Capítulo 49
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Cena 01 – Tribunal
de Justiça (Sala de Audiência) [Interna/Tarde]
(Após o alvoroço no tribunal, um
bombeiro correu para prestar os primeiros socorros a Vavo).
BOMBEIRO: Afastem-se, afastem-se! Eu preciso de espaço... (Disse ao se reclinar
sobre o corpo de Vavo).
ULISSES: Com licença, com licença... (Respondeu afastando as pessoas).
JACQUELINE: Vavo, eu preciso ver o Vavo... Vavo! (Grita tentando furar o bloqueio
policial).
(A juíza, o júri e
Ulisses observavam o bombeiro examinar Vavo, que continuava imóvel).
BOMBEIRO: Infelizmente esse homem faleceu, foi um mal súbito, um infarto
fulminante provavelmente. (Responde ao ficar de pé).
CRISTINA: Como morreu? Isso não é possível, ele estava ótimo há minutos atrás.
Ele não está morto, não viram direito... Alguém faz alguma coisa, isso não pode
ser... Não pode ser! (Responde desesperada).
JACQUELINE: Não... Ele não pode estar morto! Vavo... Vavo, fala comigo, olha pra
mim, meu amor. Eu tô aqui, Vavo! (Grita desesperada aos prantos).
RODRIGO: Eu acho que não temos mais nada o que fazer aqui. Vamos embora! (Disse
ao olhar para Cristina e em seguida ir embora).
MARIA PAULA: Espera, eu vou com você! (Disse ao sair correndo atrás de Rodrigo).
(Nesse momento, a
juíza retornou ao púlpito e bateu o martelo chamando a atenção de todos).
JUÍZA: Comunico que devido ao falecimento do réu, este julgamento está
encerrado. Por gentileza, prossigam com os demais procedimentos legais com o
corpo. Chamem o IML! (Conclui).
CRISTINA: Não, ele não pode morrer sem terminar de falar...
MARINA: Cristina, minha filha. Você ouviu, é melhor você se acalmar!
MURILO NETO: A titia tem razão, Cris... É melhor irmos lá para fora, você precisa de
um pouco de ar.
CRISTINA: Não, eu não posso ir a lugar algum. Vocês não entendem? Tá na cara que
foi ela... Foi ela quem armou pra cima dele, eu sei que foi. Foi a Amanda!
(Grita).
ANDRÉ: (Lembra que comentou sobre uma morte parecida com Amanda e fica
desconfiado).
(Murilo Neto,
Daniel, Tiago, Sofia e Marina levam Cristina a força para fora da sala).
ULISSES: (Incrédulo e em meio aos gritos desesperados de Jacqueline, Ulisses
observava o corpo de Vavo).
Cena 02 – Casa de
Marina e Antônio [Interna/Tarde]
Música da cena: Jura
Secreta – Lucinha Lins
(Com a transição de cenas, surge a
fachada da casa de Marina e Antônio. Marion e Amália estavam sentadas no sofá
enquanto aguardavam notícias, já Letícia caminhava de um lado para o outro).
AMÁLIA: Assim você vai ficar tonta, Letícia. Senta, isso vai te fazer mal!
MARION: Co... Co-mo será que... E..Estão as coisas? (Pergunta pausadamente).
LETÍCIA: Meu Deus, que aflição. Ninguém me dá notícias! O que será que está
acontecendo naquele tribunal? (Pergunta a si mesma).
Cena 03 – Tribunal
de Justiça (Sala de Audiência) [Interna/Tarde]
(Praticamente arrastada para fora da
sala por Murilo Neto e os demais, Cristina estava completamente fora de si).
CRISTINA: Vocês precisam fazer alguma coisa, ele não teve mal súbito nenhum,
mataram ele... Mataram ele! (Grita).
MARINA: Minha filha, você precisa se acalmar. Você está muito nervosa, isso vai
te fazer mal.
MURILO NETO: Eu não estou acreditando no que aconteceu bem diante os nossos olhos,
que cena horrível.
TIAGO: É verdade, foi tudo muito estranho.
CRISTINA: Eu vou até lá, eu preciso falar... Eu preciso falar! (Diz enquanto
continua sendo contida por Murilo Neto). - Eu preciso, eu preciso... (Cristina
sente tudo começar a girar e desmaia).
