O ÚLTIMO SUSPIRO - CAPÍTULO 2:

 

-CAPÍTULO OO2-

-PARTICIPAÇÃO DO CAPÍTULO-

 

VICENTE

ROSE

ALBERTO

SÍLVIA

RICARDO

NEUSINHA

JORGE

MARISA

SAULO

NICÁCIO

 

-PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS DO CAPÍTULO-

 

“ACIONISTAS DA EMPRESA”

LETÍCIA SPILLER como ESTER.

 

Retorno imediato da última cena do capítulo 01.

 

CENA 01: RUA/VITÓRIA/EXT./NOITE

 

Alberto se surpreende com a presença de Vicente, e o que acabara de fazer, atropelar uma mulher.

 

VICENTE [CÍNICO] – Calma!

 

ALBERTO [OFEGANTE] – Eu... Eu... Não queria fazer isso! Acabei me distraindo, eu matei uma pessoa! (COM AS MÃOS NA CABEÇA).

 

VICENTE [TENTANDO ACALMÁ-LO] – Calma! Você tem que se acalmar primeiro. Respira!

ALBERTO – Como eu vou me acalmar? Eu matei essa mulher, eu posso ser preso. Eu sou um assassino! (NERVOSO).

 

VICENTE [SORRI] – Você não matou essa mulher, ninguém viu

.

ALBERTO – Como assim ninguém viu? (ESPANTADO) - Eu vi, você viu!

 

VICENTE [TENTANDO AJUDÁ-LO] – Eu não vi nada. Você não fez nada. Ninguém sabe de nada. Eu posso te ajudar.

 

ALBERTO [DESESPERADO] – Não... Não... Eu preciso levar essa mulher para algum hospital, eles vão me entender, eu não fiz nada de propósito, foi um acidente.

 

VICENTE [SÉRIO] – E você acha que eles vão acreditar em você? Está disposto a encarar um processo? Ser preso? Sua filha está prestes a se casar, não vai ser bom pra imagem da sua família.

 

ALBERTO – Como você sabe que minha filha vai casar? (DESCONFIADO).

 

Vicente tenta disfarçar.

 

VICENTE [SORRI/DISFARÇANDO] – Quem não conhece você, o grande Alberto Libertini! Sua filha! Sua esposa! Você é um dos homens mais renomados do Brasil e de Vitória, todos te conhecem, sabem sobre você e sua família.

 

ALBERTO [DESESPERADO] – Claro. Mas eu não sou um assassino. E a família dessa mulher, como ficará? Eu não posso fazer isso!

 

VICENTE [SORRI] – Eu faço então! Eu enterro o corpo. Eu me livro dele. Você sai daqui ileso e tenta esquecer tudo isso.

 

ALBERTO [DESESPERADO] – Mas, por que você quer me ajudar e se arriscar desse jeito? Eu não consigo entender.

 

VICENTE – Eu faria isso por qualquer pessoa. Eu vi tudo, ela se atravessou no seu caminho, você não tem culpa de nada. Eu jamais teria minha consciência tranquila ao saber que alguém foi preso injustamente, sem merecer.

 

ALBERTO – Como eu posso confiar em você? Como posso saber que você não quer tramar um golpe contra mim? Você mesmo disse que me conhece, sabe que eu sou rico.

 

VICENTE – Eu sou a única pessoa que o senhor pode contar nesse momento. Eu posso te ajudar e nós podemos esquecer tudo isso.

 

ALBERTO – Qual o seu valor, então?

 

VICENTE – A confiança. Confie em mim. Esse é o meu valor!

 

ALBERTO – O que eu faço agora, então?

 

VICENTE – Leve o carro daqui, passe em algum lava-rápido. Não deixe marcas ou qualquer tipo de rastro. Volte pra casa e tente descansar. Eu me viro por aqui.

 

ALBERTO – Eu não sei como te agradecer por isso...

 

VICENTE – Não precisa me agradecer, apenas confie!

