Teen Workout: Sentindo o Amor

CAPÍTULO 27

ATENÇÃO!

A trama apresenta apenas adolescentes cheios de espinhas, aparelho nos dentes, óculos, pele oleosa etc. Não siga o que é dito. É tudo ficção.

Uma novela de Crisley

Personagens deste capítulo (ordem de aparição):

Chris

Caio

Sara

Karen

Rita

Jamile

Janaina

Carol

Renato

Gustavo

Carminha

Wendel

CENA 1: CASA DE CAIO/ QUARTO/ INT./ NOITE

(Continuação do capítulo anterior)

Caio e Chris estão frente a frente ali, em pé.

CAIO — Fala logo. Tô ficando ansioso.

CHRIS — Ok. Vamo lá.

Chris respira fundo. Na hora que ele vai falar, Sara entra no quarto.

SARA — Ei.

CAIO — Sara! Que cê veio fazer aqui?

SARA — Não posso mais vir?

CAIO — Espera rapidinho. (para Chris) Vai, Chris. Fala.

Chris olha para Sara e Caio com um olhar de tristeza.

CHRIS — (fica um pouco triste, mas disfarça) Era só que...

SARA — Eu interrompi algo?

CAIO — Não, não. (para Chris) O que era, Chris?

CHRIS — Era o negócio da liderança.

CAIO — Você veio aqui pra isso?

CHRIS — É. Por isso fiquei sem jeito. Vir até aqui só pra falar coisa de escola é estranhão mesmo.

CAIO — Mas se você quiser, pode falar. Eu não tenho problema com isso.

CHRIS — Eu vou indo. A gente se fala. (vai saindo)

SARA — Tchau, Chris.

Chris sai dali sem responder.

SARA — Esquisito, né? Parece até que tinha alguma coisa pra falar.

CAIO — (desconfiando) É... E você, Sara? Tá fazendo o que aqui uma hora dessas?

SARA — Tava passando aqui e resolvi dar um ‘oi’. Não pode?

CAIO — Claro que pode.

SARA — E era só um oi mesmo. Já vou indo porque eu marquei de beber na casa de uma amiga antiga.

CAIO — Quem?

SARA — Você nem lembra dela. A gente se vê.

Ela dá um beijo em Caio e sai dali. Caio abaixa a cabeça e anda até o espelho. Ele se olha e limpa a boca.

Corta para:

CENA 2: ESCOLA MARA TÂNIA/ EXT./ MANHÃ

Amanhece. Os alunos entram na escola. Rita vai entrando e revendo as suas amigas.

KAREN — Finalmente cê voltou, né?

RITA — Pois é. Essa suspensão pareceu que durou um século.

JAMILE — Senti tanta falta, minha irmã. (finge choro e abraça Rita)

RITA — Tanto drama...

JANAINA — Ih, Jamile, para com isso. Ninguém morreu aqui.

JAMILE — (olha para Carol chegando) Ainda...

Todas olham para Carol. De longe, andando lentamente, ela esboça um sorriso no rosto.

RITA — Vamos. A gente não vai dar bola pra essa aí.

JAMILE — Que bom! Eu quero mesmo é comer. Vamo lá no refeitório?

JANAINA — Daqui a pouco você explode.

JAMILE — Só se for de amor pelo Danilo.

KAREN — Cê tem que contar essa história direito.

JAMILE — No refeitório eu conto. Vamo, vamo.

Elas seguem caminhando para dentro da escola. Enquanto caminha, Karen verifica a mochila.

KAREN — (para de andar) Não acredito.

JAMILE — Que foi?

KAREN — Tava aberta a mochila e eu acho que o meu crachá caiu.

RITA — Vai andando pra trás aí.

JAMILE — Enquanto isso a gente vai pro refeitório. Vamo, gente.

Elas seguem caminhando. Karen vai voltando. Carol a para.

CAROL — Ora, ora. A principal responsável pela minha suspensão.

KAREN — Eu não briguei com ninguém, Carol.

CAROL — Não se faz de burra. Você foi a culpada.

KAREN — Eu não fui a culpada. Você que...//

CAROL — (muda o tom) Cala a boca! Você é uma feia, esquisita, malvestida, pobretona. Tudo o que não cabe em ninguém, cabe em você. Cê é estranha, garota. (T)

Karen fica triste.

