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Lar Doce Lar - Capitulo 01 ( Estreia)

                            
*Lar doce Lar*
*Capítulo 01*
*Baseado no livro De Volta Para Casa de Karen White*
...


Cassie estava sonhando com os verões de antigamente. Ela sonhava com pés descalços, joelhos ralados e sorvetes de pêssego.
Sua tia Lucinda tocava o sino chamando pro jantar. Cassie e sua irmã Helena apostavam corrida para ver quem chegava primeiro em casa.
Mas Cassie acorda de repente, tocando o braço de André, enquanto ouve o barulho do  telefone. Cassie sabe que só notícias ruins vem de madrugada. André se mexe na cama, e Cassie acorda um pouco tonta.
Cassie: Alô?
Depois de uma pausa, alguém respondeu.
X: Cassie, sou eu, Helena.
O sangue de Cassie congelou e ela segurou o celular com mais força.
O sangue de Cassie congelou e ela segurou o telefone com mais força.
Cassie: Helena... Tudo bem?k
Sua voz soou tensa e insegura.
As palavras eram tão inadequadas e estúpidas que Cassie se arrependeu na hora. Eram três da manhã, sua irmã distante estava ligando depois de quase 15 anos de silêncio, e ela lhe perguntava se estava tudo bem com o mesmo tom de voz que perguntaria a uma colega
de trabalho se ela gostaria de açúcar no café!
Helena: É o papai. Ele está morrendo.
André se aproximou e se sentou ao lado dela com uma ruga de interrogação na testa.
Cassie tapou o fone com a mão e sussurrou:
Cassie:  É minha irmã.
Helena: Espera um segundo.
Deu pra ouvir o som de um bebê chorando alto. Devia ser Amanda, a caçula de Helena. Cassie conhecia cada criança por meio das
fotos que o pai dela a mandava. Eram cinco crianças em 15 anos de casamento. Cada anúncio de nascimento feito pelo pai abria antigas feridas, arrancado as cicatrizes e fazendo Cassie sangrar de novo.
Helena: voltou.
Helena: Desculpa, a Amandinha ficou assim o dia inteiro.
Cassie engoliu seco.
Cassie: O que há de errado com papai?
Helena parecia ter chorado.
Helena: Ele sofreu um ataque cardíaco. A gente não achou que fosse tão grave, mas ele diz que está morrendo. E você sabe que ele sempre fala sério. Ele diz que não descansará em paz até que suas duas meninas estejam aqui. Quer que você volte para casa.
Cassie ficou parada. A mulher que se tornou não lembrava mais a menina de 20 anos que deixou a pequena cidade de Walton, sem olhar para trás, há 15 anos.
Então um homem falou, suas palavras eram intensas e vibrantes.

X: Cassie? É o Joe.

Ela olhou para o lado, tentando focar no quadro na parede.
Joe: Cassie? Você está aí?
Cassie: Sim. Sim, estou aqui.
André se sentou com as costas retas e segurou a mão dela. Joe falou de novo.
Joe: Você vai voltar para casa?
O telefone deslizou em sua mão. Todos os dias ela lidava com clientes difíceis na agência de publicidade, mas nada antes a deixou tão perturbada quanto o som da voz de Joe e o mero pensamento de voltar ao lugar onde havia jurado nunca mais colocar os pés.
Cassie: Estou em casa.
Ela disse de modo desafiador.

Joe: Você sabe o que estou querendo dizer, Cassie.
Ela mal conseguia escutá-lo, ele falava tão baixo.
Joe: Helena precisa de você. Da mesma forma
que você precisa dela, eu acho. Seu pai está morrendo e quer as filhas ao
lado dele.
Ela olhou para André. Ele estava usando apenas uma cueca boxer. Ela encarou os contornos dos músculos no peito dele, cada saliência gravada na memória de seus dedos.
Cassie trabalhava para André Wallace há cinco anos, era sua namorada há três e sua noiva há um. Assim como ela, ele também veio de outro estado para Nova York, vindo de Newport Beach, na Califórnia.
Cassie piscou os olhos com força.
Cassie: Voltarei. Por meu pai.

Joe suspirou no telefone.
Joe: Seja lá o que te traga aqui, Cassie, venha o mais rápido possível.

