Capítulo
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Cena 01 – Casa de Durant
[Interna/Noite]
(Durant permanecia em silêncio após
descobrir que Luiza Helena estava grávida de novo).
LUIZA HELENA: Durant, eu falei com você. Porque você ficou assim, se dizer
nada?
DURANT: Outro filho meu? (Repete).
LUIZA HELENA: Claro que é seu! Apesar de estar casada com o Evandro, nós
nunca tivemos nenhum tipo de intimidade. A única pessoa com quem estive nos
últimos tempos foi você. Esse filho é seu!
DURANT: (Abraça Luiza Helena completamente eufórico) Essa é a melhor noticia que
você poderia ter me dado. Antes eu não tinha ninguém além dos meus primos e
agora de repente eu ganhei de presente dois filhos.
LUIZA HELENA: Ai, graças a Deus! Eu tive tanto medo de você também me
rejeitar depois de tudo o que aconteceu.
DURANT: Não! Agora tudo está muito claro. A propósito, você precisa deixar o
Evandro, aquele homem é muito perigoso. A polícia precisa colocá-lo atrás das
grades.
LUIZA HELENA: Eu pretendo colocá-lo para fora de casa, mas não posso
deixar a mansão. Não depois de tudo o que o Demétrio fez por todos nós. Eu não
vou deixar com que ele deteriore todo o patrimônio da família, isso não seria
justo.
DURANT: Mas não é só isso...
LUIZA HELENA: Como não é só isso? Aconteceu alguma coisa que eu não estou
sabendo?
DURANT: Eu poderia jurar que ele é o responsável pelo acidente que a Betinha e a
Fernanda sofreram.
LUIZA HELENA: (Fica de pé) Claro! Agora tudo faz sentido. A Betinha já
estava desconfiada do caráter dele há muito tempo, principalmente depois do que
aconteceu com o Ângelo e a Suzana. Durant, nós precisamos fazer alguma coisa.
DURANT: Eu penso da mesma forma, mas como? Aquele bandido é muito escorregadio e
provavelmente não está sozinho nisso. Precisamos encontrar algo que o
incrimine!
LUIZA HELENA: Então vamos dar corda para que ele se enforque. O Evandro é
o típico homem egocêntrico, que julga ser mais esperto que tudo e todos,
impossível de ser pego. Vamos deixar que ele pense isso! Que estamos separados,
que continuo casada com ele, somente enquanto tento descobrir algo a respeito,
algo que seja contundente para jogá-lo na cadeia sem possibilidade de habeas
corpus.
DURANT: (Levanta-se do sofá) Eu não sei se concordo com isso. É muito arriscado,
principalmente agora! (Diz ao acariciar o ventre de Luiza Helena).
Música da cena: O Ar Que Eu Respiro -
Dienis
LUIZA HELENA: Eu preciso que você confie em mim, eu tenho algumas ideias
em mente. Vai dar certo... (Responde olhando nos olhos de Durant, enquanto
coloca as duas mãos em volta do pescoço do pintor).
DURANT: Você não sabe o quanto senti a sua falta! (Beija Luiza Helena).
Cena 02 – Ruas de São Paulo
[Externa/Noite]
(Pelas ruas do bairro Morumbi, Paula
empurrava a cadeira de rodas de Enrico enquanto os dois conversavam).
ENRICO: Aqui está ótimo, pode parar! (Orienta para que Paula pare de empurrar a
cadeira de rodas).
PAULA: (Olha ao redor com o semblante desconfortável) Esse lugar me provoca uma
sensação tão esquisita.
ENRICO: Também foi por essa região onde tudo aconteceu com você, não foi?
PAULA: (Observa em volta mais um pouco para poder responder com mais convicção)
Sim, foi mais ou menos por aqui.