 

Alberto ainda nervoso entra no carro, antes ele olha para o corpo da mulher morta no chão. Ele acelera o carro e sai em disparada.

 

Close no rosto sórdido de Vicente.

 

VICENTE – Na hora certa, você vai saber como me agradecer!

 

A cena se desfaz.

 

-CUT TO-

 

CENA 02: SEQUÊNCIA DE IMAGENS...

 

TRILHA SONORA: “TREM DAS ONZE”: ZECA PAGODINHO.

 

(Ao som de TREM DAS ONZE de Zeca pagodinho) são mostradas várias imagens da cidade de Vitória. Ruas, praças, avenidas e o trânsito da capital do Espírito Santo.

 

-FADE OUT-

 

CENA O3: RUA DESERTA/NOITE/INT.

 

TRILHA SONORA: INSTRUMENTAL “AMEAÇAS”: AVENIDA BRASIL.

 

A CÂM se abre e mostra um homem arrastando um corpo por uma rua deserta. Nesse momento, câm se abre, mostrando o olhar frio de Vicente, que sorri.

 

-CUT TO-

 

CENA 04: CASA DE NEUSINHA/SALA DE JANTAR/INT./NOITE

 

ATENÇÃO: “TREM DAS ONZE”, de Zeca Pagodinho, ao fundo.

 

Neusinha prepara a mesa de jantar, ouvindo Zeca Pagodinho, feliz e entusiasmada. Ricardo chega da construtora, todo molhado devido à intensa chuva que ocorria lá fora. Marisa ler uma revista da Mega-Brasil, edição do último mês.

 

NEUSINHA – Meu amor, você está todo molhado!

 

RICARDO – Oh, meu bem. O carro acabou quebrando, tive que chamar um guincho às pressas, acredita?

 

NEUSINHA – Parece que até adivinhei, preparei um ensopado delicioso pra aquecer.

 

Ricardo beija Neusinha. Marisa, do sofá, retruca:

 

MARISA – Quanta melação!

 

RICARDO – Você falou alguma coisa, filha?

 

MARISA – Não. Eu não falei nada não.

 

Marisa volta a ler a revista.

 

RICARDO – Saulo não está em casa?

 

NEUSINHA – Saulo foi pra faculdade. Ele é um menino de ouro. Estuda e trabalha ao mesmo tempo, não sei como aguenta, mas confesso que ele é um rapaz muito esforçado e dedicado!

 

RICARDO – E ele é mesmo, tenho muito orgulho. Bem, eu vou tomar um banho quentinho e já volto para comer esse ensopado delicioso, o dia na construtora não foi fácil.

 

MARISA – Eu não acho justo viu! (DO NADA).

 

RICARDO – O que você não acha justo, filha? (ENCABULADO).

 

MARISA – Acho engraçado a atitude do poderoso senhor Alberto, não é ele que se diz ser seu melhor amigo, pai? Pois então... Não teve coragem de convidar você para o noivado da filha. Mas a ex-patroa convidou a ex-empregadinha. Estranho, não?

 

RICARDO – Não fala assim com Neusinha, ouviu bem? (EXALTADO).

 

NEUSINHA – Deixa ela!

 

RICARDO – Não. Essa atitude eu não vou permitir. Neusinha é minha mulher, você deve respeito a ela. Sílvia convidou Neusinha porque as duas são grandes amigas. Alberto pretendia contar comigo na construtora hoje, por isso não fomos.

 

MARISA – Eu não queria ofender, mas acho que a dona Sílvia, como uma grande mulher que é, deveria escolher melhor suas amizades. (DEBOCHADA).

 

Ricardo ameaça dar uma bofetada em Marisa. Neusinha intervém.

 

NEUSINHA – Vai tomar seu banho, meu bem. Eu não ligo para as provocações dela. Já estou acostumada.

