Capítulo 54
(Último Capítulo)
Cena 01 – Indústrias
Assumpção [Interna/Noite]
(Cristina estava completamente aterrorizada
do outro lado da linha).
AMANDA: Cristininha, amiga! Você ainda está aí? (Debocha).
CRISTINA: Não faça nada com a minha filha, eu te peço por tudo. Eu faço qualquer
coisa, só não faça mal a ela!
AMANDA: Se você quiser evitar que algo aconteça com essa menina chorona, você
tem até amanhã para me arrumar 10 milhões de reais.
CRISTINA: Mas isso é muito dinheiro, eu não tenho toda essa quantia.
(Desespera-se).
AMANDA: Ora, não seja mentirosa! A nossa vovozinha é milionária. Use a sua
imaginação! Ou é isso, ou eu jogo essa pirralha de um viaduto! (Encerra a
ligação).
(Amanda caminha até
a esteira onde a menina está e a observa).
AMANDA: É, menina nojenta... Você será o meu passaporte para a liberdade! Eu
vou pegar a minha grana e vou desaparecer. Só tem uma coisa... Eu não vou te
devolver! (Dá uma gargalhada).
Cena 02 – Sobrado
de Sofia [Interna/Noite]
Música da cena:
With You – Sam Bailey
(Com a transição de cenas, surge a
fachada da casa de Sofia. Após encerrada a festa, Sofia e Murilo haviam
decidido se recolher em casa).
MURILO: Ainda bem que o Tiago e o Daniel viajaram antes de ficar sabendo de
tudo, não é? (Falou ao sentar-se na cama para retirar os sapatos).
SOFIA: É, você tem razão! Agora o que me preocupa é a Cristina. A filha dela
está nas mãos de uma criatura que é o próprio maligno, de tanta perversidade.
(Responde enquanto tira os brincos olhando-se no espelho).
MURILO: Você acha que ela pode fazer algo contra a menina? (Pergunta temoroso).
SOFIA: (Vira-se para Murilo) Eu acho que ela pode preparar uma armadilha para
atrair a Cristina, afinal ela sempre foi o alvo da Amanda. (Responde
pensativa).
Cena 03 – Casa de
Marina e Antônio [Interna/Noite]
Música da cena:
Because You Loved Me – Cláudia Rezende
(Imagens externas apresentam as ruas
do bairro do Bixiga, quando surge a fachada da casa de Marina e Antônio.
Desesperada, Cristina pensava em como levantar o dinheiro).
CRISTINA: (Chora enquanto é consolada por Marina) O que vai ser da minha filha,
meu Deus? (Questiona-se).
RODRIGO: Eu já liguei para o gerente do banco, não expliquei direito do que se
tratava para o caso não ganhar repercussão, mas ele me garantiu que conseguir
levantar a quantia amanhã.
ULISSES: Nós precisamos manter a calma, a Amanda quer nos desestabilizar para
conseguir tudo o que puder. Ela não vai fazer nada com a Mariana, ela sabe que
isso seria o fim dela.
ANTÔNIO: Difícil pensar assim! Por mim, eu acabaria de vez com aquela assassina.
(A campainha toca).
LETÍCIA: (Levanta-se do sofá) Eu abro! (Disse ao ir até a porta).
MARION: Boa noite a todos! (Disse ao entrar carregando uma mala de couro, após
Letícia abrir a porta).
CRISTINA: Vovó, o que está fazendo aqui? (Pergunta surpreso).
MARION: Como o que eu estou fazendo aqui? Eu vim ajudar! (Responde).
MURILO NETO: Fui eu quem contou o que estava acontecendo, pensei que a nossa avó
poderia nos ajudar, Cris. (Explica).
MARION: Eu trouxe o dinheiro do resgate! Não tinha exatamente os dez milhões em
dinheiro, mas trouxe algumas joias de família! (Revela ao abrir a maleta em
cima da mesinha da sala, deixando todos boquiabertos com a quantidade de
dinheiro e joias).
LETÍCIA: Minha nossa! (Diz surpresa ao ver o dinheiro).
CRISTINA: Vovó, é muito dinheiro! Eu não posso aceitar...
MARION: É claro que pode e deve! Você me estendeu a mão quando eu nunca
imaginei e mesmo depois de eu ter te feito tanto mal, está na hora de retribuir
tudo isso. Ela é minha bisneta, somos uma família apesar dos apesares. Eu
ficaria ofendida se você não aceitasse. Por favor, Cristina! Eu quero ajudar.
(Todos permanecem
em silêncio, observando as duas).
CRISTINA: (Olha para a maleta e em seguida para Marion. Logo após ela fica de pé
e abraça Marion) Obrigada, vovó... Obrigada! (Agradece aos prantos, sendo
consolada por Marion).
