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Júlia - Capitulo 10

Júlia
Capítulo 10
Novela criada e escrita por Ramon Fernandes































CENA 01. MANSÃO ASSUNÇÃO. ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA
Continuação imediata do capítulo anterior.
ROBERTO EXULTA E LEVANTA DIANTE DA PROPOSTA DE LEANDRO. MARIA EDUARDA ATORDOADA.
M. EDUARDA    — Você só pode ter enlouquecido, Leandro. Enlouquecido igual o seu irmão.
ROBERTO    — Desculpa, meu filho, mas eu tenho que concordar com a sua mãe dessa vez.
M. EDUARDA    — Roberto!
LEANDRO    — Mas pai, pensa comigo, o que faz uma pessoa desistir de outra?
ROBERTO    — (Debochado) Falta de dinheiro?
LEANDRO    — É, é um forte motivo. Mas não é isso, não no caso do Davi, porque apesar da Júlia ter voltado melhor da Europa, ela não é rica.
M. EDUARDA    — Ela continua sendo a maldita filha do motorista. Mas eu ainda não entendi onde você entra nessa história.
LEANDRO LEVANTA E ENCARA OS PAIS.
LEANDRO    — Pensa comigo, o Davi ainda é interessado pela Júlia, diz ser apaixonado. Quando ele ver a Júlia com outro, ele vai surtar, mas ele vai ter que aceitar. E se esse outro for o próprio irmão, ele não tem como contestar, brigar, entrar em uma guerra.
ROBERTO    — Eu acho isso uma loucura. Quem garante que essa garota vai se interessar por você, Leandro?
LEANDRO    — Só pensar. Se a Júlia for essa interesseira que vocês mesmo falam, ela vai focar em mim. Sai um irmão, entra outro.
ROBERTO PENSATIVO. MARIA EDUARDA NERVOSA.
M. EDUARDA    — Isso é um tiro no pé, Leandro. Não sei se concordo. Não é o melhor plano, a melhor solução.
ROBERTO    — Não vai dar certo, Leandro.
LEANDRO    — Deixem comigo, ok? Eu sei o que tô fazendo. Vai dar certo sim. Vocês vão ver!
ROBERTO FICA CONTRARIADO. MARIA EDUARDA TÁMBÉM. LEANDRO PENSATIVO, MAS CONFIANTE.
CORTA PARA

CENA 02. CASA DE BRUNO. QUARTO DE TEREZA. INTERIOR. DIA
Continuação não imediata da cena 09/ Capítulo 09.
GABY INTIMIDADA COM A ABORDAGEM DE TEREZA.
BRUNO    — Mãe, essa é a Gaby. Nós estamos nos conhecendo e/
GABY    — (Por cima) Dona Tereza, eu sou amiga do seu filho. Ele me falou que a senhora estava doente, eu fiquei preocupada. E como gosto muito dele, eu vim visitar a senhora. (Estica o braço) Prazer em conhecer a senhora.
TEREZA OLHA PARA GABY. CUMPRIMENTA SEM VONTADE. BRUNO CONSTRANGIDO, PEGA O BUQUÊ DE FLORES DAS MÃOS DE GABY.
BRUNO    — Ela trouxe também essas flores, mãe.
TEREZA    — (Má vontade) Obrigada.
GABY    — Bem, eu realmente só passei pra ver se a senhora está bem.
TEREZA    — Sim. Estou.
BRUNO    — Mãe, e se nós tomássemos um café? Assim, vocês poderiam conversar/
TEREZA    — (Por cima/ Tom grosseiro) Bruno, eu tô cansada. Os remédios me deixam dopada quase o tempo todo. Eu não quero tomar esse café agora. Peça pra sua amiga ir embora, por favor.
BRUNO    — Mãe, isso é jeito de falar com a menina?
GABY    — Bruno, a sua mãe tá certa. Ela tá passando por um tratamento muito desgastante. Vou deixar ela descansar. Eu volto outro dia.
TEREZA    — Quando for convidada, menina.
BRUNO PERPLEXO COM O JEITO GROSSEIRO DA MÃE. GABY CONCORDA.
GABY    — Foi um prazer conhecer a senhora. Espero que a senhora se restabeleça logo.
TEREZA ASSENTE QUE SIM. GABY SAI DO QUARTO, CONSTRANGIDA. BRUNO LANÇA UM OLHAR DE REPROVAÇÃO PARA TEREZA E A SEGUE. EM TEREZA, DE CARA FECHADA.
CORTA PARA

