-CAPÍTULO
001-
Criada e escrita por: Luan Maciel.
Supervisão: Fernando Luís.
Colaboração: Lukas Lima.
FIQUE AGORA COM A ESTRÉIA
CENA 1. EXT — CLIP — DIA
Várias imagens cruzam a tela.
Imagens de vários políticos sendo presos. Close em jornais que estão
perguntando na manchete principal se ainda existe honestidade no Brasil e por
fim a câmera mostra um homem jogando uma mala de dinheiro do alto de um prédio e
as pessoas que estão passando pela rua vão lutando para pegar o máximo de
dinheiro possível. Essa cena inicial é para mostrar que o ser humano é capaz de
tudo quando o assunto é dinheiro fácil.
Corta para:
CENA 2. INT — GRUPO PELLEGRINI —
SALA DA PRESIDÊNCIA — DIA
Reunião já iniciada. A câmera
mostra de forma bem ampla que CÉSAR está parado na frente de muitas pessoas que
estão olhando para um projetor que vai passando vários slides de uma vila no
subúrbio paulistano.
CÉSAR — (sério) Como todos podem ver
essa vila fica em uma localização muito boa. Esse é o lugar certo para a
construção de um shopping que irá trazer cada vez mais visibilidade para a
nossa empresa.
INVESTIDOR — (confuso) César…. Essa
história está muito mal contada. Tem várias famílias que moram nessa vila. Eles
não vão querer sair de lá sem nenhum tipo de resistência.
CÉSAR — (nervoso) Isso não importa.
Eu não abro mão de construir o shopping nesse local. (P) É só me dar uma boa
quantia que esse povinho sai de lá. Não tenho nada nesse mundo que o dinheiro
não compre.
Todos na sala ficam em silêncio.
Nesse momento a SECRETÁRIA entra na sala da presidência e vai diretamente na
direção de CÉSAR. Ela coloca na frente dele um exemplar de jornal. Ao ver a
manchete do jornal CÉSAR fica totalmente fora de si.
CÉSAR — (furioso) Que espécie de
brincadeira é essa? Eu quero saber de uma explicação agora mesmo. (P) Isso não
pode estar acontecendo.
SECRETÁRIA — (apreensiva) Me
desculpa Dr. César. Mas eu achei que o senhor iria quer saber de que está sendo
acusado de corrupção por esse jornal. A essa hora todos já devem ter lido essa
matéria.
CÉSAR — (autoritário) Você não é
paga para achar, você é paga para fazer o seu trabalho. (P) Ligue imediatamente
para o editor desse jornal. Ele vai ter que me dar uma boa explicação do que
significa isso.
SECRETÁRIA — Sim Dr. César. Como o
senhor quiser.
A SECRETÁRIA sai da sala da
presidência. Todos que ali estão ficam olhando para CÉSAR que não tem o que
dizer. O ódio em seu olhar é visível.
Corta para:
CENA 3. INT — JORNAL — REDAÇÃO —
DIA
A câmera dá um giro de 360°
mostrando que muitas pessoas trabalham ali. A câmera se aproxima de MARINA, e
mostra que ela está na frente do computador terminando de escrever uma
importante matéria. Nesse momento GREGÓRIO se aproxima dela e joga um exemplar
de jornal na mesa, e isso faz com que a nossa protagonista perca totalmente a
sua concentração.
GREGÓRIO — (sério) Marina… Eu posso
saber o que significa isso? (P) Você tem idéia do que fez? Você deveria ter me
consultado antes de sair escrevendo uma matéria acusando um dos empresários do
país de corrupção.
MARINA — O que você queria que eu
fizesse Gregório? Que eu ficasse calada? Você me conhece e sabe que não seria
capaz de me falar diante a algo tão sério como isso.
GREGÓRIO — (nervoso) Você acha
mesmo que o César Pellegrini vai deixar essa história por isso mesmo Marina?
Ele não vai descansar enquanto não te destruir. Você precisa tomar muito
cuidado, pois ele é um homem muito perigoso.
MARINA fica em um silêncio absoluto.
GREGÓRIO pega o jornal que está sob a mesa.
GREGÓRIO — (sério) Eu sinto muito
Marina, mas você vai precisar retirar essa matéria do jornal e também fazer uma
nota de esclarecimento dizendo que estava enganada ao fazer essas acusações
contra o César Pellegrini.
MARINA — Eu não vou fazer isso
Gregório. Eu não posso desistir do que eu acredito por medo do que um corrupto
possa a vir fazer comigo. (P) É por isso que esse país não vai para frente. Por
causa de pessoas como César Pellegrini que acham que o dinheiro pode comprar
coisas como caráter, honra e dignidade.
GREGÓRIO — (mostrando o jornal) A
sua brilhante matéria colocou o meu jornal como alvo do César Pellegrini. (P)
Quando é bque você vai entender que nós não podemos enfrentar ele? O poder e o
dinheiro que ele tem pode fazer com que o meu jornal seja fechado.
MARINA — (séria) Ei não queria
trazer nenhum problema para você Gregório. Mas eu não posso deixar que esse
canalha do César Pellegrini continue cometendo os crimes dele. Eu vou até o fim
dessa história.
