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Destinos Ligados (Reprise) - Capítulo 24

 


 

CAPÍTULO 24 (Últimas Semanas):


Cena 01 – Casa Emília Bertolini - Sanatório [Interna/Noite]

(O enfermeiro conversa com Malu que acabara de acordar).

 

ENFERMEIRO: Eu preciso que você fique tranquila, vou tirar a camisa de forças. Qualquer ato de histeria ou descontrole, serei obrigado a colocá-la novamente, tudo bem?

MALU: (Balança a cabeça, sinalizando que entendeu).

 

(O enfermeiro retira a camisa de forças de Malu e dessa vez ao invés de lhe aplicar um sedativo venoso, ele traz numa bandeja um pequeno copo descartável com água e comprimidos).

 

ENFERMEIRO: Vou te dar esses comprimidos para que você possa dormir tranquila.

MALU: (Toma os comprimidos, conforme o enfermeiro orienta).

ENFERMEIRO: Agora abra a boca, quero ver se engoliu!

MALU: (Abre a boca e mostra que engoliu o comprimido).

ENFERMEIRO: Ótimo, vou verificar os outros pacientes. Tenha uma boa noite, amanhã darei uma passada aqui! (O enfermeiro deixa o quarto).

MALU: (Após se certificar que o enfermeiro saiu do quarto, retira o comprimido que está embaixo da língua e o coloca num buraco existente no colchão).

 

Cena 02 – Apartamento de Maria Eduarda [Interna/Noite]

 

MARCELA: Dois meses? Que ótima notícia.

MARIA EDUARDA (INGRID): Sim, agora precisamos acertar alguns detalhes. Buffet, vestido... O local eu imaginei na casa da minha mãe, lá é bem amplo, podemos fazer algo simples e sofisticado.

MARCELA: O vestido você pode dar uma olhada na loja onde eu trabalho, posso conseguir um bom desconto.

MARIA EDUARDA (INGRID): Desconto? Naquela lojinha de centro?

MARCELA: Nossa, falando desse jeito você pareceu tanto a Ingrid...

MARIA EDUARDA (INGRID): (Percebe que deu bandeira e tenta disfarçar) Não é isso, é que eu quis dizer que... É o meu casamento, quero que seja algo especial, talvez um vestido mais simples... Pensei em eu mesma confeccionar já que sou designer de moda.

MARCELA: Eu entendo! (Marcela fica desconfiada).

 

Cena 03 – Casarão Sant’Anna (Atibaia) [Interna/Noite]

 

(Igor tira a gravata enquanto Sílvia passa creme hidratante pelo corpo, ambos estão na suíte do casal).



SÍLVIA: (Observa o marido por um longo momento).

IGOR: Que foi? Porque está me olhando assim?



Música da cena: Atrás da Porta - Ivete Sangalo



SÍLVIA: Sempre que te vejo, me pergunto quando foi que deixou de me amar... Você sabe que eu daria tudo para que você me amasse, não sabe?

IGOR: Eu sempre fui muito sincero por você. Quando nos casamos, eu nunca menti para você de como seriam as coisas, mas você quis mesmo assim, insistiu. Acho que já nos magoamos demais, Sílvia. Está na hora de nos separarmos!

SÍLVIA: Eu te amo, nunca vou me separar de você. Sabe quando vou te dar o divórcio? Nunca! Fizemos um juramento, até que a morte nos separe, vou cumpri-lo, mesmo que precise amar por nós dois.

IGOR: Isso não é saudável, Sílvia, vamos continuar nos ferindo como tem sido nesses últimos anos. Não conseguimos passar uma semana sem uma forte discussão. O nosso filho não merece isso, é muito injusto com ele.

SÍLVIA: Eu que não mereço isso. Você acha que uma mulher merece viver com a sombra de outra?

IGOR: (Vira-se para Sílvia e fica de frente para ela) Do que você está falando?

