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Casamento às Cegas - Estreia



 CENA 01: IPANEMA/MANSÃO FORTUNA/SALA DE JANTAR/INT./MANHÃ

Perfeito sentado à mesa tomando café da manhã. Ao fundo, uma vitrola tocando música clássica. Mais ninguém em cena, apenas alguns empregados passando rapidamente por ali.

Entre uma torrada e um pedaço de fruta, o homem volta e meia olha para os lados, meio apreensivo. Uma mulher em trajes de governanta entra em cena.

PERFEITO – Viu alguma movimentação estranha no lado de fora, gouvernant?

GOVERNANTA – Nada de diferente, senhor.

PERFEITO – (P/SI) Mentira.

GOVERNANTA – Não entendi, senhor.

PERFEITO – Quero dizer que, para meu pétit déjeuner da manhã ficar completo faltam meus profiteroles.

GOVERNANTA – Não se preocupe, senhor, agora mesmo pedirei que lhe preparem alguns. Com licença.

O som da campainha tocando chama a atenção deles. Prontamente, uma governanta corre para abrir a porta.


CENA 02: VILA ISABEL/CASA DE IZA/COZINHA/INT./MANHÃ

Alzirão entra em cena, descabelada, com roupas frouxas e largadas. Iza já está em cena.

IZA – Já ia te acordar. Já são quase oito da manhã, a senhora já deveria estar pronta pra ir pra oficina.

ALZIRÃO – Ah, estou morrendo de dor de cabeça. Eu não vou. Eu invento uma desculpa qualquer pro Pereira.

IZA – É nisso que dá passar até às tantas da madrugada na gandaia. Você pode perder esse emprego, mãe. Se com nós duas trabalhando já é difícil, imagina se uma perder o emprego.

ALZIRÃO – O que é isso? O poste mijando no cachorro? Sem lição de moral, Iza!

IZA – Muito que bem. Faça o que quiser então. Eu já tô de saída, não quero chegar atrasada no trabalho.

Iza vai até Alzirão, beijando-lhe a testa. Ela já vai saindo, mas para ao ouvir Alzirão.

ALZIRÃO – Você fazendo faculdade e trabalhando de faxineira. Que vergonha, meu Deus, que vergonha!

IZA – Primeiro: eu tô com a faculdade trancada. Segundo: não é demérito algum trabalhar como faxineira.

ALZIRÃO – Você merece ser rainha, não escrava Anastácia.

IZA – Até mais tarde, mãe.

Iza vai embora, deixando Alzirão sozinha em cena.

ALZIRÃO – Mal criada! Depois não reclame quando sua carruagem virar abóbora!


CENA 03: IPANEMA/MANSÃO FORTUNA/SALA DE ESTAR/INT./MANHÃ

Perfeito entra em cena e fica boquiaberto com o que vê: Palmira e Conrado.

PALMIRA – (SORRINDO) Oxe, cabra, que modos são esses? Venha e cumprimente sua irmã, que não lhe vê há mais de três décadas!

PERFEITO – (DESCONFORTÁVEL) Eu ainda duvidei quando você disse que vinha passar uma temporada aqui.

PALMIRA – Temporada? Eu vim é pra ficar! Vou lacrar é tudo no Rio de Janeiro! Lembre-se que agora eu sou uma idosa enferma e preciso de sua mão amiga pra sarar. Em Moinhos as condições são muito precárias, aqui eu vou ter o tratamento adequado.

Palmira olha para o filho e, em seguida, volta para Perfeito.

PALMIRA – Que cabeça a minha!

Palmira puxa Conrado pelo braço, empurrando-a para Perfeito.

PALMIRA – Olhe, mano, esse é teu sobrinho, Charles Bento.

CONRADO – Já lhe disse que não gosto desse nome, mainha. Meu nome é Conrado.

PALMIRA – Deixe de aperreio e dê a bênção ao seu tio.

PERFEITO – Eu tenho pena por essa pobre criatura ter saído de você.

PALMIRA – Minha cria é tudo pra mim, sabe? Dou minha vida por ele! O amo mais que tudo.