Cena 04 – Indústrias
Assumpção [Interna/Manhã]
Música da cena: Bandida
- Cleo
(O dia amanhece, imagens externas
apresentam as grandes avenidas da cidade. Carros percorrem as ruas, pessoas
caminham de um lado para o outro e em seguida surge a fachada da fábrica. Após
lavar o rosto no banheiro, Amanda se observou no espelho por alguns instantes e
em seguida retornou para o setor de produção).
AMANDA: (Olha para Mariana e percebe que ela adormeceu) Até que enfim você
chorou, menina nojenta. Pensei que você iria me enlouquecer de tanto berrar,
quase não consegui raciocinar. (Fica em silêncio por um breve momento, em
seguida ela pega o celular que havia roubado da mulher do carro e liga para
Cristina mais uma vez). – Alô, amiga? Sabia que você estaria me esperando. Não
se preocupe, você não vai precisar nem de papel e nem de caneta para anotar as
coordenadas. Preste atenção!
(Do outro lado da
linha, Cristina ouvia atentamente o que Amanda dizia).
CRISTINA: Sim, eu sei! Pode falar... (Responde).
AMANDA: Ah, pra você não dizer que eu sou ruim, vou te deixar trazer companhia,
mas só as que eu escolher. Você pode trazer o professorzinho de quinta e o meu
Ulisses. Não se esqueça de não meter a polícia nessa história, ou você nunca
mais verá essa menina chorona. (Grita).
CRISTINA: (Olha para Rodrigo e Ulisses, respondendo em seguida) Tudo bem, será
como você quiser. Estaremos aí! (conclui).
AMANDA: (Desliga e em seguida se aproxima de Mariana, novamente) Sabe que eu
ainda não decidi o seu destino? A única coisa que eu sei é que não vou te
devolver, só não sei o que vem depois. Se eu te levo comigo, te jogo numa lata
de lixo ou te espremo em uma dessas máquinas. Qualquer uma dessas opções vai me
dar o imenso prazer de ver a sua mãe sofrer! (Fala com o olhar frio para a
menina).
Cena 05 – Ruas de
São Paulo [Externa/Manhã]
(Um grupo de policias estava cercando
uma área no subúrbio da cidade, nas proximidades de uma rua sem saída, quando o
Investigador Garcia se aproximou).
INVESTIGADOR GARCIA: E então, o que temos aqui? (Pergunta após furar o bloqueio especial).
POLICIAL: Um furto de veículo, a vítima e dona do carro estava dentro do
porta-malas.
INVESTIGADOR GARCIA: E onde ela está? Eu quero falar com ela!
POLICIAL: Claro, ela está na viatura. Me acompanhe!
(Juntos, Garcia e o
policial atravessam a rua e se aproximam da viatura. Com a porta do veículo
aberta, a mulher estava sentada no banco do carona tentando se recompor).
POLICIAL: Aí está ela!
INVESTIGADOR GARCIA: A senhora está se sentindo melhor?
MULHER: (Balança a cabeça, dizendo que sim).
INVESTIGADOR GARCIA: Bom, eu preciso saber o que aconteceu. O seu carro foi roubado nas
imediações de onde aconteceu um acidente e desse acidente, fugiu uma criminosa
muito perigosa. Quem roubou o seu carro foi essa mulher? (Pergunta mostrando
uma foto de Amanda).
MULHER: (Olha para a foto com um olhar de pavor) Foi, foi ela sim... Ela está
armada, ela me rendeu e me deu uma pancada na cabeça. Do porta-malas conseguia
ouvir a risada dela. Essa mulher é completamente louca!
INVESTIGADOR GARCIA: E o que mais você ouviu? Tem mais alguma coisa que você acha que é
importante a polícia saber?
MULHER: Parece que ela quer se vingar de alguém. Eu só não entendi muito bem
essa parte, parece que é de uma amiga. É, é isso... Ela dizia “amiga”. (Conclui).
INVESTIGADOR GARCIA: É claro! Muito obrigado, senhora. Fico feliz que esteja bem, mas isso é
tudo. Agora eu tenho que ir, com licença! (Garcia volta apressado e caminha em
direção de onde deixou seu carro estacionado, enquanto caminha, ele retira o celular
do bolso e liga para o delegado). – Eu preciso de reforços, a bandida vai
querer dar a cartada final, ela vai tentar pegar a amiga, precisamos encontrar
essa Cristina, assim encontraremos a Amanda. (Encerra a ligação e entra no
carro).
Cena 06 – Indústrias
Assumpção [Externa/Manhã]
(O carro de Ulisses estaciona em
frente a aérea externa da fábrica de Marion, em seguida os três descem do
carro).
