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A Razão de Amar - Capítulo 41 (Reprise)

  

 

 

                                                                       Capítulo 41

A RAZÃO DE AMAR

 

Novela de João Marinho

 

Escrita por:

João Marinho

 

Personagens deste capítulo

    Otavio Duarte                                                                                  Atendente               

Afonso Correria

Celso Correia                                          Lola

Jorge Correia.                                         Afonso Valadares

Madalena Correia.                                    Miro                        

Marta Correia                                           Carmen

Olímpio Vasconcelos.                              Pablo

Radialista.                                                

Letícia Fernandes

Cecília Valadares

José Jacinto – Carcará

Débora Valadares

CENA 01/ MANSÃO DA FAMÍLIA VASCONCELOS/ ESCRITÓRIO/ INT./ TARDE

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Álvaro deixa o sorriso dá lugar a uma expressão séria. Neste instante, Débora fica intrigada com a reação de Álvaro.

DÉBORA – O que foi? Você não está feliz?

ÁLVARO (Frio) – Não, não estou feliz. Eu tenho um grande futuro pela frente. Um filho agora só faz atrapalhar.

Débora fica alguns segundos em silêncio, sem acreditar no que o noivo acabara de dizer. Ele vai andando vagarosamente até Álvaro. Com os olhos fixos nele.

DÉBORA (Nervosa) – Repete! Eu acho que eu não entendi direito o que você falou

ÁLVARO (Frio) – É isso mesmo que você escutou. Eu não quero esse filho. Você vai ter que fazer uma escolha. Ou eu ou ele? Caso você escolha ele, o nosso relacionamento acaba aqui.

Débora dá um tapa no rosto de Álvaro.

DÉBORA (Gritando) – Eu não vou abortar! Sempre quis ser mãe e eu vou desistir de ter um filho ou filha, para ficar com um homem covarde. Sim, covarde.... É isso que você é. Não tem cacife para assumir as responsabilidades. Um filho não se faz sozinho. (Com os olhos cheios de lágrimas). Covarde e egoístas.... Nunca pensei que você fosse um homem de um nível tão baixo.

ÁLVARO – Você tem que entender que eu tenho uma vida toda pela frente. Eu não posso ter filho... não neste momento.

DÉBORA – Você quer fugir da responsabilidade de pai. Quer brincar de casinha comigo. Me usa na hora que quer e me deixa de lado na hora que quer. Eu não qualquer moça não, Álvaro Vasconcelos.

ÁLVARO – É só isso que eu tenho para dizer.

Débora, espumando de raiva, sai do escritório furiosa.

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CENA 02/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE ESTAR/ INT./ TARDE

Olímpio e Afonso estão sentados tomando café. Neste instante, Branca entra e se senta ao lado do marido.

AFONSO – Quanto tempo não passávamos a tarde conversando, Olímpio!

OLÍMPIO – Velhos tempos... Bons tempos! Lembro que teve um tempo que essa cidade quase virou um cenário de guerra. Uma semana morria um dos Valadares; na outra, morria um dos Correia. E foi assim por muito tempo. Hoje, está um pouco mais tranquilo.

AFONSO – Tranquilo? Tranquilo uma pinoia! Há algumas semanas, Celso veio aqui para me acusar de ter mandado matar Jorge. Parece que foi Raul que esfaqueou o Jorge durante um comício.

OLÍMPIO – Raul Fernandes?

AFONSO – Ele mesmo.

BRANCA (Interrompe) – Anda se espalhando pela cidade uma história de que ele é desajuizado.

OLÍMPIO (P/Branca) – O juízo dele enfraqueceu na época que ele matou a Vera. Foi uma carga muito forte para ele saber que o amigo e a mulher estavam traindo ele.

AFONSO – Tudo começou quando ele resolveu arquitetar e pôr em prática um atentado contra mim. Em seguida, quando eu estava em coma, matou o meu irmão. Eu só fui justo. Revelei parar a cidade toda que ela e Vera eram amantes.

BRANCA – Me lembro como se fosse hoje. Abri o jornal e vi todas as cartas trocadas entre Venâncio e Vera.

Afonso se levanta, fumando um charuto e pensativo.

AFONSO – É..... Tudo que você faz um dia volta para você. Venâncio quis brincar comigo e acabou tendo o fim que teve. Mereceu? Não, acho que deveria ter sofrido um pouco mais em vida. Queria ter matado ele, mas ele se adiantou e tirou a própria vida.