CENA 03. CASA DE BRUNO. SALA. INTERIOR. DIA
GABY VAI SE ENCAMINHANDO PARA A PORTA DE SAÍDA. BRUNO VEM ATRÁS. 
BRUNO    — Gaby, espera.
GABY    — Bruno, eu tô atrasada. Tenho que repôr umas aulas.
BRUNO    — Por favor, desculpa a minha mãe. Eu não sei o porque ela te tratou desse jeito. Ela não é grosseira desse jeito. Eu não entendo, de verdade.
GABY    — Acho que ela não gostou de mim. (Sorriso triste) É uma pena. Eu queria muito que a gente se desse bem, porque nós temos um amor em comum, que é o filho dela.
BRUNO SEGURA A MÃO DE GABY. OS DOIS SE OLHAM INTENSAMENTE.
BRUNO    — Eu gosto muito de você. Não quero que nada atrapalhe isso. Ouviu?
GABY    — Eu também gosto muito de você. Não quero me afastar. 
OS DOIS SE BEIJAM COM CARINHO. ELA SE AFASTA.
GABY    — Eu vou indo. A gente se fala. 
BRUNO CONCORDA. GABY SAI, CHATEADA. BRUNO FAZ UMA CARA DE DESAGRADO. VAI PARA O QUARTO NOVAMENTE.
CORTA PARA

CENA 04. CASA DE BRUNO. QUARTO DE TEREZA. INTERIOR. DIA
BRUNO ENTRA E ENCARA A MÃE.
BRUNO    — Eu não gostei nada do jeito que a senhora tratou a Gaby, mãe. 
TEREZA    — Eu estou dentro da minha casa, estou doente, e não tenho a obrigação de ser simpática com quem eu nem conheço, Bruno. E você deveria ter me avisado que essa garota viria aqui em casa.
BRUNO    — E a senhora precisava ser grossa daquele jeito com a menina? Ela foi delicada, trouxe flores pra senhora.
TEREZA    — Eu sei bem quem essa garota tá afim de agradar com flores, e não sou eu. Bruno, você acha que eu sou idiota?
BRUNO    — Eu não entendo.
TEREZA    — Entende sim, meu filho. Vocês dois/
BRUNO    — (Por cima) Nós dois... Nós dois nos gostamos. Estamos juntos, e pelo menos, eu acho, que queremos namorar, ter algo mais sério.
TEREZA    — (Direta) Eu proíbo!
BAQUE. BRUNO ENCARA A MÃE.
BRUNO    — O quê?
TEREZA    — É isso mesmo. Eu proíbo que você namore essa menina. Vocês não vão ficar juntos, Bruno.
BRUNO    — E eu posso saber por qual motivo?
TEREZA    — Meu filho, não tem como dar certo. Você já viu como ela é?
BRUNO    — Mãe, eu juro que não estou entendendo. E sim, eu vi como ela é. Ela é uma menina muito gente boa, responsável, estudiosa, e com um coração enorme. Porque só tendo um coração enorme, ela aceitaria tomar uma patada da senhora, mesmo tendo vindo com a maior boa vontade, visitar a senhora.
TEREZA BALANÇA A CABEÇA NEGATIVAMENTE.
TEREZA    — Você entendeu o que eu quis dizer. Essa menina tem "patricinha" estampado na cara dela. Ela é de outro nível. Vocês dois... São incompatíveis.
BRUNO     — Peraí, a senhora não tá querendo me dizer que nós não vamos dar certo, só porque ela é branca e eu negro, não é? Não, porque se for isso, a senhora tá sendo preconceituosa com a senhora mesmo. E isso é um absurdo, mãe!
TEREZA    — Eu não quis dizer isso, mas se você quiser ouvir desse jeito/
BRUNO    — (Por cima) Eu me recuso a aceitar que a senhora tá falando um absurdo desses. Desculpa, mas eu vou ter que sair. Preciso respirar, depois disso tudo. Se a senhora precisar de mim, eu tô no celular.
TEREZA VAI FALAR, MAS BRUNO SAI DO QUARTO, BATENDO A PORTA. EM TEREZA, PENSATIVA, MAS FIRME NAQUILO QUE DISSE.
CORTA PARA

CENA 05. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE
MÚSICA: “Pior que Possa Imaginar” – Luísa Sonza
ANOITECENDO NA CIDADE. ÚLTIMO TAKE NA FACHADA DA MANSÃO ASSUNÇÃO.
CORTA PARA