RODRIGO: Estão prontos? (Pergunta observando a fachada da fábrica).
ULISSES: Sim, vamos lá resgatar a Mariana. (Responde).
CRISTINA: (Observa a fachada da fábrica e permanece em silêncio por um breve
momento) Eu estou com um mal pressentimento!
Cena 07 – Casa de
Marina e Antônio [Interna/Manhã]
(Com a transição de cenas, surge a
fachada da casa de Marina. Apreensivos, Murilo Neto, Marina, Marion, Antônio e
Letícia aguardavam por notícias)
MARION: Céus, que demora! Meu coração não aguenta essa aflição. Será que eles
já chegaram ao ponto de encontro? (Pensa em voz alta).
LETÍCIA: Eu acho que sim! Só espero que consigam deter aquela maluca...
ANTÔNIO: Eu deveria ter ido, não consigo entender porque eles acataram as
vontades daquela psicopata! (Reclama).
MURILO NETO: Foi melhor assim, tio! A Amanda é muito perigosa, ela poderia se rebelar
se visse alguém lá, além de quem ela determinou.
(A campainha toca).
MARINA: Cristina! (Levanta-se rapidamente e corre para abrir a porta).
INSPETOR GARCIA: Bom dia, eu sou da polícia e estou procurando Cristina Assumpção! (Diz
ao mostrar o distintivo).
ANTÔNIO: (Assusta-se) Inspetor Garcia, o que está fazendo aqui?
INSPETOR GARCIA: (Estica o pescoço e nota a expressão de tensão de todos que estão na
sala) Eu vim fazer apenas uma apuração, mas acabo de mudar de ideia. Algo me
diz que já aconteceu o que eu estava prevendo. Será que eu posso entrar?
(Questiona encarando os dois).
Cena 08 – Indústrias
Assumpção [Externa/Manhã]
(Conforme combinado, Rodrigo,
Cristina e Ulisses foram para o terraço do prédio onde ficava instalada a
fábrica de Marion).
ULISSES: (Observa ao redor) Tem certeza que o lugar é esse?
CRISTINA: Tenho! Tenho sim, ela disse que era pra gente encontrar ela no terraço
da fábrica. O terraço é aqui, mas onde ela está com a minha filha? (Pergunta
aflita).
RODRIGO: Ali! (Aponta).
(Nesse momento,
Amanda sai de trás de uma parede e surge carregando Mariana com um braço e
segurando uma arma com a outra mão).
AMANDA: Enfim vocês chegaram. Agora a festa vai começar! (Afirma sorridente).
Cena 09 – Indústrias
Assumpção [Interna/Manhã]
(Os quatros se encaravam no alto da
fábrica. De um lado, Amanda segurava Mariana, sob a mira de uma arma de fogo,
enquanto do outro lado do terraço, Cristina, Rodrigo e Ulisses assistiam a
cena, aflitos).
RODRIGO: Amanda, abaixa essa arma! Nós trouxemos o seu dinheiro, está tudo aqui,
como você pediu... Entregue a menina e nós iremos embora! (Diz tentando se
aproximar, enquanto carrega a mala com o resgate).
ULISSES: (Observa Amanda, tentando conseguir uma brecha para pegar a menina).
CRISTINA: Amanda, eu te imploro! Não faça nada com a minha filha... Ela é só um
bebê, não tem culpa do que aconteceu entre nós, por tudo o que mais ama. Se um
dia realmente você gostou de mim como uma irmã, como dizia no passado, devolva
a minha filha! (Pede com a voz embargada).
AMANDA: (Olha para Cristina e por um momento, parece titubear do que está
fazendo) Eu devolvo a menina, mas só se você trouxer a mala com o dinheiro.
RODRIGO: Não, não, não... Ela não vai, eu vou no lugar dela e levo a maleta.
(Diz nervoso).
ULISSES: Amanda, você tem dois homens dispostos a trocar de lugar com essa
criança. Devolva a menina, é a melhor coisa que você tem a fazer!
AMANDA: Vocês, não! Ela, somente ela e eu devolvo a menina. (Grita).
Cena 10 – Casa de
Marina e Antônio [Interna/Manhã]
(Todos continuavam aflitos, esperando
por noticia na sala da casa de Marina e Antônio).
LETÍCIA: Meu Deus, eu vou roer todas as minhas unhas de tanta ansiedade! Será que
eles já encontraram a bandida?
MARION: Aposto que sim! Agora que o Antônio e o Murilo Neto foram junto a
polícia, tenho certeza que teremos notícias mais rapidamente.
MARINA: A única coisa que nos resta agora é rezar, para que Deus proteja a
nossa família! (Responde enquanto olha para a imagem de Nossa Senhora de Aparecida).
LETÍCIA: A senhora tem razão! (Letícia vai até Marina e as duas dão as mãos).