 

RICARDO – Você tem razão. Eu não vou me exaltar, hoje não! Já basta o estresse que passei no trânsito. Mas não vai ficar por isso mesmo, Marisa. Escute bem, não vai.

 

Ricardo vai em direção ao banheiro.

 

Marisa olha para Neusinha com ódio no olhar.

 

-CUT TO-

 

CENA 05: MANSÃO DA FAMÍLIA LIBERTINI/QUARTO DE SÍLVIA/INT./NOITE

 

Alberto entra no quarto devagarzinho para não acordar Sílvia, que aparentemente estava dormindo. Sílvia liga o abajur e o surpreende.

 

SÍLVIA – Não imaginava que você voltaria tão rápido! Pensei que iria beber a noite toda!

 

ALBERTO [IRRITADO] – Não enche minha paciência, por favor!

 

SÍLVIA – Eu não irei deixar a conversa que tivemos de lado, saiba você. Eu vou continuar insistindo!

 

ALBERTO – O que eu mais quero nesse mundo agora é dormir. Dá licença, se você não lembra, temos reunião na construtora amanhã. (INTERROMPE A CONVERSA).

 

Alberto desdobra o lençol e deita-se no lado direito da cama. Ele desliga o abajur. Sílvia revira-se para o outro lado. Alberto fica pensativo, não sabe o que fazer nem quem é aquele homem, se sente um covarde. No fundo, ele apenas queria saber o que aquele homem estranho iria fazer com o corpo daquela mulher sem deixar pistas que o comprometesse.

 

-CUT TO-

 

CENA 06: TERRENO BALDIO/EXT./NOITE

 

TRILHA SONORA: “CRIMINAL”: BRITNEY SPERS.

 

Vicente faz sexo com o cadáver da mulher morta, ele rasga suas roupas, realiza suas fantasias, geme de prazer. O prazer disfarçado de doença. Um necrófilo que sente prazer em ter aquele corpo frio diante de si, penetrando. A cena se desfaz. Após alguns minutos, Vicente cava uma cova e joga o corpo da mulher nela. Em seguida, cobre-a de terra.

 

Vicente olha para o céu nebuloso e rir sarcasticamente.

 

-CUT TO-

 

-ABERTURA (CRIMNAL - Britney Spears)-

 

CENA O7/VITÓRIA/HORIZONTE/MANHÃ/EXT.

 

TRILHA SONORA: “CRIMINAL”: BRITNEY SPEARS.

 

A CAM mostra o lindo horizonte e o dia amanhecendo aos poucos, de acordo com o sol que começa a aparecer lá no fim do horizonte.

 

-CUT TO-

 

CENA 08: CONSTRUTORA LIBERTINI/SALA DE REUNIÕES/INT./DIA

 

Todos estão sentados em suas cadeiras na construtora Libertini. Alberto encabeça a mesa, juntamente com Sílvia e Rose. Investidores e sócios fazem parte da mesa de reuniões. Ricardo também está presente.

 

ALBERTO – Vamos começar então...

 

SÍLVIA – Não... Ester ainda não chegou! Não iremos começar sem ela.

 

De repente, Ester entra na sala de reuniões usando óculos-escuro, tentando esconder às marcas da agressão que viveu na noite anterior.

 

ESTER – Bom dia a todos. Se eu sou razão da demora, podemos começar então. Desculpem pelo atraso.

 

ROSE – Você está bem, titia?

 

ESTER – Sim, estou ótima. Vamos começar?

 

Rose e Sílvia se entreolham, desconfiadas.

 

ALBERTO – Claro.

 

Os investidores começam a apresentar os requerimentos e o quadro de gastos e investimentos da construtora.

 

-CUT TO-

 

CENA 09: REVISTA MEGA-BRASIL/DIREÇÃO/INT./DIA

 

Marisa beija Jorge com fugacidade.

 

JORGE – Aqui não. No meu trabalho, não.

 

MARISA – Não gosta do perigo, é isso?