CENA 06. MANSÃO ASSUNÇÃO. SALA DE REFEIÇÕES. INTERIOR. NOITE
MÚSICA OFF. MESA POSTA, JANTAR SERVIDO. NA CABECEIRA ESTÁ ROBERTO, TAMBÉM ESTÃO PRESENTES EDUARDA, LEANDRO E DAVI.
ROBERTO    — Leandro, amanhã não esquece que nós temos reunião com aqueles fornecedores do Pará. É logo cedo.
LEANDRO    — Pode deixar, pai. (Olha Davi) Tá quieto, meu irmão.
DAVI    — Não enche, Leandro.
M. EDUARDA    — Ei, que hostilidade é essa? Porque você tá assim, hein, Davi?
DAVI    — Não é nada, mãe.
LEANDRO    — Davi tá nervosinho assim porque fez besteira.
DAVI    — Cala a boca, mané.
ROBERTO    —  Parou os dois! (P/ Davi) Eu já sei que você foi procurar a filha/ (Se corrige) Aquela garota.
M. EDUARDA    — Meu filho, procurar aquela garota que já fez tanto mal pra gente no passado/
DAVI    — (Rindo) Peraí! Ela fez mal? Cê tá zuando né, mãe. Não, porque, ao que eu me lembre, quem obrigou, chantageou de demissão o pai dela, foram vocês. Aliás, a senhora.
M. EDUARDA    — Eu pensei no bem da nossa família.
DAVI    — (Debochado) Ah, sim. Como sempre...
DAVI VAI LEVANTAR, MAS ROBERTO SE COLOCA DE PÉ, EM SUA FRENTE.
ROBERTO    — Senta e ouve.
DAVI    — Pai/
ROBERTO    — (Berra) Senta!
DAVI SENTA EM SEU LUGAR. ROBERTO O ENCARANDO.
ROBERTO    — Não pense você que vai terminar o noivado com a Vitória outra vez, que vai mais uma vez brincar com a gente, com a situação da nossa família.
DAVI    — Doutor Roberto, quem brinca com a situação dessa família. Principalmente a financeira, não sou eu.
LEANDRO    — Agora o Davi vai dizer que ainda é apaixonado pela Júlia e correr atrás dela, como um cachorrinho, querem apostar?
DAVI    — (Raiva) O que eu faço ou deixo de fazer com a droga da minha vida, das minhas escolhas, só diz respeito a mim. (Levanta) E querem saber? Eu não gosto da Vitória. Eu nunca gostei dela mesmo! E eu não vou casar obrigado com ninguém! Isso é coisa do século retrasado. Eu não vou casar com a Vitória!
NESSE MOMENTO, DAVI DESVIA O OLHAR PARA A PORTA. CÂM REVELA VITÓRIA, COM OS OLHOS MAREJADOS E EXPRESSÃO REVOLTADA. TODOS A ENCARANDO.
VITÓRIA    — Como é, Davi? Você não vai casar comigo?
DAVI ENGOLE SECO. CLOSES ALTERNADOS DE TODOS. ÚLTIMO CLOSE EM VITÓRIA.
CORTA PARA

CENA 07. MANSÃO BACELAR. QUARTO DE GABY. INTERIOR. NOITE
QUARTO ACONCHEGANTE E BEM DECORADO. GABY DEITADA NA CAMA, TENTA LIGAR PARA BRUNO, QUE NÃO ATENDE. ELA DESLIGA, PREOCUPADA.
GABY    — O que houve, Bruno?
NELA.
CORTA PARA

CENA 08. CASA DE BRUNO. QUARTO DE BRUNO. INTERIOR. NOITE
BRUNO TRISTE, VÊ A CHAMADA PERDIDA DE GABY. ELE COLOCA O CELULAR SOBRE O PEITO. SUSPIRA.
BRUNO    — Poderia ser mais fácil essas coisas do coração.
NELE.
CORTA PARA 