SÍLVIA: Ela, sempre ela. Essa mulher do seu passado, que você nunca esqueceu e que é a razão do nosso casamento frustrado. Mesmo ela tendo te abandonado e ter abortado um filho seu, você vive obcecado por esse amor. Ela sequer deve lembrar de você!

IGOR: Quer saber? Eu não quero continuar tendo essa conversa, vou dormir no quarto de hóspedes... (Igor caminha em direção da porta).

SÍLVIA: (De hobby, Sílvia corre em direção ao marido e se lança em sua frente aos prantos) Me ame, só um pouquinho e eu vou me contentar com isso, Igor. Me ame!

IGOR: Eu já te falei, nós já nos magoamos demais, eu quero o divórcio. (Igor retira Sílvia da sua frente e sai do quarto).

SÍLVIA: (Vai para o lado de fora do quarto e fica no corredor. Então começa a gritar) Eu não vou te dar o divórcio nunca, não vou permitir que você acabe com aquela mulher!

 

(Igor caminha pelo jardim do casarão e se aproxima da piscina. Em um flashback, ele lembra de um momento em que fez juras de amor com Malu).

 

IGOR: (Com as duas mãos no bolso da calça, Igor anda próximo a piscina) Onde foi que erramos? O que será que aconteceu contigo? Será que é feliz?



(Após ter insônia, Maria Eduarda também começa a caminhar pelo jardim e de longe avista Igor, mas para não provocar um momento desconfortável, prefere ficar em silêncio).



IGOR: Porque eu nunca consegui te esquecer e ser feliz? Você se foi e levou parte de mim e matou o nosso filho, matou nosso filho! (Igor escorrega numa poça d'água próximo a piscina, cai, bate a cabeça e afunda dentro d'água).

 

(Maria Eduarda percebe que Igor caiu na piscina, porém não voltou a superfície).

 

MARIA EDUARDA (ISABELA): Ele não subiu... Seu Igor, seu Igor... (Começa a gritar enquanto corre em direção a piscina. Ao constatar que Igor está boiando, Maria Eduarda pula na piscina e nada em sua direção para resgatá-lo).

 

(Caíque ouve os gritos de Maria Eduarda e olha pela janela, ao perceber o perigo, ele também corre para o lado de fora. Em seguida sai Sílvia, também atraída pelos gritos).

 

MARIA EDUARDA (ISABELA): Ele não está reagindo! (Fala ao tirá-lo da água).

CAÍQUE: Pai, pai... (Maria Eduarda e Caíque colocam Igor deitado ao lado da piscina completamente desacordado).

SÍLVIA: Ele não está respirando, seu pai está morto, está morto...

CAÍQUE: (Apoia o ouvido no peito do pai para tentar ouvir seu coração, em seguida começa a fazer respiração boca a boca acompanhada de massagem cardíaca).

IGOR: (Acorda, cospe bastante água e começa a tossir).

CAÍQUE: Graças a Deus! Pai, você está vivo...

SÍLVIA: Igor, que bom que você está vivo, que bom que não morreu. Não sei o que seria da minha vida sem você...

CAÍQUE: Mas como o senhor foi cair?

IGOR: Foi tudo muito rápido, eu escorreguei e caí.

CAÍQUE: A sua sorte foi a Isabela, ela que te encontrou e tirou o senhor da piscina, se ela não estivesse no jardim na hora da queda, o senhor morreria.

MARIA EDUARDA (ISABELA): Eu só fiz a minha obrigação, já que estão todos bens, eu vou entrar para trocar de roupa. O senhor deveria fazer o mesmo, com licença! (Maria Eduarda sai do local).

 

(Igor não presta atenção no que Sílvia e Caíque conversam, apenas presta atenção em Maria Eduarda entrar no interior da propriedade).

 

Cena 04 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Noite]

(Uma enfermeira entra na UTI onde Alfredo segue internado, anota alguns dados no prontuário como aferição da pressão arterial, batimentos cardíacos e possíveis evoluções no quadro do paciente).

