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Júlia - Capitulo 16










JÚLIA

Uma novela criada e escrita por 
RAMON FERNANDES

CAPÍTULO 16







CENA 01. LANCHONETE. INTERIOR. DIA
ABRE EM UM SUCO SENDO SERVIDO. CÂM ABRE A CENA E REVELA BRUNO E GABY, SENTADOS EM UMA MESA DE LANCHONETE.
GABY    — Come alguma coisa, meu amor. Você precisa se alimentar. Toma o suco.
BRUNO    — Eu não consigo, Gaby. Eu queria, mas não passa nada na garganta. Tá doendo tanto...
BRUNO CHORA. GABY SENSIBILIZADA, TOCA NA MÃO DE BRUNO.
GABY    — Pensa que ela descansou. Melhor que ficar sofrendo, com dor. Tenta se apegar a essa ideia, meu amor.
BRUNO CONCORDA COM A CABEÇA. GABY TOMA UM GOLE DE SUCO.
BRUNO    — Gaby, eu preciso te contar uma coisa que a minha mãe disse antes de morrer. Ela se despediu de mim, e ela me contou sobre o meu pai.
GABY    — Sobre o seu pai?
BRUNO    — Ela disse que o meu pai não era quem eu pensava ser, durante minha vida toda.
GABY    — Como assim? Não entendi.
BRUNO    — Ela me contou uma história pesada. Ela contou que trabalhava como empregada doméstica em uma casa, uma família muito rica e que o patrão dela acabou se aproveitando da condição de empregada. (Voz embargada) Ele transou com a minha mãe, e eu sou filho desse cara.
GABY ATORDOADA, TENTA ENTENDER TUDO AQUILO. PEGA NA MÃO DE BRUNO.
GABY    — E ela contou quem é esse cara? Ela disse o nome do seu pai?
BRUNO AFIRMA QUE SIM COM A CABEÇA.
BRUNO    — Roberto Assunção.
GABY    — (Chocada) O quê?!
CLOSES ALTERNADOS. EM BRUNO.
CORTA PARA

CENA 02. ASSUNÇÃO ENGENHARIA. SALA DE ROBERTO. INTERIOR. DIA
ROBERTO ESTÁ NO COMPUTADOR, DIGITA ALGO. BATIDAS NA PORTA. ENTRA CAROL.
CAROL    — (Fria) Com licença, doutor Roberto.
ROBERTO    — Carol! Não te vejo faz um tempo. Dona Vera me disse que você estava doente. Tá tudo bem com você?
CAROL BALANÇA A CABEÇA POSITIVAMENTE. ROBERTO LEVANTA E SE APROXIMA DELA. CAROL UM POUCO ACUADA.
ROBERTO    — Carol, eu pensei em te ligar pra falar sobre o que houve na última vez eu nós ficamos aqui, mas eu preferi te esperar pra conversar pessoalmente.
CAROL    — Doutor Roberto/
ROBERTO    — Escuta, Carol. Eu me equivoquei. Eu errei quando fiz aquilo, quero te pedir perdão. Eu realmente, não sei onde estava com a cabeça. Eu errei, e quero te pedir perdão. De verdade, aceita.
CAROL PENSATIVA O ENCARA.
CAROL    — Passou. Tá tudo bem.
ROBERTO    — (Sorri) Mesmo?
CAROL    — Sim. Passou. Vamos esquecer o que houve. Vamos seguir com o nosso trabalho, tá bom?
ROBERTO    — Claro. Aliás, temos bastante trabalho pra hoje. Vamos começar?
ROBERTO VOLTA A SUA CADEIRA. CAROL ALI, AINDA DESCONFORTÁVEL COM A SITUAÇÃO.
CORTA PARA

