Capítulo
51 (Penúltimo Capítulo)
Cena 01 – Delegacia [Interna/Noite]
(Evandro levanta-se do chão e observa
o Policial morrer lentamente).
EVANDRO: É meu querido, isso é o que querem
dizer quando falam “lugar certo, hora errada”. (Fala em tom de ironia).
(Após constatar a morte do policial,
Evandro despe o policial e veste sua roupa. Em seguida, coloca a roupa que
estava usando anteriormente no corpo do policial e o coloca em cima da cama).
Alguns instantes depois...
EVANDRO: É agora ou nunca... Coragem Evandro! (Vestido de policial, Evandro
abaixa o boné tentando cobrir o máximo possível do rosto, pega as chaves e o
revolver do policial, em seguida ele deixa a cela e foge).
Cena 02 – Ruas de São Paulo [Externa/Noite]
Música da cena: Apenas Mais Uma De Amor
– Lulu Santos
(Lola/Amara e Edu haviam jantado
juntos em um restaurante do centro. Após o jantar, eles resolveram caminhar
pelas imediações do bairro a pedido dela).
EDU: Você gostou do restaurante?
LOLA/AMARA: Eu amei, principalmente a comida.
Estava muito saborosa! É tão bom sair, frequentar lugares diferentes e conhecer
gente nova. Fazia tempo que não vivia isso.
EDU: Você viverá bastante essas coisas,
afinal a sua turnê começa nos próximos meses. Para onde você está me levando?
(Questiona mudando de assunto).
LOLA/AMARA: Vou te apresentar alguém muito
especial. Vem comigo! (Diz arrastando Edu pela mão).
(Depois de cruzarem algumas ruas,
Lola chega a uma praça onde haviam alguns meninos de rua).
EDU: (Observa o local) Não entendi,
porque me trouxe até aqui? Quem você quer me apresentar?
LOLA/AMARA: Eu vivi nas ruas por muitos anos e
em meio a essa selva, onde os seres humanos são piores que os animais, eu fui
ignorada e julgada mais vezes do que você imagina. As pessoas que passavam,
olhavam pra mim com desprezo e assim, eu pude ter o discernimento de quem é e
quem não é verdadeiro. Foi assim que eu conheci alguém especial aqui! (Responde).
EDU: Alguém especial? (Continua não entendendo).
LOLA/AMARA: Você já vai ver! Pirulito, vem cá... (Chama o menino).
PIRULITO: Oi, a senhora me chamou? (Pergunta ao se aproximar de Lola/Amara e Edu).
LOLA/AMARA: Chamei sim, para te fazer um convite muito especial. Lembra
que eu disse que estava organizando uma casa muito bonita que eu tinha
comprado? (Se agacha para falar com o menino).
PIRULITO: Lembro sim, porque?
LOLA/AMARA: Porque ela é muito grande para uma pessoa só, por isso eu
gostaria de saber se você não quer vir morar comigo?
PIRULITO: Eu, morar com a senhora? Mas eu num sou nada seu e só mora na mesma casa
quem é da mesma família, dona.
LOLA/AMARA: É exatamente sobre isso que eu estou falando, meu bem. Quer
fazer parte da minha família? Você não quer me ensinar a ser mãe? (Pergunta
emocionada).
PIRULITO: (Abre um largo sorriso e abraça Lola/Amara).
LOLA/AMARA: (Levanta-se após o abraço e seca algumas lágrimas em seu
rosto) Edu, eu lhe apresento ao Pirulito, o filho que Deus colocou no meu
destino e que vai me ensinar a ser mãe.
EDU: (Fica tocado com o gesto de Lola e cumprimenta o menino) E aí, Pirulito?
A sua mãe é uma mulher incrível, você tem muita sorte. (Diz apertando a mão do
menino).
PIRULITO: E o senhor, vai ser o meu pai?
EDU: (Sorri da pergunta).
LOLA/AMARA: Um passo de cada vez, Pirulito. (Responde sem jeito).
Cena 03 – Delegacia [Interna/Noite]
(Raquel e Eriberto corriam pelos corredores
da delegacia até que se aproximaram da cela onde Evandro estava detido).
DELEGADA RAQUEL: Cadê, onde ele está? (Entra na cela em meio ao trabalho da
equipe da perícia e encontra o policial morto).
INSPETOR ERIBERTO: O desgraçado conseguiu mesmo fugir!
DELEGADA RAQUEL: Mas como ele conseguiu? Fugir assim, bem debaixo do nosso
nariz?
INSPETOR ERIBERTO: Ele não deve estar muito longe, vamos pedir reforços e sair
à caça desse bandido pelas redondezas. Certamente vamos conseguir capturá-lo.
DELEGADA RAQUEL: Isso, isso... Eu vou pedir reforços imediatamente e pedir
para algumas patrulhas circularem a casa da Luiza Helena, aquele bandido pode
ir até lá. Vamos! (Juntos, os dois deixam a cela).