 

JORGE – Você sabe que não! Eu amo o perigo. E o perigo com você então! Combinação perfeita!

 

MARISA [SORRI] – Então vem pra cima dessa perigosa aqui, vem gostoso!

 

Marisa começa a tirar o sutiã. Jorge se esquiva.

 

JORGE [SORRI] – Por favor, não. Eu estou à espera de uma renomada empresária que pagou pela capa da revista. Eu preciso estar bem, se é que me entende.

 

MARISA [SORRI/COM CIÚMES] – Entendo sim meu amor. Sabe-se lá o porquê dessa mulher pagar por essa capa, talvez você tenha iludido ela, assim como faz comigo. (IRÔNICA).

 

JORGE [SORRI] – Não fala assim... Ela é apenas uma empresária, uma ricaça babaca! Veja, acabou de ficar rica e só pensa no estrelato. Pagou e pagou bem. A revista não anda bem das pernas, então...

 

MARISA [SORRI] – Vi as manchetes. Noivou mesmo com aquela patricinha da Rose? MUDANDO DE ASSUNTO).

 

JORGE [SORRI/IRÔNICO] – Você sabe que é tudo uma jogada. Preciso me casar e dar o golpe. Quero apenas arrancar a grana daquela família, minha mulher de verdade, sempre será você!

 

MARISA – A outra. Eu não passo disso. (INSATISFEITA).

 

JORGE – É por uma boa causa, meu amor. Eu vou poder dar tudo o que você quiser, eu vou reerguer essa revista. Nós vamos nos dar muito bem com essa história toda.

 

MARISA [SORRI/IRÔNICA] – Eu quero sair daquela casa, do covil da empregada que casou com meu pai.

 

JORGE – E você vai... Vou comprar um apartamento no Rio de Janeiro pra gente. Vamos ser felizes lá, muito felizes.

 

MARISA [SORRI] – Você promete?

 

JORGE – Prometo sim, agora vai lá! A secretária é uma linguaruda, se ela ver alguma coisa suspeita, pode me chantagear.

 

MARISA – Você tem razão. Eu vou, mas eu volto.

 

JORGE – Eu ligo pra você quando der!

 

Marisa rouba um beijo de Jorge maliciosamente, ele corresponde dando-lhe um tapa na bunda. Marisa se retira, Jorge se senta na poltrona da direção da revista e ajeita a gravata.

 

FOCO FINAL NO SORRISO DE JORGE.

 

-CUT TO-

 

CENA 1O/VITÓRIA/MORRO DO MORENO/MANHÃ/INT.

 

TRILHA SONORA: “GOLDEN”: HARRY STYLES.

 

Take mostra o lindo Morro do Moreno sendo mostrado. A CAM desce mais um pouquinho, mostrando toda a população da cidade, caminhando pelas grandes dias.

 

-CUT TO-

 

CENA 11: CASA DE NEUSINHA/INT./MANHÃ

 

TRILHA SONORA: “GOLDEN”: HARRY STYLES.

 

Neusinha assiste televisão. Saulo chega, exausto.

 

NEUSINHA [SORRI] – Onde você estava, meu filho? Deve está exausto!

 

SAULO [SORRI] – Eu já falei Neusinha, faço monitoria na faculdade, passo as madrugadas dando aulas para os calouros, afinal é com esse emprego que compro minhas coisas, sem depender do meu pai, como Marisa infelizmente faz.

 

NEUSINHA [SORRI] – Sabe...Você estar certo, Saulo. Trabalhar não mata ninguém. Fico feliz por você. Trabalhei a vida toda como empregada doméstica e nunca me envergonhei disso. Hoje estou tranquila, naturalmente. Trabalharia se fosse necessário, mas seu pai insiste para que eu não pegue mais no pesado como antigamente. Mas agora descanse. Você precisa dormir!

 

SAULO [SORRI] – É o que vou fazer. Um bom dia, Neusinha!