CENA 03. RUA QUALQUER. EXTERIOR. DIA
GABY E BRUNO VEM POR ALI CAMINHANDO, ENQUANTO CONVERSAM.
GABY    — Bruno, isso que você me disse é muito sério. Você tem certeza que entendeu esse nome? Roberto Assunção?
BRUNO    — Gaby, eu tava tomado de muita emoção na hora, estava nervoso, desesperado, mas eu sei o que eu ouvi. Ela disse que o nome do cara, do tal patrão é Roberto Assunção. É esse o nome do meu pai.
GABY PENSATIVA. ENCARA O NAMORADO. OS DOIS PARAM NO MEIO DO CAMINHO.
GABY    — Eu conheço o Roberto. Toda a minha família conhece.
BRUNO    — Eu desconfiei. Seu pai trabalha na construtora desse cara, né?
GABY    — Mais ou menos. Mas eu conheço o doutor Roberto além disso. Ele é pai do Leandro e do Davi. O Davi namora a minha irmã a anos.
BRUNO    — (Surpreso) Sério? Como esse mundo é pequeno.
GABY CONCORDA. BRUNO NERVOSO.
BRUNO    — E agora? Você acha que eu devo procurar esse homem? Acha que eu devo reinvindicar a minha paternidade pra esse cara?
GABY    — Bruno, é difícil. Eu, como disse, conheço o doutor Roberto. Ele tem uma personalidade muito difícil, mas olha, eu tô aqui sempre do seu lado. Não se preocupa. Nós vamos encontrar uma resposta pra isso, tá bom?
BRUNO ABRAÇA GABY. ELE AINDA MUITO FRAGILIZADO.
BRUNO    — Obrigado por estar aqui.
GABY    — Sempre, meu amor. Pode contar comigo pra tudo,viu?
NOS DOIS ABRAÇADOS.
FADE OUT/

FADE IN/
CENA 04. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE
MÚSICA: “Don’t Start Now” – Dua Lipa
LEGENDA: UMA SEMANA DEPOIS
TAKES DO RIO A NOITE. CIDADE TODA ILUMINADA. PONTOS TURÍSTICOS NOTURNOS. OS BARZINHOS DA LAPA ABERTOS, MUITA GENTE. MOVIMENTAÇÃO. ÚLTIMO TAKE NO GALPÃO ONDE JÚLIA FEZ A REFORMA PARA SEU ESTÚDIO. NA FACHADA, UM LETREIRO EM VITRAL: "CALEIDOSCÓPIO". A CÂM ADENTRA O ESTÚDIO PARA REVELAR SEU INTERIOR.
CORTA COMBINADO PARA

CENA 05. CALEIDOSCÓPIO. SALÃO. INTERIOR. NOITE
MÚSICA ROLANDO, AGORA VINDO DO SOM AMBIENTE. PESSOAS CIRCULANDO, GARÇONS SERVINDO PETISCOS E BEBIDAS. UMA EXPOSIÇÃO DE FOTOS EM UM TELÃO, E VÁRIAS TELAS E FOTOGRAFIAS EM TAMANHO GRANDE ESTÃO SENDO EXPOSTAS. NO TELÃO, APARECE A FOTO DE JÚLIA. ELA APARECE ENTRE OS CONVIDADOS, MUITOS APLAUSOS. ALGUMAS CUMPRIMENTAM, BAJULAM.
JÚLIA COM UMA TAÇA DE CHAMPANHE EM MÃOS, POSA PARA FOTÓGRAFOS. ELA CIRCULA POR ENTRE OS CONVIDADOS.
DO SEU PV: QUEM SURGE NA PORTA É LEANDRO. ELE OLHA EM VOLTA, PROCURA. JÚLIA SE APROXIMA. SORRI.
JÚLIA    — Taí algo que me surpreendeu. Não sabia que gostava de exposições.
LEANDRO    — (Cumprimenta) De algumas, em especial, a sua, me chamam atenção.
JÚLIA    — Obrigada. Fico feliz com a bajulação.
LEANDRO    — (Ri) Não é bajulação! Eu admiro o seu trabalho. Te acho uma fotógrafa muito talentosa. Das melhores que eu já conheci.
JÚLIA SORRI. UM GARÇOM SE APROXIMA, OFERECE UMA TAÇA DE CHAMPANHE. ELE PEGA. ELA ERGUE A TAÇA.
JÚLIA    — Um brinde?
LEANDRO    — Claro. Ao seu sucesso e ao futuro da galeria.
OS DOIS BRINDAM. BEBEM O CHAMPANHE, SE OLHANDO. CLIMA ENTRE ELES.
CORTA PARA