 

ENFERMEIRA: É doutor Alfredo, infelizmente o senhor continua na mesma. Gostaria muito de poder ajudá-lo e trazer o senhor de volta, faz muita falta!

 

(A enfermeira ajusta o soro que está interligado a veia de Alfredo e sai da UTI em seguida, sem perceber que o médico mexe um dedo da mão direita).


Cena 05 – Casarão Sant'Anna [Interna/Manhã]

(Caíque e Maria Eduarda se preparam para sair e caminham em direção ao jardim).

 

CAÍQUE: Eu tenho certeza de que você vai gostar da festa das flores e morangos, é um evento bem famoso aqui em Atibaia, tem flores de todos os tipos... (Caíque mexe na mochila e percebe que esqueceu a câmera). Eu esqueci minha câmera, queria tirar umas fotos. Me espera aqui Isabela, eu já volto.

MARIA EDUARDA (ISABELA): Está bem, eu te espero aqui. A Paula irá conosco?

CAÍQUE: Vai sim, ela vai nos encontrar lá. Disse que tinha algumas pacientes agendadas e depois iria até lá.

 

(Caíque entra em casa, enquanto Maria Eduarda permanece esperando por ele na entrada da casa, quando de repente ela é surpreendida).

 

IGOR: Acho que precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem.

MARIA EDUARDA (ISABELA): O senhor... (Surpreende-se). Sente-se melhor?

IGOR: É, digamos que sim e boa parte disso, eu devo a você.

MARIA EDUARDA (ISABELA): Eu fiz o que qualquer um faria. Viver é algo tão belo, temos que valorizar a oportunidade de viver, jamais deixaria o senhor morrer afogado na minha frente.

IGOR: Talvez tenha sido um pouco rude com você e tenha tido uma impressão precipitada ao seu respeito. Podemos recomeçar?

MARIA EDUARDA (ISABELA): É claro que sim. O Caíque fala do pai com tanto amor e admiração, que só consigo imaginar o senhor como um grande homem.

IGOR: Amigos? (Estende a mão como sinal de trégua).

MARIA EDUARDA (ISABELA): Amigos! (Aperta a mão de Igor sem saber que está diante de seu próprio pai).

 

Cena 06 – Atibaia (Festa das Flores e Morangos) [Interna/Tarde]

Música da cena: Nada Será Mais Como Era Antes – Silva

(Caíque registra fotos de Maria Eduarda conforme ela admira algumas flores sem que ela perceba).

 

MARIA EDUARDA (ISABELA): Ah eu adoro as flores, tão delicadas e bonitas. Esse lugar me traz uma paz tão grande, estar entre as flores me calma.

CAÍQUE: Talvez porque você esteja se sentindo em seu habitat natural.

MARIA EDUARDA (ISABELA): Eu não entendi o que você quer dizer.

CAÍQUE: Eu quero dizer que você é tão linda como qualquer uma dessas flores, se não a mais bela delas. (Caíque segura a câmera com uma das mãos, enquanto com a outra, ele acaricia seu rosto).

 

(Paula chega ao evento, quando avista de longe a cena e percebe que está rolando um clima entre Maria Eduarda e Caíque).

Música da cena: Estranho – Biollo

 

PAULA: É... Acho que te perdi, definitivamente eu te perdi Caíque, sem sequer ter sido meu. (Conclui e vai embora).

 


Cena 07 – Jardim Saúde [Externa/Tarde]

(Ingrid e Marcela caminham em direção a saída do cortiço quando encontram com Mercedes chegando da feira).

 

 

MARCELA: Mercedes, como vai? Comprou muita coisa?

MERCEDES: Que nada, minha filha. Os preços estão nas alturas... E você Maria... (Mercedes olha para Maria Eduarda, mas quando seus olhares se cruzam, ela percebe algo de diferente). Esse olhar, eu não vejo mais a luz neles... Vejo a sombra. Esses olhos não são os dela!

