Capítulo
19
No
capítulo anterior.
Otávio
(com muita calma): Está aí Salira o mandante do assalto ao seu
motel, está bem atrás de você.
Júlio
Cesar algemado de cabeça baixa e fedendo tanto que impregnava a sala
do delegado toda, com aquele odor horroroso de mendigo. Salira em
câmera lenta olha pra trás.
Salira
(desesperada, branca igual uma vela): JÚLIO CESAR, MEU FILHO! NÃO
PODE SER!
Júlio
Cesar então olha chorando para mãe sem conseguir dizer uma palavra
se quer.
Fique
agora com o capítulo de hoje.
Cena
1: Delegacia; Sala do delegado; Tarde.
Salira
não acreditando no que está vendo, parte para cima de JC e começa
a batê-lo com tapas e socos no ombro, mostrando-se totalmente
alterada. Salira (nervosa, chorando, mistura de todos os sentimentos
ruins incluindo decepção): VOCÊ NÃO TEM VERGONHA MOLEQUE? SEU
SAFADO! VAI FAZER UM TRATAMENTO! EU DEVE TER PASSADO MUITO A MÃO NA
SUA CABEÇA.
Otávio
(constrangido): Calma! Vamos manter a calma! Eu conheço seu filho
Salira, ele não é um bandido, ele precisa de tratamento, sofre de
uma doença chamada de adicção,
tem que ser
internado e tratado com um psicólogo. Agora vou levá-lo para cela e
você arruma um advogado para que ele consiga a liberdade provisória.
Salira
(chorando, vendo o filho igual ao mendigo): Vou fazer isso sim
Otávio. Obrigado por tudo!
Otávio
leva JC para a cela onde já tem outros detentos.
Otávio
(calmo, tranquilo e com esperança no olhar): Toma juízo moço! Tudo
vai ficar bem.
JC
(chorando): Obrigado delegado!
Cena
2: Quebrada; Sala; Tarde.
Piolho
(rindo de canto a canto da boca): Ih a lá tá sem os dentes da
frente? Sem Cérebro (risos).
Sem
Cérebro(Marquinho) coloca a mãe na boca para poder falar tentando
esconder que está banguelo.
Sem
Cérebro (envergonhado): Qual foi Piolho? Esqueceu o porquê de te
chamarem de Piolho, mano?
Piolho
(nervoso): Fica na sua rapa!
Chega
Maria Corrimão cantando alegremente.
Maira
Corrimão: “Viado hoje eu quero te ver, tô doida pra te fofocar,
eu disse que eu ia fazer, você não quis acreditar”. Gente
choquei! Você está sem dente Sem Cérebro? (Gargalhadas altas e se
joga no sofá). A melhor do dia! (Risos)
Sem
Cérebro (nervoso, irritado): Vai zoar sua mãe! Filha da puta!
Corrimão
(debochada): Pi pi pi! Recalque porque eu tenho dente e você não
(gargalhadas altas), recalque bate e volta meu filho. Sou blindada!
Piolho:
Corrimão o Mestre
designou uma missão pra você, ir até São Paulo de ônibus e
entregar essa droga.
Corrimão
(sendo sarcástica e debochada): Vai a Corrimão aqui. Toda
trabalhada na esperança. Fazer um serviço para o patrão, que nem
sei quem é. Mas está bom vou mandada. (Risos)
Piolho
(tranquilo): O malote e o dinheiro, pega o próximo ônibus e não
esquece de entregar para os caras desse endereço.
Corrimão
(deboche): Tá bom filé, relaxa!!
Corrimão
sai arrumada com seu micro short, rebolando igual a uma cobra mal
matada e com a droga na bolsa. Destino são Paulo, que não fica
distante de Arcos das Medalhas.
Cena
3: Cabana; Estrada; Tarde.
Francisco
(aliviado, calmo e sorrindo): Nem acredito que fui salvo por um
cachorro do mato, raposa, sei lá o que era aquilo parecia até o
chupa-cabra (risos). Agora vou sair daqui e pedir carona.
Quando
Francisco olha para frente tem mais cinco daqueles animais estranhos
rangendo para ele.
Francisco
(susto, medo e pavor): Meu Deus! O que eu faço? Nossa senhora do
cabaço!
Francisco
então corre e sobe no pé de arvore mais perto e os animais (se é
que podemos chamar assim) ficam em baixo rangendo.
Cena
4: Hospital; Sala de espera; Tarde/anoitecendo.
As
famílias das vítimas são avisadas e Maenna, Januária e Yasmim já
estão no hospital. Tamires como estava de plantão, ajuda dando
informações e acalmando as mães, Gustavo chega no hospital, quando
fica sabendo de suas amigas.
Maenna
(desesperada): O que vai ser da minha vida sem minha única filha.
Januária
(desesperada e ao mesmo tempo segura): Eu que demorei a encontrar a
minha e já posso perder.
Salira
(derrotada, com cara de quem perdeu uma guerra): Eu sei do mal que
fiz a você Januária, mas amo tanto Yasmin quanto você, o que vocês
acham de darmos as mãos e orarmos?
Yasmin
então pega na mão de Salira eu te perdoou e sei o quanto está
sofrendo com os seus dois filhos. As três então unem-se e começam
a orar, ali na sala de espera do hospital. Tamires chega com médico
Dr Levi.