CENA 09. MANSÃO ASSUNÇÃO. SALA DE REFEIÇÕES. INTERIOR. NOITE
Continuação imediata da cena 06.
VITÓRIA SE APROXIMA DE DAVI. MARIA EDUARDA LEVANTA.
M. EDUARDA    — (Forçando um sorriso) Vitória, querida. Não avisou que vinha. Se eu soubesse, tinha/
VITÓRIA    — (Por cima)  Tinha evitado que eu ouvisse a verdade da boca do seu filho, Maria Eduarda?
ROBERTO    — Vitória, não entenda isso de forma errada, querida.
LEANDRO    — O Davi é um inconsequente que não sabe o que diz, Vitória.
DAVI    — (Tom) Cala a boca, Leandro. Cala essa boca!
VITÓRIA    — Davi, como você pode ter me enrolado por tanto tempo? Foram anos esperando você se decidir a marcar a data do casamento. Foram anos esperando que você despertasse pro que eu sinto! (Chora) Eu te amo, Davi!
DAVI A ENCARANDO. VITÓRIA AOS PRANTOS. MARIA EDUARDA SE APROXIMA, CUIDADOSA.
M. EDUARDA    — Vitória, calma, querida. Davi... Davi também te ama.
DAVI    — (Firme) Não amo, mãe! Você sabe muito bem que eu não amo a Vitória.
VITÓRIA    — (Berra) Desgraçado!
VITÓRIA PARTE PARA CIMA DE DAVI, QUE TENTA SE DEFENDER COM OS BRAÇOS. MARIA EDUARDA A AFASTA. VITÓRIA CHORA NO COLO DELA. LEANDRO E ROBERTO FUZILANDO DAVI.
ROBERTO    — Davi, seu inconsequente!
LEANDRO    — Faz alguma coisa, Davi!
DAVI    — Eu vou fazer sim. Eu vou pro meu quarto! (P/ Vitória) E não, Vitória, eu não vou casar com você!
DAVI SAI DALI. VITÓRIA ENCARA OS OUTROS TRÊS.
VITÓRIA    — O meu pai não vai deixar assim, doutor Roberto. Ele não vai permitir que o Davi me faça de idiota outra vez!
ROBERTO    — Vitória, o Davi é um garoto. Ele é um idiota! Deixa comigo!
VITÓRIA    — Não! Eu deixei mais de cinco anos e nunca deu em nada! Eu cansei!
VITÓRIA SAI DALI, FURIOSA. MARIA EDUARDA E ROBERTO SE ENCARAM.
M. EDUARDA    — Eu vou matar o seu filho, Roberto!
ROBERTO    — E eu vou dar um basta nisso tudo! Eu vou direto na fonte de origem de todos esses problemas!
LEANDRO    — Onde você vai, pai?
ROBERTO    — Eu vou procurar a maldita filha do motorista. Eu vou tirar ela de uma vez do nosso caminho.
LEANDRO    — E o meu plano, pai?
ROBERTO    — Foda-se o seu plano, Leandro. Eu não vou deixar essa vadia acabar com a minha vida!
ROBERTO SAI TAMBÉM, DECIDIDO. LEANDRO PREOCUPADO.
M. EDUARDA    — O que vai ser da nossa família, Leandro?
LEANDRO PENSATIVO. EM MARIA EDUARDA PREOCUPADA.
CORTA PARA

CENA 10. MANSÃO BACELAR. FRENTE. EXTERIOR. NOITE
TAKE DA FACHADA DA MANSÃO BACELAR. O CARRO DE VITÓRIA CHEGA ALI A TODA VELOCIDADE, CANTANDO PNEU.
CORTA PARA

CENA 11. MANSÃO BACELAR. SUÍTE DE VITÓRIA. INTERIOR. NOITE
VITÓRIA CHEGA NO QUARTO, ENFURECIDA. JÁ VAI JOGANDO UMA DECORAÇÃO NO CHÃO. CHEIA DE RAIVA. A PORTA SE ABRE E INGRID ENTRA PREOCUPADA.
INGRID    — O que houve, Vitória? Porquê você tá assim? Já sei, não precisa nem falar. Foi o Davi de novo!
VITÓRIA    — (Chora descontrolada) Eu cheguei na mansão pra fazer uma surpresa pra ele, achando que talvez ele fosse ficar feliz, e eu chego lá, e escuto ele falar que tá apaixonado por outra, mãe.
INGRID FICA BOQUIABERTA. VITÓRIA ENFURECIDA QUEBRA MAIS UM OBJETO DE DECORAÇÃO.
INGRID    — Quebrar as suas coisas não vai adiantar nada, Vitória!
VITÓRIA    — Eu tô quebrando essas coisas pra não quebrar a cara daquele desgraçado, e daquela... Daquela maldita.
INGRID    — Mas por quem o Davi tá apaixonado? Você conhece a infeliz?
VITÓRIA    — (Encara) Você não vai acreditar por quem.
ARTHUR    — (OFF) A empregadinha filha do motorista?
EM VITÓRIA
CORTA RAPIDAMENTE PARA

