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Na Boca Do Povo - Capítulo 37 (Últimas Semanas)

 


 

Capítulo 37 (últimas semanas)

Cena 01 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Tarde]

(De longe, Durant assiste o casamento torcendo para que Luiza Helena mude de ideia).

 

JUIZ DE PAZ: Senhora Luiza Helena? (Chama atenção de Luiza Helena após ela não responder a sua pergunta).

EVANDRO: (Olha para Luiza Helena e sussurra) Ele te fez uma pergunta, será que você pode responder?

DURANT: Mostra que todo mundo está errado e você não gosta desse cara, que é a mim que você ama e esse casamento é a maior burrada da sua vida. (Fala consigo mesmo em pensamento).

LUIZA HELENA: (Volta a si) Desculpe, eu estava distraída. O que foi que o senhor disse mesmo?

JUIZ DE PAZ: Eu vou repetir a pergunta! Senhora Luiza Helena Ferreira Martins de Andrade, é de sua livre e espontânea vontade vir até aqui oficializar essa união?

LUIZA HELENA: (Abaixa a cabeça e responde) Sim!

JUIZ DE PAZ: Ótimo, vamos dar continuidade a oficialização dessa união então.

BETINHA: (Deixa Rafael e vai até a porta de entrada, mas para sua tristeza, nem sinal de Ângelo).

TAMARA: Amiga, tá tudo bem? Você está esquisita, parece nervosa. Está andando de um lado para o outro, eu reparei. (Diz ao se aproximar de Betinha).

BETINHA: Eu estou esperando um amigo chegar, vim apenas dar uma olhada se ele já estava entrando, mas vejo que ele ainda não chegou.

TAMARA: Amigo, que amigo? O que é aleijado da Mooca?

BETINHA: Que forma mais horrorosa de se falar, Tamara. O Enrico não é aleijado, ele é paraplégico e não, não é ele quem eu estou esperando, é um outro amigo que você não conhece.

TAMARA: Hum, amigo que eu não conheço e não é o paraplégico que é gay, então é uma boa oportunidade de você me apresentar, principalmente se ele for solteiro.

BETINHA: Tamara, eu vou falar com o Rafael, com licença! (Se afasta, deixando Tamara sozinha).

 

Cena 02 – Ruas de São Paulo [Externa/Tarde]

(Notamos um grande engarrafamento através de imagens aéreas, em seguida surge o carro de Ângelo em meio aos outros veículos).

 

ÂNGELO: Mas que droga, porque ninguém anda? Será que todo mundo resolveu sair de carro essa tarde? Sai da frente! (Grita enquanto buzina insistentemente).

(Ângelo tenta desviar o caminho, porém é em vão, todas as mãos da avenida onde ele está seguem engarrafadas).

ÂNGELO: E agora, polícia ou impedir esse casamento? (Questiona-se com as duas mãos no volante).

 

Cena 03 – Casa 1 [Interna/Tarde]

Música da cena: Sampa – Caetano Veloso

(Imagens externas da cidade são apresentadas, em seguida surge a fachada da Casa 1. Dentro do espaço, Enrico inicia seu primeiro curso profissionalizante).

 

ENRICO: (Entra na sala de aula empurrando a própria cadeira de rodas) Boa tarde a todxs! Eu me chamo Enrico Bergamini e a partir de hoje nos encontraremos semanalmente pelos próximos meses para desenvolvermos a aptidão de vocês com o design de moda. Para começarmos, vou introduzir o módulo de customização, peço então que vocês coloquem em cima da bancada a camiseta básica que orientei que trouxessem.

(Do lado de fora, Thiago e outro voluntário observam Enrico ministrar sua primeira aula).

VOLUNTÁRIO: É, não se pode negar que o Enrico leva muito jeito para ministrar aulas. Ele tem porte, imponência, né?

PROFESSOR THIAGO: Ele leva jeito para tudo que ele quiser com esse sorriso, essa é a verdade.

VOLUNTÁRIO: Impressão minha ou você está caidinho pelo novo professor voluntário?