CONRADO – Pois é. Ama tanto que me esqueceu no churrasco quando eu era pequeno.

Palmira belisca Conrado.

PALMIRA – Fique quieto. Não esqueça de meu primeiro mandamento: eu vos dei a vida, eu posso tirá-la também. Agora capine de minha frente, pois quero levar um lero com o tio. Vá até a cozinha e peça comida pras empregadas, tá?

Conrado olha para Perfeito, que concorda com a cabeça. Ele, então, sai em direção à cozinha.

PALMIRA – Que saudade de tu, meu nego! Venha, me dê um abraço de urso!

Palmira vai abraçar Perfeito, que se esquiva.

PALMIRA – Mas o que é isso? Anos se passando por defunto e, agora que toda a verdade cai em minhas orelhas, me evita! Achei que eu vir pro Rio de Janeiro ia servir pra aparar nossas arestas. Achei que lhe encontraria de peito aberto pra me perdoar.

PERFEITO – Eu jamais vou esquecer o que você me fez.

PALMIRA – Esqueça o passado!

PERFEITO – É muito fácil dizer isso estando no seu lugar. Você sempre me tirou tudo na vida, Palmira! Até o amor de minha mãe! Justo quando eu tinha a chance de dar o maior orgulho da vida dela, você vem e me fez passar vergonha no Cassino do Chacrinha.

PALMIRA – Deixe de marmota, eu só queria conhecer sua diva do Conga! E quer saber? Chega, essa prosa não vai nos levar a lugar nenhum. Peça a algum empregado que leve nossas bagagens e prepare algum quarto pra gente.

PERFEITO – E por que não faz isso você mesma?

PALMIRA – Porque eu vou subir e tomar um banho de banheira. Lá em Moinhos nunca tive esses luxo.

PERFEITO – Você vai transformar minha vida num inferno! O Inferno de Dante!

PALMIRA – Aceite nossos Destinos Cruzados e abafe!

PERFEITO – Eu preferia que você continuasse achando que eu tava morto.

PALMIRA – Não! Deus é o maior dos justos e não deixaria essa mentira se arrastar por mais tempo. Pense pelo lado bom, agora eu tô do seu lado pra lhe proteger! Afinal, tu é um dos Alvos da Sociedade, né, meu irmão?

PERFEITO – Deixe de conversa, sua Tropicana barata! Assume que veio pra cá só por causa do meu dinheiro!

Trilha Sonora: Feels – Calvin Harris

Palmira vira as costas e sobe as escadas sorrindo.

PALMIRA – Agora estamos unidos, Até que a Morte nos Separe…


CENA 04: VILA ISABEL/ÔNIBUS/INT./MANHÃ

Iza sobe no ônibus lotado. Ela tenta abrir espaço entre a multidão, com alguma dificuldade.

IZA – Com licença… com licença… segurem os pés!

Até que ela consegue se acomodar num lugar ao fundo do coletivo.

IZA – (P/SI) É o fim dos tempos! Pagar uma tarifa absurda pra viajar num ônibus sucateado!


CENA 05: IPANEMA/MANSÃO FORTUNA/SUÍTE DE PALMIRA/INT./MANHÃ

Palmira sai do banho, uma toalha enrolada no corpo e outra na cabeça. Ela se assusta ao ver uma empregada sentada na cama, de pernas cruzadas.

PALMIRA – Como foi que entrou, peste?

EMPREGADA – Já ouviu falar em algo chamado porta?

PALMIRA – Mas é claro!

EMPREGADA – Pois bem, tranque-a.

PALMIRA – Pare de arrodeio e fale de uma vez o que quer!

EMPREGADA – Isso aqui é um porre!

PALMIRA – E por que diabos não pede demissão? Saia de casa, vá bater perna na rua! Sabe, garota, a essa hora meu Charles Bento deve ter ido encontrar aquele cabra que ele tanto fala no Zap!

EMPREGADA – Prefiro não comentar.

PALMIRA – Ai garota, e desde quando escrava dá pitaco em vida de patrão? Largue de ser insuportável! Vá viver! Deixe a barra de minha saia livre!