CENA 12. MANSÃO BACELAR. SUÍTE ARTHUR E INGRID. INTERIOR. NOITE
INGRID E ARTHUR FRENTE A FRENTE, CONVERSAM. 
INGRID    — É inacreditável, não? Pois é isso. O desmiolado do Davi tá apaixonado pela filha do motorista da família Assunção.
ARTHUR    — (Ri) Não. Isso só pode ser uma desculpa qualquer praquele desgraçado fugir de casar. Ele não ia fazer isso. Ele não ia terminar um casamento com a Vitória, porque está apaixonado por uma pobre miserável.
INGRID    — Eu também achei pouco provável, até a Vitória me contar a história dessa tal Júlia.
INGRID SENTA NA CAMA. ARTHUR DE PÉ, AINDA ATORDOADO.
INGRID    — O Roberto pagou pra essa filha do motorista ir embora a alguns anos. Ele financiou um curso de Fotografia, ou seja lá qualquer coisa, pra essa infeliz, pasme onde, em Paris!
ARTHUR    — Paris?!
INGRID    — (Concorda) Sim, meu querido. A pobre infeliz foi estudar em Paris, viver lá, as custas do Roberto. Você não acha que um homem frio como o Roberto Assunção, iria se compadecer com o futuro da empregadinha e dar uma de fada-madrinha, acha?
ARTHUR    — Ele pagou pra ela se afastar da família. Ele financiou a vida dessa morta de fome em Paris, pra jogar ela pra escanteio. É inacreditável como ele consegue ainda me surpreender.
INGRID    — Pois é. O que acontece é que nisso tudo, a maior prejudicada mais uma vez é a Vitória. (Encara o marido) E agora, Arthur?
ARTHUR A ENCARA, DECIDIDO.
ARTHUR    — Agora o joguinho acabou, Ingrid. O prazo pra família Assunção chegou ao fim, junto com a minha paciência.
INGRID    — O que pretende fazer?
ARTHUR    — O que eu já deveria ter feito há muito tempo. 
ARTHUR VAI ATÉ A GAVETA E TIRA DE LÁ A PASTA COM O DOSSIÊ COM AS FALCATRUAS DE ROBERTO. ELE BALANÇA A PASTA NO AR.
ARTHUR    — Eu vou colocar o Roberto na cadeia!
CLOSES ALTERNADOS. EM ARTHUR.
CORTA PARA

CENA 13. MANSÃO ASSUNÇÃO. SUÍTE DE LEANDRO. INTERIOR. NOITE
LEANDRO ESTÁ SENTADO NA CAMA, MEXENDO NO NOTEBOOK. ELE PASSA POR ALGUMAS PÁGINAS, ATÉ QUE VÊ UMA QUE LHE CHAMA A ATENÇÃO. CÂM DETALHA UMA MENSAGEM DE JÚLIA EM UM SITE DE CONSULTORIA IMOBILIÁRIA. ELE SORRI.
LEANDRO    — Então, a Júlia tá pedindo consultoria pra imóveis. Já sei como vou me aproximar.
LEANDRO SORRI, SATISFEITO.
CORTA PARA

CENA 14. FLAT DE JÚLIA. SALA. INTERIOR. NOITE
LUZES APAGADAS. JÁ LIGAR NO ÁUDIO: CAMPAINHA TOCANDO INSISTENTEMENTE. INSTANTES. JÚLIA LIGA A LUZ E VEM APRESSADA.
JÚLIA    — (Sonolenta) Quem será essa hora? Já vai!
JÚLIA OLHA PELO OLHO MÁGICO DA PORTA. ELA SE SURPREENDE. RESPIRA FUNDO E ABRE A PORTA.
JÚLIA    — O senhor!
CÂM REVELA ROBERTO, COM EXPRESSÃO NADA AMIGÁVEL.
ROBERTO    — Eu vim falar com você! E eu espero que seja a nossa última conversa!
CLOSES ALTERNADOS DOS DOIS COM A CARA FECHADA. 
CLOSE FINAL EM ROBERTO, FURIOSO.
CORTA PARA

FIM DO CAPÍTULO 10


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