 

Saulo beija a testa de Neusinha e sobe para o quarto. Neusinha volta assistir televisão. Entusiasmada.

 

-FADE OUT-

 

CENA 12: CONSTRUTORA LIBERTINI /RECEPÇÃO/INT./DIA

 

A reunião acaba. Alberto conversa com seu amigo Ricardo e outros investidores, enquanto Rose, Ester e Sílvia conversam perto da recepção.

 

ROSE [SORRI] – Lindo os seus óculos, tia!

 

ESTER [INDIFERENTE] – Obrigada, querida! (DISFARÇANDO).

 

SÍLVIA [SORRI] – Tira esses óculos, Ester!

 

ESTER – Como assim? Não, não. Amanheci com olheiras terríveis.

 

Sílvia arranca os óculos de Ester, logo percebe-se que seus olhos estão inchados e roxos.

 

SÍLVIA [SÉRIA] – O que significa isso, Ester?

 

Ester pega seus óculos de volta.

 

ESTER [SÉRIA] – Eu já falei, são olheiras.

 

ROSE [SÉRIA] – Não são olheiras, tia! Isso foi agressão.

 

SÍLVIA [SÉRIA] – Nicácio? Foi aquele desgraçado, não foi?

 

ESTER – Não, ele não tem nada a ver com isso. Eu já falei, são olheiras.

 

SÍLVIA [SÉRIA] – Ele te agrediu. Foi isso. Tenho certeza. Ele voltou a fazer isso! Eu vou matar aquele desgraçado!

 

ESTER [INDIGNADA] – Não. Eu juro pela minha vida que ele não fez nada.

 

ROSE [SÉRIA] – Você tem certeza, tia? Nós podemos denunciá-lo. Mulher nenhuma merece ser agredida. Isso é crime!

 

SÍLVIA [SÉRIA] – Não adianta, ela vai negar mil vezes se for preciso. Mas escuta aqui, Ester, isso não vai ficar assim. Se eu ao menos sonhar que esse desgraçado vem te agredindo, eu acabo com ele com minhas próprias mãos.

 

ESTER [SÉRIA] – Eu vou embora. Essa conversa já deu o que tinha que dar, nem para está reunião eu deveria ter vindo, essa é a verdade.

 

Ester sai bruscamente da recepção. Sílvia e Rose se olham.

ROSE [SÉRIA] – Ele agrediu ela, não tenho dúvidas!

 

SÍLVIA [SÉRIA] – Se ele fez isso, ele vai se arrepender, minha filha!

 

Rose e Sílvia se entreolham.

 

-CUT TO-

 

CENA 13/RUA DE TRÁS DA CONSTRUTORA LIBERTINI/MANHÃ/EXT.

 

TRILHA SONORA: “CRIMINAL”: BRITNEY SPEARS.

 

A CAM se abre nesse exato momento, mostrando Vicente caminhando pela rua neste exato. Logo, ele nota um grande prédio, a Construtora. Ele para, olha e em seguida, sorri descaradamente.

 

VICENTE [SORRI] – Esse lugar vai cair tijolo por tijolo.

 

-CUT TO-

 

CENA 14: PARTE EXTERIOR DA CONSTRUTORA LIBERTINI/DIA

 

CONTINUAÇÃO DE CRIMINAL [BRITNEY SPEARS]...

 

Alberto conversa com Ricardo, logo atrás Sílvia e Rose também conversam. As duas se separam. Sílvia segue Alberto e Ricardo.

 

ALBERTO [SORRI] – Se continuarmos assim, o lucro do próximo mês será gigante.

 

RICARDO [SORRI] – O investimento inicial foi alto meu amigo, mas o lucro será maior ainda, a construtora está no caminho certo.

 

ALBERTO [SORRI] – Sim.

 

Ricardo olha por um instante para fisionomia de Alberto.

 

RICARDO [SÉRIO] – Parece estar inquieto meu amigo!

 

ALBERTO [SORRI] – Você me conhece mesmo!

