CAPÍTULO 40
ATENÇÃO!
A trama apresenta apenas adolescentes cheios de
espinhas, aparelho nos dentes, óculos, pele oleosa etc. Não siga o que é dito.
É tudo ficção.
Uma novela de Crisley
Personagens deste capítulo (ordem de aparição):
Danilo
André
Chris
Carla
Caio
Mari
Pablo
Dulce
CENA
1: CASA DE ANDRÉ/ QUARTO/ INT./ TARDE
(Continuação
do capítulo anterior)
Danilo
está em pé e André está sentado na cama.
DANILO
— André, eu gosto de você.
ANDRÉ
— Você... Você gosta de mim?
DANILO
— Sim. E eu gosto de você de um jeito que eu quero ficar com você o tempo todo.
Eu arrumo desculpa pra sair até do futebol, que tá se aproximando, pra ficar
perto de você. Eu fico olhando as conversas no aplicativo e fico rindo sozinho
porque eu sei que você vai tar ali pra mim depois. (se aproxima de André)
André, eu gosto muito de você.
André
fica sem reação.
DANILO
— Cê não vai falar nada?
ANDRÉ
— (surpreso, assustado) Eu tô um pouco, sei lá...
DANILO
— Cê não esperava, né?
ANDRÉ
— Eu não esperava, mas eu também tenho que te contar uma coisinha.
DANILO
— André, eu sei que a gente só tava estudando, eu te contei, mas não precisa me
enxotar da sua casa ou, sei lá, falar que tá namorando só pra eu me afastar.
ANDRÉ
— Mas quem tá dizendo que eu quero te afastar?
DANILO
— Cê vem falando que vai falar uma coisinha pra mim, aí eu fico
desconfiado, né.
ANDRÉ
— Então, mas não é nada te querer te afastar. Muito pelo contrário.
DANILO
— Contrário como?
ANDRÉ
— Danilo, eu também gosto de você.
DANILO
— Do mesmo jeito que eu gosto de você?
ANDRÉ
— Sim. Do mesmo jeito que você gosta de mim.
DANILO
— Então... André, então se a gente se gosta, a gente pode ficar junto!
ANDRÉ
— Hum... Também acho!
Eles
sorriem. André se levanta e se aproxima de Danilo, que fica um pouco nervoso.
Eles se beijam bem devagar. Eles sorriem um para o outro e ficam se olhando.
DANILO
— Cê é tão lindo.
ANDRÉ
— Concordo.
DANILO
— Ei! Cê tem que falar que eu também sou lindo.
ANDRÉ
— Ok. Você é tão lindo, Danilo.
DANILO
— Aí sim.
ANDRÉ
— Eu confesso que eu queria ter ficado com você todos esses dias, mas, fazer o
que, né.
DANILO
— Eu também. Mas a gente não sabe o que um sente pelo outro, aí melhor ir
levando.
ANDRÉ
— Exatamente. Mas agora eu tô ansioso pra chegar na escola de mãos dadas com
você.
DANILO
— (fica nervoso e se afasta de André) Mãos dadas?
ANDRÉ
— É. Mãos dadas. Pra toda escola ver.
DANILO
— E precisa disso tudo?
ANDRÉ
— (estranhando) O que tá acontecendo, Danilo? Primeiro cê fala que gosta de
mim, depois a gente se beija, e agora que eu falo da gente andar de mãos dadas,
você dá pra trás. Quê que foi, hein?
DANILO
— É que quero manter segredo. Ah, André, não dá pra contar agora.
ANDRÉ
— Sério isso?
DANILO
— Foi mal mesmo.
ANDRÉ
— Quando você tiver coragem de andar de mãos dadas comigo, aí a gente fica
junto, então.
DANILO
— Pera aí. Cê não quer ficar comigo em segredo, então?
ANDRÉ
— Desculpa, Danilo. Não dá.
DANILO
— Então você não gosta o suficiente de mim?
ANDRÉ
— Eu gosto muito de você. Mas assim não vai dar.
DANILO
— Então... Vou indo, então.
ANDRÉ
— Tomara que você tenha coragem pra gente ficar juntos.
DANILO
— Tchau, André.
Danilo
sai dali.