MARINA: Filha! (diz ao tentar socorrer Cristina). – Minha filha, fala comigo...
Cristina, Cristina! (Chama desesperada).
Cena 04 – Delegacia
[Interna/Tarde]
(Devido os últimos acontecimentos e
diante a possibilidade de Vavo realmente não ter tido um mal súbito, o delegado
e o investigador resolveram voltar até a delegacia. Ao entrarem na repartição,
eles foram imediatamente até a cela de Vavo que estava vazia e não existia mais
nenhum pertence em seu interior).
INVESTIGADOR GARCIA: Aparentemente nenhuma evidência! (Responde ao entrar na cela e observar
ao redor).
DELEGADO: Ele estava bem, como isso foi acontecer? Eu não entendo! (questiona
também dentro da cela).
(É nesse mesmo
momento que surge um novo carcereiro na área prisional).
CARCEREIRO 2: Eu não sabia que vocês estavam aí, eu posso ajudar?
INVESTIGADOR GARCIA: (Estranha) Cadê o outro carcereiro dessa área?
DELEGADA: É verdade, cadê ele? Não era você que ficava nesse local.
CARCEREIRO: O 01 arrumou as coisas de repente e foi embora, disse que teve um
problema, não explicou muito bem e picou a mula. (Responde sem entender nada).
DELEGADO: (Olha para o investigador, visivelmente desconfiado) Você está pensando
no que eu estou pensando?
INVESTIGADOR: Se ele fugiu, é porque tem culpa! (Conclui).
Cena 05 – Cobertura
de Rodrigo [Interna/Noite]
Música da cena: In
The Silence – Leroy Sanchez
(Após entrar em casa acompanhado de
Maria Paula, Rodrigo foi para o escritório acompanhado da advogada).
MARIA PAULA: Esse julgamento foi realmente uma loucura! No fundo eu já imaginava que
a Cristina fosse inocente. Rodrigo? Rodrigo? (Chama ao perceber que ele está
distraído).
RODRIGO: Oi, eu não percebi que você estava falando comigo...
MARIA PAULA: No que você está pensando em fazer agora? A Cristina já foi considerada
inocente.
RODRIGO: Eu quero procura-la, mas a forma como ela olha pra mim... Eu acho que
ela está magoada.
MARIA PAULA: Quer um conselho? Eu acho melhor você focar na audiência com a Bárbara
agora. Ela vai sugar muito a sua energia e a Cristina vai entender. Precisamos
descobrir o que ela pretende, pois eu não acho que ela tenha tido um súbito
interesse nas crianças assim, tão de repente...
RODRIGO: Eu sei, também já pensei nisso. A Bárbara nunca foi de procurar os
netos, de repente apareceu amorosa e querendo recuperar o tempo perdido. Alguma
coisa têm aí!
Cena 06 – Mansão
Assumpção [Interna/Noite]
Música da cena:
Bandida - Cleo
(André havia ido até a mansão após o
final do julgamento, para deixar Amanda a par de tudo o que tinha acontecido).
AMANDA: Uhul! (Grita empolga ao abrir uma garrafa de champanhe).
ANDRÉ: Eu juro que você é uma caixinha de surpresas. Eu acabei de te contar
que o cara morreu no tribunal, estrebuchando na frente de todo mundo, uma coisa
horrorosa e você abre um champanhe? (Questiona surpreso).
AMANDA: É exatamente por isso, essa foi a melhor notícia que você poderia ter
me dado. O Vavo já foi tarde e o melhor é que ele não falou demais. (Responde
enquanto enche duas taças com a bebida).
ANDRÉ: Sabe o que eu mais achei engraçado? É que o Vavo morreu exatamente como
o marido daquela cliente que eu defendi e te contei, lembra? (Responde ao
segurar a taça entregue por Amanda).
AMANDA: (Dá uma gargalhada e bebe um gole da bebida em seguida).
ANDRÉ: Amanda, agora que estamos só nós dois aqui, confessa. Foi você que
envenenou o Vavo como a minha cliente fez com o marido, não foi?
AMANDA: (Se aproxima de André e responde olhando nos olhos dele) Você tem
alguma dúvida? Eu só dei um jeito de exterminar aquele traidor. Ninguém me trai
e fica impune, entendeu? Fui eu sim, eu o envenenei... Preparei um sanduíche e
um suco para aquele imbecil, ele caiu feito um pato... Aliás, como um rato e
morto. O mundo é dos espertos! (Dá uma gargalhada).