Cena 04 – Apartamento de Evandro
[Interna/Noite]
(Ainda disfarçado de policial,
Evandro retorna ao seu apartamento no subúrbio. Ao entrar no local, ele acende
a luz e vai até o local onde ele escondeu o dinheiro).
EVANDRO: (Empurra a mesinha de centro,
levanta o tapete e retira a tábua solta do piso) Ué, cadê o meu dinheiro?
(Questiona inclinando-se para tentar ver melhor).
(Evandro busca os pacotes com
dinheiro com as duas mãos, mas é em vão. De repente, ele imagina quem pode ter
levado o seu dinheiro).
EVANDRO: (Senta-se no chão) É claro! Foi aquela cobra de laboratório, aquela
bandida, desgraçada, miserável. A cachorra da Tamara me roubou... Ela foi capaz
de morder a mão de quem a alimentou, maldita, maldita. Mil vezes maldita! (Diz
aos gritos).
Cena 05 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Manhã]
Música da cena: Rock Roll And Lullaby
– Alexandre Poli
(O dia amanhece e com a transição de
cenas, surge a área externa da Mansão. O jardineiro cuida das flores, enquanto
os seguranças caminham pela propriedade. No interior da casa, Eva servia café
da manhã para Luiza Helena e Durant, enquanto conversavam).
LUIZA
HELENA: Não, não e
não! Não adianta me pedir para ficar calma, principalmente agora, com aquele
bandido a solta.
EVA: Mas você tem que ficar calma, essa
tensão não faz bem ao bebê.
DURANT: Eu já disse isso a ela! Meu amor,
lembre-se do que o médico falou, pense em nosso filho.
LUIZA HELENA: (Coloca as duas mãos na cabeça) Meu Deus, será possível que
nós nunca teremos paz? A polícia tem que capturar esse bandido, eu não consigo
ficar tranquila. Não tem como e se ele aparecer?
DURANT: Eu vou proteger vocês! Além disso, com a polícia na cola dele, eu duvido
muito que o Evandro ouse se aproximar da mansão.
EVA: Concordo plenamente com o Durant, aqui o Evandro não pisa mais, seria
cair na própria armadilha. Só de sonhar em colocar os pés aqui, a polícia já o
capturaria. Acredite!
LUIZA HELENA: Eu só vou ter paz quando aquele bandido voltar para a
cadeia, só depois disso. (Conclui).
Cena 06 – Sobrado de Lola/Amara
[Interna/Manhã]
(Lola/Amara estava preparando uma
surpresa para os seus convidados. Na sala de sua nova casa, estavam Francesca,
Enrico, Zeca, Gioconda e Andreina).
LOLA/AMARA: E então, vocês estão preparados para a surpresa que
preparei?
ENRICO: Claro, eu já não estou mais aguentando de tanta curiosidade. O que você
está aprontando? Conta...
FRANCESCA: Mas que surpresa é essa, Lola? Io non vou aguentar tanto
mistério, fala logo.
GIOCONDA: Ela non vai conseguir falar se vocês não pararem de interrompere.
ZECA: É isso aí, minha sogra. Bando de falador! Deixem a Lola contar o que ela
tem para contar.
LOLA/AMARA: Eu tenho uma novidade para contar. Uma linda novidade!
(Estende a mão na direção do corredor).
PIRULITO: (Surge envergonhado e segura a mão de Lola).
LOLA/AMARA: Vocês que estão aqui presentes, são muito importantes para
mim e tem um papel fundamental nesse renascimento. Por esse motivo eu fiz
questão de reunir a todos para contar que... Esse é o Pirulito e que eu vou
adotá-lo! (Diz ao abraçar o menino).
FRANCESCA: Mas que cosa bellissima, a mais bela noticia dos últimos
tempos. Parabéns Lola e muito prazer Pirulito, pode me chamar de Zia Chesca!
PIRULITO: Zia? O que ela tá falando?
(Todos sorriem da reação do menino).
ENRICO: Vem cá, se aproxima! (Chama o
menino).
PIRULITO: (Vai até Enrico).
ENRICO: Eu sou Enrico, nós seremos como
primos e irmãos. Podemos ser os dois, se você quiser. Você gosta da ideia?
PIRULITO: (Balança a cabeça concordando) Até
ontem eu não tinha ninguém, agora eu tenho mãe, tia, primo... Parece até que eu
estou sonhando!
ZECA: Ué, e eu não conto? Eu sou o seu tio
Zeca! (Abraça o menino).
GIOCONDA: E io sou a sua nonna, nonna Gioconda. Vou preparar muitos doces gostosos
para o mio novo nipote!
ANDREINA: E io também non posso ficar de fora. Sou a sua zía mais bella de todas,
a Zia Andreina. (Beija o rosto do menino).
PIRULITO: Zia, nonna... Essa gente fala esquisito, né?