ENRICO: Eu sabia... Eu sabia! Foi exatamente onde tudo aconteceu comigo. Já
temos mais pistas, estamos diante um criminoso que age de forma similar e
costuma atacar da mesma forma e o mesmo padrão de vítima. Agora só precisamos
esquematizar bem como e quando atraí-lo para a nossa armadilha.
PAULA: Enrico, você tem certeza do que está planejando? É tudo muito arriscado,
estamos nos colocando em perigo. Se a justiça não fez nada, você acha mesmo que
devemos bancar os justiceiros? (Pergunta ao se agachar para ficar na mesma
altura que Enrico e encará-lo nos olhos).
ENRICO: Eu não acho, eu tenho certeza. Se você quer desistir, tudo bem, eu vou
entender. Agora ninguém vai me impedir em colocar as mãos nesse psicopata e fazer
com que ele pague por tudo o que nos fez.
PAULA: Calma, eu fiz apenas uma pergunta. Eu não vou amarelar, eu estou com
você nessa e não vou voltar atrás. Agora que você já viu tudo o que queria,
podemos voltar agora?
ENRICO: Por hoje sim, mas nós iremos voltar. Pode apostar que vamos! (Conclui).
Cena 03 – Mansão Martins de Andrade
[Interna/Noite]
Música da cena: Me Leva – Alice
Caymmi
(Imagens externas mostram a vida
noturna na capital Paulista. A estação da Sé segue movimentada com o fluxo dos
metrôs. Em seguida, surge a fachada da mansão).
LUIZA HELENA: (Adentra na sala de estar e se depara com Evandro e Tamara).
EVANDRO: Ora, ora... Apareceu a margarida! Posso saber por onde andou? Não me
diga que a pentelhazinha piorou? Olha que já vi caso assim como dela,
aparentemente sem perigo nenhum e de repente veio uma morte cerebral. A famosa
“melhora da morte” como costumam dizer por aí. (Ironiza).
LUIZA HELENA: Infelizmente para a sua tristeza, a minha filha está muito
bem e cada vez mais se recupera plenamente. Fico feliz em encontrá-los aqui,
assim não precisarei deixar recados.
EVANDRO: Eu não entendi. O que você quis dizer?
LUIZA HELENA: Jura que não imagina? Então tudo bem, será como você quer.
Eu não tenho mais nada que me prenda a você. Quero que você desapareça
imediatamente da minha casa, você e essa pilantra. Rua! (Grita).
EVANDRO: (Gargalha e em seguida aplaude) Bravo! Foi um belo show, pena que não
durou mais que dois minutos. Eu estou casado com você em comunhão total de
bens, não vou a lugar nenhum. Tudo o que você tem é meu! Além disso não esqueça
que tenho uma outra carta na manga que lhe convém ocultar.
LUIZA HELENA: (Fica séria) Eu não posso continuar debaixo do mesmo teto
que vocês, saiam já da minha casa. Chega de ter medo, chega de chantagem... Eu
estou farta!
TAMARA: Farta? Quem está farta nessa história é a Betinha. Não é à toa que ela
não te perdoa! E sinceramente? Não acho que ela vai te perdoar, eu no lugar
dela faria o mesmo. Esse será o seu castigo, você vai ficar sem nada, inclusive
sem a filha que tanto escondeu. (Diz ao se aproximar de Luiza Helena).
LUIZA HELENA: Eu quero você fora da minha casa quando eu acordar amanhã.
Não me faça usar a força e te jogar na rua como a boa bisca que você é, sua
vagabunda! (Deixa a sala de estar e sobe a escada rumo ao segundo andar da
mansão).
TAMARA: (Olha para Evandro ao perceber que estão sozinhos) E agora, o que vamos
fazer? Ela pode realmente nos expulsar?
EVANDRO: Você eu não sei, já eu... Nem que ela peça o litigio eu deixo essa casa!
(Diz ao beber um pouco de uísque).
TAMARA: E o que iremos fazer? (Questiona).
