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Lar Doce Lar - Capitulo 02

                             

*Lar doce Lar*
*Capítulo 02*
*Baseado no livro De Volta Para Casa de Karen White*
...


Eram umas 9 da manhã enquanto Cassie estava na estrada com o carro. Ela conectou o bluetooth do celular com o som do carro, e começou a ouvir Bang Bang.
No caminho, ela pensava em qual seria sua atitude ao colocar aos pés naquele lugar que ela já chamou de casa.
Com o carro, ela passou pela placa de boas-vindas de Walton, que diz: "Onde todo mundo é alguém." Uma luz piscou no carro e ela  viu que a gasolina estava acabando.
Ela se lembra do velho posto de gasolina logo na entrada da cidade. Todos os jovens na época da escola iam se divertir lá depois de estudar. O dono era o pai de um menino que ela estudou no colégio, mas não conseguia se lembrar do nome dele.
Cassie parou perto de uma bomba de combustível e saiu do carro,
ansiosa por acabar logo com aquilo e chegar ao seu destino. Estava tão
perto agora!
Cassie: Gostaria de completar o tanque com a premium e também de um
cappuccino, por favor.
Enormes olhos azuis de um rosto muito enrugado a encararam, rodeadopor fios de cabelos brancos e uma barba. Aquele rosto lhe pareceu vagamente familiar, mas ela preferiu permanecer indiferente. Estava de
volta à cidade para ver seu pai, não para encenar um constrangedor regresso ao lar.
Um regresso que certamente traria à tona lembranças desagradáveis.
Ele sorriu e devolveu seu cartão.

X: Sinto muito, senhora, não trabalho com American Express.
Ela franziu a cara. Deveria ter parado num caixa eletrônico no caminho para sacar mais dinheiro, mas estava com medo de atrasar aindamais a viagem.
Cassie: Ah, o senhor aceitaria um cheque, então?
X: Sim, claro. Preciso só de sua carteira de motorista.
Uma cadeira deslizou atrás dela, e ela se contorceu para ver um homem alto levantando-se de um banquinho. Ele vestia calças jeans e botas, e suacamisa de botões tinha as mangas dobradas para cima do pulso, deixando à mostra antebraços bronzeados.
X2: Vou completar o tanque para a senhora.
Cassie ficou paralisada, sem saber se André aprovaria aquele homemperto de sua Mercedes.

Cassie: Não precisa. Eu mesma coloco.
Olhos azuis a observavam atentamente e ela percebeu que eram da mesma cor intensa da do homem mais velho. O homem jovem lançou
um olhar para o pai ao mesmo tempo em que sorria com ternura. Ela teve a nítida impressão de que estavam zombando dela.

X2: A bomba é um pouco dura e precisa de força para segurá-la.
O jovem apoiou o cotovelo no balcão.
X2: Além disso, não me sentiria bem em ver uma dama encher o tanque sozinha enquanto fico aqui dentro sentado. Não se preocupe, não vai precisar me dar gorjeta.
Ela não queria ficar lá fora sendo devorada por insetos, então resolveu aceitar.
Cassie: Tudo bem. Só preciso abrir o tanque de combustível.
Ele a seguiu até lá fora enquanto ela desejava  estar vestindo jeans ao invés daquela saia curta que tirou do armário. Ele se moveu para a lateral do carro perto da bomba enquanto ela abria o tanque.
Cassie: Gasolina premium.
X2: Eu sei.
Ele respondeu com um sorriso que a fez se questionar se deveria ficar um pouco mais ali para ter certeza de que ele sabia o que era
uma premium.

Cassie: Obrigada.

Encarando o velho, ela perguntou:

Cassie: Poderia me dizer, por favor, onde está a máquina de cappuccino?
O homem de cabelos brancos se levantou com um resmungo e saiu de trás do balcão.
X: O negócio está aqui. Não tem sido muito usado, mas foi ideia do meu
filho. Ele foi pra faculdade e voltou cheio de ideias malucas. Então estou limpando e enchendo esta máquina todos os dias.