OLÍMPIO – Eu nuca engoli essa história dele ter se matado. Até hoje nunca acreditei nessa história de suicídio.

AFONSO – Mas tudo leva a crer que foi suicídio. A arma foi encontrada na mão dele, pólvora foi encontrada na mão.

OLÍMPIO – Eu só acho que tem uma peça que falta encaixar nesse quebra-cabeça.

AFONSO – Mas vamos deixar de lado o Venâncio. Ele está queimando no inferno há muito tempo. Vamos sobre o senhor e a sua família.

Eles continuam conversando.

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CENA 03/ IGREJA/ EXT./ TARDE

Débora se senta nos degraus da calçada da igreja. Reflete um pouco sobre. Começa a chorar, enquanto observa as pessoas andando na rua, namorados se beijando próximo à igreja, um casal andando com os filhos. Ela passa a mão em sua barriga.

DÉBORA – Vai ficar tudo bem, meu filho!

Neste instante, Cecília está passando com Otávio, quando vê a prima chorando na calçada da igreja. A filha de Afonso vai até ela.

CECÍLIA – O que foi, minha prima?

DÉBORA (Soluçando) – Álvaro renegou o filho. Ele quer que eu aborte, mas eu não vou fazer isso.

CECÍLIA (Séria) – Não vai e não deve. Nem que você fique mal vista pela sociedade, vai cuidar dessa criança. Matar uma criança por causa de um rapaz inconsequente? Nunca! Tudo tem limite. Ele está querendo resolver os problemas de um jeito bastante equivocado.

Otávio se aproxima das duas.

OTÁVIO (P/Cecília e Débora) – O que foi que aconteceu?

CECÍLIA (P/Otávio) – A Débora que me contou uma história horrorosa!

Débora se levanta e abraça Cecília.

DÉBORA – Eu não sei o que seria de mim sem você, minha prima.

Débora acompanha Otávio e Cecília. 

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CENA 04/ HOSPITAL JOAQUIM VALADARES/ ESCRITÓRIO/ INT./ TARDE

Eduardo caminha pela sala, enquanto bebe um pouco de café. Ele coloca os papeis sobre a mesa e respira fundo. Ele observa o retrato de Olga e o abraça.

EDUARDO – Ah, Olga, como eu queria que você estivesse aqui ao meu lado. Você me fazia tão bem. Me acalmava quanto eu ficava estressado. Era o meu porto seguro.

Enquanto dança abraçado ao retrato, ele se lembra dos momentos bons que viveu com Olga. Inserir o Flashback da cena 01 do capítulo 25:

Olga e Horácio entram na igreja. Começa a tocar a “Marcha Nupcial”. Todos os convidados estão de pé para acompanharem a entrada da noiva, que chega à Eduardo, que está feliz e sorridente.

HORÁCIO (P/Eduardo) – Faça a minha filha feliz!

A “Macha Nupcial” deixa de ser tocada neste ponto. Branca e Vilma estão muito emocionadas, enquanto Afonso tenta segurar a emoção. Otávio e Cecília, sorridentes, acenam para os noivos. Olga e Eduardo se ajoelham no altar.

PADRE ANTONIO – Queridos irmãos e irmãs, estamos aqui esta tarde para celebrar a união deste jovem casal. Eduardo Gomes Valadares e Olga Duarte. Se conheceram na infância e logo já sentiam que essa amizade, que se transformaria em amor, que se consagra no dia de hoje. É um novo capítulo em suas vidas. (P/Olga). É por isso que eu pergunto: é de sua vontade, Olga, tomar como esposo Eduardo Gomes Valadares?

OLGA (Sorridente/ olhando nos olhos de Eduardo) – Sim. (Coloca a aliança no dedo anelar de Eduardo).

PADRE ANTONIO (P/Eduardo) – Eduardo Gomes Valadares, é de sua vontade tomar como esposa Olga Duarte?

EDUARDO (Sorridente/ Olhando nos olhos de Olga) – Sim. (Coloca a aliança no dedo anelar de Olga)

PADRE (P/ Olga e Eduardo) – Os declaro então casados. Podem se beijar!

Olga e Eduardo se beijam. Todos batem palmas. A cena continua no EXTERIOR. Olga e Eduardo saem e são recebidos com chuva de arroz. Eles entram dentro de carro todo enfeitado e partem.

Fim do Insert.

No instante em que Eduardo dança com o retrato, Horácio entra no escritório. Eduardo se assusta.