ANDRÉ: Foi o que pensei! Bem, agora eu tenho que ir. Preciso garantir que
ninguém descubra o que aconteceu e confirmar que ele morreu de um mal súbito,
como todos esperam... (Diz ao beber todo o champanhe e colocar a taça em cima
da mesa, levantando-se do sofá).
AMANDA: Ué, você já vai? Pensei que fossemos comemorar a noite toda!
ANDRÉ: Hoje não vai dar, mas eu volto. Não se preocupe!
(Alguns instantes
depois, André sai da casa e entra em seu carro. É nesse momento que ele retira
o celular do bolso do paletó e percebemos que o aparelho estava no modo
gravador).
ANDRÉ: É Amanda, você realmente tinha razão... O mundo é dos espertos!
(Conclui de forma sarcástica).
Cena 07 – Hospital
Paulo Toledo [Interna/Noite]
(Com a transição de cenas, surge a
fachada do hospital. Em um dos quartos, Cristina estava aguardando os
resultados dos exames).
CRISTINA: (Acorda e percebe que Marina está ao seu lado) Mãe... O que aconteceu?
Onde nós estamos? (Questiona ainda desorientada).
MARINA: Você passou mal no julgamento do Vavo e desmaiou, por isso te trouxemos
para o hospital.
CRISTINA: O Vavo morreu mesmo?
MARINA: Infelizmente sim, parece que ele teve um mal súbito...
(Nesse momento, o
médico entra no quarto).
MÉDICO: Ah, vejo que você está muito bem! Já recuperou a cor, está bem melhor.
CRISTINA: Me sinto muito bem, doutor. Já posso ir para casa?
MÉDICO: Já sim, os exames não acusaram nada de grave.
MARINA: Foi o que pensei, a minha filha deve ter desmaiado devido as fortes
emoções, não foi doutor?
MÉDICO: Não necessariamente, o que ela teve foi uma queda de pressão. Algo
normal nas condições dela, só precisa cuidar a partir de agora.
MARINA: (Se assusta) Como assim, doutor? A minha filha está doente?
MÉDICO: (Sorri) Não, não... Pelo contrário, a sua filha está muito saudável. O
que ela tem passará dentro de alguns meses. Parabéns, Cristina. Você está
grávida! (Atesta).
CRISTINA: Grávida? (Repete surpresa).
Cena 08 – Apartamento
de Ulisses [Interna/Noite]
Música da cena: Diferença
Mara - Juliette
(Sozinha na varanda, Janice observava
a área externa do prédio, como se esperasse alguém).
JOAQUIM: Eu aposto que você está esperando aquele rapaz que é nosso vizinho!
(Diz ao se aproximar).
IRMÃ JANICE: (Se assusta) Ai, vovô! Que susto, eu não vi você chegar...
JOAQUIM: Sinceramente, eu fico muito preocupado com você minha neta.
IRMÃ JANICE: Preocupado comigo, vovô? Mas porquê? (Estranha).
JOAQUIM: Porque por mais que você negue, eu vejo nos seus olhos. Eu vejo que por
mais que você negue, você está cada vez mais dividida entre a sua vocação e
esse rapaz. O tempo está passando e você não toma uma decisão, tenho medo que a
pressão do tempo faça com que você decida algo que venha a se arrepender
depois.
IRMÃ JANICE: Vovô...
JOAQUIM: (Interrompe Janice) Não precisa me dizer nada agora, você precisa dizer
a você mesma. O que é que você quer para si? Pense e depois reflita nas
consequências em fazer a escolha errada, no peso que isso pode ter. Eu vou para
o meu quarto, qualquer coisa, pode me chamar. (diz ao sair).
IRMÃ JANICE: (Volta a se debruçar na varanda e fica pensativa após as palavras do
avô).
Cena 09 – Casa de
Marina e Antônio [Interna/Noite]
(Após chegarem do hospital, Cristina
e Marina foram direto para o quarto dela).
MARINA: Cristina, você não vai me evitar depois do que acabamos de descobrir
naquele hospital. Você vai fazer o que eu estou pensando, não vai?
CRISTINA: Pelo contrário, mamãe. Eu pretendo fazer justamente o oposto que a
senhora está pensando. (Diz ao sentar em sua cama).
