CAPÍTULO 09
uma produção Web Mundi
novela criada e escrita por
FELIPE ROCHA
CENA 01: ESTAÇÃO DE TREM SÃO BENTO - INTERIOR - NOITE
Finalmente, Serena e Lucas chegam na estação de trem.
LUCAS — Finalmente chegamos!! É aqui meu amor, a estação de trem. A chave para um novo destino de sua vida!!
SERENA — Já! Ai to com medo... Como deve ser lá na cidade?
LUCAS — Fantástica, essa questão é indiscutível meu amor... Mas quando chegarmos lá temos que corrigir algumas coisas no seu vocabulário, comprar novas roupas.. Agora você é minha mulher, uma nova Serena.
SERENA — Ah, não. Eu não vou me adaptar a isso. Se for assim, "ocê" vai e eu fico aqui e pego outro trem pra tribo.
LUCAS — Meu amor, não se preocupe, eu te ajudarei da melhor forma possível. Você vai se adaptar assim. Agora é uma nova vida, um novo tempo, uma nova fase. E vamos entrar no trem que já está partindo.
Lucas e Serena entram no trem.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 02: MANSÃO FERRARI - INTERIOR - NOITE - SALA
Regina mexe em seu celular, verificando as redes sociais, juntamente com sua filha, Vitória. Ela logo recebe uma mensagem de Lucas e fica empolgada.
REGINA — Olha aqui Vitória, o Lucas mandou uma mensagem, parece que ele tá voltando.
VITÓRIA — Nossa mas tão rápido assim? Não deu nem para pegar um fóssil sequer.
REGINA — O Lucas é profissional Vitória... Pare de criticar seu irmão. Agora, cala a boca e vamos ver a mensagem.
Regina abre a mensagem e lê em voz alta:
Mãe,
Depois de alguns dias de viagem para buscar o fóssil da empresa,
Comunico que estou voltando para ficar ao lado de vocês,
E dessa vez, estou trazendo uma surpresa especial
Uma surpresa que eu conheci durante a viagem.
Dê um abraço no Ferraço, Camila e na Vitória para mim.
Amo vocês.
Abraços,
Lucas Ferrari Marçoni
VITÓRIA — Peraí... Deixa eu ver se entendi. O Lucas está trazendo uma surpresa, é isso? Uma surpresa que ele conheceu durante a viagem! Só pode ser uma mulher nova. Mas ele tem a Camila, será que ele seria capaz de fazer isso com a coitadinha?
Neste momento, Camila flagra Vitória dizendo e questiona:
CAMILA — (agressiva) O Lucas? Me trair? Não pode ser. Ah, mas eu vou fazer a vida dessa menina um ! Nem que seja a última coisa que eu faça. E vocês também estão envolvidas nisso! Ou eu não me chamo Camila Medeiros!
AMANHECE...
CENA 05: PENITENCIÁRIA - PÁTIO-PAVILHÃO 19 - SALA DE VISITAS - INTERIOR - DIA
O carcereiro conduz Wanda até a sala de visitas.. Wanda se surpreende ao ver Reinaldo, sentado na cadeira. A vilã se senta a frente dele e levanta questionamentos para uma hipótese.
WANDA — Reinaldo, o quê você está fazendo aqui?
REINALDO — Eu que pergunto, sua burra. Você veio parar aqui né?
WANDA — A culpa não foi minha. O infeliz do pai da criança foi atrás de mim e conseguiu me pegar. Se estivesse alguém da quadrilha lá no galpão, pelo menos eu conseguiria se salvar.
REINALDO — Olha não vem culpar a gente não. Você sequestrou a menina, sem que nós sabíamos.
WANDA — A quadrilha deve andar junto Reinaldo. E cadê a chefia? Você que é o representante agora, é?
REINALDO — (agressivo) Chega!! Já deu para mim. Se não fosse por ela, você já tava mofando aí.
WANDA — Como assim? O que ela fez para me ajudar? Nada! Então, ninguém se importou comigo..
REINALDO — Espere e você verá. Eu trouxe algo para você nessa sacola.
Reinaldo tira uma bíblia da sacola e coloca na mesa.
WANDA — O que significa isso? Que bíblia é essa? Acha que eu sou religiosa, é? Meu querido, odeio freiras. Olha eu vou te dizer uma coisa se eu estivesse sem marido, sozinha, a última coisa que eu iria fazer era se refugiar num convento de freiras. Deus me livre! E pode levar junto com você. Não quero essa bíblia, não quero ler, não estou interessada, muito obrigada.
REINALDO — Olha mais como você é burra viu? Eu devia ter falado com a chefia, você nem serve para a nossa quadrilha mesmo! Tenho dó de você. Preste atenção JACU!!! Essa bíblia não era para você orar, nem esperou eu explicar.
WANDA — Então vai Reinaldo, solta logo essas palavras que estão presas debaixo da língua!! Haja paciência.