Dr
Levi (todo cheio de cuidados): A menina chamada Yasmin, está fora de
perigo, agora a Natália está em coma e só um milagre para
salvá-la. Natália respira por aparelhos e está com a respiração
muito fraca acho que não aguenta muito tempo.
Maenna
então ajoelha-se e cai no choro.
Maenna
(desolada, triste e com a voz falhando): Posso pelo menos vê-la.
Dr
Levi: Pode Sim Maenna, me acompanhe!
Enquanto
isso ainda na sala de espera Gustavo se aproxima de Tamires.
Gustavo:
Aquele médico ali é de confiança. (Apontando para Adonai).
Tamires
(espantada): Não! Por quê?
Gustavo
(raiva): Por que a Hanna se consultou com ele e disse pra mim que
estava grávida.
Tamires:
Minha sobrinha, grávida? Eu vou apurar essa história para você,
vou entrar na sala dele e vê o exame dela e te falo.
Gustavo
(satisfeito): Obrigado Tamires.
Tamires:
De nada! Agora deixa eu ir, o dever me chama.
Cena
5: Lugar deserto; Noite.
Hanna
chaga a um lugar deserto e coloca a música de Demi Lovato, Sorry not
Sorry.
Hanna
(confiante de si e sem mostrar arrependimento): Eu preciso de
inspiração e isso só a Demi e minhas divas me dão.
Hanna
começa então a rasgar sua roupa, se descabelar, se bofetear e se
arranhar.
Hanna
(debochada): Agora estou pronta, para minha atuação, digna ao
óscar. Meryl Streep emocionada! (Risos) Mas um dia eu chego lá.
Hanna
então pega a gasolina que está no carro e começa a despejar sobre
o carro. Ela então ascende um palito de fosforo e joga.
Hanna
(debochada, falando com o carro): Tchau! Você foi ótimo enquanto
durou.
O
carro pega fogo e explode, porém lá de longe vinha uma caminhonete
de laranja, com uma senhor de idade mais avançada. A caminhonete
para, pois Hanna está no meio da estrada machucada e com roupa
rasgada.
Senhor
de idade: Moça posso ajudar.
Hanna
(finge choro e medo): Sim senhor! Pode me dá uma carona, até onde o
senhor for, estará ótimo para mim.
Hanna
sobe na caminhonete de transportar laranja e o senhor começa a
indagá-la.
Senhor
de idade: Quer uma laranja? Pode chupar à vontade, o canivete e as
laranjas estão aí.
Hanna
(com cara de nojo): Quero sim! Obrigada!
Depois
de andarem uma meia hora de caminhonete, o senhor começa a
questioná-la querendo levá-la a polícia, mas Hanna não quer ir.
Hanna então de forma fria pede o senhor para parar o carro, ela pega
a faca e com a mesma frieza de seu pai (Shalon), enfia na barriga do
velhinho e o chuta pra fora da caminhonete.
Hanna
(sendo sincera e preconceituosa): Um, não vou em delegacia nenhuma!
Dois odeio gente velha! (Hanna acelera e volta o carro onde o velho
está morto). E três detesto laranja, fruta de pobre! (Cara de
nojo).
Hanna
cospe no homem morto e vai embora de caminhonete, reclamando que é
horrível dirigir aquela charanga.
Cena
7: Cabana; Estrada Deserta; Noite.
Os
animais medonhos vão embora e Francisco se sente seguro para descer
da árvore, logo ele avista o carro de Lorival saindo da cabana. Ele
resolve então voltar o local para soltar Priscila e Sula que estão
amarradas com fome e sede.
Francisco
(apavorado e com pressa): Calma! Eu vou soltar vocês fiquem
tranquilas!
De
repente Francisco escuta a porta abrir e Lorival está em pé com um
chicote na mão e rindo.
Lorival:
Sabia que você iria cair em minha armadilha veadinho, boiola,
pederasta.
Francisco
então começa a tremer e gritar socorro.
Lorival
(frio e debochado): Ninguém vai te ouvir frutinha! (Gargalhadas
altas) Agora você vai passar tudo que a Priscila passou. Conta pra
ele Priscila! (Priscila continua muda). Vem pro titio boiolinha, vem!
Cena
8: Hospital; Quarto de Natália; Noite.
Maenna
está à beira do leito de Natália e com a mão no seu rosto.
Natália por sua vez respira através de aparelhos e seus batimentos
cardíacos estão fraquíssimos.
Maenna
(triste, consternada e chorando): Minha filha eu te amo tanto. Não
deixa sua mãe.
A
alma de Natália emancipa-se de seu corpo, levantando-se sobre ele.
Natália
(achando estranho): Mãe! Mãe! (Mas a mãe não ouve) Natália
consegue ter um olhar de 360°.
Natália
consegue escutar o que os médicos falam no corredor, pois seus
sentidos estão mais apurados, o aparelho começa a apitar
continuamente, o tempo passa mais devagar para Natália, que vai
ficando cada vez mais longe de sua mãe. Natália começa a ter a
sensação de viajar por um túnel iluminado no fundo (experiência
túnel). Maenna começa sacudir sua filha.
Maenna
(chorando e completamente fora de si): ME AJUDEM! NÃO ME DEIXA MINHA
FILHA! EU TE AMO, NÃO ME DEIXA. NÃAAAAAAAAAAAOOOOOOO!
Obrigado pelo seu comentário!