LOLA/AMARA: Você vai acostumar, meu amor. (Sorri).
Cena 07 – Casa de Durant [Interna/Tarde]
Música da cena: Dona De Mim - Iza
(Imagens externas apresentam alguns
pontos turísticos da cidade como a Praça da Sé, o MASP, o Beco do Batman e o
Teatro Municipal. Em seguida surge a fachada da casa de Durant).
BETINHA: (Troca de roupa quando ouve alguém
bater na porta) Ué, quem será?
(Betinha estranha, porque como já estava
habituada, Durant e sua família não faziam tanta cerimônia para entrar em seu
quarto. Ao abrir a porta do quarto, deparou-se com a mãe).
LUIZA HELENA: Eu posso falar com você?
BETINHA: Já está falando, não está? Seja breve, eu estou de saída, tenho algumas
disciplinas na faculdade agora a tarde.
LUIZA HELENA: Eu vou ser breve, Roberta. (Diz ao entrar no quarto).
BETINHA: Roberta? Desde quando você me chama assim, Luiza Helena? (Questiona ao
pentear o cabelo em frente ao espelho).
LUIZA HELENA: Desde quando você nasceu! Quando eu achava que o Durant
havia me abandonado, eu sentava junto da sua avó na varanda de casa e nós duas
ouvíamos rádio até tarde da noite, sabe? Ouvia músicas que falavam sobre o amor
e por mais que tentasse odiá-lo, eu continuava amando o Durant, principalmente
enquanto você crescia em meu ventre. De tanto ouvir Roberta Miranda e suas
belas melodias, quis eternizar essas lembranças...
BETINHA: (Vira-se para Luiza Helena) E você veio até aqui, deslocando-se do
Morumbi até a Mooca para me contar essa história?
LUIZA HELENA: (Respira fundo) Eu vim aqui fazer uma última tentativa,
minha filha. Eu sei que não tinha o direito de te esconder algo tão importante
sobre a sua vida e sei também que você não consegue me perdoar, passar uma
borracha em cima disso tudo o que vivemos. Por isso, eu tomei uma decisão!
BETINHA: (Estranha o rumo da conversa) Decisão? Que decisão?
LUIZA HELENA: Eu não vou continuar te pressionando a me aceitar, vou
deixar que o tempo resolva essa história e se um dia você resolver me procurar,
eu estarei de braços abertos, porque aconteça o que aconteça, você pode até
querer esquecer ou negar, mas eu vou continuar sendo a sua mãe, eu gerei você
em meu ventre, eu senti as dores do parto, eu te amamentei, eu te amei desde o
primeiro momento que soube que estava te esperando. (Diz com a voz embargada).
BETINHA: (Evita olhar para a mãe, de modo que evite demonstrar fraqueza).
LUIZA HELENA: Eu quero dizer, minha filha que estou respeitando a sua vontade
e por mais que eu queira ouvir da sua boca você me chamar de mãe, eu não posso
te obrigar a nada. Eu quero muito que você faça isso de coração, sem pressão e
sem rancor. Eu estarei te esperando e sempre ao seu lado, para tudo o que você
precisar. Agora eu vou te deixar em paz! (Luiza Helena vai até a porta do
quarto).
BETINHA: (De costas, chora em silêncio sem dar uma palavra sequer).
LUIZA HELENA: (Olha para trás e em seguida vai embora, deixando Betinha
sozinha).
Cena 08 – Ruas de São Paulo [Externa/Tarde]
Música da cena: O Ar Que Eu Respiro -
Dienis
(O dia amanhece e anoitece
rapidamente, iniciando uma passagem de tempo).
- Luiza
Helena faz uma ultrassonografia e descobre que está esperando um menino, Durant
observa tudo eufórico;
- Lola/Amara
faz compras com Pirulito;
- Andreina
anda pelas ruas da Mooca seduzindo os homens;
- Maria Rita
e Marcelo continuam em clima de romance em todos os lugares;
- Ítalo
sofre ao não conseguir se aproximar de Enrico;
- Betinha e
Rafael caminham pela faculdade de mãos dadas em clima de romance;
- Enrico
continua empenhado na fisioterapia;
- Fernanda e
Ângelo voltam a trabalhar na revista para que ele aos poucos recupere sua
memória;
- Francesca
acorda com café na cama servido por Zeca;
- Glória faz
faxina na casa de Judith;
- Thierry
caminha pelo pátio da casa de reclusão à espera do julgamento;
- Luiza
Helena e Eva preparam o quarto do bebê;
- Inspetor
Eriberto ronda a cidade perguntando por Evandro com uma foto dele;
- Lola/Amara
ensaia para sua turnê;
- Paula e
Thiago acolhem novos moradores na Casa 1;
- Durant
fecha novos contratos após a exposição com Lígia;
- Luiza
Helena se observa refletida no espelho e em seguida entra no closet;
ALGUNS MESES DEPOIS...