MARION: (As observa sem graça).
MARINA: (Olha para Marion) Junte-se a nós, mamãe!
MARION: (Surpreende-se, pois há anos Marina não a chamava de mãe) Eu?
MARINA: É, a senhora também faz parte da família. (Responde estendendo a mão
para Marion).
MARION: (Observa Marina com os olhos marejados e em seguida dá a mão a Marina).
(Juntas, as três
começam a interceder em oração).
Cena 11 –
Indústrias Assumpção [Interna/Manhã]
(Amanda encarava os três, enquanto
segurava Mariana no colo).
RODRIGO: Não vá, Cristina... Essa mulher te odeia, ela quer te fazer mal!
ULISSES: Ele tem razão, Cristina. A Amanda pode está tramando uma nova armadilha!
CRISTINA: (Arranca a mala da mão de Rodrigo) É claro que eu vou, é a vida da
minha filha que está em jogo e se for preciso dar a minha vida por ela, eu
darei.
(Cautelosamente,
Cristina se aproxima de Amanda).
AMANDA: Devagar, devagar... Coloca a maleta no chão. Vai! (Ordena).
CRISTINA: (Coloca a mala próxima aos pés de Amanda) Amanda, devolve a minha
filha. Você vai ter coragem de fazer mal a ela? Você vai fazer mal a uma
criança que nunca te faz nada? Você se esqueceu de tudo o que vivemos juntas?
Quantas lágrimas secamos uma da outra! Eu gosto de você como uma irmã, ela é
como sua também...
AMANDA: Minha? (Pergunta surpresa).
CRISTINA: É, é claro! Você não lembra de quando eu sonhava em ter uma família e
você sempre fazia parte dela? (Fala enquanto se aproxima de Amanda).
AMANDA: Lembro... Você dizia que eu seria a madrinha dos seus filhos! (Responde
começando a demonstrar desequilíbrio mental).
CRISTINA: Me entrega a minha filha e nada vai te acontecer. Pega esse dinheiro,
desaparece e refaz a tua vida. Você ainda é jovem, bonita e tem toda a
oportunidade do mundo, não desperdice! Devolve a minha filha...
AMANDA: (Olha para a menina e em seguida olha para Cristina).
RODRIGO: O que será que está acontecendo lá? (Pergunta observando a cena de
longe).
ULISSES: Eu não faço ideia! (Responde).
AMANDA: (Olha para a menina e resolve atender ao pedido de Cristina).
CRISTINA: (Segura Mariana no colo) Minha filha! Minha filha... (Chora).
(Nesse momento,
surge um helicóptero, policiais começam a adentrar no terraço em bandos sob
comando do Investigador Garcia, logo após surgem Murilo Neto e Antônio).
INVESTIGADOR: Amanda, você está cercada! Coloque a arma no chão e se entregue...
AMANDA: Me entregar? Eu não vou me entregar é nunca... (Ergue a arma e a aponta
na direção da polícia).
CRISTINA: Não, Amanda! O que você vai fazer? Abaixe essa arma!
INVESTIGADOR GARCIA: Abaixe a arma, é a última vez que eu vou pedir. Você está cercada!
(Grita).
AMANDA: Eu não vou acabar numa cadeia nunca! Sabem porquê? Porque eu sou Amanda
Assumpção! (Grita).
ULISSES: O que ela vai fazer? (Pergunta a si mesmo aflito).
AMANDA: (Coloca o dedo no gatilho e mira um alvo) Vamos lá Amanda, coragem!
(Respira lentamente e em seguida, aperta o gatilho).
RODRIGO: Cristina! (Grita aterrorizado).
(Ouvimos um disparo
de arma de fogo e a imagem fica toda branca).
Cena 12 – Ruas de
São Paulo [Externa/Tarde]
Música da cena:
Amarelo, Azul e Branco – ANAVITÓRIA, Rita Lee
(O dia amanhece e anoitece
rapidamente. Pessoas caminham pelas ruas, carros percorrem as grandes avenidas
e os principais pontos turísticos da cidade são apresentados. Imagens aéreas
revelam os grandes edifícios da capital).
ALGUM TEMPO
DEPOIS...
Cena 13 – Convento
[Interna/Tarde]
(As noviças iam uma a uma de encontro
a Madre e a um Padre oficializar seus votos dentro da capela do convento. Nos
bancos, apenas os familiares assistiam à cerimônia).
ULISSES: (Observa o avô durante a cerimônia) O que foi vovô? Você parece
distante!
JOAQUIM: Não é nada, eu apenas pensei que a sua irmã não fosse ter coragem e que
fosse mudar de ideia... Só isso! (Responde).
MADRE: Irmã Janice de Castro! (chama).