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CENA
2: CASA DE CHRIS/ SALA/ INT./ TARDE
Chris
entra em casa. Ele vai até Carla, que está sentada no sofá e lendo um livro no
tablet. Ele se senta ali, mas afastado dela.
CARLA
— (olha para Chris, desconfiada) Que foi, meu filho? Aconteceu alguma coisa na
escola, né? Pra você chegar aqui desse jeito.
CHRIS
— Mãe... (fica nervoso) Eu preciso contar uma coisa pra você.
CARLA
— Fala.
CHRIS
— Eu não sei como cê vai reagir. E eu tô com medo.
CARLA
— (larga o tablet) Cê vai saber agora quando me falar. Fala logo.
CHRIS
— Calma aí, mãe! Tô nervoso, pô!
CARLA
— Fala logo de uma vez, então. Eu sou sua mãe. Seja o que for que você tenha
feito, a gente resolve. Fala.
CHRIS
— Não é uma coisa que eu fiz diretamente.
CARLA
— É o que, então?
CHRIS
— Sabe o Caio?
CARLA
— Seu colega.
CHRIS
— É.
CARLA
— Quê que tem o Caio?
CHRIS
— A gente meio que... (t) A gente namora, mãe.
CARLA
— (sem entender) Ãn? Mas cês namoram com quem? E por que você não me contou
antes?
CHRIS
— Mãe, eu disse que eu e o Caio namora.
CARLA
— Sim, mas com quem?
CHRIS
— Eu tô dizendo que a gente namora um ao outro. Tipo, eu e o Caio, a gente
namora. Entendeu?
CARLA
— (se levanta) Você é... Gay?
CHRIS
— Eu acho que sim. A gente namora, então...
CARLA
— (surpresa) Uau! Eu tô... surpresa.
CHRIS
— E o que cê acha disso?
CARLA
— Bom, o Caio é inteligente, bonito e você também é... só bonito, no caso.
CHRIS
— Mãe!
CARLA
— E que bom que é ele, né.
CHRIS
— Então cê apoia ou algo assim?
CARLA
— Claro, Chris. Pensa que eu sou o quê?
CHRIS
— (se levanta e abraça Carla) Valeu mesmo! Eu não tava esperando isso.
CARLA
— Nem eu esse abraço do nada.
CHRIS
— (saindo de casa correndo) Vou falar com o Caio, então.
CARLA
— Toma um lanche primeiro! Chris, cê chegou da escola agora! Chris! (senta-se
novamente no sofá e apanha o tablet) Que bom que é o Caio. Menino bonito
daquele...
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CENA
3: CASA DE CAIO/ EXT./ TARDE
Caio
está parado ali fora. Chris chega de bicicleta e a joga no chão.
CAIO
— E aí? Como foi?
CHRIS
— Ela aceitou. E ainda te elogiou.
CAIO
— Ela me elogiou?
CHRIS
— Elogiou. Mas o que importa é que ela apoia a gente.
CAIO
— Eu tô aliviado, Chris. Pensei que seria mais difícil.
CHRIS
— Tá, mas agora é a sua vez.
CAIO
— Eu sei.
CHRIS
— Eu vou voltar pra casa. Eu tinha que te contar pessoalmente.
CAIO
— Ok. Vou falar com meu pai. Torce por mim.
CHRIS
— Eu tô sempre torcendo, Caio. Mas eu duvido que você vai ter coragem de contar
pro seu Paulo sobre a gente.
CAIO
— Duvida que eu conte pro meu pai?
CHRIS
— Duvido!
CAIO
— Eu vou contar agora!
CHRIS
— Vou lá, então.
CAIO
— Vai.
Os
dois se abraçam. Caio entra e Chris sorri.
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CENA
4: CASA DE CAIO/ SALA/ INT./ TARDE
Caio
vai entrando ali. Ele vê Mari um pouco chateada e estranha. Logo em seguida ele
vê Paulo, um pouco chateado também. Ele continua andando.
CAIO
— Não sei o que aconteceu, mas tenho uma coisa pra contar pra vocês.
Ele
caminha mais e vê Dulce. Ele fica surpreso.
CAIO
— Mãe?
DULCE
— Hola, mi hijo. (sorri)
Caio
fica surpreso.
FIM DO CAPÍTULO
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