REINALDO — A chefia mandou isso para você. Nesta bíblia contém uma chave, é a chave para você sair daqui, para continuarmos com os nossos planos. Entendeu?
Wanda vibra e pensa:
WANDA — (pensa) Finalmente eu sairei desse inferno que é esse lugar. E o primeiro a quem vou acabar vai ser você Reinaldo. Você e o Sílvio!
Wanda dá uma gargalhada maligna.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 06: RIO DE JANEIRO - RUA COSTA AZUL - BECO 02 - INTERIOR - DIA
Ralf e Cristina chegam até o beco.
CRISTINA — É aqui? Nesse lugar nojento!
RALF — Sim, é aqui! Porquê?
CRISTINA — Nossa então é a casa dos porcos! Não passa nem uma vassoura.
RALF — Pega leve com o cara Cristina, ele é pobre de doer.
Ralf clama por Tigre.
RALF — Tigre!! Tigre! Cadê você?
Nesse momento, Tigre aparece com uma faca na mão, nervoso.
TIGRE — Quem é essa moça aí, hein? Olha que eu mato!
RALF — Ela é minha irmã. Jogue esta faca já!
Tigre joga a faca no chão.
RALF — Precisamos de um serviço seu. E urgente!
TIGRE — Cadê a grana? Sem grana, nada feito.
RALF — No momento, Tigre não temos. Mas o pagamento será feito depois que o serviço for concluído!!
TIGRE — Olha lá hein? Tomem cuidado! Quem não paga, já sabem o que acontece né?
Tigre tira uma arma do bolso e aponta para Ralf e Cristina.
Tigre dá uma risada maligna.
Ralf e Cristina, em pânico.
CRISTINA — Eu preciso que você dê uma lição nesse sujeitinho aqui! Quero ele morto! E enterrado num lugar bem distante daqui!
Cristina mostra a foto de Duende, o empregado da família Medeiros, para Tigre.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 07: CASA DE MARIANA - SALA - INTERIOR - DIA
Apolo, com um buquê de flores na mão, recuperado, vai até a casa de Mariana. Ele toca a campainha e Elisinha abre a porta. Elisinha, agressiva, logo dá um tapa na cara do cafajeste. Apolo, sem entender.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 08: CASA DE MARIANA - SALA - INTERIOR - DIA
Com ódio do futuro marido de Mariana, ela indaga.
ELISINHA — Quê que você tá fazendo aqui, hein? Não temos mais nada para conversar.
APOLO — Podemos acabar com essa palhaçada, Dona Elisinha? Vai deixar eu entrar ou não?
ELISINHA — Para ser sincera, eu não costumo deixar marginal entrar na minha casa, mas no seu caso, temos muita coisa para conversar né... Entre, então...
Apolo entra na casa de Elisinha, que bate a porta.
A velhinha se aproxima do mau-caráter e diz:
ELISINHA — Tínhamos um trato né?... Um trato que você não cumpriu...
APOLO — Dona Elisinha, eu já expliquei que...
ELISINHA — (corta) Não, não. Não precisa explicar nada. Eu já sei de tudo... A desculpa é por causa do trabalho né? Agora eu te pergunto uma coisa: você gosta mesmo da minha filha ou tem algum interesse?
Apolo, tenso, dá um ultimato em Elisinha.
APOLO — (explode, agressivo) Agora virou detetive é, Dona Elisinha? Poxa, eu fiz tudo para sua filha, e ainda você tem alguma dúvida do meu caráter?
ELISINHA — Olha eu não sei porque eu não acabei logo com essa porra de namoro. Você é um péssimo exemplo para Mariana, além de um péssimo namorado. Não é um príncipe encantado, e sim um homem cheio de defeitos. Aonde já se viu provocar um acidente contra si mesmo? Beber no volante, atrapalhar o trânsito?
APOLO — Dona Elisinha, tudo foi por descuido. Esse foi meu destino e eu não pude fazer nada.
ELISINHA — Aonde que você está com a consciência hein, Apolo? Você mal criado isso sim. E eu devia ter tacado na cara da sua mãe, para ela aprender, o que é bom para tosse.
APOLO — Não mete a minha mãe nessa discussão não.
ELISINHA — Pois então. Você não ajudou a Mariana em nada, nem nos dias que ela passou no hospital, nem quando começou a doença, que já faz meses.
entendendo, o que eu tô querendo dizer?
APOLO — Eu não entendo porque essa marcação comigo agora... Quer trabalhar
no meu lugar, é? Vai experimenta, eu tenho certeza que você vai detestar, igual a mim... Ser proprietário de uma empresa, é uma merda... É sempre serviço em dobro e vai aumentando ainda mais...
ELISINHA — Apolo, eu já tô cansada viu, não dá mesmo para conversar com você. Pelo jeito, vai se fingir de vítima da história né? Porque vítima você não é e sabe muito bem!
