CAPÍTULO 44
ATENÇÃO!
A trama apresenta apenas adolescentes cheios de
espinhas, aparelho nos dentes, óculos, pele oleosa etc. Não siga o que é dito.
É tudo ficção.
Uma novela de Crisley
Personagens deste capítulo (ordem de aparição):
Chris
Maria
Sara
Danilo
Jamile
André
Caio
Mary
Pablo
CENA
1: SALA DE LÍDERES/ INT./ MANHÃ
(Continuação
do capítulo anterior)
Chris
está sozinho ali jogando no celular. Maria entra ali.
CHRIS
— (levanta-se) Maria...
MARIA
— Trocou agora?
CHRIS
— Quê?
MARIA
— Quem sempre costuma a ficar aqui é o Caio, né?
CHRIS
— É, mas ele foi ali e já volta.
MARIA
— Ah... E vocês dois? O que me disseram é verdade?
CHRIS
— O que esses fofoqueiros disseram?
MARIA
— Cês tão... namorando?
Chris
fica nervoso.
MARIA
— Cês tão namorando, então, né?
CHRIS
— É que... (t) Maria, eu... (t)
MARIA
— Tudo bem, Chris. Eu sei que a gente nunca teve nada, então tá tudo bem. Eu
queria que a gente fosse namorado, mas, desde sempre, lá no fundo, eu sabia que
a gente não podia ficar junto. Cê fugia de mim quando eu falava em alguma coisa
romântica. Eu ficava lá, insistindo. Mas agora eu sei e eu não quero
ficar no caminho. E provavelmente a Sara também não. E, quando você terminou comigo,
com um relacionamento que nem existia, eu fiquei triste, mas, sabe, foi a coisa
mais madura que cê fez. Você foi lá, tomou coragem e terminou comigo pra ficar
com o Caio. Isso pra mim é maturidade. Claro que eu chorei, senti sua falta,
senti saudades de te abraçar, mas, Chris, você fez o que devia fazer. (pega na
mão de Chris) E, pra mim, cê vai continuar sendo o melhor, o mais fofo e tudo
de bom. E que a gente seja amigo pra sempre. E sempre, sempre, sempre mesmo, eu
vou te apoiar. Porque é isso que os amigos fazem: Apoiam uns aos outros. E eu
apoio muito você e o Caio e quero, do fundo do meu coração, que vocês sejam
muito felizes.
CHRIS
— Brigado. Brigado mesmo. Eu pensei que cê ia ficar triste, mas, pelo visto,
não ficou.
MARIA
— Eu não fiquei. E sabe por quê? Porque eu percebi que eu tava me iludindo. Mas
é isso. Que a nossa amizade dure muito.
CHRIS
— Eu também desejo isso.
Os
dois se abraçam. Maria sai dali sorrindo e acenando para Chris, que acena de
volta.
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CENA
2: SALA C/ INT./ MANHÃ
Alguns
alunos estão ali. Sara está sentada com fones no ouvido. Maria chega e senta-se
ao lado dela. Sara retira os fones de ouvido.
MARIA
— Ei.
SARA
— Ei. E aí, o que manda?
MARIA
— Mando nada.
SARA
— Cê tá meio esquisita.
MARIA
— Mas essa sou eu.
SARA
— Cê tá mais esquisita, eu quis dizer.
MARIA
— Nossa, Sara.
SARA
— Fala o que aconteceu. Foi a Karen de novo? Se foi, quando ela entrar aqui, na
sala, eu falo com ela.
MARIA
— Não. Até desculpa ela me pediu.
SARA
— Mas, olha, quanta evolução. Enfim. Fala aí o que foi.
MARIA
— (sussurra) Eu sei quem o Chris namora.
SARA
— (fica um pouco nervosa) Ele te contou?
MARIA
— De certa forma, eu descobri.
SARA
— Mas... Eu também sei quem é.
MARIA
— Sério? E não me disse nada?
SARA
— Cê sabe mesmo quem é ou só tá jogando verde?
MARIA
— Eu sei quem é.
SARA
— Tá, então qual a primeira letra da pessoa?
MARIA
— C.
SARA
— Então cê sabe mesmo. Tá surpresa?
MARIA
— Sim, mas dei meu apoio.
SARA
— Eu também. Eles merecem. Ainda mais por terem nos respeitado, né.
MARIA
— Sim. Eu disse ao Chris que isso foi muito maduro da parte dos dois.
SARA
— Com certeza.
MARIA
— E agora?
SARA
— Agora a gente arruma uns machos pra gente.
MARIA
— Que isso, Sara! Tava falando do que eles vão fazer.
SARA
— Eles vão saber o que fazer. Eles conversam demais.
MARIA
— Isso é verdade.
SARA
— (dá um fone de um lado para Maria) Toma. Coloca.
MARIA
— (coloca o fone) Hum. E aí.
SARA
— (toca no celular) Gosta?
MARIA
— Mas essa música é muito triste, Sara.
SARA
— Deixa eu trocar, então.
MARIA
— Não, não. Deixa. Acho que a gente precisa ficar um pouco triste mesmo.
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CENA
3: REFEITÓRIO/ INT./ MANHÃ
Toca
o sino. Todo mundo vai saindo do refeitório. Danilo
continua sentado ali com seus fones no ouvido. Jamile se aproxima e retira os
fones dos ouvidos de Danilo.
DANILO
— (assustado) Ei!
