu saiba você também não manda em nada, isso aqui era tudo de Teodoro! 

Arlete: Eu não vou tolerar vocês por mais nenhum segundo, fora daqui! 


Arlete olha chateada.

CORTA PARA: 

Álvaro vai chegando na sala com Sulamita, os filhos dela Acácio, Riana, Germano e Juliete e a nora Daniela.

Arlete fica desesperada com muita raiva.


Arlete: (irritada, gritando) o que significa isso, Álvaro?


Álvaro caminha e se aproxima de Arlete a encarando. Ele fica frente a frente com ela.


Álvaro: Qual foi, Arlete? O que você tá achando? Tá na hora de descer desse salto e viver uma nova realidade. 

Arlete: (irritada, gritando) Eu não aceito isso, não! 

Álvaro: Você não manda mais em nada nessa casa, Arlete! Isso aqui tudo agora são dos oito filhos do Teodoro. E fique sabendo de uma coisa, se eles quiserem eles te expulsam dessa casa.


Arlete treme com muita raiva nos olhos.


Cena 30 - INT. Noite, Mansão Bergamal,quarto - Rio de Janeiro


Arlete está com muita raiva olhando pela janela de seu quarto, Deodora a abraça por trás tentando acalmá-la.


Arlete: (chateada) Aquela gentalha tá lá se hospedando nos quartos, não me conformo com isso, filha! 

Deodora: Eu também não gosto nada disso. Eles nunca serão meus irmãos, não tenho menor consideração por eles. Para mim sempre serão uns desconhecidos.

Arlete: (chateada) Teodoro não poderia ter feito pior coisa. Ele acabou com nossa paz, nosso sossego.


Glauce (governanta) entra no quarto.


Glauce: Dona Arlete, o jantar já será servido às seis e meia da noite, seguindo as ordens do seu Álvaro.

Arlete: Eu não vou descer!

Deodora: Temos que ir mamãe, temos que marcar terreno. Lembre que essa casa é nossa.

Glauce: A Deodora tem toda razão, senhora. Mostre que ainda é dona dessa casa.


Cena 31 - INT. Noite, Mansão Bergamal, sala de jantar - Rio de janeiro


Sulamita e os filhos Acácio, Germano, Riana, Juliete e a nora Daniela sentam-se à mesa, acompanhados da empregada Marivalda. 


Riana: Nossa que tanto luxo.

Daniela: Os talheres são finos mesmo.

Germano: Meu amor, isso é poder.

Sulamita: Não me animo com isso, sinto cheiro de encrenca.

Juliete: Calma, mãe.

Acácio: Vamos saborear tudo isso, até porque é só um momento. Logo voltamos para nossa vida simples de sempre.

Marivalda: (simpática) Bem, eu vou esperar os demais para servir.


Hortência chegam à mesa com os filhos Henry e Louise e a nora Alessandra.


Louise: Boa noite! 


A família de Sulamita permanece em silêncio.


Louise: Ao que tudo indica, somos irmãos. Meu nome é Louise, esse é meu irmão Henry, minha mãe Hortência e minha cunhada Alessandra. E vocês como se chamam?

Acácio: Meu nome é Acácio, esse é meu irmão Germano, minhas irmãs Riana e Juliete, minha mãe Sulamita e a cunhada Daniela.

Sulamita: Ainda tenho outro filho, o Gonzaga, ele ficou lá em Natal cuidando do meu netinho Biel.

Hortência: Eu tenho dois netos também, os dois são filhos do Henry. Ficaram lá no Rio com a babá.

Louise: É um grande prazer conhecer vocês. Eu sempre quis ter irmãs, então posso dizer que tô feliz, mesmo diante das circunstâncias.

Juliete: Eu tenho a impressão que vamos nos dar muito bem.

Riana: Eu gostei de você Louise.

Germano: Acho melhor pedirmos para servir o jantar.

Henry: Concordo! 


Cena 32 - INT. Noite, Mansão Bergamal, sala de estar - Rio de janeiro


Os filhos de Sulamita (Acácio, Riana, Germano e Juliete) e Hortência (Henry e Louise) estão sentados nos sofás do local conversando.


Henry: Então você é um empresário do ramo da culinária.

Germano: Sou sim, chefe formado. 

Acácio: Eu trabalho como segurança à noite, mas é um trabalho bem cansativo. Quando posso ajudo no restaurante.

Juliete: Eu e a Riana trabalhamos de garçonete no restaurante do Germano.

Louise: E o nosso outro irmão, o Gonzaga, trabalha em quê?

Germano: Gonzaga infelizmente é um vagabundo, não quer nada com a vida.

Acácio: Não fala assim Germano, ele é um cara bom, só pensa alto.

Louise: Existem muitos jovens assim, querem crescer na vida sem esforço, aí terão que contar com a sorte, que nem sempre dá certo.


Deodora chega no local.


Deodora: Vocês estão decidindo como vai ser dividida a herança? Porque se for isso já aviso que eu serei a principal herdeira, meu pai sempre morou aqui com a gente, então é óbvio que vai deixar tudo pra mim e minha mãe.


Todos ficam constrangidos.

Deodora olha com ar de superioridade.
Os filhos de Sulamita (Acácio, Riana, Germano e Juliete) e Hortência (Henry e Louise) estão sentados nos sofás do local, olhando atentamente para Deodora.


Riana: (chateada) Escuta aqui, você não é melhor que a gente. Todos nós somos filhos dele e portanto todos temos nossos direitos.

Louise: É verdade!