PROFESSOR THIAGO: Digamos que eu não estou mais numa fase de rodeios nessa vida, então para que mentir? Ele é de fato um cara muito atraente, gentil e me parecer ser também muito inteligente. Quem sabe a gente não possa se conhecer melhor no futuro?

VOLUNTÁRIO: E as condições especiais dele não te importam?

PROFESSOR THIAGO: Não, nenhum pouco. Percebe-se de longe que ele é muito forte e muitas pessoas não tem essa mesma força para seguir em frente, talvez seja isso que me deixe ainda mais atraído por ele. Tenho certeza de que ele ainda chegará muito longe, pode anotar!

 

Cena 04 – Gravadora Som Brasil [Interna/Tarde]

(Edu assiste o técnico musical ajustar os sons na mesa enquanto Lola/Amara segue dentro da cabine cantando uma das músicas que irá compor seu novo CD).

Música cantada durante a cena: Amor e Sexo – Rita Lee

 

LOLA/AMARA: Amor é divino

Sexo é animal

Amor é bossa nova

Sexo é carnaval

Oh! Oh! Uh!

Amor é isso

Sexo é aquilo

E coisa e tal

E tal e coisa

Uh! Uh! Uh!

(Depois de alguns instantes, Lola/Amara vai até a sala de Edu).

LOLA/AMARA: Você queria falar comigo? (Diz ao entrar na sala).

EDU: Queria sim, para te entregar uma coisa. Toma! (Entrega um cheque para Lola/Amara).

LOLA/AMARA: O que é isso? (Questiona antes de conferir o que se trata).

EDU: Essa é a primeira parte do valor que te devemos e estamos adiantando.

LOLA/AMARA: (Olha para o cheque e se surpreende com a alta quantia em dinheiro) Eu acho que deve estar havendo algum engano, você falou que era uma parte e não o valor completo.

EDU: (Sorri) Não está havendo engano algum, eu disse exatamente o que você ouviu. Esse valor é apenas um adiantamento.

LOLA/AMARA: Mas Edu, tem muito dinheiro aqui. Eu não sei se devo aceitar!

EDU: Esse é o preço em fazer renascer Amara Ferraz! Você vale muito, só que desaprendeu devido as circunstâncias da vida. A sua estrela voltou a brilhar e você vai voltar as paradas de sucesso em todo país, eu garanto e em breve virão muitos outros cheques, só que maiores que esse.

LOLA/AMARA: (Olha para o cheque novamente) Eu acho que nem sei mais como gastar tanto dinheiro.

EDU: Não sabe agora, mas futuramente você encontrará algo para investir e te promover algum tipo de conforto. Por hora, eu peço que você continue se empenhando que logo mais você terá uma turnê.

LOLA/AMARA: Tudo bem, eu vou me preparar. Obrigada! (Responde e em seguida deixa a sala).


Cena 05 – Apartamento de Glória [Interna/Tarde]

(Incomodada com o barulho que a reforma no andar de cima estava causando no prédio onde morava, Glória e Judith se encontraram no corredor enquanto esperavam o elevador).

 

GLÓRIA: Essa sua obra vai colocar o prédio abaixo, aposto que não é licenciada e nem tem um arquiteto decente.

JUDITH: Pois então você anda muito mal informada, o meu habib sempre me oferece o que há de melhor, inclusive contratou os melhores profissionais de São Paulo para dar um jeito nesse prédio, quem sabe em breve eu não dê um jeito nos moradores também!

GLÓRIA: Por acaso isso é comigo? Porque se for, minha querida você está precisando se olhar no espelho primeiro. Que roupas são essas? Uma pior que outra, parece uma árvore de natal fora de época. (Debocha das roupas extravagantes de Judith).

JUDITH: O meu dinheiro é pra esbanjar e não para esconder. Se eu gosto de brilho, de ouro, de cores fortes, isso é problema meu. Pelo menos eu tenho dinheiro, já você... Não passa da sombra de um estrupício! (Retribui a ironia).