CENA 06. MANSÃO ASSUNÇÃO. PISCINA. EXTERIOR. NOITE
MÚSICA OFF. JARDIM ILUMINADO. DAVI ESTÁ SENTADO EM UMA ESPREGUIÇADEIRA. OLHA PARA A LUA, PENSATIVO. PAULINA SURGE POR ALI, COM UM COPO DE SUCO EM UMA BANDEJA.
PAULINA    — Trouxe um suco pra você, Davi. Não jantou, não comeu nada.
DAVI    — (Desanimado) Obrigado, Paulina.
PAULINA PERCEBE SUA FALTA DE ENTUSIASMO. O ANALISA.
PAULINA    — Tá triste.
DAVI    — Tava aqui pensando em algumas coisas. Em como as coisas mudam, as situações, e as pessoas.
PAULINA    — Tá falando isso por causa da Júlia ou do seu irmão? (Provoca) Ou dos dois?
BAQUE. DAVI A ENCARA. DEIXA O COPO DE SUCO DE LADO.
DAVI    — Não entendi. Como assim, dos dois? O que o Leandro tem a ver com isso? Ou com a Júlia?
PAULINA    — Ah, você não sabia? Então, é melhor eu ficar quieta, com a minha boca calada.
PAULINA VAI SAIR. DAVI LEVANTA. PAULINA SORRI, DE COSTAS PARA ELE. ADORANDO A PROVOCAÇÃO.
DAVI    — Paulina, espera! Agora explica isso direito!
PAULINA    — (Se virando) Desculpa, eu acho que não devo me meter, mas cê tá aí, todo pra baixo. Bem o seu irmão... Eu ouvi, sem querer, uma conversa, uma ligação dele com a Júlia. 
DAVI    — Ele tá prestando consultoria pra uns imóveis que ela tá vendo na cidade. Mas o que tem isso?
PAULINA    — Você sabia que ela iria inaugurar a agência de fotografias dela, o estúdio lá, hoje?
DAVI    — Não. Mas o que tem isso?
PAULINA    — Então, o seu irmão foi na inauguração. Nesse momento, ele deve estar brindando ao sucesso da Júlia, enquanto você, ela não quis nem saber. É curioso né?
DAVI FICA ALI, BAQUEADO. SAI RAPIDAMENTE PARA O INTERIOR DA MANSÃO. PAULINA RI, MALDOSA.
PAULINA    — Ai, ai... Agora que o circo pega fogo! Amo!
NELA, PEGA O COPO DE SUCO QUE TROUXE E BEBE.
CORTA PARA

CENA 07. CALEIDOSCÓPIO. TERRAÇO. EXTERIOR. NOITE
MÚSICA AMBIENTE ROLANDO AO FUNDO. ALGUMAS POUCAS PESSOAS CIRCULAM PELO TERRAÇO. ALGUMAS FOTOGRAFIAS ALI TAMBÉM EXPOSTAS. ESPAÇO LOUNGE, COM CADEIRAS E UMAS DUAS OU TRÊS MESAS ESPALHADAS. JÚLIA E LEANDRO ENTRAM NO LOCAL, CONVERSAM ANIMADOS. BEBEM ENQUANTO CONVERSAM.
LEANDRO    — Ah, mas então é essa a imagem que você tem de mim?
JÚLIA    — Eu confesso que te achava um porre, um cara carrancudo, sempre mal-humorado, mas é porque também não tínhamos nenhum tipo de proximidade, né? 
LEANDRO    — Você sempre foi mais colada com o meu irmão. Cresceram juntos.
JÚLIA FICA CHATEADA, FECHA A EXPRESSÃO.
LEANDRO    — Desculpa, falei bobagem, né?
JÚLIA    — Leandro, eu vou ser muito sincera com você. Eu cresci com o Davi sim, na casa de vocês, eu nunca escondi o quanto gostava dele, o quanto admirava o jeito dele, mas passou. Sei lá, o tempo me mostrou que o que eu sentia pelo Davi era um amor juvenil.
LEANDRO    — Então, isso quer dizer, que você não gosta mais do Davi?
JÚLIA    — Isso quer dizer exatamente o que eu disse: Era um amor juvenil. Muita coisa aconteceu, as nossas vidas mudaram. Eu não sou mais aquela Júlia, ele provavelmente não é o mesmo Davi/
LEANDRO    — (Corta) Disso eu discordo, Júlia. Meu irmão continua sendo o mesmo inconsequente de sempre. Eu diria que o Davi não amadureceu 1% do que você amadureceu nesses anos.
JÚLIA DÁ DE OMBROS. BEBE O CHAMPANHE. LEANDRO A ENCARA.
MÚSICA: “Heaven” – Kyle Juliano
LEANDRO SORRI. ELA NOTA.
JÚLIA    — O que foi?
LEANDRO    — E a sua impressão sobre mim? Ela mudou?
JÚLIA    — Bem, olha pra você. Olha onde você tá agora. Eu não pensava que você, logo você, seria a minha companhia pra essa noite, pra essa festa.
OS DOIS RIEM. LEANDRO A OLHANDO. ELA FICA SEM GRAÇA.
JÚLIA    — Vamos voltar pra festa?
LEANDRO    — Nós já estamos na festa. Júlia, eu vou confessar uma coisa.
JÚLIA    — (Ri) Medo.
LEANDRO    — Eu confesso que quando me aproximei de você, falando sobre imóveis, sobre consultoria, era realmente saber o que você ainda queria com o meu irmão, com a minha família... Se queria alguma coisa.
JÚLIA    — Entendi. Poderia ter me dito. Eu daria a mesma resposta que dei quando o seu pai me procurou, fazendo a mesma pergunta.
LEANDRO    — Escuta, o meu plano inicial era esse. Mas hoje, eu não tenho plano nenhum. Você é encantadora, e hoje, eu sei o que o Davi viu em você.
JÚLIA ENGOLE SECO, COMPLETAMENTE TRANSTORNADA.
JÚLIA    — Leandro/
LEANDRO    — Como eu nunca tinha te notado antes?
JÚLIA    — (Sorri) Talvez porque você estivesse no escritório na mansão, e eu na área de serviço.
LEANDRO    — Eu sei que a minha família não agiu nada bem com você, ou com o seu pai. Eu sinto muito. Eu sinto vergonha por isso tudo que houve.
JÚLIA    — Você não precisa sentir nada. Lá, no fundo, eu entendo a motivação dos seus pais de terem feito essas atitudes horríveis. Mas escuta, eu entendo sob o ponto de vista deles, mas não quer dizer que eu concorde. Porque eu não concordo. Nem acho justo.
LEANDRO CONCORDA COM A CABEÇA.
LEANDRO    — Você é uma mulher incrível. Você realmente é uma mulher apaixonante. É forte, é delicada ao mesmo tempo... É linda.
JÚLIA RI. LEANDRO SEGURA SEU ROSTO. ELA DESFAZ O SORRISO. NERVOSA.
JÚLIA    — Leandro, por favor/
LEANDRO    — Desculpa, Júlia, mas desde que eu te conheci melhor. Depois daquela nossa visita ao apartamento, depois daquele momento, do nosso beijo, eu não consigo mais. Não consigo mais ficar longe de você, ou dizer pra mim mesmo que não tá rolando nada aqui dentro.
JÚLIA CALADA. LEANDRO SE APROXIMA. JÚLIA FECHA OS OLHOS LENTAMENTE. LEANDRO A BEIJA. OS DOIS SE BEIJAM COM CARINHO E VONTADE. A CÂM FICA ALI NOS DOIS.
CORTA PARA