EVANDRO: Calma! Tenho um plano alternativo...
LUIZA HELENA: (Ouve os dois do alto da escada, sem ser vista).
Cena 04 – Hospital Santa Veridiana
[Interna/Manhã]
Música da cena: Dona de Mim - Iza
(O dia amanhece e a fachada do
hospital surge movimentada com a chegada de ambulâncias. No interior do
hospital. Betinha tomava café da manhã sozinha em seu quarto quando recebeu uma
visita).
DURANT: Será que eu posso entrar? (Pergunta parado na porta).
BETINHA: Claro, entra... (Responde empurrando a bandeja para longe do corpo).
DURANT: Como você se sente? Pronta pra outra?
BETINHA: Nenhum desses hematomas que você vê espalhado pelo meu corpo dói mais
que o peso que essa mentira trouxe para as nossas vidas.
DURANT: Eu não sabia de nada, Betinha. Eu juro que se soubesse, teria feito
diferente. Eu jamais teria concordado em esconder de você algo tão importante,
principalmente por se tratar da sua vida, da sua família.
BETINHA: Eu sei, conversei muito com o Rafael na noite passada. Ele tem sido
maravilhoso comigo, se dependesse dele, ele estaria aqui até agora. Eu que pedi
para que ele fosse para casa, descansasse mais um pouco, esse sofá de hospital
não é nada confortável.
DURANT: Eu também teria ficado aqui, dormiria nesse sofá mil noites que fossem
desde que fosse por você...
BETINHA: Eu sei, pai! (Diz com a voz embargada).
DURANT: Do que foi que você me chamou? (Pergunta estarrecido e com lágrimas nos
olhos).
BETINHA: Pai! Não é isso que você é? O meu pai! Eu passei a noite refletindo e
entendi que nessa história, você foi tão vítima como eu. Então não faria
sentido em continuar te rejeitando, meu pai.
DURANT: (Abraça Betinha) Eu nunca imaginei que ouvir essa palavra de você fosse
me deixar assim, nas nuvens... Minha filha! Eu sempre quis ser pai, mesmo sem
saber que você existia, algo me cativava essa vontade. Não consigo explicar o
motivo, mas era como se algo ou alguém estivesse me preparando para você
chegar, minha filha. Eu vou ficar sempre ao seu lado e nunca mais você ficará
sozinha, entendeu? O seu pai estará sempre ao seu lado, sempre.
BETINHA: (Não contém as lágrimas e abraça ainda mais forte o pai).
Cena 05 – Apartamento de Judith [Interna/Manhã]
(No quarto de hospedes de seu
apartamento, Judith acomodava Fernanda junto do mordomo e Glória).
JUDITH: Pronto! Aqui você terá todo o necessário para se restabelecer e nada vai
te faltar, minha filha. (Diz enquanto arrumava um travesseiro nas costas de
Fernanda).
FERNANDA: Eu nem sei como te agradecer, Juju. Você tem sido ainda mais incrível do
que sempre foi comigo! Será que o seu marido não vai se incomodar, mesmo?
JUDITH: Não precisa agradecer, eu já te disse que você é como se fosse a filha
que eu nunca tive. Não se preocupe com o que o meu marido vai pensar, ele
sempre faz tudo o que eu quero.
MORDOMO: A senhora ainda precisa de mais alguma coisa, madame?
JUDITH: Não, pode voltar para os seus afazeres. Se precisar, eu chamo!
MORDOMO: Com sua licença... (Sai do quarto em seguida).
GLÓRIA: Eu só não entendo o porque da minha filha ter que ficar hospedada aqui.
Nós temos casa, sabia? (Resmunga).
JUDITH: Calada, estrupício. Vê se fecha esse bico, não quero mais ouvir essa sua
voz. Porque ao invés de você reclamar tanto, não vai até a cozinha e traz
alguma coisa para a Fernanda comer?
GLÓRIA: (Faz cara feia e deixa o quarto).