GLÓRIA: Aproveita enquanto você pode, porque daqui uns dias esse seu sheik fajuto te joga no olho da rua e te dá um pé na bunda, não venha bater na minha porta. Ah, e outra coisa, não que você mereça algum tipo de explicação da minha vida, muito pelo contrário, mas muito em breve eu vou recuperar os meus bens e vou sumir dessa favela que você quer adaptar e tornar um palácio árabe. Quando isso acontecer, eu faço questão de bater na sua porta para dizer mais uma vez tudo o que penso sobre você, sua jamanta velha.

JUDITH: Tudo o que vai, volta Glória. Só tome cuidado para tudo isso que você está dizendo não se voltar contra você!

(O elevador chega até o andar onde elas estão).

GLÓRIA: Isso não vai acontecer, sabe porquê? Porque a sorte está do meu lado. Escreve aí, logo, logo eu vou te mandar um cartão postal da França. Até logo, estrupício! (Diz ao entrar no elevador e fechar a porta).

 

Cena 06 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Tarde]

Música da cena: O Ar Que Eu Respiro - Dienis

(Enquanto todos assistem a cerimônia de casamento, o juiz de paz prossegue).

 

JUIZ DE PAZ: Senhor Evandro, assine aqui por favor! (Entrega a caneta e indica onde Evandro deve assinar na ata).

EVANDRO: (Recolhe a caneta e assina a ata) Pronto! (Diz ao entregar a caneta ao juiz).

JUIZ DE PAZ: Senhora Luiza Helena, agora é a sua vez. Assine aqui por favor! (Entrega a caneta a Luiza Helena).

LUIZA HELENA: (Segura a caneta e olha fixamente para a ata, relutando em assinar).

BETINHA: Tomara que ela não assine. Não assina, não assina!

RAFAEL: É uma pena que ela esteja fazendo isso, o meu tio nunca mais será o mesmo sem ela. (Comenta com Betinha).

MARIA RITA: Ela está relutante ou é impressão minha? (Questiona ao lado de Fernanda).

FERNANDA: Também estou tendo a mesma impressão. (Responde observando a cena).

EVA: Meu Deus, só um milagre para impedir essa tragédia de se concretizar! (Fala consigo mesma em pensamento).

DURANT: (Sofre enquanto assiste tudo de longe).

LUIZA HELENA: (Respira fundo e em seguida assina a ata) Pronto, aqui está! (Entrega a caneta).

JUIZ DE PAZ: Bom, agora que a ata já está assinada e pelo poder a qual a lei me compete...

ÂNGELO: (Entra na sala correndo, porém tarde demais).

JUIZ DE PAZ: Eu vos declaro, marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva!

EVANDRO: (Se aproxima para beijar Luiza Helena).

LUIZA HELENA: (Vira o rosto e Evandro a beija na bochecha).

BETINHA: Tarde demais, eles já estão casados. (Diz ao se aproximar de Ângelo).

ÂNGELO: Eu fiquei preso no trânsito, fiz de tudo para chegar a tempo...

TAMARA: (Observa de Ângelo com interesse).

BETINHA: E agora, o que faremos para desfazer esse casamento?

ÂNGELO: Eu descobri uma coisa que vai anular esse casamento e tirar o Evandro de campo de uma vez por todas. Eu sei como mandar o Evandro para a cadeia!

BETINHA: Como assim?

ÂNGELO: Nós podemos conversar a sós? (Questiona).

BETINHA: Pela sua cara, eu imagino que seja algo sério. Rafa, eu preciso conversar em particular com o Ângelo, eu já volto. (Diz se direcionando a Rafael).

RAFAEL: Claro amor, se precisar pode me chamar.

BETINHA: Chamo sim, eu não demoro! (Diz ao beijar Rafael e sair logo em seguida na companhia de Ângelo).

(Na biblioteca).

BETINHA: (Fecha a porta da biblioteca) Pronto, estamos sozinhos. O que foi que você descobriu de tão grave que vai colocar o Evandro na cadeia?