CAROL — Vai chorar, vai? Eu vou entrar. Tenho que pelo menos comemorar um pouco o meu retorno. Beijo!

Carol segue caminhando para dentro da escola. Karen fica bem triste, mas continua procurando o crachá. Ela começa a chorar e vai andando para fora da área da escola. Renato a pega pelo braço.

RENATO — Por que uma moça tão bonita quanto você tá chorando assim?

KAREN — Não é nada.

RENATO — Eu sei que é alguma coisa. Aquela menina é da sua sala, né? Ela te enche a paciência, eu sei.

KAREN — Cê é novo aqui?

RENATO — Cheguei tem uns dias. Mas foi o suficiente pra eu me encantar por você.

KAREN — (sorri, mas continua triste) Nem sei o que dizer. É que essas meninas não param. Parece que não querem ver ninguém feliz, sabe?

RENATO — Deixa elas pra lá. Por que você não vem comigo hoje?

KAREN — O quê?

RENATO — É. Vamo matar aula hoje. Só hoje.

KAREN — Eu não posso.

RENATO — Pode sim. Tenho certeza que não vai matar ninguém se faltar um diazinho. Vem comigo e eu te faço feliz.

KAREN — Ok.

RENATO — Bora!

Eles saem dali juntos.

Corta para:

CENA 3: REFEITÓRIO/ INT./ MANHÃ

Rita está sentada com suas amigas. Ela fica olhando para todo o refeitório.

RITA — A Karen sumiu, né?

JAMILE — Pois é. Deve tar procurando o crachá até agora.

JANAINA — Tadinha. Essas coisas só acontecem com ela.

RITA — Isso é verdade. (vê Gustavo ouvindo música sozinho) Gente, vou ali no Gustavo rapidinho.

JAMILE — Seu namoradinho?

RITA — Me respeita, Jamile. Eu hein.

JAMILE — Sei...

Rita se levanta e caminha até Gustavo. Ela se senta.

GUSTAVO — (tirando os fones) Pensei que nunca mais ia falar comigo aqui na escola.

RITA — Ué? Por quê?

GUSTAVO — Tô brincando. É porque cê tava suspensa.

RITA — Nossa, que engraçado.

GUSTAVO — Cadê a Karen?

RITA — Não soube mesmo, né?

GUSTAVO — Não. Tudo aconteceu rápido e eu fiquei sem jeito de perguntar o que aconteceu nos últimos dias.

RITA — Descobriram que a Karen é pobre e humilharam ela. Foi pouco não, tá? Por isso eu fui suspensa. Eu fui falar alguma coisa e a Carol e eu brigamos.

GUSTAVO — Cê tá dizendo que a Karen é pobre? Tipo, ela não é ricaça?

RITA — Não. Tem bolsa e tudo aqui na escola.

GUSTAVO — Ah...

Gustavo sorri. Troca o ponto da cena. Carminha chega ali e entrega papeis para alguns alunos.

CARMINHA — Entreguem pra todo mundo aí. (aumenta o tom) Gente, presta atenção aqui. (todos olham para Carminha) Eu sei que tá cedo ainda, tem muito aluno pra chegar, mas já vou adiantar. Esses papeis que algumas pessoas vão entregar pra vocês é um bilhete de autorização pro acampamento. E nesse acampamento, todo mundo vai ficar junto. Vão ser dois dias acampando. Mas tem um local com Wi—Fi lá perto, então fiquem tranquilos, porque o celular de vocês nem vai descarregar e nem vão perder contato com o mundo. Os pais de vocês precisam assinar. Caso contrário, você não vai. E é isso.

Corta o ponto da cena. Caio e Wendel estão sentados lado a lado. Um aluno entrega o bilhete para Caio. De longe, Chris chega e olha para ele. Caio parece triste ao olhar para o bilhete. Ele entrega a Wendel.

WENDEL — Que foi?

CAIO — Acho que não vou ao acampamento.

WENDEL — Por quê?

CAIO — Não sei. Não quero.

WENDEL — Depois cê vê isso. Pera aí, vou ali.

Wendel se levanta e sai dali. Chris se aproxima e se senta.

CHRIS — Caio, eu ouvi o que cê disse.

CAIO — Qual parte?

CHRIS — A parte de não ir no acampamento.

CAIO — Mas eu não quero ir.

CHRIS — Por quê?

CAIO — Não sei.