CENA 08. CALEIDISCÓPIO. SALÃO. INTERIOR. NOITE
PESSOAS AINDA CIRCULAM, VENDO AS FOTOGRAFIAS DE EXPOSIÇÃO. DO TERRAÇO, ESTÃO VINDO JÚLIA E LEANDRO. OS DOIS CONVERSAM, ENQUANTO RIEM, SE DIVERTEM. 
JÚLIA PARA PRA CUMPRIMENTAR UMA PESSOA, LEANDRO VAI MAIS EM FRENTE E PEGA UMA BEBIDA. AO SE VIRAR, TOMA UM SUSTO. VÊ DAVI EM SUA FRENTE, O OLHANDO COM CARA DE POUCOS AMIGOS.
LEANDRO    — Davi?! Quê que cê tá fazendo aqui?
DAVI    — Eu é quem te pergunto, seu traíra. O que você tá fazendo aqui atrás da Júlia hein?
OS DOIS SE ENCARAM FORTEMENTE. EM DAVI, COBRANDO EXPLICAÇÕES.
CORTA PARA

CENA 09. MANSÃO BACELAR. ESCRITÓRIO. INTERIOR. NOITE
ARTHUR SENTADO, VERIFICANDO O NOTEBOOK. A PORTA SE ABRE. VITÓRIA ENTRA.
ARTHUR    — Oi filha, que visita boa.
VITÓRIA    — Pai, a gente precisa conversar.
ARTHUR A ENCARA. VOLTA SUA ATENÇÃO A ELA.
VITÓRIA    — (Nervosa) Eu não sei como dizer isso. Não sei se o senhor vai gostar de saber.
VITÓRIA TIRA DO BOLSO UM TESTE E ENTREGA A ARTHUR. ELE FICA PARALISADO. A ENCARA.
VITÓRIA    — Eu tô grávida do Davi, pai.
CLOSES ALTERNADOS. EM ARTHUR, ABISMADO.
CORTA PARA