MARIA EDUARDA (INGRID): Eu acho que devemos ir, já estamos atrasadas, tenho que fazer a primeira prova do vestido de noiva. Vamos! (Ingrid disfarça e deixa Mercedes e Marcela falando sozinhas).

MARCELA: (Sente-se desconfiada com a fala de Mercedes) Eu tenho que ir Mercedes, depois nos falamos. Fica bem, tá? Me espera Eduarda... (Corre atrás da prima).

MERCEDES: Aqueles olhos não são os mesmos, não são. Definitivamente aquela não é a Maria Eduarda! (Sente calafrios).

 

(Mercedes entra em casa e percebe que o telefone está tocando).

 

MERCEDES: Ah, ninguém para atender esse telefone aqui em casa? (Atende o telefone). Alô? Sim, é daqui mesmo. Eu vou ver se ela está, só um instante. (Mercedes cobre o telefone com uma das mãos e grita em seguida). Gigi... Telefone!

 

(Gigi desse a escada apressadamente para atender o telefone).

 

GIGI: (Pega o telefone da mão da tia e atende) Alô? Sim, sou eu. Pode falar... (Gigi muda de expressão quando ouve o que lhe dizem).

 

Música da cena: Toda Toda – Pikeno e Menor

 

GIGI: Pode deixar, eu entendi sim. Estarei aí, obrigada!

MERCEDES: Que foi menina? Que cara é essa?

GIGI:(Grita).

MERCEDES: Ai menina, para que essa gritaria? (Mercedes tampa os dois ouvidos).

GIGI: Eu fui convidada para ser a Garota Galeto 2019 da Boutique do Galo. Tia, essa é a minha chance de ganhar visibilidade nacional... Eu vou me tornar uma celebridade!

MERCEDES: Garota Galeto? (Espanta-se).

GIGI: Ah, eu já estou imaginando como tudo será... Preciso retocar o bronze, tenho tantos planos. Agora vai, tia... Agora vai!

 

Cena 08 – Lojas de Noivas [Interna/Tarde]

(Marcela organiza alguns vestidos no estoque, quando Nair chega até o local).

 

MARCELA: Visita?

NAIR: Sim, é um rapaz... Muito bonito por sinal! (Nair sorri).

MARCELA: E não disse o nome?

NAIR: Não, não disse.

MARCELA: Estranho, eu não estou esperando visita nenhuma. Vou subir para ver quem é...

 

(No salão da loja, Marcela surpreende-se ao constatar de quem se trata).

Música da cena: Cravo e Canela – Anitta, Vitin

 

MARCELA: Você?

ANTÔNIO: (Abaixa um buquê de flores que cobria seu rosto) Sim, eu mesmo. As flores são para você...

MARCELA: São lindas, não precisava se incomodar.

ANTÔNIO: Eu vim te convidar para almoçar comigo aqui perto.

MARCELA: Ah, agora eu não vou poder. O estoque está super bagunçado, preciso organizar alguns vestidos...

NAIR: Pode deixar que eu organizo, vai almoçar com o rapaz bonito, vai! (Nair interrompe, percebendo o clima de romance no ar).

MARCELA: Nair! Servindo de alcoviteira, agora?

NAIR: Vai logo, pode deixar que eu cuido das coisas por aqui, divirtam-se.

ANTÔNIO: Se a chefe liberou, está liberado. Vamos?

MARCELA: Está bem, vamos!

 

(Do lado de fora da loja, Antônio age como um verdadeiro cavalheiro. Conduz Marcela até o carro e abre a porta para ela, só que antes que ela entre, ele rouba um beijo e ela corresponde).

 

Cena 09 – Paradise Models [Interna/Tarde]

(Ingrid experimenta o vestido de noiva de Maria Eduarda).

