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Primeira Impressão com o Senhor X - Crítica "Excelsior" - Programa 03

Calorosas saudações, mancebos! Sejam muito bem-vindos ao Primeira Impressão desse domingo!

Como passaram do frio desse final de semana? A região de vocês foi muito afetada pelo forte declínio da temperatura? Particularmente eu achei maravilhoso! Esse clima frio me faz recordar do meu tempo de infância, quando meu pai me levava para caçar grimpopiches-nervosos na neve. Segundo ele, isso seria mais útil para meu futuro do que ler historietas dentro de meu quarto. Parece que o velho errou... Mas não falemos de coisas de milhares de anos atrás, vamos focar no presente.

Antes de começar a crítica de hoje, gostaria de dizer que estou vendo os pedidos de vocês, mancebos. Portanto, podem aguardar tranquilos que as webs que mencionaram serão criticadas aqui no programa, mais cedo ou mais tarde. Bom, agora vamos avante?!

A webnovela cuja primeira impressão será discutida aqui é Excelsior, escrita por Débora Costa e exibida originalmente na Cyber TV. Confiram a sinopse resumida:

O misterioso assassinato do milionário Walter Blackwell pega a todos de surpresa e causa alvoroço pelas circunstâncias do crime. O assassino não deixou rastros, e qualquer um pode ser ele. Depois do crime as coisas mudam para os Blackwell, principalmente pela chegada da filha e da esposa do falecido, Sarah e Eliza, até então desconhecidas pela família, já que Walter e a mulher preferiram manter segredo. Sarah verá sua vida mudar drasticamente ao ir morar na mansão. Por uma cláusula no testamento do pai ela terá uma inimiga forte, que é a prima Alicia, cujo verdadeiro caráter ninguém conhece, já que ela finge ser o que não é. Ilustre, grandioso, superior, majestoso... Excelsior. Assassinato, paixão, traição, segredos, ambição, inveja, briga pelo poder.

Excelsior. Até um jovem quadrinista com um modesto futuro pela frente começar a usar essa expressão em suas publicações, a última vez em que a ouvi foi em uma festa real na corte de um pequeno reino além do leste sueco, em 1704. Minha mente associou de forma inquestionável a expressão ao evento e ao ano porque foi lá que conheci uma das companhias humanas mais agradáveis com quem já tive o prazer de estar, e feminina por sinal. Por horas a fio demos as costas aos nobres e nos embrenhamos pelos mundos fantásticos da Literatura que tínhamos em comum. A conexão foi tão forte que, por um fugaz momento, pensei que ela era como eu, de um mundo distante entre as estrelas. Bom, minha imunidade ao tempo de 300 anos e a força destrutiva do mesmo naquela jovem viriam a apagar impiedosamente meu devaneio... Ah, mas onde a palavra se encaixa nisso? Bom, eu mesmo a pronunciei quando me dei conta da sorte que havia calorosamente me abraçado naquele momento.

Voltando à novela, e apesar disso tudo, não fica muito claro nessa estreia o motivo do título. Estreia essa que é composta, na verdade, por 2 capítulos. Não, mancebos, não mudei a metodologia do nosso programa para ler também os 2°s capítulos. Acontece que Excelsior tem o que a autora e a emissora chamaram de capítulo especial, ou capítulo 0. Uma espécie de prelúdio para a trama. Porém, não vi motivo algum para isso, a não ser estético. Talvez os envolvidos achem legal ter um capítulo extra antecedendo a história. Mas a verdade é que o dito-cujo poderia muito bem ser o início do 1. Porém, que fique claro que essa crítica é sobre o conjunto “0+01”.

Para uma história como essa, em que o leitor será levado através de uma busca pelo verdadeiro assassino de um crime, toda a composição artística da trama, envolvendo o baile de máscaras venezianas, é MUITO boa. Essas peças italianas trazem um quê extra de mistério e está em perfeita sintonia com o mote da novela: atrás da máscara não sabemos quem está, se homem ou mulher; mancebo ou ancião. Não são essas as mesmas possibilidades para a identidade do assassino?

Porém, tão misterioso quanto isso é a aparência dos personagens. Mancebos, eu venho batendo nessa tecla desde o primeiro programa e, pelo jeito, continuarei: não apresentem seus personagens apenas pelo nome. Eu disse semana passada que uma descrição prévia é o mais adequado, e de fato é. Mas se preferirem colocá-la após a inserção do personagem, tudo bem, menos mal. Mas não digam simplesmente “Maria se aproximou”; “Joaquim veio até ele”. Até a Bíblia, livro sagrado para uma boa parte de vocês e que possui passagens extremamente resumidas, se preocupa em inserir um personagem com uma frase do tipo “Havia um homem da idade de...” ou “Se aproximou um mancebo”. Se não for assim, como o leitor poderá imaginar quem está ali proferindo aquelas palavras todas?! O mistério de Excelsior é a identidade e a motivação do assassino, não pode a aparência dos personagens roubar esse holofote para si. E o problema aqui ainda se agrava por conta do extenso número de personagens, com promessa de mais para os capítulos seguintes. Eu, que ao longo dos meus milhares de anos acumulei uma infinidade de pessoas em minha memória, não tenho dificuldade para gravar os nomes e o que representam na história. Mas e quanto aos pobres leitores humanos?!