CENA 10. CALEIDISCÓPIO. SALÃO. INTERIOR. NOITE
Continuação imediata da cena 09.
LEANDRO E DAVI SE ENCARANDO. JÚLIA SURGINDO ENTRE ELES.
JÚLIA    — Davi! Eu não sabia que você viria!
DAVI    — (Alterado) E por isso convidou o outro irmão, Júlia?
LEANDRO    — Cala a boca, Davi!
DAVI    — Cala a boca, você, irmão! Você é um traíra, Leandro!
LEANDRO    — (Tom) Traíra?!
AS VOZES ALTERADAS CHAMAM ATENÇÃO DAS PESSOAS EM TORNO. JÚLIA ENVERGONHADA.
JÚLIA    — (Tom mais baixo) Pelo amor de Deus, se vocês tem alguma diferença pra resolver, resolvam fora daqui. É noite de inauguração do estúdio, e eu não vou deixar você estragar, Davi!
DAVI    — Eu estragar, Júlia? Eu vim aqui te prestigiar, vim aqui mesmo sem ser convidado.
JÚLIA    — Então, se você não foi convidado, é porque tinha algum motivo, não? Davi, vá embora.
DAVI    — Como é?
LEANDRO    — Tá surdo, cara?
DAVI    — Eu não tô falando com você!
JÚLIA    — Para! Parem os dois! (P/ Davi) O Leandro está aqui porque ele foi convidado, Davi. Eu quis o seu irmão aqui. Eu quero ele aqui. Eu quero que você vá embora agora. Por favor.
DAVI ENCARA LEANDRO, QUE PERMANECE AO LADO DE JÚLIA.
DAVI    — Eu não acredito que você dois... Vocês estão juntos, é isso?
LEANDRO    — Olha, se dependesse de mim/
DAVI    — (Berra) Eu vou te matar, seu canalha!
DAVI VAI AVANÇAR EM LEANDRO, MAS UM SEGURANÇA VAI SE APROXIMANDO DALI. AS PESSOAS EM VOLTA OLHANDO PARA O BARRACO SE FORMANDO. JÚLIA COMPLETAMENTE ATORDOADA.
DAVI    — Me solta, irmão!
JÚLIA    — Davi, vai embora!
DAVI    — Eu quero conversar com você, Júlia! Eu não quero te perder! Não pra esse cara!
LEANDRO    — Um capricho seu, só mais um!
DAVI    — Eu vou te quebrar inteiro, cara!
JÚLIA    — Davi, vai embora agora! Eu tô te pedindo. Se você gosta de mim, como você diz, vá embora!
DAVI ENCARA LEANDRO, FURIOSO. CONCORDA. O SEGURANÇA AINDA O SEGURANDO.
DAVI    — Eu vou embora. Vou embora por você, mas nós ainda vamos conversar!
JÚLIA O ENCARANDO. O SEGURANÇA O LARGA. DAVI SAI. AS PESSOAS COMENTANDO. LEANDRO SE APROXIMA DE JÚLIA.
LEANDRO    — Júlia, me desculpa, eu não sei o que houve com ele.
JÚLIA    — Nós sabemos sim, Leandro. Ele sente que tá rolando alguma coisa, assim como nós sentimos.
LEANDRO SORRI PARA ELA. FAZ CARINHO NO SEU CABELO. ELA O DISTANCIA COM A MÃO.
JÚLIA    — Eu também peço que você vá. Essa noite já teve muita confusão!
LEANDRO CONCORDA. ELE LHE DÁ UM BEIJO NO ROSTO. 
LEANDRO    — Qualquer coisa, só me procurar. Pode contar comigo pra tudo! Tudo, ouviu?
JÚLIA FAZ QUE SIM. LEANDRO LHE DÁ MAIS UM BEIJO NO ROSTO E VAI EMBORA. JÚLIA ENCARA AS PESSOAS E SOBE PARA O TERRAÇO.
CORTA PARA

CENA 11. MANSÃO ASSUNÇÃO. FRENTE. EXTERIOR. NOITE
TAKE PARA PONTUAR NA FACHADA DA MANSÃO.
LEANDRO    — (OFF/ Berra) Babaca! É isso que você é, Davi! Um babaca!
CORTA RAPIDAMENTE PARA

CENA 12. MANSÃO ASSUNÇÃO. SALA. INTERIOR. NOITE
DAVI E LEANDRO DISCUTINDO. UM EM CADA CANTO DA SALA. ROBERTO E EDUARDA DESCENDO AS ESCADAS. PAULINA SURGINDO NO CANTO, VINDO DA COZINHA.
M. EDUARDA    — (Tom) O que tá acontecendo aqui, hein?
DAVI    — O seu filhinho querido, o seu predileto. Sabia que ele tá pegando a Júlia?
LEANDRO    — Pegando não! Me respeita e respeita a Júlia também!
ROBERTO    — Alguém pode explicar o que tá acontecendo aqui? Algum dos dois, pode explicar?
DAVI E LEANDRO SE ENCARANDO COM FÚRIA.
CORTA PARA

FIM DO CAPÍTULO 16

 


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