HORÁCIO (Sorridente) – Pode continuar dançando. Eu sei muito bem como é forte o sentimento de saudade.

EDUARDO – Estava relembrando o meu casamento!

HORÁCIO – A saudade faz bem. Nos retira da tristeza. (Mudando de assunto). O Otávio não está?

EDUARDO – Ele saiu com Cecília!

HORÁCIO – Quando ele chegar, pede para ele ir na minha sala.

Eduardo confirma com a cabeça.

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CENA 05/ MANSÃO DA FAMÍLIA VASCONCELOS/ ESCRITÓRIO/ INT./ TARDE

Álvaro está muito nervoso. Ele bebeu duas garrafas de cachaça. Ele se senta na cadeira. Neste instante, Inês entra.

INÊS – Já está bebendo, meu filho?

ÁLVARO – Aquela vagabunda da Débora está grávida. Ela queria aplicar um golpe em mim.

INÊS – Isso é jeito de falar com a sua noiva?

ÁLVARO – Ela não é mais nada minha. Está tudo acabado entre nós. 

INÊS – Você já é adulto, já tem consciência de suas ações e obrigações. Eu não me intrometo mais nas suas coisas..., mas você está errado.

ÁLVARO – Eu quero ficar sozinho, mãe!

Inês sai do escritório. Em seguida, Olímpio entra.

OLÍMPIO – O que foi que aconteceu?

ÁLVARO – A Débora está grávida, como eu imaginava!

OLÍMPIO – Você pensou no que eu disse?

ÁLVARO – Pensei.

OLÍMPIO – O que você decidiu?

ÁLVARO – Que não é hora de criar um filho. Eu tenho os meus estudos. Quero me formar em direito. Eu pedi para ela abortar, mas ela não aceitou.

OLÍMPIO – Você quis assim... Eu não posso fazer nada!

Álvaro sai do escritório.

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CENA 06/ MANSÃO DE FAUSTO/ QUARTO DE DÉBORA/ INT./ TARDE 

Débora está deitada na cama. Tereza tenta consola-la.

TEREZA – Eu estou do seu lado, minha filha! Não precisa ficar assim!

DÉBORA (Chorando) – Ele não tinha o direito de fazer isso comigo!

TEREZA – É muito melhor você ficar sozinha do que ficar com um homem que nem esse Álvaro. Ele provou, com isso, que não é homem suficiente para você... quer dizer, ele não é homem, pois homem que é homem não age assim. O seu pai não era esse tipo de homem. Pena que faleceu antes de saber que seria pai.

DÉBORA – Ele foi muito desrespeitoso! Só pensou nele. Veio com a conversa de que iria terminar os estudos e não podia cuidar de filhos.

TEREZA – Ele é um covarde!

Tereza e Débora se abraçam.

TEREZA – Eu dou todo o meu apoio a você!

Em seguida, Tereza sai do quarto.

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CENA 07/ MANSÃO DA FAMÍLIA VASCONCELOS/ SALA DE ESTAR/ INT./ TARDE

Álvaro já estava subindo as escadas, no instante que Cecília entra. Ela está acompanhada de Otávio.

CECÍLIA (P/Álvaro) – Eu queria falar com você mesmo.

Álvaro desce as escadas.

ÁLVARO – Sobre o quê?

CECÍLIA – Eu acho que não foi correto o que você com Débora! Ela não merecia isso. Aborto? Que tipo de ser humano é você para sugerir uma coisa dessas?

ÁLVARO – Eu não falei nada com relação a aborto... E o que é que vocês têm a ver com isso? Isso só deve interessar a mim e a ela.

CECÍLIA – Só que você mexeu com a pessoa errada. Eu vou dar total apoio a ela. Tudo que você fez a ela vai ter volta. É a lei da vida.

Álvaro fica enraivado com que Cecília

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CENA 08/ MANSÃO DA FAMÍLIA VASCONCELOS/ SALA DE ESTAR/ INT./ TARDE

Continuação da última cena do capítulo anterior. Cecília e Álvaro se encaram.

ÁLVARO – Isso é uma ameaça? Eu não tenho medo de você!

CECÍLIA – Entenda como bem entender!

OTÁVIO (Interrompe / P/Cecília) – Vamos, minha querida!

Otávio e Cecília saem. Álvaro respira fundo.