Cena 09 – Mansão Martins de Andrade
[Interna/Manhã]
Música da cena: Rock Roll And Lullaby
– Alexandre Poli
(Luiza Helena sai do closet trajando
um vestido, podemos notar sua barriga evidenciando a sua gestação, que a essa
altura já estava no sétimo mês).
LUIZA HELENA: (Senta-se na cama e dobra algumas roupinhas de bebê).
EVA: (Abre a porta do quarto e entra trazendo um copo de vitamina em uma
bandeja) Vim trazer um lanchinho para a mamãe e o bebê.
LUIZA HELENA: Comer de novo? Eu mal acabei de tomar café, Eva... Assim eu
vou explodir!
EVA: No meu tempo, grávidas comiam por dois. Então, tome a sua vitamina sem
reclamar.
LUIZA HELENA: (Pega o copo da bandeja e bebe um gole) Pronto general!
(Responde em tom de brincadeira).
(O telefone toca).
LUIZA
HELENA: (Pega o
telefone no criado mudo e atende) Alô?
(Do outro lado da linha, Luiza Helena
ouve apenas a respiração de alguém).
EVA: Quem é? (Questiona ao perceber que Luiza Helena continua em silêncio).
LUIZA HELENA: (Desliga a ligação e joga o telefone longe) Era ele, era
ele. Eu tenho certeza de que era ele!
EVA: Ele quem, menina? De quem você está falando?
LUIZA HELENA: O Evandro! Ele nunca vai nos deixar em paz, Eva. Ele só vai
sossegar quando nos matar, eu sei disso.
EVA: Ele falou alguma coisa? Ele te ameaçou? (Senta-se na cama ao lado de
Luiza).
LUIZA HELENA: Não, ele não disse nada. Ele não deu uma palavra sequer, mas
dava para ouvir a respiração dele. Ele está com ódio, com raiva, ele quer se
vingar da gente, Eva!
EVA: Calma, minha filha. Não vai acontecer nada, eu aposto que não era ele.
Deve ter sido um trote, fique calma. Pense nesse nosso garotão, o médico pediu
para que você evitasse aborrecimentos ou a sua pressão vai nas alturas. (Diz
abraçando Luiza Helena para tentar acalmá-la).
Cena 10 – Casa de Durant [Interna/Tarde]
Música da cena: I Won’t – Colbie Caillat
(As grandes avenidas da cidade seguem
movimentadas. A Rua 25 de Março surge com um fluxo intenso de pessoas, em
seguida podemos percorrer o bairro da Mooca. Com a transição de imagens, surge
a fachada da casa de Durant. Em seu quarto, Betinha se arrumava para o show de
estreia de Lola/Amara).
DURANT: Posso falar com você, filha? (Pergunta ao surgir parado na porta).
BETINHA: Claro pai! Aconteceu alguma coisa? Entra... (Diz enquanto se maquia).
DURANT: Não, não aconteceu nada. Eu apenas queria te ver um pouco, mesmo morando
na mesma casa e recuperando o tempo perdido, eu sinto sua falta e a sua mãe
também.
BETINHA: (Para de se maquiar) Pai, por favor! Eu já te falei, nós já conversamos
sobre isso e eu preferia que ninguém mais interferisse nessa história.
DURANT: Não, eu sinto muito. Eu não tenho como não interferir nessa história,
afinal eu sou o seu pai e você é fruto de um grande amor. Até quando você vai
continuar agindo assim, tão dura com a sua mãe? Faz meses que você está
evitando a Luiza Helena, isso não é justo com vocês duas. Eu também faço parte
dessa história e não tenho rancor da sua mãe, pelo contrário, eu tenho ainda
mais amor porque ela me deu você.
BETINHA: (Fica em silêncio).
DURANT: Eu tenho uma coisa aqui que talvez não passe uma borracha em cima de
tudo o que aconteceu, mas te mostre a verdade dessa história como ela é. Como
você evitou falar sobre esse assunto por tanto tempo e nós te respeitamos, chega
uma hora que não dá mais, minha filha. Eu não seria o seu pai se não te
orientasse, toma! (Diz entregando um envelope para Betinha).
BETINHA: (Segura o envelope sem entender nada) O que é isso?
DURANT: A verdade! A verdade nua e crua, escrita por aquele que você acreditou
uma vida inteira ser o seu verdadeiro pai. Antes de morrer, o seu avô e pai da
sua mãe, deixou essa carta para que ela descobrisse a verdade.
BETINHA: (Olha para o envelope).
DURANT: A verdade pode ser esclarecedora e eu espero que ela abrande o seu
coração de uma vez por todas. Te vejo no show! (Beija a testa de Betinha e
deixa o quarto).
BETINHA: (Caminha pelo quarto pensativa, senta-se na cama segurando o envelope e
em seguida resolve ler a carta deixada pelo avô).
