Disputa pelo Poder - Capítulo 02
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Simone olha para as estrelas no céu e sorri.
Simone: Cristiano... tão selvagem.
Capítulo 2
Cena 1, Casa de Cristiano, noite.
Cristiano está comendo junto de sua família.
Sebastião: Meu filho, falou com o seu Jairo da borracharia?
Cristiano: Falei pai. Ele disse que amanhã ele vai me avaliar e ver se sou bom pro trabalho.
Diva: Cris, será que lá no posto não tem aquelas vagas de atendentes?
Berenice: Diva... isso é hora?
Zelinha: E agora tem hora pra falar de negócios, mãe?
Berenice fica em silêncio constrangida pela resposta da filha.
Sebastião: Zelinha, peça desculpas à sua mãe.
Zelinha: Desculpa mãe...
Zelinha se levanta e abraça a mãe.
Zelinha: Não foi por mal.
Berenice: Não se preocupe filha.
Cristiano: Eu vou ver com o seu Jairo, Diva. Qualquer coisa o pai te leva lá.
Diva: Eu sei ir muito bem sozinha!
Diva se levanta enfurecida e vai para o quarto.
(Tema de fundo suspense).
Cena 2, Jardim, Casa dos Arruda Campos, noite.
(Burburinho dos convidados).
Fernanda está sentada a um canto ao lado de Cíntia.
Caio está ao fundo conversando com alguns amigos.
Fernanda: Até que hoje está animada esse jantarzinho que minha mãe preparou, concorda Cíntia?
Cíntia dá uma risada boba.
Cíntia: É claro que sim, Nanda. Parece que estamos num jantar de gala ou num prêmio aclamado de tão chique que está a coisa.
Caio se aproxima delas.
Caio: O que as belas damas tanto sorriem e olham?
Fernanda: Estamos falando da festa, Caio. Algo que em seu melancólico coração não entende.
Caio dá um sorriso fúnebre.
Caio: Ao contrário de você, Fernanda, eu levo às coisas na esportiva.
Fernanda: Não me diga!
Caio: Digo sim. E além do mais, vocês estão ridículas fingindo ser um casal.
Cíntia: Caio, saia daqui! Está sendo inconveniente.
Caio se retira dando um sorriso zombeteiro as duas.
Fernanda: Cretino... não sei como você aguenta ele, Cíntia.
Cíntia: Não se preocupe, ele vai ver.
Corta para Sequência.
(Sala)
Laura: Que festa maravilhosa, Vivi!
Vivi: Obrigada, Laura! Comecei os preparativos hoje cedo mesmo pra ter esse toque especial!
Aristides: Laura, a Vivi é de fato uma organizadora esplêndida.
Vivi sorri sem jeito para Aristides.
Vivi: Oh Tide... modéstia à sua.
Caio aparece.
Aristides: Caio, aonde vai?
Caio: Vou pra casa. Estou cansado.
Vivi: Mas já?
Caio: Já sim, Vivi. Obrigado pela festa.
Vivi: Ora, você é sempre bem-vindo.
Caio dá um sorriso fúnebre e sai da casa.
Laura: Caio precisa tirar umas férias, Tide.
Aristides: É eu sei, Laura. Ele anda ainda muito mal pela morte da mãe.
Laura: Já fazem seis anos que ela morreu! Muito tempo!
Aristides: Eu sei mas era com ela que Caio se dava bem. Eles tinham uma grande cumplicidade.
Laura pega uma taça de vinho tinto e sorri para Tide.
Laura: Vivi, aqui tem algum toca discos? Queria dançar.
Vivi: Ali tem, olha.
Laura: Esplêndido.
Cena 3, Externa, Ruas, Duas Barras, noite.
(Barulho de carro).
Um rapaz bonito sai do carro e anda pela rua, desorientado.
Gastão: Que noite! Que noite!
Simone ouve o barulho do jovem gritando na rua.
Francisco: Quem será que está gritando a essas horas, Simone?
Simone: Não seja exagerado, pai. Ainda são 21:30.
Francisco: Tá tarde. Filha, vê se não fica muito tempo com essa janela aberta hein?! Qualquer um pode querer entrar aqui.
Simone: Não se preocupe.
(Fundo de Suspense).
Corta para Sequência.
Cristiano: Pai, eu vou ir andar na rua.
Sebastião: Isso são horas, Cristiano?
Cristiano: Ainda está cedo.
Sebastião: Está bem. Mas volte logo. Iremos dormir.
Cristiano: Pode deixar.
Sebastião: Vá com deus, meu filho.
Cristiano: Obrigado.
Corta para Sequência Final.