Cassie ouviu sussurros do outro lado da linha e Helena falou de novo:
Helena: Me avisa em que voo virá que vou te buscar.
Cassie: Não!
Ela não estava preparada para
passar uma hora sozinha com Helena no carro.
Cassie: Acho que vou dirigindo. Vou precisar de um carro enquanto estiver aí e... gostaria desse tempo para pensar. Se eu dirigir direto, amanhã à noite talvez eu chegue
aí.

Helena: Toma cuidado. As rodovias não são seguras para uma mulher sozinha.
Cassie: Honestamente, Helena. Posso tomar conta de mim mesma.
Helena respirou fundo.
Helena: Eu sei, Cassie, você sempre fez isso.
Cassie esperou um pouco e então disse:
Cassie: Diga a papai... diga a ele que estou chegando.
Elas se despediram. Cassie desligou o telefone e ficou olhando para o vazio por um longo tempo. Por fim, André se mexeu e ela soltou sua mão.

Cassie: Tenho de voltar a Walton. Meu pai está doente e me quer do seu lado. Ele tá morrendo.
André olhou para baixo e respirou profundamente.
André: Sinto muito. Gostaria de ir com você, mas agora não posso.
Cassie o olhou com calma.
Cassie: Eu sei. Tudo bem, acho melhor que fique mesmo. Walton não é seu tipo de cidade. Ficaria desesperado para ir embora depois de cinco minutos.

André: Não é isso. É que um de nós precisa ficar aqui para acompanhar os negócios. A campanha do BankNorth está marcada para ser lançada no mês que vem, e temos muito trabalho a fazer. Mas quero que fique lá o tempo que for necessário.
Ela tocou os ombros dele.
Cassie: Francamente, André. Você não precisa explicar. Eu entendo. Obrigada.
Os dois se abraçaram e ficaram olhando pra janela de vidro.
Cassie: Eu conversei com ele pelo telefone domingo passado... Me disse que Walton é meu lugar...
Cassie apertou com força sua corrente de ouro.
André: Você está nervosa.
Cassie ergueu a cabeça e olhou para ele.
Cassie: Não estou.
André: Sempre que você tá nervosa você mexe no colar. É o seu único hábito irritante.

Cassie: Não estou nervosa. Apenas... pensativa.
Cassie soltou a mão de André e ele se inclinou para lhe beijar o pescoço.

André: Quanto tempo acha que ficará fora?

Cassie: Não sei, André. Enquanto meu pai precisar de mim, acho.

André: Desculpe, não quis parecer insensível. Fique o tanto que for necessário. Qualquer coisa você pode me ligar.
Cassie: Na verdade, eu vou guiando. E queria saber se pode me emprestar o carro.
Ela pôde ver a hesitação nos seus olhos.
André: Meu carro? Você quer ir com o meu carro? Você não pode alugar um?
Cassie: Eu quero algo rápido, seguro e de confiança. E você tem seguro, né?
André: Muito engraçado, Cassandra. Mas e se quebrar? Não sei se quero um macaco caipira cheio de graxa no capô dele.
Cassie colocou as mãos na cintura e lembrando-se de sua tia Lucinda rapidamente as tirou.
Cassie: Só porque têm sotaque não significa que sejam ignorantes, André. A maioria dos meninos com quem cresci saberia remontar seu carro a partir de uma pilha de sucata, e ele teria melhor desempenho que agora.
Cassie percebeu que defendeu demais sua antiga terra.
André suspirou.
André: Tudo bem. Você pode pegar o meu carro. Mas tem que me prometer
que vai cuidar dele e encerar pelo menos uma vez.

Ela o puxou para perto de si e o beijou.
Cassie: Obrigada. Prometo que vou cuidar dele.
Horas depois, eles pegaram o primeiro trem para Greenwich, em Connecticut, e tiraram o carro dele da garagem. André colocou a mala dela no porta malas do Mercedes e ficou 20 minutos falando sobre coisas que ela podia e não podia fazer com o veículo.
Quando já não havia mais nada a ser dito, ele a envolveu em seus braços e a beijou intensamente, suas mãos deslizando nas costas dela de um jeito experiente, que ele sabia que a agradava.
André: Vou sentir sua falta. Me liga, ok? Espero que tudo dê certo com seu pai.
Cassie: Vou sentir sua falta também.
Cassie se senta no carro e dá partida.
Cassie: Eu vou te ligar!
Ela sai com o carro. Ao olhar para o retrovisor, Cassie viu André parado no estacionamento,
olhando para o carro, até que ela fez a curva e o perdeu de vista.
Continua... (✿^‿^)




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