Cena 11 – Chesca’s, Restaurante
Italiano [Externa/Tarde]
(Do lado de fora do restaurante, Gioconda,
Enrico e Andreina esperavam Francesca e Zeca fecharem o restaurante).
GIOCONDA: Que demora! Como questo vamos chegar a tempo no show da Lola?
ENRICO: Calma, nonna! Ainda temos tempo o suficiente para chegarmos ao teatro.
Além disso, temos lugares reservados na primeira fila e não há riscos de
perdermos o show.
ANDREINA: Io estou muito empolgada, adoro concertos em teatros. A música, as
luzes, o palco, as cortinas. Ah, pura magia! (Suspira).
ZECA: Pronto, estamos prontos. (Diz ao fechar a última porta).
FRANCESCA: Hoje o Chesca’s fechará por um motivo muito speciale! Temos
que prestigiar a nossa amiga querida de perto e desejar boa sorte.
ZECA: Eu tenho certeza de que esse show será um grande sucesso.
FRANCESCA: Por meu San Gennaro, vai sim. Io rezei muito para que tudo
corresse bem.
ENRICO: Bem, agora precisamos ir. É melhor, assim é evitamos pegar trânsito na
Marginal Pinheiros.
(A família se acomoda em dois carros
de aplicativo e em seguida partem rumo ao teatro onde iria ocorrer o show de
lançamento do CD de Amara).
Cena 12 – Teatro São Paulo
[Interna/Noite]
Música da cena: Um Pôr Do Sol Na
Praia – Silva e Ludmilla
(A noite chega com a transição de
cenas, imagens aéreas mostram os edifícios da cidade iluminados. Em seguida, Edu
surge caminhando pelos corredores internos do teatro, checando se tudo estava
correndo bem, até chegar ao camarim onde Lola/Amara estava se preparando).
EDU: E então, a grande estrela já está pronta? (Diz ao observar o figurinista
e a maquiadora cercando Amara).
LOLA/AMARA: Não! Na realidade eu estou muito nervosa, sentindo um frio
na barriga. Por mais que já tenha passado por isso antes, hoje marca uma nova
fase, por isso é como se estivesse recomeçando. (Responde com bobs no cabelo e
já maquiada).
EDU: Não fique assim, eu tenho certeza de que você vai arrasar muito e
conquistar ainda mais fãs por todo esse mundo. Será um grande sucesso, o
recomeço da carreira da grande e inesquecível Amara Ferraz.
LOLA/AMARA: Deus te ouça, Edu. E o meu filho, onde ele está? Pensei que
ele estivesse com você.
EDU: Ah, você não soube? Esse menino leva muito jeito para a produção
artística. Está metido com a produção e cismou que queria ajudar, você
acredita? Que menino danado!
LOLA/AMARA: Ah, esse meu filho... Ele é maravilhoso, não acha?
EDU: Acho sim, não apenas ele. A mãe dele também! (Responde galanteador).
LOLA/AMARA: (Sorri sem graça e disfarça).
Cena 13 – Apartamento de Judith [Interna/Noite]
(Judith aparece na sala de estar
vestindo um vestido de paetê com uma maquiagem extremamente carregada, quando
encontra com Glória tirando o pó de alguns objetos).
JUDITH: Você viu o meu marido, estrupício?
GLÓRIA: Vi sim, ele disse que iria te
esperar lá embaixo. (Responde enquanto limpa).
JUDITH: Entendi! E então, como eu estou?
Gostou do meu look para o show? (Diz ao girar para que Glória observe melhor a
sua roupa).
GLÓRIA: Sinceramente? Você está parecendo
uma árvore de natal da década passada. Que roupa é essa, Judith?
JUDITH: Se você disse o contrário, é porque
eu estou linda e só a minha opinião é a que basta aqui.
GLÓRIA: (Não dá a mínima e volta a limpar).
JUDITH: Eu ainda não entendi o que você está fazendo aqui. Eu te dei folga o
resto do dia, pensei que você também fosse ao show...
GLÓRIA: Show? A Amara apesar de ser minha ex-cunhada, ela me odeia. Esqueceu que
eu fui a responsável pela carreira dela desandar? Se eu fosse a esse show,
seria capaz de sair escorraçada daquele teatro. É melhor eu ficar no meu canto,
trabalhando.
JUDITH: (Observa Glória falar) Tragam os termômetros, chamem uma ambulância.
Temos uma mulher enferma aqui! Quem te viu e quem te vê... Glória Martins de
Andrade, Ex Britto... Recusando a oportunidade de estampar colunas sociais?
GLÓRIA: Não queria que eu mudasse? Eu mudei, agora não reclame.
JUDITH: Estou vendo! Se você não vai, eu irei com o meu habib. Agora pare já de
limpar e vá descansar. Diferente de você, eu entendo de leis trabalhistas e não
sou exploradora. Descanse, se precisar de alguma coisa me ligue.
GLÓRIA: Pode deixar! Bom show...
JUDITH: Obrigada, tenha uma boa noite. (Diz ao sair e deixar Glória sozinha).