EMPREGADA – O nojento do Perfeito tinha razão quando dizia que você só veio pra cá interessada no dinheiro dele.

Irritada, Palmira tira a toalha da cabeça e a usa para bater na empregada.

EMPREGADA – Ei, isso dói!

PALMIRA – É pra doer mesmo! Menina tonta, quer ir pro inferno?

EMPREGADA – Qualquer lugar é melhor que aqui.

PALMIRA – Então vá! Vá pra lá! Anda, suma de uma vez da minha frente antes que eu te faça engolir essa toalha!

Irritada, a empregada se levanta. Por um instante, olha Palmira, mas enfim sai, batendo a porta.

PALMIRA – Isso! Quebra que tá barato!

Palmira joga a toalha na cama, com raiva.

PALMIRA – Peste do inferno! Miséria!


CENA 06: IPANEMA/RESTAURANTE/INT./TARDE

Conrado sentado numa mesa, à espera de alguém. Impaciente, toma alguns goles da taça de vinho à sua frente. Ele dá uma rápida conferida no relógio de pulso.

CONRADO – Meia hora de atraso.

Ele pensa em se levantar, mas é nesse momento que uma mulher deslumbrante vem se aproximando. É Penélope.

PENÉLOPE – Conrado?

Conrado boquiaberto.

CONRADO – Pe-Pe-Pe-Penélope?!

PENÉLOPE – (SORRI) Enfim nos conhecemos pessoalmente.

CONRADO – Mas tu é mais bonita pessoalmente, peste!

PENÉLOPE – Peste?

CONRADO – Peste também é elogio, mulher! E aí, vamo sentar?

Visivelmente decepcionada, Penélope se senta à mesa.

PENÉLOPE – Você é sempre assim?

CONRADO – Assim como?

PENÉLOPE – Como posso dizer… diferente.

CONRADO – Vamo deixar de conversa e bora rangar logo?

PENÉLOPE – Rangar?

CONRADO – É! Bater um prato. Comer.

PENÉLOPE – Achei que fôssemos beber uma taça de vinho antes.

CONRADO – Mulher, tu demorou tanto que eu já bebi umas duas garrafas sozinho. Acho melhor comer.

PENÉLOPE – (DESCONFORTÁVEL) Como quiser.

CONRADO – Garçom, dá uma chegada aqui!

Todos os clientes prestam atenção em Conrado. Penélope sorri, sem jeito.

PENÉLOPE – Olha, Conrado, eu acho que isso não vai dar certo.

CONRADO – Do que cê tá falando?

PENÉLOPE – Acho que eu me precipitei ao seu respeito. Me desculpe.

Conrado fica triste com o que ouve. Penélope pega sua bolsa e se levanta.

CONRADO – Acho que eu não consegui te agradar. Poxa, imagino que meu tio Fortuna vai ficar uma arara quando descobrir que ele vai pagar uma conta de restaurante que não deu certo.

Penélope estaciona com o que ouve. Ela então se volta para Conrado.

PENÉLOPE – Fortuna?

CONRADO – Sim.

PENÉLOPE – Você está se referindo a Perfeito Fortuna?

CONRADO – Sim. Meu tio.

Imediatamente, Penélope sorri para Conrado. Delicadamente, ela volta a se sentar.

PENÉLOPE – Pensando melhor, acho que quem se precipitou aqui fui eu. Vamos tentar de novo, sim?

Conrado e Penélope sorriem um para o outro.


CENA 07: VILA ISABEL/CASA DE IZA/SALA DE ESTAR/INT./TARDE

Iza chega em casa, sorridente. Ela se preocupa ao ver Alzirão aos prantos.

IZA – Ei, o que houve?

ALZIRA – (CHORANDO) Ah, minha filha! Sua praga me pegou, eu fui demitida!

IZA – Praga não. Eu sempre avisei, mas você nunca me ouviu. Mas não vamos brigar por causa disso. O momento é de levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.

ALZIRÃO – Eu tentei de tudo pro Pereira mudar de ideia, mas foi o mesmo que nada. Ele me humilhou, me chamou de sapatão, aberração.