ÂNGELO: (Olha para o jardim através da janela e em seguida vira-se, ficando frente a frente para Betinha) Eu descobri que o Evandro é um assassino. Ele foi o responsável pela morte do Demétrio. O Evandro matou o Demétrio e a Suzana!

BETINHA: (Arregala os olhos e fica horrorizada).

 

 

Cena 07 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Tarde]

(Os poucos convidados se reúnem para cumprimentarem os noivos).

 

MARIA RITA: (Se aproxima de Luiza Helena) Apesar dos apesares, da sua história com o meu primo e até mesmo de achar que você está tomando a decisão errada, eu não te desejo mal e espero que você seja feliz.

LUIZA HELENA: (Fica com os olhos marejados) Você não sabe o quanto isso é importante, principalmente vindo de você. Palavras amigas! (As duas se abraçam).

FERNANDA: (Vai até a sala de jantar e encontra com Eva organizando alguns pratos) Escuta Eva, você viu o Ângelo? Eu o vi chegar, mas de repente o perdi de vista.

EVA: Sim, eu o vi rapidamente e da ultima vez que me lembro ele estava com a Betinha e foram em direção da biblioteca.

(Na sala, Tamara observa Rafael sozinho e resolve se aproximar para sondar sobre Ângelo).

TAMARA: Sua namorada não deveria te deixar assim dando sopa, vai que alguma menina chega e resolve te roubar dela.

RAFAEL: Isso não vai acontecer, Tamara. Nossa relação é sólida, não vou sair com outra simplesmente porque ela saiu por alguns minutos.

TAMARA: E onde ela foi? Saiu com aquele bonitão? Quem é ele? (Questiona).

RAFAEL: Ângelo Vasconcelos, advogado da revista. Bom, agora que acabou o seu interrogatório, eu cumprimentar os noivos. Com licença! (Deixa Tamara sozinha).

TAMARA: Vai, azedo! Não sei o que aquela songamonga da Betinha vê nesse palhaço. (Fala consigo mesma).

(Enquanto isso na biblioteca, Betinha estava chocada diante a revelação de Ângelo).

BETINHA: Meu Deus! Se isso for verdade, a vida da minha irmã está em perigo.

ÂNGELO: É a verdade, eu tenho arquivos que comprovam tudo o que eu estou dizendo. Na realidade quem descobriu tudo foi a Suzana, mas o canalha deu um jeito de calar ela para sempre.

BETINHA: Precisamos chamar a polícia, ele tem que ser preso!

ÂNGELO: E ele vai, mas eu sei que a justiça nesse país tem muitas brechas, por isso não podemos ter margens para erros. Eu tenho um plano, mas para isso eu vou precisar da sua ajuda!

(Sorrateiramente, Tamara caminha pelo corredor observando a todo tempo se alguém está olhando para ela e se aproxima da porta da biblioteca).

TAMARA: (Olha para os lados e em seguida encosta a cabeça ao lado de fora da porta da biblioteca após ouvir as vozes de Betinha e Ângelo).

(No interior da biblioteca).

ÂNGELO: Eu conheci uma delegada que está com a pulga atrás da orelha sobre a morte da Suzana, eu vou até a delegacia onde ela trabalha e vou apresentar as evidências que temos, lá eu vou falar com um amigo desembargador e pedirei agilidade num mandado de prisão. De hoje não passa, o Evandro vai dormir na cadeia!

BETINHA: E o que eu faço? (Pergunta).

ÂNGELO: Você vai voltar para a sala como se nada estivesse acontecendo e vai vigiar cada passo do Evandro. Ele não pode desconfiar sob nenhuma hipótese o que estamos tramando. (Explica).

(Após ouvir que Evandro está prestes a ser desmascarado, Tamara resolve voltar para a sala e tentar alertá-lo).

TAMARA: (Observa Evandro de longe ao adentrar na sala de estar na mansão).