IRMÃ JANICE: (Olha para trás e em seguida se aproxima) Aqui estou, madre. (Responde
entristecida).
(Nesse momento,
todos olham para trás ao ouvir passos).
IRMÃ JANICE: (Olha novamente para trás e se surpreende).
BETO: Você não pode fazer isso, Janice. Você não pode matar o que sente por
mim. O que sentimos um pelo outro!
MADRE: Mas que sacrilégio esse homem está dizendo? Isso aqui é a casa de Deus!
BETO: Janice, eu amo você! Fica comigo...
PADRE: Céus! (Responde surpreso).
IRMÃ JANICE: Sinto muito, madre! Mas, Deus também é amor! (Em seguida Janice olha
para trás e corre na direção de Beto).
Música da cena:
Diferença Mara
(Todos observam a
cena surpreendidos. Janice então se aproxima de Beto e os dois se beijam pela
primeira vez).
MADRE: Pecadora! (Desmaia).
BETO: Vamos sair daqui? (Questiona).
IRMÃ JANICE: (Sorri) Vamos!
(Os dois então,
correm pela igreja até o lado de fora).
IRMÃ JANICE: Espera, espera... Está faltando uma coisa! (Diz ao parar de correr).
BETO: O que foi? Do que está falando? (Estranha).
IRMÃ JANICE: Disso! (Arranca o véu da cabeça e o atira para longe, revelando seu
cabelo castanho claro pela primeira vez). – Agora podemos ir! (Conclui).
Cena 14 – Hospital
Paulo Toledo [Interna/Tarde]
(Sentados no
consultório, Sofia, Murilo e Tiago aguardavam com uma expressão de tensão).
(Virginia entra em silêncio, carregando consigo
um envelope).
(Os três a observam, ansiosos).
Cena 15 – Casa de
Marina e Antônio [Interna/Noite]
Música da cena:
Because You Loved Me – Cláudia Rezende
(Todos estavam reunidos em volta da
mesa de jantar na casa de Marina, que haviam cada vez mais agregados).
DANIEL: Pronto, Letícia! Já estamos todos aqui, já pode fazer o seu anúncio.
Estamos ouvindo...
MARINA: É, minha filha. Estamos curiosos! (Responde).
(Letícia e Murilo
Neto ficam de pé).
LETÍCIA: Bem, não é mais nenhuma novidade para vocês, que eu e o Murilo Neto nos
apaixonamos e resolvemos ficar juntos. Por esse motivo, nós dois resolvemos...
Casar! (Diz ao mostrar a mão com o anel de noivado no dedo).
(todos vibram com a
notícia).
MURILO NETO: E tem mais! O Théo vai deixar de ser filho único e foi promovido a
irmão mais velho.
CRISTINA: Mentira! Eu não acredito... (Responde surpresa).
STELLA: Quer dizer que agora eu terei dois netinhos? (Questiona sorridente ao
segurar Théo).
ANTÔNIO: É, mulher... Se as coisas continuarem assim... Vamos precisar de uma
mesa de jantar nova.
MARINA: Acho melhor já irmos providenciando... (Beija Antônio).
MARION: Felicidade aos dois e a nossa família que segue aumentando. Um brinde a
família! (Ergue uma taça de vinho).
TODOS: Um brinde a família! (Erguem a taça).
Cena 16 – Aeroporto
[Interna/Manhã]
Música da cena: A
Primera Vista – Pedro Aznar
(Com a transição de cenas, podemos
ouvir os sons das turbinas de um avião aterrissando. Em seguida surge a fachada
do aeroporto. Na área interna, Ulisses faz check-in e despacha sua mala. Em
seguida, ele entra na aeronave e procura a sua poltrona).
ULISSES: (Observa os números indicadores nas poltronas, enquanto caminha pelo
corredor do avião) 22, 23, 24, 25, 26... Ué, você aqui? (Diz ao chegar e se
surpreender com a pessoa que está sentada na poltrona ao lado da sua).
MARIA PAULA: Ulisses! O que faz nesse vôo? Não me diga que você também está indo ao
congresso na Bélgica? (Pergunta também surpresa).
ULISSES: Oui m'dame! (Responde ao se sentar e em seguida, afivelar o cinto de
segurança). – Pelo o que vejo, vamos para o mesmo lugar, coincidentemente no
mesmo avião, um ao lado do outro. Coincidência engraçada, né?
MARIA PAULA: Eu não acredito em coincidências, eu acredito que as coisas acontecem
porque tem que acontecer. Só isso! (Fala olhando fixamente para Ulisses).
(Nesse momento, a
comissária de vôo surge empurrando um carrinho de serviço de bordo).
COMISSÁRIA: Champanhe, senhores? (Pergunta segurando a garrafa).