IZA – Agora isso já é demais! Eu vou agora mesmo falar com esse tal Pereira!

ALZIRÃO – Não filha, por Deus, não vá piorar as coisas. Aquele homem é muito do brabo.

IZA – É mesmo?! Então chegou a hora dele conhecer alguém mais brabo que ele.

Alzira tenta segurar Iza, em vão.


CENA 08: IPANEMA/MANSÃO FORTUNA/SUÍTE DE PALMIRA/INT./TARDE

Palmira deitada na cama, assistindo TV, visivelmente entediada. Uma empregada bate na porta e entra, timidamente.

EMPREGADA – Pois não, dona Palmira?

PALMIRA – Tô com fome, mundiça.

EMPREGADA – O que a senhora gostaria de comer?

PALMIRA – Florzinha, me traga uma buchada de bode daquelas arretada!

EMPREGADA – A senhora gostaria de comer outra coisa?

PALMIRA – Qual o problema com minha buchada?

EMPREGADA – Não temos ingredientes pra fazer esse prato na casa.

PALMIRA – Pois dê seu jeito! Saia e só volte com minha buchada!

EMPREGADA – Sim senhora!

A empregada sai assustada.

PALMIRA – Eu mereço.


CENA 09: VILA ISABEL/OFICINA MECÂNICA/INT./TARDE

Iza entra em cena como um furacão, chamando a atenção de todos em cena.

IZA – Quem é o Pereira?

Trilha Sonora: Feels – Calvin Harris

Mal fecha a boca, Iza se depara com um homem de mais ou menos 40 anos, barrigudo e com barba por fazer.

IZA – Você, né?

PEREIRA – Eu mesmo. Em que posso lhe servir, boneca?

IZA – Você não me serve nem como papel higiênico!

PEREIRA – (SORRI) Por você faria um esforço. Sabia que as mulheres me chamam de guru do amor?

IZA – Me poupe, seu palhaço!

PEREIRA – Fala logo o que você quer, garota, tenho muito o que fazer.

IZA – Eu sou filha da Alzira. Lembra dela?

PEREIRA – Mas olha só, a filha do Alzirão! Pelo menos a sapatão soube fazer algo direito!

Todos em cena riem com Pereira. Iza, enfurecida, acerta um tapa em Pereira.

PEREIRA – (IRRITADO) Só não te dou o que merece porque você é mulher.

Iza acerta outro tapa em Pereira, que ganha um arranhão no rosto.

PEREIRA – Agora você passou dos limites!

Ele tenta avançar no pescoço de Iza, que se defende com uma joelhada nas partes baixas. Ele larga a moça e cai deitado, se contorcendo de dor. Todos em cena assustados.

IZA – Isso é pra você aprender a respeitar as pessoas!

Nisso, Iza se vira e vai embora.


CENA 10: IPANEMA/MANSÃO DE PERFEITO/SALA DE JANTAR/INT./NOITE

Conrado chega acompanhado de Penélope. Palmira já vai se levantando.

PALMIRA – (GRITANDO) Olhe, Charles Bento…

Palmira muda o semblante ao notar Penélope, sorrindo cordialmente para os dois.

PALMIRA – Ah, essa deve ser a Penélope.

PENÉLOPE – Quem é Charles Bento?

CONRADO – É uma longa história, depois lhe explico.

PALMIRA – O jantar já está pronto. Só vamos esperar Perfeito chegar.

PENÉLOPE – (EUFÓRICA) Eu nem acredito que vou jantar na mesma mesa que Perfeito Fortuna! Isso é um sonho! Quem diria que um dia entraria pra família desse lorde!

Palmira estranha a reação de Penélope, mas logo volta a sorrir cordialmente para os dois.

PALMIRA – Pois bem, vamos sentar?

CONRADO – Agora mesmo, mainha.

Todos se sentam à mesa.

CONRADO – Nossa, é tanto treco de prata que eu nem sei pra que serve. Lá em Moinhos a gente comia era de colher mesmo. (RI) Cabia até mais comida na boca.