JUDITH: Até para ser ciumenta, a sua mãe tem o nariz empinado. Eu vou quebrar
essa crista dela, por bem ou por mal eu vou quebrar. (Diz ao ficar sozinha com
Fernanda no quarto de hospedes).
FERNANDA: (Sorri) Está aí uma coisa que eu nunca imaginei, minha mãe recebendo
ordens suas. Ah, como esse mundo dá voltas...
JUDITH: E não é mesmo? Ele não gira, ele capota. Agora se você me permite, vou
apressar a dona Glória do jeito que ela mais entende... Assim: Estrupício!
(Grita).
Cena 06 – Hotel Ouro Branco [Interna/Tarde]
Música da cena: Sampa – Caetano
Veloso
(A Avenida Paulista e Marginal
Pinheiros são apresentadas e em seguida surge o bairro do centro. Com aparência
duvidosa, Evandro e Tamara entram em um hotel de baixo padrão).
TAMARA: (Olha o quarto com nojo).
EVANDRO: E então, o que achou? (Pergunta logo atrás dela).
TAMARA: Ainda mais nojento do que o lado de fora dessa espelunca. Eu não quero
ficar aqui, Evandro! Eu quero voltar para a mansão.
EVANDRO: Agora não dá, eu preciso dobrar a minha mulherzinha. Depois pensamos se
você volta ou não.
TAMARA: Ela não é mulher para você, ela não te dá o que eu te dou. Você está com
medo do que ela disse ontem à noite? É por isso que você está me jogando nessa
pocilga? (Questiona ao se aproximar de Evandro).
EVANDRO: Medo? Faça-me o favor. Eu tenho a Luiza Helena na palma da mão, ela não
me faz medo. Eu posso acabar com aquela família num piscar de olhos, dúvida?
(questiona).
Cena 07 – Ruas de São Paulo [Externa/Tarde]
Música da cena: I Won’t – Colbie
Caillat
(Imagens externas apresentam os
principais pontos turísticos da cidade. Entre eles o MASP, o Beco do Batman, o
Mercadão e a Catedral da Sé).
- Rafael
cuida de Fernanda;
- Luiza
Helena observa sua barriga ainda pouco evidente no espelho;
- Durant
prepara o quarto que Betinha voltará a ocupar em sua casa;
- Maria Rita
experimenta seu vestido de noiva;
- Um amigo
de Fernanda volta a insistir que ela aceite uma proposta de emprego para
trabalhar no Diário de notícias, um famoso jornal paulistano;
- Evandro
continua desviando dinheiro da revista;
- Luiza
Helena continua tentando se reaproximar de Betinha, enquanto ela a rejeita;
- Fernanda
observa uma foto sua com Ângelo e sente a falta dele;
- Thiago
observa Enrico e Paula;
- Luiza
Helena inicia o pré-natal e realiza uma ultrassonografia;
- Francesca
e Zeca namoram;
- Lola/Amara
finaliza a gravação de seu CD;
- Luiza
Helena e Durant se encontram às escondidas;
- Inspetor Eriberto
investiga o paradeiro de Laís;
- Ítalo
aborda Enrico na faculdade e tenta puxar conversa;
DIAS DEPOIS...
Cena 08 – Casa de Durant
[Interna/Manhã]
(Após ter alta do hospital, Betinha
resolveu voltar para a casa do pai, acompanhada de Durant e Rafael).
BETINHA: Ué, porque vocês estão tão apressados assim? (Questiona após observar
Durant e Rafael entrarem em casa apressados deixando a porta aberta. Ao
adentrar em casa, Betinha se surpreendeu ao perceber que se tratava de uma
recepção de boas-vindas).
(Estavam presentes na sala de estar:
Luiza Helena, Maria Rita, Enrico, Fernanda, Francesca, Zeca, Ítalo, Marcelo,
além de Durant e Rafael).
