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Na Boca do Povo - Capítulo 22


 

Capítulo 22

Cena 01 – Casa de Durant [Interna/Noite]

(Durant resolve esclarecer sua real situação com Luiza Helena para Betinha).

 

DURANT: Vem, senta aqui! (Durant conduz Betinha para sentar-se junto a ele no sofá da sala, Rafael se acomoda numa cadeira próxima).

BETINHA: O que foi? Você está tão sério! (Diz ao reparar na expressão de Durant).

DURANT: Eu acho muito bonito que você queira ajudar a sua irmã, mas para lhe ser bem sincero não acredito que ela queira resolver a nossa história. Para o bem da relação de vocês, é melhor se manter fora disso.

BETINHA: Mas Durant...

DURANT: (Interrompe Betinha) Ouça o que eu digo Betinha, tenho certeza de que a sua irmã não gostará nenhum pouco de saber que você está querendo remexer nessa história. Ela sabe que você está aqui?

BETINHA: Não, ela não sabe.

DURANT: Está vendo? É por conta disso que estou falando, não quero criar problemas entre você e a sua irmã. É melhor deixar do jeito que está, eu e ela somos adultos... Uma hora ela vai cair em si e estará aberta ao diálogo. Bom, agora eu tenho alguns quadros para terminar, vocês vão me dar licença? (Durant levanta e sobe para seu ateliê).

RAFAEL: (Se aproxima e senta ao lado de Betinha) E agora, o que você pretende fazer?

BETINHA: Ué, o obvio! Continuarei dando aquele velho empurrãozinho, afinal, água mole e pedra dura...

RAFAEL: Tanto bate até que fura! (Completa o ditado popular).

BETINHA: Exatamente, não sossego até colocar todas as peças desse quebra-cabeças.

 

Cena 02 – Chesca’s, Restaurante Italiano [Interna/Noite]

Música da cena: Sampa – Caetano Veloso

(Imagens noturnas da cidade de São Paulo são apresentadas, incluindo o bairro da Mooca. Em seguida, surge a fachada do restaurante de Francesca, que está fechado. Em seu interior, Francesca, Enrico e Lola organizam tudo depois da confusão).

 

ENRICO: Cantora? (Diz colocando as cadeiras em cima da mesa).

FRANCESCA: Sì, bambino! Uma belíssima voz. Foi só nesse momento que todo mundo parou para prestar atenção nela e non tinha quem não ficasse arrepiado. (Responde enquanto fecha o caixa).

LOLA: Nossa, quanto exagero!

ENRICO: Está aí uma coisa que eu nunca imaginei...

LOLA: Foi só um improviso, nada demais gente. (Disfarça enquanto dobra as toalhas de mesa).

ENRICO: Talentos ocultos... Quantos segredos mais você esconde, Lola?

LOLA: Segredo? Não, nenhum... (Tenta mudar de assunto).

 

Cena 03 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Noite]

(Luiza Helena está sentada à mesa enquanto Eva serve o jantar. Enquanto isso, Eva percebe algo diferente na expressão de Luiza Helena).

 

EVA: Está tudo bem, minha querida? (Questiona enquanto serve um pouco de vinho tinto em uma taça).

LUIZA HELENA: Engraçado, você me conhece há tão pouco tempo e já sabe quando eu estou e quando não estou bem. Senta aí, vamos conversar...

EVA: Eu, sentar à mesa, senhora? (Questiona).

LUIZA HELENA: Eva, quando você vai entender que aqui somos amigas. Aqui não tem essa história de dona, de senhora... Somos amigas! Senta aí de uma vez.

EVA: Está bem, está bem... O que houve? (Senta-se próxima a Luiza Helena).

LUIZA HELENA: Eu o reencontrei!

EVA: Reencontrou? Quem você reencontrou?

LUIZA HELENA: Ele, Jean Michel Durant. (Responde).

EVA: (Surpreende-se e leva as mãos a boca) Ele mesmo? O pai da Betinha?

LUIZA HELENA: Ele mesmo... Está um pouco mais velho, mas não mudou quase nada.

EVA: E como foi? Onde foi?

LUIZA HELENA: Naquela festa, naquela bendita festa que eu não queria ir.

EVA: Meu Deus! Isso só pode ser coisa do destino. Vocês tinham que se reencontrar, e como foi? Vocês se acertaram?