APOLO — Já que duvida de mim, Dona Elisinha. Vamos acabar com essa mixorna logo porque eu não aguento mais, viu?
ELISINHA — Se você acabar com isso logo... O único jeito é sumir de uma vez por todas da vida da minha filha.
APOLO — Então é isso né Dona Elisinha? A senhora quer que eu suma de uma vez por todas da vida da sua filha.
ELISINHA — Isso mesmo... Esquece tudo. Esquece casamento, esquece. Acabou Apolo! Para mim, você é uma estrela apagada.
APOLO — Tá então tá bom. Agora eu quero saber como você vai explicar essa situação para a Mariana?
ELISINHA — Não se meta em assuntos de família. E que fique bem claro, dos meus problemas cuido eu, e não quero ouvir nenhuma palpite, certo?
Apolo levanta as mãos para cima.
Corta para: Elisinha traz uma mala que contém dinheiro e dá para Apolo.
ELISINHA — Aqui, está. Seu dinheiro, Apolo!
Apolo abre a mala vê a quantidade de notas e depois questiona.
APOLO — Pra quê esse dinheiro, Dona Elisinha?
ELISINHA — Isso é parte do meu plano. Ele serve como forma de agradecimento por você não ter feito nada. E para você sumir daqui, de uma vez por todas.
Elisinha dispara a sua cartada final. Apolo vai embora.
Mariana, sorridente e feliz, chega em casa. Moacir lendo um jornal, Elisinha assistindo TV e Natália conversando com sua amiga.
MARIANA — Cheguei família! Ah que saudade de vocês. Terminei de fechar a cantina agora.
ELISINHA — Graças a Deus filha, mas demorou hein?
MARIANA — Ah, mãe, tinha inúmeros clientes. Faturei muito.
ELISINHA — Ótimo minha filha, fico feliz por você que está conseguindo recomeçar a vida.
MARIANA — É.. Ô mãe... Você sabe me dizer se o Apolo apareceu aqui hoje? Ele falou que vinha.
Elisinha, sem palavras.
ELISINHA — É, filha, é que.. O Apolo, é...
MOACIR — (corta Elisinha) Elisinha! Deixa de mentiradas e fala logo a verdade para nossa filha.
MARIANA — Mas como assim meu pai, do que o senhor está falando?
MOACIR — Olha, não tenho nada a ver com isso, mas a decisão foi da sua mãe. Ela entregou uma mala de dinheiro para o Apolo e ordenou que ele sumisse da sua vida.
Mariana, nervosa, pega um vaso e quebra! Todos se assustam.
MARIANA — Porquê você fez isso, mãe, hein?
NATÁLIA — Eu respondo por ela. A mamãe fez isso pensando no seu bem, viu? Você não pode se iludir com o Apolo.
MARIANA — Do que você está falando garota ? Vai para o quarto, vocês dois, eu preciso conversar em particular com mamãe.
NATÁLIA — Eu hein? Tá nervosinha!
MOACIR — Vamos para o quarto Natália, jogar aquele baralho, que você mais gosta.
Natália e Moacir vão para o quarto. Mariana, que chora, desesperadamente questiona:
MARIANA — Eu não acredito, que... Você teve a coragem de tirar o Apolo de mim. Porquê mãe? Porquê essa ação? Ele não fez nada para você, cara! Eu não entendo essa rivalidade entre vocês... Me fale mãe, me conte. Eu preciso saber da verdade.
ELISINHA — Filha, não há rivalidade entre eu e o Apolo. Eu só achei que ele fosse um péssimo exemplo para você. Olha lá, sofreu um acidente que ele mesmo provocou. E não foi te visitar no hospital.
MARIANA — Mãe, será que você não entende, é? Ele estava encarregado de tarefas no trabalho!! E sobre o acidente, poderia ter acontecido com qualquer um, com você, comigo. Foi um descuido.
ELISINHA — Ah filha! Não vem não, que o Apolo não gosta de você o suficiente! E o que eu fiz tá decretado e ponto final. Foi o melhor para você, do que sofrer por um paixão não correspondida. Eu vejo nos olhos dele que ele não sente quase nada por você depois que o câncer voltou. Entende?
Mariana chora e Elisinha a consola. Mariana, agressiva, grita:
MARIANA — Não, mãe, não! Você acabou com a minha felicidade. Eu nunca mais quero falar com você! Me deixe em paz.
ELISINHA — Mariana, volta aqui minha filha, não seja desaforada. Mariana, volta aqui.
Mariana bate a porta do quarto. Elisinha, assustada, percebe alguma coisa contraditória em suas ações com Apolo. Ela diz para si mesma, com dúvida:
ELISINHA — Meu deus, será que eu explico o que eu sei sobre o Apolo para a Mariana ou não? Pior que seu abrir a boca, a chefe deixou bem claro que mataria minha família. Se eu disser alguma coisa, acabou! Ah, e agora me santinho. Me ajuda! Eu conto ou não conto?
CONTINUA...
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