(Ulisses e Maria
Paula por um breve momento, como se estivessem decidido e sorriem).
ULISSES: Champanhe! (Responde).
(A comissária serve
duas taças e em seguida se afasta para continuar atendendo aos outros
passageiros).
MARIA PAULA: Vamos brindar? (Pergunta erguendo a taça).
ULISSES: Eu proponho um brinde a vida que nos trouxe até aqui hoje e a você,
minha mais nova companheira de viagem.
MARIA PAULA: (Sorri) A vida e a você, companheiro de viagem! (Diz ao tocar na taça
de Ulisses).
(Os dois bebem o champanhe.
Em seguida, da área externa podemos ver o avião decolar).
Cena 17 – Cemitério
[Interna/Manhã]
Música da cena:
Vicio – Glória Groove
(Imagens aéreas mostram a cidade de
São Paulo através de seus grandes edifícios. Em seguida, surge o cemitério. Debruçada
sobre um túmulo, Jacqueline acendeu uma vela e colocou flores ao lado da lápide
de Vavo).
JACQUELINE: Meu amor, você não sabe o quanto tem feito falta. Não tem um só dia em
que eu não lembre de você. Eu te amei tanto e ainda te amo, não sei se vou
conseguir me curar dessa dor, mas se você puder, me ajuda a cicatrizar essa
ferida. Eu preciso de um sinal, apenas um sinal! (Fala olhando para a lápide no
túmulo).
Cena 18 – Catedral
Metropolitana [Interna/Tarde]
Música da cena:
In The Silence - Leroy Sanchez
(Com a transição de cenas, surge a fachada da
Catedral. Os convidados que estavam sentados, levantaram-se ao ouvir que a
noiva estava chegando. No altar, Marina, Letícia e Tiago aguardavam de um lado.
Enquanto do outro, estavam Daniel, Milena e Murilo Neto. Foi nesse momento que
as duas portas da igreja se abriram, iluminando o corredor principal da igreja,
com uma passarela de petalas de flores entre os bancos. Cissa entrou jogando
mais petálas pelo caminho. Logo após, Antônio entrou ao lado de Cristina e a
conduziu até o altar).
PADRE: As alianças, por favor! (Benze as duas alianças de ouro com água benta).
RODRIGO: Cristina, receba essa aliança em nome do meu amor, fidelidade e respeito. Eu prometo te honrar e te fazer feliz na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até o fim de nossos dias. (Diz ao colocar a aliança no dedo de Cristina).
CRISTINA: Rodrigo, receba essa aliança em nome do meu amor, fidelidade e respeito. Eu prometo te honrar e te fazer feliz na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até o fim de nossos dias. (Coloca a aliança no dedo de Rodrigo).
PADRE: O que Deus uniu, o homem não separa. Cristina e Rodrigo, eu vos declaro, casados! Podem se beijar. (Diz ao concluir a cerimônia).
(Rodrigo se levanta e ajuda Cristina a ficar de pé, em seguida os dois se aproximam e se olham nos olhos).
RODRIGO: Hoje é o dia mais feliz da minha vida! (Diz sorridente).
CRISTINA: Errado! A partir de agora começam os melhores dias das nossas vidas. Independentemente do que vier, estaremos juntos e seremos um só. (Responde serena).
(Os dois então se beijam e os convidados presentes aplaudem eufóricos).
Cena 19 – Salão de
Festas [Interna/Noite]
Música da cena:
Oceana - OUTROEU, Melim
(O salão de festas
estava extremamente decorado, haviam flores por todos os lados, garçons
caminhavam carregando bandejas de um lado para o outro, enquanto os convidados
começam a chegar. Cristina e Rodrigo cumprimentam familiares e amigos, enquanto
a banda toca música ao vivo).
MILENA: Amiga, tá na hora de jogar o buquê! (Diz ao se aproximar).
CRISTINA: O dever me chama! (Beija Rodrigo, ao se despedir momentaneamente).
(Em seguida
Cristina sobe ao palco e a banda interrompe a música).
CRISTINA: Atenção solteiras de plantão, essa é a hora! Última chamada...
(Vira-se).
(As mulheres
solteiras se juntam próximo ao palco, entre elas: Letícia, Milena Jacqueline e
Janice).
CRISTINA: Vamos lá! É um... É dois... É três... E... Já! (Joga o buquê e vira-se
para a frente para olhar quem pegou).
(É nesse momento
que percebemos que quem pegou o buquê entre as mulheres solteiras foi
Jacqueline).
CRISTINA: Aí, Jacqueline! Você será a próxima... (Diz aplaudindo).
JACQUELINE: (Sorri sem graça e em seguida olha para Stella).
STELLA: (Ergue uma taça de champanhe, simbolizando um brinde e em seguida pisca
o olho para Jacqueline).