BETINHA: Nossa, que surpresa... Não esperava uma recepção tão calorosa! (Diz sem
jeito).
MARIA RITA: É para que saiba o quanto você é querida por todos nós. Seja
muito bem-vinda, minha querida! (Abraça Betinha).
FERNANDA: É bom te ver de pé de novo. Fico feliz que esteja bem! (Diz após se
aproximar e também abraçar Fernanda).
BETINHA: Será que você já conseguiu me perdoar depois de tudo o que aconteceu?
FERNANDA: Não vamos falar sobre isso, o que aconteceu foi apenas um acidente e
você não teve culpa de nada.
BETINHA: Sem dúvida, você é uma das melhores pessoas que já conheci em toda a
minha vida.
LUIZA HELENA: (Se aproxima) Será que eu também posso te abraçar e desejar
boas-vindas?
BETINHA: Não, não pode! (Responde secamente e dá as costas a mãe, indo
cumprimentar outras pessoas).
DURANT: Tenha calma, eu tenho certeza que ela vai te perdoar e essa nuvem de
chuva sairá de cima dessa cabecinha teimosa. (Responde ao se aproximar de Luiza
Helena).
LUIZA HELENA: Assim espero, Durant, assim espero! Eu só sei que não vou
desistir até que a minha filha me aceite como a mãe dela.
Cena 09 – Gravadora Som Brasil
[Interna/Tarde]
(Através de outra sala com uma equipe
técnica, Edu observava Lola/Amara gravar mais uma faixa para compor o seu novo
álbum).
LOLA/AMARA: (Canta) Você partiu
E me deixou
Nunca mais
você voltou
Pra me tirar
da solidão
E até você
voltar
Meu bem eu
vou cantar
Essa nossa canção...
(Alguns instantes depois, Lola/Amara
vai até a sala de Edu).
LOLA/AMARA: E então, como me saí?
EDU: Maravilhosamente bem, como sempre. Você é uma grande estrela e nunca
perdeu o seu brilho. Com essa faixa, o seu CD está praticamente finalizado.
Estamos lapidando os últimos ajustes e logo mais haverá o lançamento, está
pronta para viver uma nova turnê?
LOLA/AMARA: Sabe que eu ainda nem acredito que estou vivendo tudo isso
de novo? As vezes parece que estou vivendo um sonho e tenho até medo de
acordar.
EDU: Felizmente não é um sonho, pode ficar tranquila. Quando você acordar
amanhã, perceberá que a sua vida continua alavancando de novo.
LOLA/AMARA: Eu devo isso a você, afinal você foi insistente e não
desistiu de mim. Obrigada, Edu! Você é um excelente profissional, tive sorte em
poder trabalhar com você nesse projeto.
EDU: Eu não fiz nada demais, além do meu trabalho, mas já que você insiste em
agradecer, eu tenho uma ideia.
LOLA/AMARA: E qual ideia seria essa, posso saber? (Pergunta curiosa).
EDU: Porque você não janta comigo para comemorarmos? (Convida, deixando Lola/Amara
sem palavras).
Cena 10 – Casa de Durant [Externa/Tarde]
(Após a visita e a festa de
boas-vindas, Rafael resolveu acompanhar Fernanda até rua para que ela pegasse um
táxi).
RAFAEL: Foi muito nobre da sua parte ter
vindo até aqui, principalmente depois de tudo o que aconteceu e pelo fato de
como a Betinha estava se sentindo.
FERNANDA: Eu não fiz nada demais, além disso
eu só fiz reforçar. O que aconteceu foi um acidente, seria burrice culpar a
Betinha por um acidente que poderia ter custado inclusive a vida dela, ela não
seria tão idiota a esse ponto.
RAFAEL: A propósito e por falar nesse
acidente, tem uma coisa que eu não sei bem como te dizer. (Responde meio sem
jeito).