LUIZA HELENA: Claro que não! Eu não o suporto, eu o odeio. Não vou perdoá-lo nunca.

EVA: Não suporta? Luiza Helena minha querida, qualquer um de longe pode perceber o quanto você ainda ama esse pintor. Até um cego consegue!

LUIZA HELENA: Você só pode estar ficando louca, isso sim. Onde já se viu? Eu jamais continuaria apaixonada por ele, jamais... (Rebate a fala de Eva e começa a comer, para encerrar o assunto).

 

Cena 04 – Apartamento de Evandro [Interna/Noite]

(Evandro estava entediado em sua casa quando ouve a campainha de seu apartamento tocar).

 

EVANDRO: Já vai, já vai... Nossa, que desespero! (Responde para logo em seguida abrir a porta).

GLÓRIA: (Entra) Nossa, você fala de mim... Entretanto, que muquifo você se enfiou, hein? Deprimente!

EVANDRO: (Fecha a porta) Eu imagino que você não veio até aqui dar palpites na decoração do meu apartamento, veio?

GLÓRIA: (Olha para o sofá com nojo e senta nele cautelosamente) Não, na realidade temos um assunto bem importante para tratar.

EVANDRO: Ah, é? E eu posso saber que assunto tão importante é esse?

GLÓRIA: Que assunto mais? A pescadora! Você precisar dar um jeito de tirá-la do meu caminho.

EVANDRO: Isso tudo por conta do pintorzinho suburbano? (Ironiza).

GLÓRIA: Como você sabe do Durant?

EVANDRO: (Senta-se no sofá) Eu estava lá e vi todo aquele espetáculo deprimente. Você quer tirá-la do seu caminho para ficar livre e agarrar o pintor, não é?

GLÓRIA: Sim, ele me interessa muito. Ela já roubou o dinheiro da minha família, agora quer me roubar o homem também. Isso eu não vou permitir! Eu quero os dois, meu dinheiro de volta e quero ficar com o Durant.

EVANDRO: Você é realmente muito amadora, Glória! Eu estou há vários passos a sua frente. Já comecei a mexer meus pauzinhos, para os meus planos também não é conveniente que ela fique com o pintor.

GLÓRIA: Ótimo, pelo o que vejo estamos em sintonia. Eu não quero ela no meu caminho! Ah, outra coisa que eu preciso que você assine, é isso aqui... (Tira um envelope da bolsa).

EVANDRO: O que é isso? (Pergunta ao receber o envelope).

GLÓRIA: O divórcio! Não sou tão amadora quanto você pensa... Não tenho interesse em continuar casada com você tendo um partidão bem melhor a minha espera.

EVANDRO: O pintor de viaduto? Se é o que você quer... (Evandro retira os papéis do envelope, vai até a mesa e com uma caneta os assina). Aqui está, você está livre para se tornar a mais nova suburbana da Mooca. (Devolve os papeis e o envelope para Glória).

GLÓRIA: Então ficamos acordados, mantenha a pescadora longe do meu caminho e eu permito que você continue na minha empresa, caso contrário. Farei a cabeça de todo o conselho para te escorraçar! (Guarda o envelope de volta na bolsa e levanta-se para ir embora).

EVANDRO: (Abre a porta para Glória passar e quando ela sai, Evandro fala consigo mesmo em pensamento) Vai e se afunda de vez no subúrbio. Enquanto isso eu tenho planos bem mais ambiciosos!

 

Cena 05 – Apartamento de Glória [Externa/Noite]

(Um carro estaciona em frente ao prédio onde Glória reside com os filhos. Trata-se de Ângelo que tratou de se oferecer para levar Fernanda em casa).

 

ÂNGELO: Pronto, está entregue! (Diz ao parar o carro).

FERNANDA: Foi muita gentileza sua me trazer até em casa, mas eu disse que não precisava se incomodar.

ÂNGELO: Mas não foi nenhum incomodo vir até aqui, eu faço questão de te ajudar sempre que puder. Pensei que você fosse sair com o namoradinho!

FERNANDA: Não fala assim dele, Ângelo! Eu vim para casa, porque tenho algumas matérias para revisar. Só isso!

ÂNGELO: Tem certeza de que você não quer sair para comer alguma coisa? Podemos comer uma pizza e depois você volta a tempo de revisar quantas matérias você quiser.