RAFAEL: (Enquanto manuseava o celular, Rafael teve a impressão e avistar um rosto conhecido entre os convidados) Tio, o que você está fazendo aqui? Eu pensei que não viria! (Diz ao ver Durant entre as plantas do jardim de inverno).

DURANT: Eu precisava ver com os meus próprios olhos o que a Luiza Helena estava fazendo com a nossa história. Eu confesso que tive esperança de vê-la desistir na última hora, mas isso não aconteceu. Agora eu não tenho mais nada para fazer aqui, vou embora daqui agora mesmo, não quero que nenhum dos noivos me vejam.

RAFAEL: Eu vou com o senhor, não quero te deixar sozinho nesse momento!

DURANT: Não precisa se preocupar comigo, Rafael. Sua namorada está por aí e precisa da sua companhia, eu vou ficar bem. É sério! (Diz ao tocar o ombro de Rafael e ir embora em seguida).

RAFAEL: (Observa o tio ir embora com um semblante cabisbaixo).

 

Cena 08 – Mercadão Municipal [Interna/Tarde]

Música da cena: Me Leva – Alice Caymmi

(Imagens externas da cidade são apresentadas, entre elas a estação de metrô mostrando o grande fluxo de pessoas. Em seguida surge a fachada do Mercado Municipal, onde Francesca e sua irmã, Andreina faziam compras para o restaurante).

 

FRANCESCA: Ajuda em alguma coisa, maledetta. Você sabe ver pelo menos se um tomate está bom? Lembrando que os nossos molhos são caseiros, os tomates precisam estar bons, va bene?

ANDREINA: Va bene, io sou uma excelente cozinheira. Se brincar, melhor que você inclusive... É claro que io sei escolher bons tomates, sorella!

FRANCESCA: Buona cozinheira... Faz-me rir, sorella! Faz-me rir! (Debocha da irmã).

(Francesca observava as ervas e condimentos enquanto Andreina escolhia os tomates, conforme orientação da irmã).

ANDREINA: (Ao pegar em um dos tomates da banca, sua mão toca em outra mão) Scusa!

ZECA: Acho que esse aqui é meu, eu peguei primeiro! (Diz ao segurar o tomate).

ANDREINA: Você? (surpreende-se ao ver Zeca).

ZECA: Como assim, tu me conhece de algum lugar? (Estranha a reação de Andreina).

ANDREINA: Como non? Você é o bello da frente da pizzeria! Io jamais esqueço de um homem bonito como você. (Diz olhando admirada para o dono do restaurante da frente).

ZECA: Ih, já vi tudo. Parente da carcamana? (Questiona).

FRANCESCA: Sorella, para ser mais exata. Porque, algum problema? Agora vai pertubar a minha família também, bode velho? (Responde ao se aproximar rapidamente e enciumada).

 

Cena 09 – Delegacia [Interna/Tarde]

(O Inspetor Eriberto caminhava por um corredor da delegacia segurando um copo de café, até adentrar na sala da Delegada Raquel).

 

INSPETOR ERIBERTO: Trouxe um café, porque pelo o que vi você não sai daqui há horas.

DELEGADA RAQUEL: (Pega o café) Obrigada! Eu estou tentando localizar o rosto do motoqueiro atirador, estou tentando buscar no banco de imagens que temos, mas ainda não achei nada similar. Talvez peça para o retratista tentar reproduzir algo com base nas imagens de seguranças.

INSPETOR ERIBERTO: Como ele estava usando placa falsa, fica complicado localizar algum rastro desse pilantra.

DELEGADA RAQUEL: Mas não se preocupe, eu darei um jeito de encontra-lo. Eu vou colocar as mãos nele e quando colocar, quero descobrir quem está por trás do assassinato da secretária da revista e porque queria eliminá-la.

 

Cena 10 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Tarde]

(Em meio aos convidados, Tamara resolve se aproximar de Evandro).

 

TAMARA: (Se aproxima de Evandro) Eu preciso falar com você, é urgente.

EVANDRO: Agora não, menina. Você não está vendo que eu estou ocupado? (Fala sussurrando para que ninguém ouça).