Cena 14 – Teatro São Paulo
[Interna/Noite]
(Durant e Luiza Helena caminhavam
pelo hall principal do teatro enquanto conversavam).
DURANT: Sabia que você está linda? (Beija
Luiza Helena).
LUIZA
HELENA: Você é um
baita mentiroso! Eu estou normal, são os seus olhos apaixonados, isso sim.
(Fernanda, Ângelo, Betinha e Rafael
conversavam entre si enquanto o show não iniciava, também no hall de entrada).
RAFAEL: Então quer dizer que você já recuperou
a sua memória, está 100%?
ÂNGELO: Absolutamente, inclusive acho que a
minha memória está muito melhor do que era antes, acreditam?
FERNANDA: Modesto, não acham? (Diz em tom de
brincadeira, arrancando um sorriso de todos).
BETINHA: (Observa a mãe de longe e fica
pensativa).
RAFAEL: (Nota o olhar de Betinha e fala
apenas para ela) Porque você não admite que também sente falta dela, dá o braço
a torcer e vai até lá?
BETINHA: (Sorri e beija Rafael, em seguida
ela sai caminhando).
(Betinha caminha entre os convidados
e se aproxima dos pais).
BETINHA: Boa noite! Ansiosos pelo show?
DURANT: Oh, minha filha. Boa noite!
LUIZA
HELENA: (Olha para o
chão, sem graça).
BETINHA: Você está muito bonita, Luiza
Helena. A gravidez te fez muito bem, você está radiante.
LUIZA HELENA: É muita gentileza de sua parte, minha filha. Você também
está muito bonita.
DURANT: Eu confesso que estou muito feliz presenciando isso. Pela primeira vez
em meses, vejo vocês duas conversando cordialmente. Enfim a paz mundial!
(Brinca).
BETINHA: Eu estive refletindo sobre o que o meu pai me falou hoje mais cedo e
acho que finalmente as coisas estão começando a se encaixar em minha cabeça. Eu
queria te agradecer por ter respeitado o meu espaço como prometeu. Na realidade,
o que eu queria te dizer é que já me sinto pronta para termos aquela conversa
que você tanto esperou. Podemos nos falar depois que acabar o show? (Fala se
dirigindo a mãe).
LUIZA HELENA: Claro! Claro que sim, minha filha. (Responde com lágrimas
nos olhos).
BETINHA: Combinado então. Se vocês me permitem, eu vou até o banheiro, com
licença. (Retira-se em seguida).
LUIZA HELENA: Ai, Durant... Será que finalmente a minha filha me perdoou?
(Questiona se aproximando de Durant).
DURANT: Não tenho dúvidas, minha vida. Finalmente as coisas vão se acertar,
acredite em mim! (Diz abraçando Luiza Helena).
(No banheiro feminino, Betinha
retocava o batom em frente ao espelho).
BETINHA: (Sentindo-se em paz pelo o que havia
acabado de fazer, Betinha se olhava no espelho enquanto passava seu batom).
EVANDRO: Vamos dar uma voltinha, vira-lata? (Diz ao sair de uma das cabines do
banheiro feminino, onde estava escondido).
BETINHA: (Surpreende-se ao ver Evandro refletido no espelho logo atrás dela) Que estupidez
é essa? Resolveu se entregar, foi? Eu só não digo que vira-lata é você, porque
isso seria uma ofensa aos bichinhos tão dóceis. Eu vou chamar a polícia agora
mesmo e você vai voltar para a cadeia, lugar de onde você nunca deveria ter
saído. (Betinha abre a bolsa e pega o celular).
EVANDRO: Você não vai fazer droga nenhuma,
sua fedelha maldita! (Diz ao agarrar Betinha e fazer com que ela cheire um
lenço umedecido com clorofórmio).
BETINHA: (Tenta se desvencilhar de Evandro,
mas em seguida não resiste e desmaia nos braços dele).
EVANDRO: Chegou a hora de você pagar pelo que
fez, sua vira-lata.
(Evandro coloca Betinha no colo,
leva-a para fora do banheiro e deixa o teatro pela saída de emergência).
Cena 15 – Delegacia [Interna/Noite]
Música da cena: Me Leva – Alice Caymmi
(Com a transição de cenas, surge a
fachada da delegacia. Eriberto estava sentado de frente para Raquel, enquanto a
observava falar ao telefone).
DELEGADA
RAQUEL: Entendi!
Entendi sim... Sim, eu sei onde fica.
INSPETOR
ERIBERTO: (Estranha
o comportamento de Raquel).
DELEGADA
RAQUEL: Não, pode
ficar tranquila. A sua identidade será mantida em total sigilo, muito obrigada
e boa noite. (Desliga o telefone estarrecida).
INSPETOR
ERIBERTO: O que foi?
Quem era? Porque você ficou assim?