FERNANDA: Eu agradeço, mas não vai dar. Hoje eu quero realmente resolver todas essas pendências e dormir um pouco mais cedo, esses dias eu tenho dormido muito pouco. Agora eu tenho que ir!

Música da cena: A Boba Fui Eu – Ludmilla e Jão

ÂNGELO: Mas você sabe que pode contar comigo para tudo, não sabe? (Pergunta olhando para Fernanda).

FERNANDA: Claro que eu sei! Você é um amigo maravilhoso, eu tenho muita sorte de ter você em minha vida. Agora chega, eu já vou! Beijo e boa noite... (Fernanda abraça Ângelo, se despede e desce do carro).

ÂNGELO: (Observa Fernanda entrar no prédio enquanto fala sozinho) Burro, burro, burro!

 

Cena 06 – Chesca’s, Restaurante Italiano [Externa/Manhã]

(O dia amanhece ensolarado na capital paulista. O parque do Ibirapuera estava lotado de pessoas se exercitando, enquanto as grandes avenidas também. Em casa, Enrico se preparava para mais um dia de aula, mas quando saiu para a rua, deparou-se com uma situação totalmente atípica).

 

ENRICO: (Abre a porta de casa e se assusta com uma grande multidão de repórteres e fotógrafos) Mas o que é isso?

JORNALISTA: Uma palavrinha por favor, uma palavra. Qual é a sua relação com Amara Ferraz? Como foi o processo desse período sabático que durou quase duas décadas? Você é filho dela?

ENRICO: Quem? (Questiona tentando cobrir o rosto em virtude dos inúmeros flashes das câmeras).

JORNALISTA: Amara Ferraz, a grande cantora da música popular brasileira. Um ícone da música que desapareceu há anos e que viralizou com um vídeo essa madrugada na internet cantando nesse restaurante.

ENRICO: (Confuso, tenta assimilar as informações passadas pela imprensa).

 

 

Cena 07 – Chesca’s, Restaurante Italiano [Interna/Manhã]

(Lola estava tomando café da manhã na companhia de Francesca quando Enrico retornou para dentro de casa completamente assustado).

 

FRANCESCA: O que foi bambino? Perché essa cara? Parece que viu um fantasma!

ENRICO: Tem um monte de jornalista e paparrazi lá embaixo...

FRANCESCA: Ué, mas perché a imprensa está lá embaixo?

LOLA: (Sente um frio percorrer a sua espinha e rapidamente sua face fica empalidecida).

ENRICO: Eles estão procurando uma mulher chamada Amara Ferraz, disseram que ela era uma cantora que estava desaparecida e que tem um vídeo dela cantando aqui ontem, no nosso restaurante.

FRANCESCA: (Olha imediatamente para Lola).

LOLA: (Com os olhos marejados, olha para Francesca e Enrico) É a mim que eles estão procurando.

FRANCESCA: Mas como você? O seu nome é Lola...

LOLA: Não, Francesca. Eu me chamo Amara Ferraz e fui sim uma cantora em ascensão há muitos anos atrás, só que eu perdi tudo e resolvi desaparecer.

ENRICO: (Senta ao lado das duas) Que loucura! Isso quer dizer que você é muito importante, muito famosa... Tem uma multidão de gente lá fora, querendo te ver...

LOLA: Não, eles querem ver a Amara... Ela ficou no passado, hoje eu sou apenas Lola. Não é isso que eu me tornei que eles querem ver... Uma mulher que viveu nas ruas, uma viciada em álcool.

ENRICO: Você não é mais uma viciada, você admitiu seu vício e está fazendo por onde mudar. Você merece a chance de recuperar a sua vida, sua carreira...

FRANCESCA: O Enrico tem razão, mia cara. Talvez essa seja a oportunidade de voltar a ser você. A Lola de verdade foi só um escape para você sobreviver no meio di questo mondo tão cruel.

LOLA: (Chora) Vocês não entendem... Eu não tenho mais chances!

ENRICO: Tem, claro que você tem. Nós estamos do seu lado, mas para isso você precisa acabar com todos os seus segredos e revelar de uma vez por toda como foi que a sua vida se tornou o caos que te levou as ruas. (Fala segurando as mãos de Lola).