 

RENATA: Você está linda! Esse vestido é muito bonito.

ESTILISTA: Eu achei também, caiu como uma luva no seu corpo.

MARIA EDUARDA (INGRID): Eu não gostei, achei muito simples. Com essas mangas fora de moda, estou parecendo uma cigana que está pronta para perambular pelas ruas pedindo trocados para ler a sorte.

ESTILISTA: Esse modelo foi você mesma quem escolheu, não estou entendendo.

MARIA EDUARDA (INGRID): (É agressiva) Sim, mas agora eu não gosto mais. Sou obrigada? Quer que eu contrate outra estilista?

RENATA: Calma, Eduarda. Ela pode fazer alguns ajustes, não precisa ficar assim.

MARIA EDUARDA (INGRID): Ajustes? Eu não quero ajustes, não sou daquelas mulheres do subúrbio que não tem condições de pagar um vestido, eu quero um exclusivo. (Ingrid percebe que Renata ficara sem palavras). O que foi?

RENATA: Nada, seu não soubesse que você é a Eduarda, diria que você me pareceu a Ingrid falando nesse momento...

MARIA EDUARDA (INGRID): (Fica em pânico, mas disfarça) Que bobagem, eu sou eu e minha irmã, é minha irmã. Vou tirar esse vestido, está me dando coceira, com licença! (Ingrid entra no banheiro para tirar o vestido. Olha-se no espelho e bate no próprio rosto algumas vezes em sinal de alerta, pois precisa manter seu disfarce).

 

Cena 10 – Le Vielmont - Restaurante [Externa/Tarde]

(Marcela e Antônio aguardam o manobrista entregar o carro de Antônio após o almoço e do lado de fora do restaurante, enquanto trocam alguns beijos).

 

MARCELA: Vamos logo, não posso abusar da boa vontade da Dona Nair...

ANTÔNIO: Só mais um, só mais um...

 

(Antônio e Marcela se beijam).

 

ANTÔNIO: Não dá mais para me enrolar, Marcela.

MARCELA: Enrolar? Eu não te enrolo. Pelo contrário, você que não desgruda daquela sua ex maluca.

ANTÔNIO: Eu já disse que eu não tenho mais nada com a Vivian, ela é passado. O meu presente e futuro só tem lugar para uma mulher, você.

MARCELA: Não ouvi direito, repete! (Faz charme).

ANTÔNIO: Não ouviu? Eu repito: Você é a única mulher com quem eu quero ficar. Já posso me considerar seu namorado, ou vai continuar me enrolando?

MARCELA: Pode! (sorri).

 

(De longe e em um carro, Vivian observa toda a cena, pois havia seguido Antônio).

 

VIVIAN: Se você não vai ficar comigo, você não será de mais ninguém...De mais ninguém! (Segura o volante com muita força e ódio).

 

Cena 11 – Casarão Sant'Anna (Atibaia) [Externa/Tarde]

Música da cena: Hoje Lembrei do Teu Amor – Tiago Iorc

DOIS MESES DEPOIS...

(Maria Eduarda posa para Caíque pinta-la em seu ateliê, Igor os observa enquanto lê o jornal).

 

MARIA EDUARDA (ISABELA): Vai demorar muito? Eu estou cansada?

CAÍQUE: Quietinha, quietinha... Está quase pronto!

IGOR: Vocês dois são hilários nessas pinturas, quero vê-la assim que ficar pronta! (Continua lendo as notícias no jornal, quando uma em particular chama sua atenção). Ué...

CAÍQUE: O que foi, pai?

IGOR: Essa nota aqui, numa coluna social...

CAÍQUE: O que diz?

IGOR: (Lê a notícia em voz alta) “Dentro de quinze dias, acontecerá o casamento entre Maria Eduarda Germai e o investigador de polícia. A jovem é considerada uma revelação no mercado do mundo da moda.” A mulher na foto é idêntica a Isabela...