(Batidas na porta).
Francisco: Já vai!
Francisco abre a porta e quem encontra é Jorge.
Francisco: Jorge! Quanto tempo, meu amigo!
Jorge: Oi, seu Chico! Que saudades do senhor.
Simone corre até Jorge e o abraça.
Jorge: Simone!!! Que falta você me fez!.
Simone: Que alegria ter você aqui de volta em Duas Barras!
Jorge: Voltei com uma peça teatral!
Simone: E no Rio como foi?
Jorge: Foi espetacular, um monte de coisa, eu gostei muito. Lotou até.
Francisco: Mas que ótimo! Vamos brindar a isso! Simone, vai lá no mercadinho aqui perto da rua e traz umas cervejas para tomarmos.
Jorge: Eu dou o dinheiro.
Jorge entrega 50 reais nas mãos de Simone.
Jorge: O troco é seu.
Simone dá um sorriso sem jeito.
Simone: Obrigada, Jorge.
Ela sai.
Cena 4, Sala, Casa dos Vilhena (núcleo 2), noite.
Sebastião está sentado lendo a Bíblia enquanto Berenice fazia crochê.
Berenice: O Cristiano tá demorando né, Bastião?
Sebastião: É... eu tô suspeitando de algo.
Berenice: Como assim, querido?
Sebastião: Não sei... algo tá me dando a impressão de que o Cristiano vai se meter numa roubada...
(Tema fundo de tensão).
-- Abertura --
-- Voltamos a Apresentar --
Cena 5, Ruas, Duas Barras, noite.
Simone anda pelas ruas.
Gastão logo aparece e a assusta.
Gastão: Oi, Simone.
Simone: AH! Gastão seu idiota, você me assustou!
Gastão dá uma risada.
Gastão: Eu sou tão mau assim, é?
Simone: Vai dormir, Gastão. Isso não são horas!
Gastão se inclina na frente de Simone a deixando acuada.
Gastão: E quando são horas?
Simone tenta se desvencilhar de Gastão.
Gastão: Simone... lembra dos nossos encontrinhos lá perto da escola?
Simone: Isso é passado.
Gastão beija o pescoço de Simone que revida contra ele.
Gastão: QUE SACO!
Cristiano logo aparece e tenta apartar Gastão de Simone.
Gastão: O que você faz aqui, crente? Volta pra sua casa!
Cristiano: Deixa a moça em paz, Gastão.
Gastão ri.
Gastão: Você gosta dela é, crente? Vai fazer uma serenata com o bumbo é?
Cristiano dá um soco na cara de Gastão que pega uma pequena adaga de sua cintura.
Gastão: Agora você vai me pagar por isso, seu maldito rato!
Gastão tenta golpear Cristiano.
Simone se afasta da confusão.
Simone: Gastão, para!
Gastão não lhe dá ouvidos.
Gastão tenta atacar Cristiano mas logo Cristiano se desvencilha de Gastão que cai na rua. Logo um carro em alta velocidade atropela Gastão.
Bum!
Simone: Meu Deus!
O rapaz do automóvel é disparado para fora do carro e morre.
Cristiano: Que loucura!
Logo a sirene da polícia aparece.
Cristiano: Moça, vamos sair daqui.
Cristiano e Simone fogem.
Simone volta pra casa com o coração apertado.
Francisco: Simone?! O que aconteceu minha filha?
Simone: Pai... preciso ir pro meu quarto, eu... tô com uma dor de cabeça infernal.
Francisco: Ok, minha filha, mas tem certeza de que tá tudo bem?
Simone: Tenho, tenho.
Simone vai para o quarto.
Jorge: Seu Chico eu tenho que ir. A Simone deve não estar se sentindo bem e não quero incomodar.
Francisco: Ok, Jorge. Qualquer coisa você passa aqui amanhã.
Jorge: Ótimo.
Cena 7, Sala, Casa dos Vilhena, noite.
Aristides, Laura e Cíntia chegam em casa.
Cíntia pega um conhaque e adiciona gelo.
Aristides: Filha, faz um pra mim por favor?
Cíntia: Faço pai, pode deixar.
Laura: Eu estou um caco, Tide.
Cíntia: Você não é a única, Laura.
Laura: Mas como não sou?! Você tava lá se divertindo com a Fernanda.
Aristides toma seu conhaque e sobe para o quarto.
Cíntia: Caio arruinou tudo, Laura.
Laura: Seu irmão é um velório à céu aberto, Cíntia.
Cíntia: Eu não o julgo. Perdeu nossa mãe cedo.