Também não demorou muito para eu identificar a maior força e a maior fraqueza desse início: diálogo e descrição, respectivamente. Se o último é confuso (pouco entendi da descrição da cena do assassinato)  e, por vezes, até insuficiente, o primeiro mostra que é ele quem abriga a alma da trama e é por ele que vale a pena seguir. Por sorte, a autora investe muito mais em diálogos do que em descrições, e isso se mostrou uma escolha acertadíssima.

Um ponto que não posso deixar de mencionar é o possível casal Yorrane e Théo. Os dois podem até não se envolverem romanticamente no futuro, mas a química entre eles já se mostra presente e a rivalidade inicial é divertida e instigante. Só para vocês terem uma noção, eles se conhecem quando Théo fala muito mal de um determinado restaurante e Yorrane, indignada, escuta a tudo; acontece que sua mãe é a dona do estabelecimento. Apesar de pouco tempo nesse início, os dois quase roubam a cena. Eu gostaria que tivéssemos mais deles nessa estreia. Mas, como não estão tão ligados assim à trama principal, talvez seja melhor da forma que está.

Um fato curioso sobre essa webnovela é que, apesar da quase nula apresentação dos personagens (antes de suas falas), o gancho de estreia provoca sim vontade de continuar a leitura pelos próximos capítulos. Por quê? Talvez por nossa mente se ver forçada a criar a aparência daqueles nomes todos de forma bem sólida, já que o texto não ajuda quanto a isso. Talvez por causa dos diálogos que são de um nível ótimo, competentes para com as personalidades de seus personagens. Talvez por conta disso tudo... Mas a verdade é que eu poderia facilmente prosseguir minha leitura para o 2° capítulo.

E uma característica (gosto de chamá-la de qualidade) que toda história de “Quem matou?” deve ter é um bom número de suspeitos, os possíveis assassinos. E Excelsior consegue colocar já algumas dessas cartas na mesa, mesmo sendo ainda apenas uma estreia. Vários são os personagens com motivos para terem assassinado Walter Blackwell, portanto ponto para o trabalho da autora, certamente consciente dessa construção de trama.

No final das contas, como peça introdutória, o conjunto dos capítulos 0 e 01 não é nada surpreendente, mas muito eficiente no que se propõe a fazer. O que importa agora é para onde a história trilhará; mas isso eu nunca saberei. Portanto, a missão de se aventurar pelas possibilidades até descobrir o rosto por trás da máscara e, mais importante, se a jornada até ali terá valido a pena assim como a minha até aqui valeu, caberá a você, jovem leitor. Quanto a mim, me reservarei ao meu minuto de silêncio em respeito e homenagem àquela inesquecível donzela de 1704. Minuto esse que, para vocês, valerá quase como uma semana. E aí, bom... já estaremos aqui novamente.





Novela: Excelsior

Autora: Débora Costa com colaboração de Tainá Andaluz e revisão de Cristina Ravela e Marcelo Delpkin

Capítulos: Especial + 30

Emissora: Cyber TV

Clique aqui para ler o capítulo especial e aqui para ler o 1° capítulo

Saiba mais sobre a novela


Essa foi nossa crítica de hoje. Gostaram, ficaram com dúvidas, têm reclamações a fazer? Digam nos comentários. Conforme disse no primeiro programa, quando o autor comentar a crítica e eu achar pertinente, no programa seguinte eu o responderei. Como ainda não aconteceu, continuemos. Ah, e se vocês têm alguma sugestão de webnovela ou websérie para ser criticada no Primeira Impressão, é só dizer abaixo.

Perdeu o programa passado? Basta clicar aqui para lê-lo, está imperdível! E o que também está imperdível é a programação da casa. Um prato cheio para os amantes de histórias como eu. Confira!

            Segunda à sexta:

16h: A Promessa (Reprise)

18h: Maria Celeste – Um Amor Selvagem (Reprise)

20h: O Filho do Retorno

            Terças:

19h: Páginas do Amor

            Quintas:

21h: Quem é o Assassino?

            Sábados:

18h: Camelot (reprise)

 

            Então é isso, queridos. Cuidem-se, protejam-se e não deixem de mergulhar no mundo das histórias, um escape tão necessário em tempos difíceis como esses. Boa semana e até o próximo domingo com mais uma crítica do Senhor X! Adeus!

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