CAÍQUE: Deixa-me ver! (Caíque deixa a tela que estava pintando de lado e se aproxima do pai para conferir a notícia no jornal). Nossa, é verdade... Ela é idêntica a você, poderia jurar que ela é sua irmã gêmea!

MARIA EDUARDA (ISABELA): (Engole seco e levanta-se em seguida) Eu não posso mais mentir, preciso contar a verdade a vocês...

CAÍQUE: Contar a verdade? Como assim a verdade?

MARIA EDUARDA (ISABELA): Eu menti, eu não me chamo Isabela. Meu verdadeiro nome é Maria Eduarda Germai, a mulher da foto é uma impostora. Ela é a minha irmã gêmea Ingrid que tentou me matar e roubou minha identidade.

CAÍQUE: Como assim o seu nome não é Isabela? Que história é essa?

MARIA EDUARDA: É a verdade. O meu nome foi Isabela, porém foi alterado para Maria Eduarda. Eu sei que é um pouco confuso, mas eu posso explicar toda a história desde o começo.

IGOR: (Pousa o jornal no colo) Então nos conte, estou curioso.

MARIA EDUARDA: Tudo começou há mais de vinte e cinco anos atrás. Minha mãe sofreu um acidente quando estava comigo e minha irmã gêmea, eis que aconteceu uma fatalidade e fomos separadas. Cresci em outra família... (Maria Eduarda começa a narrar sua história desde o principio).

 

Alguns instantes depois...

 

IGOR: Então quer dizer que a sua irmã gêmea, a da foto, tentou te matar e está se passando por você?

MARIA EDUARDA: Sim, infelizmente eu custei a aceitar, mas a minha irmã é um monstro.

CAÍQUE: Mas isso é um crime hediondo, sua irmã deveria estar na cadeia. Ela tentou te matar mais de uma vez para que você não tivesse acesso aos bens da família.

MARIA EDUARDA: Foi por isso que eu precisei esconder a minha verdadeira identidade. Tive medo de que me descobrissem e me encontrassem, foram três tentativas, a quarta poderia ser a última. Preferi não arriscar!

CAÍQUE: E o que você pensa em fazer a partir de agora?

MARIA EDUARDA: Eu vou fazer o que é certo. Vou desmascará-la e denunciar a minha irmã as autoridades. A Ingrid vai parar na cadeia!

IGOR: (Fica em silêncio por alguns segundos e logo em seguida como se tivesse pensado, torna a falar) Como disse mesmo que era o sobrenome da sua família?

MARIA EDUARDA: Germai, porque?

IGOR: Nada, coincidentemente eu conheci alguém no passado com o mesmo sobrenome.

MARIA EDUARDA: Quero recuperar a minha vida, não vou mais me esconder.

CAÍQUE: Pode contar comigo, eu vou te ajudar.

 

Cena 12 – Apartamento de Maria Eduarda [Interna/Dia]

(Ingrid limpa o espelho do banheiro que está embaçado por conta da temperatura da água do chuveiro)

 

MARIA EDUARDA (INGRID): Quinze dias! Em quinze dias eu serei a esposa do Miguel. Só ainda não sei como farei para ele não perceber a troca, uma hora ele vai acabar reclamando do afastamento dos últimos tempos. Pouco contato, pouco carinho, sem sexo... Mas ele é apaixonado, vai entender que eu estou passando por uma fase muito delicada da minha vida! (Ingrid fala consigo mesma, tentando justificar seus atos).  Quem diria irmãzinha, em menos tempo do que esperei, me livrei de você, da mamãe, fiquei com o seu noivo e ainda mais com todo o dinheiro da agência. Viva o sabor da vitória! (Debocha e beija o espelho em seguida).

 

Música da cena: Louca – Alice Caymmi

 

(A imagem foca em Ingrid se observando refletida no espelho, a cena congela e o capítulo encerra com o som de uma câmera fotografando).



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