Laura: Mas ele devia tentar superar, não acha? Ser subserviente a um passado conturbado às vezes é meio doloroso. E chato por sinal.
Cíntia: Isso é, mas, Caio sabe o que faz.
Corta para Sequência.
Caio está deitado em seu quarto, lendo.
Aristides bate em sua porta.
Caio: Quem vem lá?
Aristides: Eu, meu filho. Percebi que hoje andou meio calado. O que aconteceu?
Caio: Nada demais. Só estava meio observador hoje.
Aristides segura a foto de sua falecida esposa.
Aristides: Dalila... quanta saudade você me faz.
Caio: A mim também.
Aristides: Olha Caio, por mais que eu ame a Laura eu não esqueci do amor e carinho que senti por sua mãe.
Caio: Não parece. Laura te faz de gato e sapato e de capacho e o senhor não vê.
Aristides: Pare de dizer tolices, Caio. Ela me ama. Não me enganaria.
Caio: O que o senhor tem de inteligente tem de burro, meu pai.
Aristides fica enfurecido.
Aristides: Me respeite Caio, sou seu pai!
Caio: Me desculpa, mas essa é a minha opinião. Ela só está te enganando, pai. Será que você não entende isso?!
Aristides: Você tem que entender que eu tenho o direito de refazer a minha vida com quem eu quiser.
Caio: Eu respeito isso.
Aristides: POIS NÃO PARECE! Caio, entenda, eu só quero ser feliz.
Aristides sai do quarto de Caio.
Cena 8, Delegacia, noite.
O delegado está sentado em seu gabinete, lendo um livro.
Um investigador aparece na sala do delegado.
Wagner: Boa noite, Delegado Ambrósio.
Ambrósio: Que ventos te trazem até aqui, Wagner?
Wagner: Um assassinato.
Ambrósio: Assassinato? Aqui em Duas Barras?
Wagner: Isso. Não pense que aqui só por ser uma cidadezinha pacata não haja crimes.
Ambrósio: Tenho certeza de que sim. Me informe sobre o tal assassinato.
Wagner: O nome do morto é Gastão Neves. Um outro que morreu se chama Ivanildo Silveira. Não sei muito sobre os dois só sei que morreram de forma horrível.
Ambrósio: Eles já foram levados para o IML?
Wagner: Ainda não, mas estamos averiguando essa possibilidade.
Ambrósio: Não é uma possibilidade! Tem que serem levados para fazerem exames no corpo e avisarem a família.
Wagner: Eu sei, mas as coisas não andam bem.
Ambrósio: Não me interessa se as coisas não andam bem! Exijo laudos que comprovem a causa da morte e se há assassinato mesmo!
Cena 9, Sala, Casa de Cristiano, noite.
Cristiano chega em casa nervoso.
Sebastião: Cristiano! Que demora foi essa?
Cristiano: Eu... perdi o caminho de casa..
Berenice: Mas como assim perdeu meu filho?
Sebastião: Vá se deitar! Amanhã conversaremos.
Cristiano se retira e vai para o quarto.
Berenice: Algo aconteceu com ele e vamos descobrir.
Sebastião: Mais cedo ou mais tarde a verdade vem, Berê.
(Tema de fundo de tensão).
Cena 10, Café da Manhã, Casa dos Vilhena, dia.
Aristides está lendo um jornal.
Caio: Bom dia.
Cíntia: Bom dia irmão.
Aristides: Caio, bom dia.
Caio: Cíntia, você vai ver Fernanda?
Cíntia: Não, eu vou pro meu curso de artes.
Aristides: E como anda o curso minha filha?
Cíntia: Está muito bem. Estou aprendendo diversas coisas novas.
Aristides sorri.
Aristides: Que ótimo, minha filha.
Laura aparece animada.
Laura: Bom dia família!
Caio: Lá vem...
Laura: Guarde o seu veneno pra você, Caio!
Laura beija Aristides.
Laura: Quais as novidades?
Caio: Nenhuma.
Cíntia: Nem olhe pra mim.
Laura: Bom, essa casa mesmo está indo pro brejo.
Cena 11, Sala, Casa dos Arruda Campos, dia.
Fernanda está tomando café ao lado de sua mãe.
Fernanda: Bom dia mamãe!
Vivi: Que alegria, Fernanda.
Fernanda: Incomoda o meu jeito?
Vivi: Claro que não! Eu adoro te ver assim, feliz.
(Barulho do telefone).
Empregada: Dona Fernanda, telefone pra você.
Fernanda se levanta e atende.
Fernanda: Alô?
A cena se dissipa transformando o rosto de Fernanda em gesso.
Fim de Capítulo.
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