GREGÓRIO vai saindo da redação do
jornal sem dizer nenhuma palavra. As pessoas que estão ali ficam olhando para
MARINA que percebe o olhar de reprovação deles.
Corta para:
CENA 4. INT — BORDEL — QUARTO — DIA
Um HOMEM está parado na beira da cama
terminado de se vestir. Depois de alguns instantes ele vai se dirigindo até a
saída do quarto. A câmera mostra que SCARLET está deitada na cama praticamente
semi nua. Ao ver que o HOMEM está indo embora ela se levanta da cama enrolada
em um lençol e fica parada na frente dele.
SCARLET — (séria) Onde você pensa
que está indo? Você não vai sair daqui enquanto não der todo o meu dinheiro.
Anda logo. Eu quero o meu dinheiro.
HOMEM — (sorrindo) Eu não vou dar
nenhum centavo. Eu não gasto o meu dinheiro com uma prostituta de quinta que
nem você. Você deveria era é me agradecer. Se não fosse por mim você iria
morrer de fome.
SCARLET — (fora de si) Seu
desgraçado. Eu não vou deixar você sair daqui assim sem me dar o que é meu.
SCARLET parte para cima do HOMEM que
empurra e ela cai no chão. Nesse momento MÁRIO entra no quarto para ver o que
está acontecendo.
MÁRIO — (tenso) O que está
acontecendo aqui? Eu não quero saber de ninguém chamado a atenção da polícia.
Eu não gosto de ter que dizer a mesma coisa duas vezes.
SCARLET — (irritada) A culpa é
idiota Mário. Ele não quer pagar pelo programa. E ainda por cima ficando
tirando onda com a minha cara.
HOMEM — (nervoso) Eu não vou pagar
nada. Eu já paguei por garotas de programa melhores que você. E ainda por cima
que dão um show de bola na cama coisa que você não passou para mim.
MÁRIO — (sério) Isso é o que você
pensa. Você vai pagar de um jeito ou de outro. Você não sai daqui enquanto não
pagar pelo o que deve.
O HOMEM tenta sair do quarto do
bordel, mas MÁRIO o impede com um soco. Sem nenhuma pena MÁRIO começa a agredir
o HOMEM que agora está caído no chão. Logo em seguida SCARLET dá um beijão em
MÁRIO enquanto olha com desprezo para o HOMEM que está no chão.
Corta para:
CENA 5. INT — JORNAL — REDAÇÃO — DIA
O silêncio predomina a redação no
jornal. Todos ficam olhando atravessado para MARINA que sente como estivesse no
meio de lobos famintos. Para a surpresa de todos CÉSAR vai chegando na redação
do jornal, e sem perder tempo nele vai ao encontro de MARINA que olha
seriamente para CÉSAR que joga um exemplar na frente de nossa protagonista.
CÉSAR — (furioso) Então você é a
jornalista que escreveu essa matéria ridícula ao meu respeito? (P) Você deve
ser muito corajosa para poder me enfrentar dessa maneira. Eu acredito que você
não me deve nem imaginar que eu sou não é mesmo?
MARINA — (séria) Eu sei muito bem
quem você é. Você é César Pellegrini. Um homem corrupto que se esconde atrás
vida imagem de um renomado empresário. Você é o pior canalha que eu já tive o
desprazer de conhecer em toda a minha vida.
CÉSAR — (nervoso) Muito cuidado com
o que você diz senhorita. Eu poderia muito bem te processar por calúnia e
difamação. Mas eu estou disposto a te dar uma chance. Eu quero que você se
retrate publicamente. Se você fizer eu não irei te processar nem ao jornal.
MARINA olha para CÉSAR que faz de
tudo para intimidar ela. As pessoas que estão na redação do jornal ficam
olhando a discussão deles de longe.
CÉSAR — (gritando) Quem você pensa
que é para falar assim comigo? Eu sou César Pellegrini. Se eu quiser eu posso
acabar com a sua carreira com apenas um telefonema. Você não imagina do que eu
sou capaz de fazer.
MARINA — (séria) Eu sou uma pessoa
que busca por justiça. Você mandou construir casas na periferia somente para
tirar o dinheiro dessa gente batalhadora, e agora eles estão em casas e sem
dinheiro. Eu vou até às últimas consequências para que todos saibam o tipo de
crápula que você é.
CÉSAR — (sorrindo cinicamente) Você
acha mesmo que pode me enfrentar senhorita? Eu tenho poder e dinheiro e você
não tem nada. Você é apenas mais uma jornalista de quinta tentando fazer sua
carreira. Mas eu vou facilitar as coisas para o seu lado. (P) Quanto você quer
para deixar essa história por debaixo dos panos?
MARINA fica totalmente ofendida com
a proposta de CÉSAR. Ela dá um tapa na cara de CÉSAR que fica completamente
furioso com a atitude de nossa protagonista. As pessoas que estão na redação do
jornal não acreditam que MARINA foi capaz de fazer isso.
A imagem congela no rosto de
MARINA, e aos poucos um efeito com as cores azul, verde e amarelo tomam conta
da tela.
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