JAMILE
— Bateu o sinal, bobo.
DANILO
— Sério?
JAMILE
— Sério. Todo mundo já foi, não tá vendo?
DANILO
— Ah...
JAMILE
— Aproveitando que a gente tá sozinho, Danilo...
DANILO
— Quê que foi?
JAMILE
— (senta-se do lado de Danilo) A gente podia dar um amasso, né?
DANILO
— Quê?
JAMILE
— Ah, qual é! Cê é solteiro e eu solteira. Qual o problema da gente se pegar
gostoso?
DANILO
— É que...//
JAMILE
— Vai, vai. Por favor, Danilo. Só umazinha. Nunca te pedi nada. Vai dizer que
gosta de outra pessoa?
DANILO
— É que eu gosto mesmo de outra pessoa.
JAMILE
— Cê só tá inventando pra não ficar comigo.
DANILO
— Mas é verdade.
JAMILE
— Se gosta mesmo de outra pessoa, quero nome. Quem é?
DANILO
— É...
JAMILE
— Fala! Quero nome agora!
DANILO
— Ok. Vou falar. Mas não espalha, tá?
JAMILE
— Prometo. Vamos ver se eu acredito nessa história.
DANILO
— É... o...//
JAMILE
— Pera... Como assim o?
DANILO
— É que é o... André.
JAMILE
— (levanta-se) Quê!?
DANILO
— Cê não queria saber? Então. Agora sabe. A gente meio que tá junto.
JAMILE
— (sentando-se) Então faz sentido. Cês dois sempre juntos. Mas, sabe, Danzinho,
eu shippo. Eu shippo muito. Eu quero os dois juntos agora! Agora, agora,
agora! Quero os dois como casal do século nessa escola. Quero os dois se
beijando pra ontem.
DANILO
— Ei, pera aí!
JAMILE
— Não tem nada, não. Quero os dois se casando, criando um montão de filhos.
Como vai ser o shipper? Dandré? Anilo? Como vai ser?
DANILO
— Credo, Jamile! Para com isso!
JAMILE
— Não paro. Quero shippar! Quero shippar! (se levanta) Ai, fofos! Fofos demais!
Quero muito esse shipper na minha vida! Vou ser a madrinha, né? Claro que vou.
Sou a primeira a saber, aposto. (saindo do refeitório) Shippo os dois pra
sempre. Pra sempre!
DANILO
— (vendo-a sair dali) Eu, hein.
Danilo
se levanta e também sai dali.
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CENA
4: CORREDOR/ INT./ MANHÃ
André
sai da biblioteca. O corredor está vazio. Danilo corre até ele.
DANILO
— André, sério mesmo?
ANDRÉ
— Que foi?
DANILO
— Cê tá atrasado já.
ANDRÉ
— Você também.
DANILO
— Atrasado pra ficar comigo.
ANDRÉ
— Danilo, eu realmente prefiro que a gente seja só amigo.
DANILO
— Não faz isso comigo. Por favor. Eu gosto muito de você.
ANDRÉ
— Eu também. Mas vamos manter assim por um tempo? Por favor.
DANILO
— Certeza que vai fazer isso comigo?
ANDRÉ
— Vamos pra sala?
DANILO
— André...//
ANDRÉ
— Vamos, Danilo. Não quero levar ocorrência.
André
sai andando. Danilo vai atrás.
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CENA
5: CASA DE CAIO/ EXT./ TARDE
Entardece.
Chris carrega Caio na bicicleta. Os dois se divertem. Eles param
ali em frente à casa de Caio. Caio desce da bicicleta.
CAIO
— Gostei muito. Quero andar mais na garupa da sua bicicleta.
CHRIS
— Todo dia, Caio. E o pinguim?
CAIO
— Pinguim?
CHRIS
— O motorista. Vai falar o que com ele?
CAIO
— Eu mandei uma mensagem rápida. Ele já deve tar aqui em casa.
CHRIS
— Ah. Ok. Vou nessa.
CAIO
— Chris!
CHRIS
— Quê?
CAIO
— Entra comigo?
CHRIS
— Por quê? A gente vai jogar futebol no vídeo game? Por favor, por favor, por
favor.
CAIO
— Se você entrar, a gente joga.
CHRIS
— Ok!
CAIO
— Vamos.
O
portão se abre. Os dois entram. Chris vai empurrando a bicicleta.
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CENA
6: CASA DE CAIO/ SALA/ INT./ TARDE
Mary
está sentada no sofá, no tablet. Pablo chega ali e, logo na sequência, Chris e
Caio chegam. Caio puxa Chris pela mão. Eles param rapidamente ao ver Pablo
olhando para eles.
CAIO
— Pai.
PABLO
— Fala, meu filho.
CAIO
— Eu tenho uma coisa pra falar.
Chris
olha para Caio, nervoso. Mary desliga o tablet e se levanta. Ela vai até Chris
e Caio.
PABLO
— Quê que tá acontecendo?
CHRIS
— (sussurrando) Deixa eu ir embora, por favor.
CAIO
— (sussurrando) É isso que a gente quer, Chris. (para Pablo) Pai, o Chris e eu,
a gente namora.
PABLO
— Como assim? Que história é essa?
CAIO
— A gente tá junto, pai. A gente não é só amigo, a gente tá junto de verdade. A
gente namora.
Mary
sorri, Chris fica nervoso e Pablo fica sem reação.
FIM DO
CAPÍTULO
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