MARINA: Mas minha filha, o Rodrigo é o pai dessa criança, você não pode
esconder isso dele.
CRISTINA: Eu sei, mãe. Eu não pretendo esconder isso a vida toda, eu só quero que
ele se concentre agora na audiência do processo de guarda dos filhos dele, eu
não quero causar mais problemas para ele e eu sei que se ele souber dessa
gravidez, ele vai querer vir até aqui e se a ex-sogra dele souber, pode ser a
desgraça dele. Eu não me perdoaria por isso!
MARINA: (Senta-se ao lado de Cristina e olha a filha nos olhos) Ai, minha
filha! Eu não sei se isso é uma boa ideia...
CRISTINA: É o melhor que posso fazer por ele nesse momento, me manter distante,
pelo menos por enquanto. Em breve ele vai saber do bebê e ficará muito feliz,
tanto quando eu. (Responde pensativa, enquanto acaricia o ventre com os olhos
marejados).
Cena 10 – Instituto
Médico Legal [Interna/Noite]
(Ulisses, o investigador e Jacqueline
foram até o IML liberar o corpo de Vavo após a perícia).
MÉDICO LEGISTA: (Abre o saco preto que envolvia o corpo de Vavo e revela o rosto dele,
empalidecido).
JACQUELINE: Meu amor... Porque você fez isso comigo? (Chora ao se debruçar em cima
do corpo de Vavo).
INVESTIGADOR GARCIA: Já conseguiu identificar a causa da morte? (Questiona o médico).
ULISSES: Foi mesmo um mau súbito como disseram os paramédicos dos primeiros
socorros?
MÉDICO LEGISTA: Tudo indica que foi um infarto fulminante. Talvez a tensão pelo julgamento
tenha feito ele passar mal e deu no que deu... (Conclui).
Cena 11 – Escola
Ribeiro Alves [Externa/Manhã]
Música da cena:
Olhando Pra Você – Antônio Pack
(Quando Caio desceu da van que o
levava até o colégio, de longe ele avistou os seus colegas de turma. Foi nesse
momento que ele apressou os passos e acabou esbarrando em outra aluna).
CAIO: Me desculpe, foi sem querer... Você está bem? (Diz ao ajudar a garota a
recolher seus pertences).
MIA: Não, está tudo bem! (Diz ao guardar tudo).
CAIO: Você é nova aqui, não é? Eu nunca te vi aqui antes...
MIA: É, eu sou novata. Tive que me mudar por conta dos meus pais, então
estou com uma prima.
CAIO: Entendi, já sabe qual é a sua sala? (Questiona).
MIA: Sei sim, eu tenho aula no primeiro tempo de química com a professora
Alice. Acho que é sala 45, você sabe onde fica?
CAIO: Sei sim, é justamente pra lá que eu estou indo. Se você quiser, eu
posso te levar até lá...
MIA: Eu adoraria, não quero entrar sozinha com todos aqueles olhares
voltados pra mim.
CAIO: Não seja por isso, venha comigo!
(Juntos, os dois
adentram na escola).
Cena 12 – Castro
& Rios, Advogados Associados [Interna/Manhã]
Música da cena:
Amarelo, Azul e Branco – ANAVITÓRIA, Rita Lee
(Com a transição de cenas, surge a
fachada do escritório de André e Ulisses. Em seu escritório, André girava em
sua cadeira enquanto observava o celular).
ANDRÉ: (Pega o celular e aperta o play, dando início ao áudio gravado).
FLASHBACK DO
MOMENTO DA GRAVAÇÃO:
ANDRÉ: Sabe o que eu mais achei engraçado? É que o Vavo morreu exatamente como
o marido daquela cliente que eu defendi e te contei, lembra? (Responde ao
segurar a taça entregue por Amanda).
AMANDA: (Dá uma gargalhada e bebe um gole da bebida em seguida).
ANDRÉ: Amanda, agora que estamos só nós dois aqui, confessa. Foi você que
envenenou o Vavo como a minha cliente fez com o marido, não foi?
AMANDA: (Se aproxima de André e responde olhando nos olhos dele) Você tem
alguma dúvida? Eu só dei um jeito de exterminar aquele traidor. Ninguém me trai
e fica impune, entendeu? Fui eu sim, eu o envenenei... Preparei um sanduíche e
um suco para aquele imbecil, ele caiu feito um pato... Aliás, como um rato e
morto. O mundo é dos espertos! (Dá uma gargalhada).