DELEGADA RAQUEL: Era uma ligação anônima. Alguém queria que soubéssemos onde é
o provável esconderijo de Evandro Britto. Precisamos apurar isso rapidamente,
antes que ele fuja de novo. Me acompanha? (Diz ao se levantar e colocar sua
arma na cintura).
INSPETOR ERIBERTO: (Levanta-se colocando a jaqueta) Não precisava chamar duas
vezes. Vamos lá?
(Juntos, Raquel e Eriberto deixam a
delegacia rapidamente).
Cena 16 – Galpão Abandonado
[Externa/Noite]
(Ainda tonta e confusa por conta do
efeito do sonífero, Betinha despertou em um galpão pouco iluminado e úmido).
BETINHA: (Sentada no chão e encostada em uma
pilastra, Betinha percebe que está amarrada pelos dois braços e tenta se
soltar).
EVANDRO: Se eu fosse você nem perderia tempo
tentando se soltar! (Debocha enquanto lustra sua arma).
BETINHA: O que é que você quer? Dinheiro? Eu
não tenho dinheiro, chega de extorquir pessoas inocentes, seu canalha.
EVANDRO: Dinheiro? E quem foi que disse que
eu quero dinheiro? Chegamos numa fase da história que dinheiro é o de menos. Eu
quero sangue, seu sangue.
BETINHA: Você vai me matar? Então me mata de
uma vez, me mata e acaba logo com isso, seu canalha.
EVANDRO: Te matar, assim sem sofrimento?
Garota, com quem você pensa que está lidando? Um amador? Eu vou te matar sim,
mas com muito sofrimento. Porém... Sim, tem um porém... Eu vou atrair a sua
mamãezinha primeiro! Eu amo a Luiza Helena e ela será minha, só minha. Eu vou
acabar com você, com o seu paizinho pintor e desapareço com a Luiza Helena.
BETINHA: Não se atreva a fazer mal a minha família,
desgraçado! Ou se não...
EVANDRO: (Se aproxima de Betinha) Se não o
que, vira-lata? Olha onde você está, acha mesmo que tem condições de me
ameaçar? Assista e aprenda com o mestre! (Evandro pega o celular do bolso e faz
uma ligação).
(Durant cumprimenta alguns clientes e
compradores de seus quadros quando Luiza Helena ouve seu celular tocar e se
afasta para atender).
LUIZA HELENA: (Olha para o visor do celular e
percebe que se trata de um número restrito) Não identificado, quem será? Pronto!
(Diz ao atender).
EVANDRO: Sem gracinhas, preste bem atenção no
que eu vou dizer. Eu estou com a vagabunda da sua filha, se você quiser vê-la
com vida novamente, você vai ter que seguir todas as minhas instruções.
Entendeu? (Diz em tom ameaçador pelo telefone).
LUIZA
HELENA: Seu desgraçado,
mentiroso! Você quer me enlouquecer, a minha filha está aqui comigo. Eu não vou
cair nesse seu joguinho doentio, a polícia vai te pegar e você vai pagar por
tudo que nos fez.
EVANDRO: Não acredita que eu estou falando a
verdade? Então eu provo! (Puxa o cabelo de Betinha com força e a faz gritar).
BETINHA: Não vem Luiza Helena, não vem!
(Grita).
LUIZA
HELENA: (Aterroriza-se
ao perceber que a filha foi sequestrada) Meu Deus, a minha filha...
EVANDRO: (Interrompe Luiza Helena) Ah, agora
você acredita? Se você quiser resgatar a sua filha, preste muita atenção no que
eu vou te dizer, a polícia vai passar bem longe dessa história, ouviu bem?
Agora ouça atentamente, eu vou te explicar o que você deve fazer. (Conclui).
Cena 17 – Teatro São Paulo
[Interna/Noite]
(Já fazia algum tempo que Rafael não
via Betinha e o show estava cada vez mais próximo do início).
RAFAEL: Desculpa, vocês viram a Betinha? (Questiona
ao se aproximar da mãe e de Marcelo).
MARIA
RITA: Não, meu
filho. A última vez que eu vi a Betinha ela estava com você.
RAFAEL: Já faz algum tempo que ela sumiu, eu
liguei para o celular dela, porém está dando caixa de mensagem. Será que aconteceu
alguma coisa?
MARCELO: Não, notícia ruim chega logo. Vai
ver ela está com os pais dela, eu vi o Durant e Luiza Helena com ela, não faz
tanto tempo assim.
RAFAEL: Eu vou procurá-la um pouco mais, com
licença.
(Rafael caminha entre os convidados e
em seguida se aproxima de Durant que estava conversando com algumas pessoas
apresentadas por Lígia).
RAFAEL: Tem um tempinho, tio?
DURANT: Claro! Com licença... (Disse se
afastando do grupo de desconhecidos).
RAFAEL: Escuta tio, o senhor não viu a
Betinha? Já faz algum tempo que eu estou procurando por ela, mas não a encontro
de jeito nenhum.