Cena 19 – Salão de
Festas (Jardim) [Externa/Noite]
(Marion observava o jardim da porta
que dava acesso a área externa da casa de eventos, quando alguém se aproximou).
MARION: Murilo! (Diz emocionada ao ver o filho perto dela novamente).
MURILO: Eu estava te observando de longe e pensei que esse seria o momento
ideal para dizer o que eu tinha a dizer.
MARION: Se você quiser brigar, esse não é o momento. Não vamos estragar o
casamento da...
MURILO: (Interrompe) Eu não vim brigar, pelo contrário eu vim selar a paz de uma
vez por todas. Eu te perdoo por tudo e estou disposto a colocar uma pedra em
cima desse assunto. Eu já me acertei com o meu pai e ele também concordou que
devemos virar essa página. Posso te dar um abraço?
MARION: (Uma lágrima escorre do seu olhar) Pode... É claro!
MURILO: (Se aproxima de Marion e a abraça).
MARION: Eu te amo, meu filho. Eu te amo! (Diz ao abraçar Murilo, em seguida ela
nota que Joaquim está acenando de longe para ela).
Cena 20 – Salão de
Festas [Interna/Noite]
(Todos dançavam na pista de dança,
enquanto um fotografo registrava todos os momentos da festa).
RODRIGO: Feliz? (Pergunta enquanto dança abraçado com Cristina).
CRISTINA: Imensamente, principalmente depois do presente que me deu. A nossa
Mariana!
(Mais distante,
Antônio e Marina dançavam entre os casais).
ANTÔNIO: É, parece que enfim as coisas se encaixaram. Vamos viver felizes agora!
MARINA: Feliz? Apesar de toda alegria e emoção, eu confesso que estou um pouco
triste. Todos os nossos filhos construindo suas próprias famílias, nós dois
sozinhos naquela casa. Não sei se estou pronta para isso!
ANTÔNIO: Talvez eu tenha uma solução pra isso. Eu consegui reconstruir a minha
oficina, temos nossos filhos adultos e resolvidos, não somos tão velhos...
Vamos adotar uma criança!
MARINA: Adotar uma criança? (pergunta surpresa).
ANTÔNIO: É, adotar uma criança. Você não gostou da ideia?
MARINA: Pelo contrário, eu amei! Vamos adotar uma criança! (Abraça Antônio e o
beija).
Cena 21 – Casa de
Praia (Guarujá) [Interna/Manhã]
Música da cena: In
The Silence – Leroy Sanchez
ALGUM TEMPO
DEPOIS...
(Cristina surge caminhando por uma
casa litorânea, quando ouvimos seu telefone tocar, era uma chamada de vídeo).
CRISTINA: Mãe, que saudade!
MARINA: Minha filha, nós estamos morrendo de saudades. Como vão as coisas por
aí?
CRISTINA: Ah, vão muito bem. Não tem como não estar, esse lugar é um verdadeiro
paraíso. No começo eu achei que morar aqui, fosse ser uma loucura, mas o
Rodrigo insistiu de que foi aqui que tudo começou entre nós, então eu resolvi
aceitar embarcar nessa viagem. Agora a senhora e o papai estão me devendo uma
visita! Meus irmãos também... Porque vocês não vêm no fim de semana? Aqui tá
fazendo um sol maravilhoso.
MARINA: Ah, eu vou falar com seu pai a respeito disso. Agora me conte as
novidades! Eu quero saber de tudo...
CRISTINA: Ah, aconteceu tanta coisa nesse meio tempo. Tá sentada? Porque aí vem
história! (comenta).
Cena 22 – Cenas
Diversas [Interna/Manhã]
Música da cena: Seu
Lugar – Lucas Mennezes
(Com a continuação da cena anterior,
podemos ouvir a voz de Cristina narrar alguns acontecimentos).
- Vamos começar pela Letícia. Depois
do que aconteceu com o André, ela colocou pra frente essa ideia de ajudar
mulheres vítimas de violência doméstica e começou a estudar psicologia. Ela o
Murilo Neto vão ter uma menina nos próximos meses;
- Tiago e Daniel compraram o seu
primeiro apartamento. O Vicente é uma criança muito esperta e ama os dois pais
por igual. Daniel está gravando o seu primeiro CD e é muito querido pelo
público;
- A Janice e o Beto acabaram de ficar
noivos, acho que vem casamento por aí;
- A minha avó e o seu Joaquim estão
cada vez mais próximos. Ele resolveu prestar assessoria jurídica na empresa
dela só para ficarem juntos, acredita?