TAMARA: Tudo bem, quando a polícia chegar não diga que eu não avisei.

EVANDRO: Como assim? Do que você está falando? (Estranha o comentário de Tamara).

TAMARA: O advogado descobriu todos os seus podres e vai te colocar na cadeia. Ah e antes que eu me esqueça, pelo o que ele descobriu, você não sai da cadeia tão cedo!

EVANDRO: O Ângelo?

TAMARA: Aquele dali? Ele mesmo! (Refere-se a Ângelo e Betinha que cruzam a sala de estar rumo a porta de saída).

LUIZA HELENA: Vejo que se tornaram muito amigos. Amigos até demais para falar a verdade! (Diz ao se aproximar).

EVANDRO: E eu lá vou ser amigo de fedelha? (Disfarça enquanto observa Ângelo e Betinha).

TAMARA: Eu vou falar com uma pessoa, com licença! (diz ao se afastar de Evandro e Luiza Helena).

BETINHA: Não deixe de me dar noticias quando tiver novidades! (Diz após acompanhar Ângelo até a saída).

ÂNGELO: Pode deixar, nós iremos salvar a sua irmã desse crápula.

FERNANDA: Ângelo, eu estava te procurando! Você já está de saída? (Fala ao chegar na parte externa da mansão).

ÂNGELO: Já estou de saída, mas olha... Eu vou fazer uma coisa que talvez te atinja de alguma forma, mas saiba que o que eu sinto por você não muda nada e eu estou buscando apenas fazer o que é certo.

FERNANDA: Do que você está falando, Ângelo? Eu não estou entendendo nada.

ÂNGELO: Eu te ligo mais tarde e te explico tudo.

FERNANDA: Está bem, eu preciso mesmo conversar com você sobre um assunto importante.

ÂNGELO: Me espera, tá? (Diz ao beijar a testa de Fernanda).

(Em seguida, Ângelo entra no carro e é observado por Fernanda e Betinha. Logo atrás, Evandro surge através da janela olhando a cena).

 

Cena 11 – Casa de Durant [Interna/Noite]

Música da cena: O Ar Que Eu Respiro - Dienis

(Deitado no sofá, Durant pensa em Luiza Helena e sofre por ela).

 

DURANT: (Fica com o olhar distante enquanto pensa em Luiza Helena e só volta assim quando a campainha toca).

(Durant vai até a porta abrir e ver quem é).

LÍGIA: Oi, boa noite! Desculpe bater assim na sua porta, de surpresa e sem te avisar. (Diz após Durant abrir a porta).

DURANT: Sem problemas, a senhora está procurando alguém?

LÍGIA: Eu nem me apresentei. Eu me chamo Lígia Noronha, eu sou marchand, gostaria de dar uma palavrinha com você.

DURANT: Uma negociadora de obras de artes na minha porta?

LÍGIA: Isso mesmo! Eu vi os seus quadros e fiquei impressionada com o seu talento. É uma verdadeira arte contemporânea e tem tudo para estampar grandes galerias em toda América, se não o mundo.

DURANT: Nossa, falando assim eu fico até sem jeito!

LÍGIA: Eu tenho uma proposta irrecusável para te oferecer. Será que eu posso entrar?

DURANT: (Olha fixamente para Lígia).

 

Cena 12 – Ruas de São Paulo [Externa/Noite]

(Pelas ruas, Ângelo dirige rumo a delegacia para denunciar Evandro).

 

ÂNGELO: (Reduz a velocidade do carro e olha para o pen-drive que contém as provas contra Evandro) Agora falta pouco, eu vou fazer justiça por você meu amigo! (Fala referindo-se a Demétrio).

(Ao lado do carro de Ângelo, outro veículo reduz a velocidade e espera o sinal verde pra prosseguir).

CARUSO: (Abaixa o vidro do carro e observa Ângelo).

 

A imagem foca em Ângelo sendo observado por Caruso. A cena congela e vira uma capa de revista.



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