Cassie olhou pela enorme janela o jovem lá fora. Ele estava parado perto do carro, esperando encher o tanque, jogando um moeda para o alto e pegando. Ele
provavelmente era como um carro esporte italiano: belo de olhar, mas sem
muito conteúdo. Ela se perguntou em que ele teria se formado na faculdade. Provavelmente Educação Física. Os olhos deles se encontraram através do vidro. Caramba. Ela tava encarando ele. Ela deu um gole no capuccino.
X: Deu 39 dólares.
Cassie deu o cheque.
X: Sinto muito, não aceitamos cheques de outros estados.
Cassie ficou irritada.
Cassie: Tudo bem, vocês tem caixa eletrônico aqui do lado?
O jovem chega.
X2: Tudo bem pai, podemos aceitar o cheque. Eu conheço ela.
Cassie: É mesmo?
X2: Você é Cassie Madison. Eu sou o Sam, lembra? Fizemos o ensino médio juntos e os primeiros dois anos de faculdade.
Cassie olha atenta pra ele, e na hora segura o colar do pescoço. Um alarme dispara em sua cabeça.
Sam: Eu estava com você quando recebeu a notícia de que Joe havia fugido com sua irmã Helena na noite de baile de outono dos alunos do segundo ano da faculdade. Segurei sua cabeça nos arbustos enquanto você
vomitava.
Cassie percebeu que sua boca estava aberta então fechou rápido. Ela mal conseguia acreditar. A terceira pessoa que ela menos gostaria de ver novamente no mundo: Sam Parker. Ela devia ter percebido quando o velho falou "filho", mas tava muito apressada.
Cassie: Você... está diferente.
Aquelas foram as únicas palavras que conseguiu pronunciar. Os olhos dele brilhavam.
Sam: Você também.
Cassie: Estou surpresa por você lembrar daquele dia.
A boca de Sam se contorceu.
Sam: Não é algo que uma pessoa esqueça.
Ela buscou pela chave dentro da bolsa, tentando esconder a vergonha que tomava conta de seu rosto.
Cassie: Bem, você tem meu aval para esquecer agora.
Como ela vinha tentando fazer há anos. Mas a recordação de sua espera por Joe na varanda da frente da casa do pai, com seu vestido roxo e o anel de compromisso que Joe lhe havia dado, estava escrita em tintas na sua memória. Ela ainda podia ver o rosto de Sam enquanto
ele subia os degraus da varanda e lhe entregava um bilhete de Joe e Helena. O desejo de vomitar a atingiu assim que viu o nome dos dois rabiscado no final do papel.
Sr Parker: Sinto muito pelo seu pai, imagino que tenha vindo ver ele. É provável que o velho juiz se recupere só em ver você.
Cassie sentiu vontade de chorar.
Cassie: Obrigada. Preciso ir agora. Estão me
esperando.
Sam: Você não pode, seu carro está vazando fluido de transmissão. Não percebeu o motor dar uns trancos?
Ela o encarou, confusa.
Cassie: Não exatamente.
Sam: Bem, nós não temos o fluido de que você precisa, mas podemos conseguir para você. Mas não hoje à noite. Papai vai cuidar disso amanhã. Por enquanto, me deixa te levar para casa.

Ela queria recusar, pois, toda vez que olhava para ele, revivia a maior humilhação de sua vida. Mas cedeu, dando conta de que não tinha muitas opções.
Cassie: Tudo bem.
Ele não se mexeu, mas parecia esperar que ela dissesse algo mais.
Cassie: Obrigada. Mas não é mais a minha casa. Estou aqui apenas para uma visita.
Sam a olhou antes de sair e segurou a porta para ela enquanto ela o seguia para a cabine dupla da caminhonete dele.
Ele tirou as malas dela do bagageiro e segurou a porta do passageiro
aberta para que ela entrasse. Ela olhou para o enorme degrau e se perguntou de que forma subiria ali com aquela saia curta.
Sam virou o rosto de lado, e ela ergueu a saia na altura do quadril para subir, então a desceu de novo enquanto se acomodava no banco. A
caminhonete parecia ser nova, o aroma de couro ainda era forte dentro
dela. Sam fechou a porta e entrou no carro.
Sam: Você se foi há muito tempo, Cassie.

Cassie: As pessoas me chamam de Cassandra agora, e sim, é verdade.

Sam: Parece que você construiu uma bela carreira em Nova York. Seu pai está muito orgulhoso de você. Hoje em dia só fala das meninas dele e dos netos.
Cassie apenas concordou com a cabeça. Ele ficou quieto por um momento.
Sam: Nunca pensei que você fosse do tipo que fugisse das situações.
Ele sorriu.

Sam: Não vai ficar brava comigo. Estou apenas afirmando um fato. Nunca pensei que fosse presenciar o dia em que Cassie Madison permitisse que uma situação tirasse o melhor dela.

Cassie: Não permiti. Sempre soube que esta cidade não era o meu lugar. O momento apenas pareceu adequado, só isso. Sempre planejei ir embora.
Sam: E nunca voltar, mesmo nos feriados? Nunca passou pela sua cabeça que havia pessoas aqui que a amavam e sentiam saudade de você?
Aquele homem certamente mudou desde que o viu pela última vez, e para melhor. O fato
de ele ter refletido um pouco sobre o desaparecimento dela a surpreendeu. Ela não havia pensando em Sam Parker nenhuma vez naqueles 15 anos desde que partiu.
Eles chegam na frente da casa. Cassie sai, Sam tira as malas e eles vão pra frente da porta.
Sam abre a porta sem bater e Cassie se surpreende.
Um menino de cabelos bem loiros de cerca de cinco anos correu na direção de Sam com a cabeça inclinada como a de um touro agitado.
Menino: Dr. Parker!
Ele gritou enquanto Sam o erguia bem acima de sua cabeça.
Cassie: Doutor...?
Cassie parou, pois o som de mais pezinhos fazia sua cabeça girar. Uma menininha com tranças vermelhas correu toda
apressada em sua direção, gritando bem alto:
Menina: Tia Cassie!
Seus braços estavam esticados e Cassie esticou bem os seus também para pegar a menininha.
Cassie ficou ali, na entrada, sem jeito, abraçando uma menininha que ela nunca conheceu; uma criança que, por mais de uma década, tinha vivido apenas em seus sonhos.
Ela viu uma mulher surgir no topo da escada de madeira e então descê-la a galopes, um outro
som familiar que ressoou no fundo da memória de Cassie.
A mulher parou na frente dela e lançou um sorriso de líder de torcida, o mesmo que sempre lhe trazia a lembrança de sua mãe.
Ela cheirava a rosas e talco e a vômito de bebê. Cassie se sentiu perdida por um momento, olhando para aquela mulher crescida que ela conhecia, mas não sabia quem era.
O sorriso de Helena era radiante.
Helena: Bem vinda, Cassie!
Continua... (⊃。•́‿•̀。)⊃ 


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