FRANCESCA: (Sorri e balança a cabeça, encorajando Lola a falar).

LOLA: Está bem, eu vou contar a verdade.

(Lola então começa a narrar sobre toda sua vida antes de chegar às ruas, Enrico e Francesca ouvem atentamente).

 

Cena 08 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Manhã]

Música da cena: Dona De Mim - Iza

(A Mansão Martins de Andrade é mostrada externamente, podemos ver seu grandioso jardim e piscina na área de lazer enquanto um funcionário a limpa. Em seguida, surge a sala de jantar, nela Luiza Helena e Betinha tomam café).

 

BETINHA: (Olha para Luiza Helena enquanto come) Você está tão calada, aconteceu alguma coisa?

LUIZA HELENA: Não, não aconteceu nada. Apenas estou distraída, nada demais. Como vão as coisas na faculdade? (Toma um pouco de café).

BETINHA: Vão muito bem, não vejo a hora de colocar em prática algumas disciplinas.

LUIZA HELENA: Isso é ótimo, gosto muito de ver a sua empolgação pelo fato de estar fazendo algo que você realmente gosta.

BETINHA: É verdade! Escuta, o que você vai fazer na hora do almoço?

LUIZA HELENA: O de sempre! Devo vir para cá, almoço e retorno para a revista por volta das quinze horas. Porque?

BETINHA: Eu pensei em almoçarmos juntas, uma comidinha paraibana caseira. O que você acha?

LUIZA HELENA: Comida nordestina e sem essas frescuras todas! É, talvez seja uma boa ideia. Onde seria esse lugar?

BETINHA: Você vai adorar, foi um amigo meu da faculdade que me apresentou. Quando você sair, pode passar com o motorista me pegar e de lá vamos juntas.

LUIZA HELENA: Está bem, como quiser. Agora eu tenho que ir, tenho algumas reuniões e sabe como é, eu preciso aprender todo o funcionamento daquela revista. Não sossego enquanto não me tornar uma expert. (Fala ao se levantar e pegar a bolsa).

BETINHA: Sei sim e cada dia mais me surpreendo com essa sua nova fase!

LUIZA HELENA: (Beija a cabeça de Betinha) Vou indo, qualquer coisa você me liga. Até mais tarde! (Despede-se e deixa Betinha sozinha).

BETINHA: (Olha para trás e se certifica de que Luiza Helena realmente tenha saído. Em seguida, ela volta a passar geleia em uma torrada enquanto pensa em voz alta) Você mordeu a isca, maninha. Esse almoço promete!

 

Cena 09 – Apartamento de Evandro [Interna/Manhã]

Música de cena: Fogo – Karin Hils

(Transitamos pelas principais avenidas da cidade de forma aérea. Percebemos um fluxo intenso de veículos na Avenida Paulista e pessoas transitando pela faixa de pedestres. Em contraponto, passamos pelo Beco do Batman e o grande calor humano da Rua 25 de Março. Em seguida, surge a fachada do prédio onde Evandro mora).

 

EVANDRO: (Alinha a camisa enquanto assiste um vídeo no celular) Não! Eu não posso acreditar... Eu pensei que ela estivesse morta, depois de tantos anos desaparecida... É, quem não vai gostar nada de saber que essa fulana está viva é a Glória. (Diz enquanto assiste o vídeo de Lola cantando no restaurante).

 

Cena 10 – Apartamento de Glória [Interna/Manhã]

(Thierry, Glória e Fernanda tomavam café da manhã reunidos, como comumente costumavam fazer).

 

THIERRY: (Olha para o prato desanimado) Café e ovo de novo? Esse não é café dos campeões.

GLÓRIA: (Concorda com o filho) Realmente meu filho, esse café de um galinheiro. Eu não aguento mais ver ovo frito na minha frente.

FERNANDA: Vocês irão parar de reclamar quando não gastarem mais dinheiro com tantas coisas fúteis. Quem sabe a partir de daí não sobre mais dinheiro e a Judith pare de tentar fazer milagre no supermercado.

JUDITH: Meu Deus! (Grita da cozinha).

GLÓRIA: (Se irrita) Está virando corriqueiro essa estrupício viver berrando achando que está na favela onde mora. O que foi agora sua abominável da favela?