FERNANDA: (Observa a expressão séria de Rafael
e desconfia) Que cara é essa, Rafael? Eu te conheço bem e sei que você quer me
contar algo importante. O que você quer me falar a respeito do acidente que eu
ainda não sei?
RAFAEL: É justamente isso! Nós achamos que o
que aconteceu não foi um acidente.
FERNANDA: Não foi acidente? Como não foi
acidente? Eu estava lá, eu vi quando a Betinha tentou frear o carro e não
conseguiu. Foi isso, não foi?
RAFAEL: Nós achamos que o carro foi sabotado
e que alguém cortou os freios do carro propositalmente. Para ser mais claro que
isso, nós achamos que a intenção do Evandro era de se livrar da Betinha.
FERNANDA: (Fica atônita após ouvir as
suposições de Rafael).
RAFAEL: Fernanda? Você está bem? (Questiona após perceber que Fernanda
permaneceu em silêncio por um longo período).
FERNANDA: (Volta a si e tenta disfarçar) Meu táxi chegou! Eu estou bem, não se
preocupe. Avisa a Betinha que depois que volto para conversamos mais, até outra
hora.
(Fernanda e Rafael se despedem e ela
entra dentro do táxi. Rafael observa o veículo se afastar e depois volta para
dentro de casa. Enquanto isso, no interior do táxi, Fernanda permanecia
estarrecida com o que Rafael acabara de lhe contar).
TAXISTA: Moça, para onde estamos indo?
(Questiona enquanto dirige).
FERNANDA: Eu vou te dizer o endereço, pode seguir
em frente... (Responde).
Cena 11 – Ruas de São Paulo
[Externa/Noite]
Música da cena: Um Pôr Do Sol Na
Praia – Silva e Ludmilla
(A noite chega e novamente, Enrico
percorre o local onde ele sofreu o atentado para estudar os hábitos daquela
área enquanto tentava identificar a pessoa que lhe agrediu).
ENRICO: (Empurra a cadeira de rodas enquanto observa detalhadamente o local)
Será que entre essas pessoas está o desgraçado que está fazendo isso? Será que
está prestes a fazer de novo? (Fala consigo mesmo em pensamento quando sente
alguém segurar a sua cadeira de rodas e olha para trás assustado).
PROFESSOR THIAGO: O que você pensa que está fazendo? (Questiona enquanto
segura a cadeira de rodas).
ENRICO: Você me assustou! Como sabia que eu estava aqui?
PROFESSOR THIAGO: A Paula me contou a loucura que você está tramando. Enrico,
isso é muito perigoso. Você tem noção do risco que você está correndo? Eu não
vou deixar você fazer isso.
ENRICO: A Paula não tinha que ter falado nada...
PROFESSOR THIAGO: Mas falou e porque eu insisti. Agora você precisa vir
comigo, vem, vamos sair daqui.
ENRICO: Não, eu não vou a lugar nenhum. Nem você, nem ninguém fará com que eu
desista dos meus objetivos, entendeu? Ninguém! (Afirma, deixando Thiago
assustado).
Cena 12 – Na Boca Do Povo, Redação
[Interna/Noite]
(Sozinho em seu escritório, Evandro
lia alguns documentos em seu notebook quando ouviu uma voz alterada se
aproximando).
FERNANDA: Cadê? Onde ele está? (Grita enquanto
invade a sala de Evandro).
EVANDRO: Que loucura é essa agora? Que modos
são esses, Fernanda? Não é porque eu sou seu pai, que vou te dar o direito de
invadir a minha sala desse jeito. (Diz após se levantar e se aproximar de
Fernanda).
FERNANDA: Seu assassino, psicopata!
(Esbofeteia Evandro aos gritos).
EVANDRO: (Encara Fernanda após o tapa
completamente furioso).
A imagem foca em Evandro encarando
Fernanda. A cena congela e vira uma capa de revista.
Obrigado pelo seu comentário!