FIM DO FLASHBACK
ANDRÉ: Agora eu só preciso saber o momento certo de usar essa gravação! (Pensa
em voz alta).
Cena 13 – Fórum
[Interna/Tarde]
(Quando Rodrigo e Maria Paula
entraram na sala da primeira audiência, Bárbara e André já estavam aguardando o
juiz responsável pelo caso).
JUIZ: Bom dia a todos, podem tomar assento. (Responde ao entrar na sala). –
Bem, pelo o que li sobre o caso, temos uma avó que está recorrendo a tutela dos
dois netos, filhos de sua única filha já falecida, cuja a guarda atualmente é
unicamente de responsabilidade paterna.
ANDRÉ: Exatamente, meritíssimo. Conforme evidências que anexamos aos laudos do
processo, o pai não tem condições morais para criar os filhos, nem serve como
exemplo. Ele estava inclusive se envolvendo de forma amorosa com uma ex-detenta,
criminosa de alta periculosidade.
RODRIGO: Isso é uma calúnia! Desde que a minha esposa morreu, eu tenho sido pai
e mãe dessas crianças. Eles cresceram numa casa digna e nunca faltou nada para
nenhum dos dois. (Dispara).
MARIA PAULA: Rodrigo, eu preciso que você mantenha a calma... (Tenta acalmá-lo).
BÁRBARA: Está vendo, senhor juiz? Esse homem não nenhuma capacidade de criar
duas crianças, nem paciência ele tem. Ele é completamente agressivo e fora de
si...
RODRIGO: Eu não sou agressivo, é você que me deixa fora de mim desse jeito! Pare
de me caluniar, Bárbara. Não existe mais nenhuma mentirosa nessa história, a
não ser você.
JUIZ: (Grita) Já chega! Ou o senhor se acalma ou eu terei que mandá-lo se retirar
deste recinto.
ANDRÉ: Bom, meritíssimo. Como pode ver, o pai não está em seu estado de ânimo
para continuar administrando a vida dos menores. Quem pode garantir que ele não
terá um acesso de raiva desses com eles?
MARIA PAULA: Excelência, o advogado está difamando o meu cliente. Nunca, em nenhuma hipótese
ele chegou a agredir os filhos verbalmente ou fisicamente. As duas crianças
cresceram num lar cheio de conforto e comodidade, além de terem estudado nos
melhores colégios. Não é justo que eles saiam de um lar sadio por conta de
mentiras infundadas.
JUIZ: Me preocupa esse gênio do pai das crianças! Eu acho melhor pedirmos uma
avaliação psicológica dele, uma análise pedagógica com as crianças para termos
mais propriedades de possíveis danos emocionais. Enquanto isso, a guarda provisória
das crianças será mantida sob responsabilidade da avó materna, Dona Bárbara
Trajano Muniz, até que se prove o contrário na próxima audiência, marcada para
a data acordada no auto do processo. (Bate o martelo).
RODRIGO: Não! (Grita).
BÁRBARA: Pode ir se acostumando, Rodrigo... Você começou a perder! (Conclui).
Cena 14 – Ruas de
São Paulo [Externa/Tarde]
Música da cena: Seu
Lugar – Lucas Mennezes
(Imagens aéreas mostram os grandes
edifícios da cidade).
- Marion fica de pé pela primeira vez durante a fisioterapia;
- Jacqueline sofre ao enterrar Vavo;
- Marina presenteia Cristina com o primeiro sapatinho para o bebê;
- Cissa tenta animar Rodrigo;
- Caio e Mia conversam pela escola;
- Ulisses continua investigando o caso de Amanda;
- Sofia e Murilo namoram;
- Bárbara leva os dois netos embora da casa de Rodrigo, acompanhada por
um oficial de justiça;
- Daniel tenta ouvir o bebê na barriga de Tiago;
- Cristina vai até o espelho e observa a barriga;
- Letícia e Murilo Neto brincam com Théo;
- Cristina volta a se observar no espelho e sua barriga começa a
aparecer.
QUATRO MESES
DEPOIS...