JUDITH: (Aparece na sala segurando o celular) Babado! Vocês não sabem o que eu acabei de ver aqui no Facebook!

GLÓRIA: Que eu saiba, você está em horário de trabalho, não deveria estar olhando nada nesse seu celular pré-histórico.

JUDITH: Com certeza eu teria condições de comprar um melhor em 48 parcelas se recebesse as minhas diárias corretamente, né Dona Glória?

FERNANDA: Não liga para ela, Juju. Conta! O que foi que você viu aí?

JUDITH: Aquela cantora famosa dos anos 90, a que sumiu da mídia... Ela reapareceu ontem, o vídeo dela cantando está bombando. Como é mesmo o nome dela? (Tenta lembrar enquanto mostra o vídeo a Fernanda).

FERNANDA: (Assiste ao vídeo e reconhece a cantora) Eu me lembro dela, só não me recordo do nome. É aquela mamãe, a que teve algo com o meu tio Demétrio. Acho que foram noivos!

GLÓRIA: (Cospe o café) O que?

FERNANDA: É! Eu não lembro com exatidão dela, mas eu reconheci o rosto. É ela sim, como é mesmo o nome dela?

GLÓRIA: Amara Ferraz?

FERNANDA: Ela mesma! Eu pensei que ela estivesse morta.

GLÓRIA: Não é possível... Eu quero ver esse vídeo, me dá aqui o celular pré-histórico, estrupício.

JUDITH: Perdeu os bons modos, foi Dona Glória? Como é que pede com as palavrinhas mágicas?

GLÓRIA: (Grita) Agora!

JUDITH: Nossa, pedindo com essa simpatia... (Entrega o celular a Glória).

GLÓRIA: E não é que é ela mesmo? Essa estrela de céu nublado retornou. Nossa como ela tá péssima. Porque será que ela voltou? (Pergunta enquanto assiste o vídeo).

 

Cena 11 – Universidade Pereira Vasconcelos [Interna/Tarde]

Música da cena: Não Esqueço – Niara e Pabllo Vittar

(Enrico e Ítalo chegaram juntos a universidade e caminhavam próximos em clima de romance, os dois conversavam pelo campus).

 

ENRICO: Ah, assim não vale... Você sabe que eu sempre perco nesses joguinhos.

ÍTALO: Que nada, você quer que eu fique com pena para que eu deixe você ganhar.

ENRICO: Talvez você esteja um pouquinho certo...

ÍTALO: (Avista seus colegas de turma de longe e com medo de que eles o vejam na companhia de Enrico, ele se afasta) Eu tenho que ir, depois nos falamos... Tchau!

ENRICO: Mas assim, de repente? Aconteceu alguma...Ítalo? (Chama pelo namorado, que se afasta rapidamente sem dar maiores explicações).

ÍTALO: (Sozinho, Ítalo caminha apreensivo pelo campus com medo de ter sua orientação sexual exposta).

 

Cena 12 – Umbu-Cajá, Restaurante Nordestino [Interna/Tarde]

(Betinha anda apressada pelas ruas da Mooca enquanto induz Luiza Helena a caminhar mais rápido).

 

BETINHA: Vamos mana, não faz corpo mole. Depressa!

LUIZA HELENA: (Anda rapidamente) Calma garota, para que a pressa? Parece que vai tirar o pai da forca...

(Juntas, Betinha e Luiza Helena chegam ao restaurante. Da porta, Betinha procura algo com o olhar).

LUIZA HELENA: O almoço tinha que ser justamente nesse bairro, Betinha? Justo nesse? (Reclama enquanto observa o restaurante).

(De longe, Rafael acena para Betinha de uma mesa, onde ele está sentado com Durant).

BETINHA: (Acena de volta para Rafael) Olha, o meu amigo está bem ali. Vamos!

LUIZA HELENA: (Acompanha Betinha em direção à mesa onde Rafael está sentado).

BETINHA: Boa tarde! (Diz ao se aproximar).

LUIZA HELENA: Boa... (Luiza Helena se cala ao ver Durant).

DURANT: (Levanta-se da cadeira e olha para Luiza Helena) Luiza Helena!

BETINHA: (Sorri ao ver os dois frente a frente).

 

A imagem foca em Luiza Helena e Durant se olhando, enquanto Betinha permanece entre os dois. A cena congela e vira uma capa de revista.


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