Deodora: (chateada) Eu não tô dizendo que sou melhor que vocês. Eu só não quero que roubem minha herança.

Acácio: Ninguém aqui quer roubar nada de ninguém. 

Henry: Só queremos o que é nosso de direito.

Deodora: (chateada) Vocês não têm direito a nada. 

Riana: Quem cê pensa que é pra falar isso? Aceita que você não é a única fia dele, querida!

Deodora: (rindo) Fia? Você falou assim? Você é uma ignorante mesmo, aposto que nem tem estudo, né?


Riana vai até Deodora e lhe dá um tapa na cara.

Deodora coloca a mão no rosto com muita raiva.


Riana: (chegada) Isso é pra você aprender a respeitar seus novos irmãos.


Deodora vai partindo para cima de Riana e os irmãos Acácio e Germano atravessam na frente a impedindo.


Deodora: (com muita raiva) Ain, eu odeio vocês! Se pudesse mandava matar todos!

 

Deodora sai apressada com muita raiva.

Todos estão aflitos.


Henry: Isso foi uma ameaça?


Acácio fica preocupado.


Cena 33 - INT. Tarde, Casa de Sulamita - Natal/RN


Gonzaga dorme no sofá e logo é possível ver uma nuvem de fumaça chegando na sala onde ele está.


Biel: (gritos off) Socorro! Socorro!


Gonzaga começa a acordar e ao ver a fumaça levanta rapidamente e se desespera.

Logo é possível ver chamas de fogo se espalhando pelo interior da residência.

Gonzaga olha pela janela de vidro seu sobrinho Biel junto a uma multidão de pessoas, Biel grita desesperado.


Biel: (desesperado) Tio! Tio Gonzaga! Tio Gonzaga!


Gonzaga se dirige rapidamente até a porta e flexiona a fechadura, mas não consegue abrir, ele tenta abrir e não consegue.

O fogo vai chegando na sala e Gonzaga se apavora.


Cena 34 -  INT. Manhã, Mansão Bergamal, escritório - Rio de janeiro


Estão sentados na sala, as três famílias:

Sulamita com os filhos Acácio, Riana, Germano, Juliete e a nora Daniela.

Hortência e os filhos Henry, Louise e a nora Alessandra.

Álvaro está sentado em uma mesa com algumas pastas.


Henry: Cadê aquela menina, para começar logo isso?

Álvaro: É, ela tá demorando.

Arlete chega mal humorada e senta.

Álvaro: Pronto, já que estão todos presentes, podemos começar.

Deodora aponta para Sulamita e Hortência.

Deodora: Elas vão ficar?

Álvaro: Sim, Deodora. Você poderia ter chamado a Arlete também. Que tal chamá-la? Eu espero.

Deodora: Não, deixa pra lá.

Álvaro: Então… Teodoro estipulou aqui uma quantia para cada filho dele. Ele sempre estava ciente que tinha os oito filhos. “Eu Teodoro Bergamal sempre batalhei muito para chegar onde cheguei, não nasci pobre, mas sim classe média. Eu soube usar todo meu talento de se comunicar, fazer amizade, para poder crescer na vida, foi através de minha popularidade que consegui influência de pessoas poderosas. Sem meu esforço, nada disso eu teria construído. Me matei de trabalhar a vida toda, vocês sabem porque mal dormia em casa. E se não dormia não era porque tinha vocês três não, mas sim porque eu queria trabalhar muito, dia e noite para conseguir meu objetivo, ser um dos homens mais ricos do país, e eu consegui, sacrificando muita coisa, é verdade, mas consegui. Não quero que vocês recebam nada de mão beijada, não vou dar dinheiro pra vocês desperdiçarem e jogarem no lixo tudo que eu me esforcei para construir.”


Todos estão ali em silêncio absoluto e ansiosos.


Álvaro: “Dessa forma, eu vou estabelecer um princípio para resolver essa questão do meu patrimônio. Cada um dos meus filhos receberá um milhão de reais e terá que investir esse dinheiro durante um ano. Aquele que mais lucra com esse investimento ganhará toda a minha fortuna se tornando meu sucessor oficial.

Sulamita: (chateada) Que loucura é essa?

Hortência: (satisfeita) Eu gostei, acho que ele queria que os filhos fizessem por merecer.

Henry: (chateado) Não gostei, vamos anular esse testamento.

Germano: Eu sou um bom investidor, então tenho grandes chances.

Acácio: Isso é totalmente sem noção, não vou querer isso.

Louise: Eu também não vou me prestar a esse papel. Essa disputa só vai causar brigas.

Deodora: (irritada) O papai deve ter enlouquecido! 

Riana: (satisfeita) Eu acho que isso pode dar muito certo. Quem sabe assim todos nós nos tornamos empresários.

Juliete: Por mim, cancela esse testamento.

Daniela: Porque vocês não fazem um acordo para dividir tudo.

Alessandra: Ótima opção, vocês dividem e pronto, resolvido o problema.

Henry: Pela primeira vez concordo com você, minha Alê.

Deodora: (irritada) Vamos impugnar esse testamento e acabou!

Álvaro: Calma! Calma! …Olha aqui, família… Essa é a vontade dele e deve ser seguida. Vocês não podem impugnar de forma alguma esse testamento. Caso contrário, toda a fortuna Bergamal vai para uma ONG que beneficia crianças da África.

Deodora: (irritada, surpresa) o quê?

Todos olham surpresos e incrédulos com a revelação da cláusula do testamento.










Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.