Cena 15 – Casa de
Marina e Antônio [Interna/Manhã]
Música da cena:
Because You Loved Me – Cláudia Rezende
(Com a transição de cenas, surge a
fachada da casa de Marina e Antônio. Em seu quarto, Antônio engraxava alguns
sapatos, quando Marina entrou).
ANTÔNIO: Oi amor, precisando de alguma coisa? (Questiona ao ver Marina).
MARINA: Não, não... É que você tem visita te esperando lá na sala.
ANTÔNIO: Visita? Mas eu não estava esperando ninguém. Quem é?
MARINA: É o Seu Cristóvão, aquele que tinha uma mercearia pertinho da sua
oficina.
ANTÔNIO: O Cristóvão? (Repete surpreso).
(Alguns instantes
depois, Antônio surge na sala limpando as mãos em um pano).
ANTÔNIO: Meu amigo Cristóvão, a que devo a honra da sua visita? (Questiona ao se
aproximar).
CRISTÓVÃO: Eu fiquei te esperando lá na merceara, mas você nunca apareceu. Então
eu resolvi vir te procurar!
ANTÔNIO: (Estranha) Aconteceu alguma coisa?
CRISTÓVÃO: Aconteceu sim! Eu consegui resgatar as imagens do dia em que a sua
oficina pegou fogo. Eu trouxe para você dar uma olhadinha...
ANTÔNIO: Deixe-me ver... (Responde ao se aproximar).
CRISTOVÃO: (Mostra a tela do celular com alguns vídeos) Eu tenho essa aqui que é a
câmera 1, tenho essa que é a câmera 2, essa é a 3... E essa aqui é a...
ANTÔNIO: Espera, espera, espera... Volta, volta, volta, eu acho que vi uma
coisa, volta!
CRISTÓVÃO: (Retorna o vídeo para que Antônio reveja).
ANTÔNIO: Isso, agora pausa... (Quando Cristóvão pausa o vídeo, Antônio
finalmente consegue confirmar o que já tinha visto). – Foi a desgraçada!
(Conclui).
Cena 16 – Delegacia
[Interna/Manhã]
Música da cena: Não
Sai da Minha Cabeça – Gabriel Nandes
(Imagens externas apresentam a cidade
de São Paulo. As grandes avenidas seguem movimentadas com o fluxo intenso de
veículos, pessoas percorrem as ruas de um lado para o outro, quando surge a
fachada da delegacia).
ULISSES: Eu vim assim que recebi a sua mensagem, alguma novidade, investigador?
(Pergunta ao se aproximar e cumprimentar o investigador com um aperto de mão).
INVESTIGADOR GARCIA: Não só novidade, eu diria que isso que eu tenho é uma verdadeira
dinamite. Consegui localizar um cara que presenciou o atropelamento da Kátia e
ele está depondo nesse exato momento.
ULISSES: Isso é ótimo, investigador. Eu posso assistir ao depoimento?
INVESTIGADOR GARCIA: (Sorri) Claro, foi exatamente por isso que eu te chamei. Venha comigo!
(Ao entrarem na
sala de depoimento, Ulisses e o Investigador Garcia notaram que o delegado já
estava no meio do interrogatório).
DELEGADO: Então o que foi que você viu naquele dia? (Questiona).
TESTEMUNHA: Eu vi quando a mulher estava sentada no banco da Praça da Sé. Ela
parecia estar esperando alguém, mas esse alguém não chegou. Aparentemente
cansada de esperar, ela se levantou e aguardou o sinal fechar para atravessar a
rua, foi aí que o carro veio pra cima dela. Não foi um acidente, foi de propósito.
O carro veio pra cima dela exatamente quando ela desceu da calçada.
DELEGADO: Isso quer dizer que você viu quem a atropelou? Então você deve ter
visto quem estava no veículo, correto?
TESTEMUNHA: Eu não apenas vi, eu consegui tirar uma foto quando ela parou o carro.
Aqui está! (Diz ao desbloquear o celular e mostrar a tela do celular).
DELEGADO: (O delegado segura o aparelho celular e observa foto por alguns
segundos. Em seguida ele dá alguns passos e entrega o celular ao investigador).
INVESTIGADOR GARCIA: (Confere a foto e sorri ao entregar o celular a Ulisses).
ULISSES: (Observa a foto e identifica Amanda dentro do veículo) É ela, é a
bandida. Pegamos ela! (Diz eufórico).
CONTINUA!
Trilha Sonora Oficial,
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