DURANT: Não, a última vez que falei com a
minha filha, ela disse que ia até o banheiro. Já tem um pouco de tempo, ela
falou até com a mãe dela.
RAFAEL: Entendi! E será que a Luiza Helena
sabe onde ela está ou saiu com ela?
DURANT: Não, a Luiza Helena estava bem
aqui... (Durant olha para os lados e percebe que Luiza Helena também não está).
Música da cena: Instrumental de
Suspense
RAFAEL: Onde, tio? Eu não estou vendo a Luiza Helena aqui também. Tá muito estranho
esse sumiço das duas!
DURANT: (Olha para todas as direções buscando Luiza Helena com o olhar enquanto
sente um calafrio na espinha, até que pronuncia sua principal suspeita) Foi
ele! Foi o Evandro...
Cena 18 – Galpão Abandonado
[Externa/Noite]
(Um táxi se aproxima de uma rua
deserta e com poucos imóveis nas imediações).
LUIZA
HELENA: (Paga a
corrida ao taxista e faz um apelo) Moço, o senhor pode me fazer um favor? Se eu
não sair desse galpão em até dez minutos, o senhor chama a polícia?
TAXISTA: A senhora vai me desculpar dona, mas
eu não quero problema com a polícia não. Esse carro é emprestado, eu estou com
a minha carteira cassada, não quero B.O para o meu lado. Pode descer agora, por
favor! (diz ao receber o valor da corrida).
LUIZA
HELENA: (Desce do
táxi).
(O táxi da ré e vai embora, deixando
Luiza Helena no local indicado por Evandro).
LUIZA
HELENA: (Encara o
galpão por alguns instantes e em seguida resolve entrar).
Cena 19 – Casa de Durant
[Externa/Noite]
(Já fazia algumas horas que não se
tinha notícias de Betinha e nem de Luiza Helena. Durant estava em casa reunido
de seus familiares e amigos, incluindo Maria Rita, Marcelo, Ângelo, Fernanda e
Rafael).
DURANT: (Anda de um lado para o outro na
sala de estar).
MARIA
RITA: Senta Durant,
você precisa se acalmar. A polícia já está ciente do desaparecimento das duas,
com certeza não foi nada grave e logo mais estarão em casa, sãs e salvas.
RAFAEL: Não dá, mãe. Eu não consigo mais
ficar em casa esperando por notícias. E se a Betinha realmente estiver nas mãos
daquele bandido? Ele a odeia, ele vai matá-la, eu sei que vai.
MARIA
RITA: Não pense
isso, meu filho. Tenha fé, a Betinha vai ficar bem. Eu acredito! (Diz
consolando o filho, sentando-se ao seu lado).
ÂNGELO: Será que não podemos fazer mais nada
além de esperar? Eu não quero ser pessimista, mas também acho que isso tem dedo
do Evandro.
FERNANDA: Que castigo ter esse homem como pai,
meu Deus!
(Nesse momento, a delegada e o
inspetor entram na casa de Durant).
DELEGADA
RAQUEL: Consegui
rastrear o celular da Luiza Helena, aqui está o endereço do último
monitoramento há poucos minutos. (Diz entregando o papel a Durant).
DURANT: (Lê o endereço contido no pedaço de
papel) Eu vou até lá, eu vou salvar a minha mulher e os meus filhos.
DELEGADA
RAQUEL: Não senhor,
é muito perigoso. Deixe-me fazer isso do meu jeito!
DURANT: É a vida da mulher que eu amo, que
está grávida e da minha outra filha. As pessoas que mais amo estão na mira de
um psicopata e a senhora pensa que vai me impedir de ficar perto delas? Não tem
ninguém que me impeça de ir até esse lugar, nem mesmo a polícia. Fui claro?
(Diz a delegada).
Cena 20 – Galpão Abandonado
[Interna/Noite]
(Sozinha e tentando não fazer muito
barulho, Luiza Helena caminha cautelosamente pelo galpão procurando por Betinha
até que encontra a filha amarrada e amordaçada).
LUIZA HELENA: Betinha, minha filha. Não faz barulho, eu vou te soltar e
nós vamos fugir daqui antes que aquele louco volte... (Diz enquanto tenta desamarrar
Betinha).
BETINHA: (Amordaçada, tenta fazer sinais para que Luiza Helena olhe para trás).
LUIZA HELENA: (Solta um dos braços de Betinha) Meu Deus, esse galpão está
cheirando a gasolina... (Tira a mordaça de Betinha).
BETINHA: Atrás de você! (Diz desesperada).
LUIZA HELENA: (Olha para trás rapidamente e se depara com Evandro).
EVANDRO: Até que enfim você chegou, agora a festa vai começar! (Diz apontando a
arma para as duas).
A imagem foca em Luiza Helena e
Betinha na mira de Evandro. A cena congela e vira uma capa de revista.
Obrigado pelo seu comentário!