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O Ranzinza - Capitulo 05

 



CONTO DE NATAL

"O RANZINZA"
INSPIRADO NA HISTÓRIA DE CHARLES DICKENS

Episódio 5 - Final

Cena 1, Quarto de Epaminondas, noite.

Doze badaladas são tocadas.

Agora, um espírito de um negrume descomunal aparece.

Epaminondas sente a aura dessa criatura com atroz, sem vida, sem perspectiva.

Epaminondas: Você deve ser o último fantasma.

O ser não falava, apenas apontava com a mão a direção a uma porta.

Epaminondas fez questão de entrar.

Cena 2, Quarto de Epaminondas, dia.

A empregada e o que parecia um médico estão conversando.

Madame Sanchez: O coitado. Morreu.

Médico: Viveu uma vida sendo o que era.

Madame Sanchez: Uma pobre alma amargurada sem anseios de mudança.

Médico: Que o Senhor tenha misericórdia desta pobre alma.

O fantasma agora aponta para ao longe.

Cena 3, Casa de Valter, Quarto de Tom, dia.

A casa estava quieta.

Ninguém falava a não ser o pranto, a dor e a tristeza.

Valter: Por que?! Por que?!

Astrid: Injustiça!

Todos choram.

Epaminondas começa a chorar.

Outro salto no tempo acontece.

Cena 4, Casa de Madame Sanchez, Rua Vine, noite.

A empregada de Epaminondas e um homem de aspecto mirrado riam.

Homem: Então, você pegou todas as coisas dele?

Madame Sanchez: Mas é claro que sim! Ele não vai sentir falta, já que está morto.

Homem: Não seja insensível, Ángela.

Madame Sanchez: E por acaso ele foi sensível com alguém?! Aquela casa vai ser demolida ou vendida pra um casal de novos ricos.

Epaminondas: Ingrata! Depois de anos de servidão na minha casa! Está despedida! Despedida!

O espírito aponta para frente. Outro salto no tempo.

Cena 5, Cemitério, dia.

Dois homens conversavam ao fundo.

Homem #1: Sinceramente foi trágico.

Homem #2: Foi necessário, ele não fazia falta.

Homem #1: Agora já se foi. O mundo respira em paz sem a amargura dessa pobre criatura.

Epaminondas: Diga-me espírito, de quem é aquela lápide?!

Tudo escurece.

Os pés de Epaminondas estão sob uma talha de madeira.

Um nome está escrito:

Epaminondas da Costa Conceição e Silva
Nasc. 12/02/1888
Mort. 25/12/1946

Epaminondas começa a berrar de medo.

Epaminondas: Não! Não pode ser!

Cena 6, Quarto de Epaminondas, dia.

O sol brilhava lá fora.

Era só um sonho. Ou será que realmente aconteceu?

Epaminondas não se importava mais. Ele tinha aprendido o verdadeiro valor do Natal e dos bons modos.

Epaminondas: Madame Sanchez, vem cá!

A mulher apareceu, assustada.

Madame Sanchez: O que houve, patrão?

Epaminondas: Pode sair mais cedo do trabalho!

Ela fica perplexa.

Epaminondas: Vamos mulher, mexa-se!

Ela comemora e eles dançam, alegres!

Cena 7, Ruas, Mercado, dia.

Epaminondas aparece no mercado e resolve comprar dois gansos de Natal.

Logo, ele pede para um rapaz para que entregue um para o Orfanato das crianças desamparadas.

Epaminondas: Menino, leve para o Orfanato das Crianças Desamparadas.

Menino (sorri): Sim, senhor!

Ele logo chega até o trabalho, aonde Valter já estava o esperando.

Epaminondas: O que faz aqui, Valter?

Valter: Vim mais cedo. Pro caso do senhor não reclamar comigo.

Epaminondas: Olha, Valter... Eu tenho que lhe pedir desculpas. Pelas minhas atitudes grosseiras e erradas com você. Por isso, lhe darei um aumento e você pode voltar pra casa, segunda feira retornamos.

Valter fica sem reação e dá um singelo abraço em Epaminondas.

O coração de Epaminondas se tranquiliza.

Epaminondas: Quero ajudar o seu filho. O pequeno Tom.

Valter mais uma vez fica sem reação e dá apenas um aceno de apoio.

Epaminondas se torna um segundo pai para o menino.

Cena 8, Casa de Lincoln e Marta, noite.

Epaminondas chega a casa do sobrinho.

Ele bate a porta.

A empregada atende.

Epaminondas: Vim para o jantar do meu sobrinho.

Ela o acompanha.

Lincoln: Vamos fazer um jogo de adivinhação?

Em coro: Vamos!

Epaminondas: Lincoln!

Lincoln se impressiona com a presença do tio em sua casa.

Lincoln: O que faz aqui, tio?

Epaminondas: Vim para jantar com você, Marta e seus amigos.

Todos se alegram.

Marta: Seja bem-vindo, Epaminondas!

Epaminondas: Tenho que pedir desculpas a você, Lincoln. Pelas palavras ditas naquele dia na loja...

Lincoln: Vamos passar a borracha naquele triste acontecimento, está bem? É o melhor que temos a fazer.

Eles se abraçam.

Músicas de Natal são entoadas e presentes são dados.

Epaminondas realmente era outro homem. Um bom patrão, um bom amigo, um bom pai. Todos que o conheciam agora, queriam ficar cada vez mais perto deste novo e bom homem.

FIM.

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