- O meu tio Murilo e a Sofia
finalmente resolveram sair do chove e não molha, casaram no civil e estão tocando
o bar juntinhos e apaixonados;
- A Jacqueline e a Stella, as duas
mulheres do Vavo, quem diriam, hoje estão juntas e felizes;
- Caio está apaixonado pela Mia, sua
colega de turma e em breve deve prestar vestibular;
- A Bárbara, avó dele perdeu tudo.
Ficamos sabendo que ela está morando nas ruas de São Paulo, mas ela não quer
nossa ajuda;
- Ulisses e a Maria Paula deram muito
certo, acredita? Eles dois estão morando juntos na Bélgica e pensam em montar
um escritório juntos;
- A única pessoa de quem eu não tenho
notícias, é a Amanda. As vezes me pego pensando nela e no que se tornou sua vida.
Não sei porque me sinto assim, nem o porque dela me odiar tanto, quando dia ela
se disse tão minha amiga, ou melhor, minha querida inimiga. (Conclui).
Cena 23 – Sanatório
Judiciário [Interna/Manhã]
Música da cena:
Bandida - Cleo
(Imagens externas apresentam as
grandes avenidas da cidade. Percorremos a Avenida Paulista, Avenida São João e
Masp. Em seguida surge a fachada do sanatório judiciário. Na área externa,
algumas pacientes caminhavam de um lado para o outro, enquanto outras eram
agressivas. De repente, uma enfermeira deixou a área interna e caminhou pelo jardim,
até se aproximar do banco perto da fonte).
ENFERMEIRA: Aí está você, eu estava te procurando, Amanda. Está na hora do seu
remédio! (Diz segurando um copo e um frasco de comprimidos).
AMANDA: Eu não me chamo Amanda, já disse! O meu nome é Cristina. Cristina
Assumpção! (Responde completamente abatida e despenteada).
ENFERMEIRA: Está bem, Cristina! Agora tome o seu remédio, você não pode deixar de
tomar, é para o seu bem. (Fala ao entregar o copo e dois comprimidos para
Amanda).
AMANDA: (Coloca os dois comprimidos e bebe um pouco d’água) Pronto! (Abre a
boca para mostrar que engoliu).
ENFERMEIRA: Ótimo! Agora eu vou voltar para a área interna, nada de arrumar briga
com as suas colegas, entendeu?
AMANDA: Escuta, você não viu a minha filha? Ela se chama Mariana, o pai a levou
brincar com os irmãos, mas ele ainda não a trouxe. Será que ele me roubou?
Mariana! Mariana... (Grita completamente enlouquecida). – A sua mãe precisa de
você. A sua mãe sou eu! (Conclui olhando para o nada).
Cena 24 – Casa de
Praia (Guarujá) [Interna/Tarde]
Música da cena: In
The Silence – Leroy Sanchez
(Caio e Mia surgem carregando algumas
bandejas, enquanto Cissa e Rodrigo estendem uma toalha na areia. Em seguida,
Cristina surge caminhando na praia de mãos dadas com Mariana).
CRISTINA: Piquinique na praia, ver o pôr do sol na praia... Essa é a vida que eu
pedi a Deus! (Brinca).
RODRIGO: (Beija Cristina) Chegou quem faltava!
(Os cincos se
sentam na toalha, enquanto Cissa faz um castelo de areia).
RODRIGO: Eu nunca estive tão feliz em toda a minha vida, sabia? Você realmente
era a parte que nos faltava. Que bom que você chegou, amor!
CAIO: O meu pai tem razão, Cristina. Graças a você, a paz reinou na nossa
família e agora vivemos na mais repleta paz. Eu e meu pai nem brigamos mais,
quer dizer, só um pouquinho, né? (Brinca).
CRISTINA: Está vendo, Mariana? Como é que a mamãe fica com esse monte de elogio
dos rapazes da família? O coração transborda de tanto amor. Vocês são a família
que eu sempre sonhei. (Responde sorridente).
MIA: Gente, vamos registrar esse momento? Eu vou tirar uma foto!
CAIO: Ah, não! Foto de novo, Mia? (Resmunga).
RODRIGO: Foto de novo, sim senhor! Vamos sim... Cissa, vem aqui! (Grita chamando
a menina). – Vamos tirar uma foto!
(Cissa se aproxima
e se acomoda ao lado de Rodrigo, Cristina e Mariana, enquanto Caio arruma o
cabelo. Mia encaixa o celular na areia e programa o disparador automático, em
seguida ela corre de volta para a toalha onde todos estavam sentados).
CRISTINA: Vamos filha, olha o passarinho! (Diz orientando Mariana a olhar na
direção do celular).
(O celular então
fotografa a família sorridente. A imagem se aproxima e congela na fotografia,
com o pôr-do-sol no fundo).
FIM!
Trilha Sonora Oficial,
Obrigado pelo seu comentário!