Penélope o olha, meio incomodada.

PALMIRA – Pâmela, querida, aconteceu alguma coisa?

PENÉLOPE – É Penélope. Mas não se preocupe, não é nada.

Logo, Perfeito chega, meio desagradado. Palmira o nota e chama a atenção de todos.

PALMIRA – Olhe quem chegou! Venha, homem, junte-se a nós! Venha provar do prato que mandei preparar em sua homenagem!

Penélope a encara, sem reação.

PENÉLOPE – Senhor… Perfeito!

Deslumbrada, Penélope se levanta e vai até Perfeito, passando a mão no seu braço.

PENÉLOPE – (SORRI) É real!

PERFEITO – Quem é essa mulher?

Conrado se levanta e afasta Penélope.

CONRADO – Essa é a Penélope, tio. Minha namorada.

PALMIRA – Vamos, deixem de história. Peça à criada pra trazer a comida!

Todos se sentam. Ao sinal de Perfeito, uma empregada entra em cena levando uma grande panela até à mesa.

PALMIRA – Buchada de bode!

A empregada abre a panela, mostrando o conteúdo: buchada de bode. Penélope e Perfeito reagem, enojados.

PERFEITO – (IRRITADO) Mas que brincadeira é essa?

PALMIRA – Oxe! Não gostaste, é isso?

PERFEITO – Levem essa porcaria daqui agora mesmo!

Imediatamente, a empregada tampa a panela e a leva embora.


CENA 11: VILA ISABEL/CASA DE IZA/SALA/INT./NOITE

Iza entra em casa, animada.

IZA – Mãe, a senhora tinha que ter visto o que eu fiz com aquele Pereira!

Ela estranha ao notar a casa vazia. Mas logo relaxa.

IZA – Claro, foi curtir a noite. Ê, dona Alzira!

Iza joga a mochila no sofá. Ela se abre, fazendo com que as coisas caiam no chão.

IZA – Meu Deus, meus contracheques!

Iza vai apanhar o que caiu. No meio dos objetos, um envelope chama a sua atenção.

Curiosa, ela abre o envelope e lê o papel ali dentro. Ela se assusta com o que lê.

IZA – Isso não pode ser verdade!

Iza deixa o envelope cair no chão.

IZA – Doutor Perfeito está prestes a morrer!


CENA 12: VILA ISABEL/RUA/EXT./NOITE

Alzirão, embriagadíssima, anda pela rua cambaleando e cantando desafinada.

ALZIRÃO – Você é um bosta, Pereira, um bosta!

De repente, um carro se aproxima e freia bruscamente diante de Alzirão.

ALZIRÃO – Ei, calma aí! Quer me matar, é?

Eis que Pereira desce do carro, junto com outros dois homens. Todos com barras de ferro da mão.

PEREIRA – Como você adivinhou?

Pereira gargalha diabolicamente.

Alzirão, assustada, tenta correr, mas acaba se desequilibrando e caindo.

Pereira ergue sua barra de ferro, mira em Alzirão e a atira contra a mulher.

A cena escurece. Ao fundo, um grito de Iza.


CENA 13: VILA ISABEL/CEMITÉRIO/EXT./MANHÃ

Iza jogando flores numa cova rasa. A moça está triste, muito abatida. Mas não demora muito para ela levantar a cabeça.

IZA – Minha mãe não morreu só por causa daquele homem nojento. Minha mãe morreu porque os médicos não se importaram com ela. Mas isso não vai ficar assim. A morte da minha mãe não vai ficar impune. Não vai.

A cena escurece de novo.


CENA 14: VILA ISABEL/AVENIDA/EXT./MANHÃ

A rua é fechada por uma manifestação. Os participantes, visivelmente exaltados, empunham frases e cartazes com frases como “Justiça por Alzirão”, “Queremos respeito”, “Salvem nossos hospitais”, e por aí vai.

No meio da multidão, está Iza. A moça visivelmente emocionada e envolvida com o protesto.

IZA – (GRITA) EU QUERO JUSTIÇA!

CONTINUA…


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