 

RICARDO [SORRI] – Claro. De longa data e sei que alguma coisa está tirando seu sono.

 

ALBERTO [SORRI] – Sim. Eu preciso falar com você, ou isso vai acabar me consumindo.

 

Sílvia se aproxima e intervém na conversa.

 

SÍLVIA [SORRI] – Queria ser uma mosquinha pra saber o que os dois tanto cochicham.

 

ALBERTO [SORRI] – Negócios. E o que mais seria?

 

SÍLVIA [SORRI] – Eu estou indo embora, você me leva até em casa, Alberto? Rose vai passar na revista, vai fazer uma surpresinha pro noivo e decidiu ir de táxi.

 

ALBERTO – E o motorista?

 

SÍLVIA [INDIFERENTE] – Você esqueceu que o último motorista foi demitido?

 

ALBERTO [INDIFERENTE] – Tem razão, eu levo você e volto para a construtora. Ricardo?

 

RICARDO [SORRI] – Sim?

 

ALBERTO [SORRI] – Marque a próxima reunião da construtora apenas para à tarde.

 

RICARDO- Sim.

 

SÍLVIA [SÉRIO] – Diga a querida Neusinha que passo na casa dela logo mais, precisamos colocar a conversa em dia.

 

RICARDO [SÉRIO/SORRI] – Ela está morrendo de saudades da senhora.

 

SÍLVIA [SORRI] – É claro! Vamos, Alberto?

 

ALBERTO [SÉRIO] – Sim, vamos!

 

Alberto e Sílvia entram no carro. Ricardo observa.

 

-CUT TO-

 

CENA 15: APARTAMENTO DE ESTER/INT./DIA

 

CONTINUAÇÃO DE CRIMINAL [BRITNEY SPEARS]...

 

Ester chega e encontra Nicácio deitado no sofá, mexendo no celular.

 

NICÁCIO [IRÔNICO] – Já chegou meu amor... Pelo jeito a reunião foi rápida.

 

Ester o ignora.

 

NICÁCIO [SÉRIO] – Vai me ignorar, é isso?

 

ESTER – Um homem como você merece coisa pior que isso!

 

Nicácio se aproxima e acaricia os cabelos de Ester.

 

NICÁCIO [SORRI/IRÔNICO] – Eu não mereço ouvir essas palavras, meu amor! (IRÔNICO) - Eu vou cuidar dessas suas manchas e cicatrizes, hum! O que você acha? (TENTANDO AGARRÁ-LA).

 

ESTER [INDIFERENTE] – Me deixa em paz!

 

Ester se dirige para a cozinha irritada, Nicácio ri e se diverte com a situação.

 

-FADE OUT-

 

CENA 16: ENTRADA DA REVISTA MEGA-BRASIL/EXT./DIA

 

TRILHA SONORA: “SIDE TO SIDE”: ARIANA GRANDE.

 

Rose chega em um táxi na revista Mega-Brasil. De longe, alguém a observa.

 

Ela paga o motorista e ajeita o cabelo, em seguida se dirige ao ramal de entrada da revista. Ela caminha lentamente, alguém lhe persegue, mas ela não percebe. Rose tira o celular da bolsa e coloca na câmera frontal para alinhar o cabelo e ver se a maquiagem está boa, eis que o celular desliza de sua mão e acaba caindo. Ela se abaixa para pegar o aparelho e é surpreendida por Vicente, que se antecipa e pega o celular.

 

VICENTE [SORRI] – Mais cuidado com o celular, moça.

 

Rose olha intensamente para Vicente, ele retribui o olhar. Os dois ficam fixados um no outro.

A IMAGEM FOCA NO OLHAR PENETRANTE DE VICENTE E ROSE E UMA POÇA DE SANGUE DESCE SOBRE A TELA, EM SEGUIDA, A TELA SE QUEBRA, FOCANDO NO SEMBLANTE DOS DOIS.