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CENA 09/ PALMEIRÃO DO BREJO/ RUAS DA CIDADE/ EXT./ NOITE

Tocar a música “Escorregando”, de Ernesto Nazareth. A cidade está movimentada. Muitos carros passam pelas ruas. Muitas pessoas passam pelas ruas, incluindo Eduardo, que está acompanhado de Cecília e Otávio. A praça está aglomerada de pessoas.

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CENA 10/ MANSÃO DA FAMÍLIA DUARTE/ SALA DE ESTAR/ INT./ NOITE

Otávio, Cecília e Eduardo entram na mansão. Vilma e Horácio estão na sala conversando. O pai de Otávio cumprimenta Cecília.

HORÁCIO (Sorridente) – Que bom te ver, Cecília, a futura esposa de Otávio. Eu não sei quem é mais sortudo... se é você ou meu filho!

VILMA (Interrompe) – Os nossos filhos foram muito sortudos. Pena que a Olga não está mais entre nós. Mas, de certa forma, o Eduardo é como se fosse o nosso filho.

EDUARDO (P/Horácio e Vilma) – E vocês são como se fossem os meus pais.

OTÁVIO (Mudando de assunto) – Agora, eu vou levar Cecília para casa, pois eu vou ter que resolver algumas coisas.

Cecília e Otávio se despedem de todos e saem.

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CENA 11/ HOTEL CASSINO/ QUARTO 06/ INT./ NOITE

Uma hora depois.

Otávio entra no quarto. Lola já está a sua espera. Ela coloca champanhe em duas taças; Em seguida vai até Otávio.

LOLA – A gente tem se encontrar mais vezes!

OTÁVIO – Infelizmente, tenho os meus compromissos. Não posso ficar totalmente ao seu dispor. Mas prometo que daqui há algum tempo irei te ver mais. O nosso cada vez indo mais para frente. Depois que concluirmos tudo, eu serei inteiramente seu.

LOLA – Espero que isso não seja só da boca para.

OTÁVIO – Eu sou um homem de palavra!

Eles se deitam na cama.

OTÁVIO – Genial a sua ideia de fazer para o Jorge que está grávida dele.

LOLA – Mas eu estou grávida... só que de você.

Focar na expressão de surpresa de Otávio.

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CENA 12/ HOTEL CASSINO/ QUARTO 06/ INT./ NOITE

Continuação da última cena do bloco anterior. Otávio fica surpreso com o que Lola acabara de dizer.

LOLA (Repetindo) – Eu estou grávida de você! Mas isso não vem ao caso agora.

OTÁVIO – Que isso não saia daqui.

LOLA – E não vai sair. Para todos os efeitos, o filho é de Jorge.

Otávio e Lola se jogam na cama e se beijam.

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CENA 13 / FAZENDA VALADADRES/ QUARTO DE CECÍLIA/ INT./ NOITE

Duas horas depois

Cecília escreve um pouco na escrivaninha e lê um pouco alguns sonetos e poemas

CECÍLIA – “O amor é fogo que arde sem se vê”. (Pausa). Ah, isso é verdade.

Neste instante, Branca entra ao escutar um barulho vindo quarto e entra nele.

BRANCA – Ainda acordada, minha filha?

CECÍLIA – Estou escrevendo um pouco, minha mãe!

BRANCA – Otávio não quis passar a noite com você?

CECÍLIA – Ele está resolvendo alguns problemas do hospital.

BRANCA – Você realmente gosta dele? Está feliz com ele?

CECÍLIA – Por alguns momentos, eu questionei se isso que eu estava sentindo era felicidade mesmo ou só ilusões da milha cabeça. Cheguei à conclusão de que era felicidade. Estamos muito felizes. Temos uns momentos de discussão, mas nada além disso.

BRANCA – É tudo que eu quero parar você, minha filha.... Que você seja muito feliz ao lado dele.

Branca e Cecília se abraçam.

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CENA 14/ PALMEIRÃO DO BREJO/ RUAS DA CIDADE/ EXT./ MANHÃ

Tocar a música “Disfarçando”, da novela Lado a Lado. As ruas estão movimentadas. Carros passando pelas ruas. Um palhaço faz mímicas para crianças na praça. Um homem vende flores. Um homem engraxa sapatos. Um homem toca sanfona. A igreja um pouco menos movimentada que o normal.

A música para por aqui.

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CENA 15/ FAZENDA CORREIA/ SALA DE ESTAR/ INT./ MANHÃ

Celso e Otávio conversam na sala.

CELSO – Oh, Edgar, você vive há muito tempo aqui em Palmeirão?

OTÁVIO – Eu estou morando há algum tempo aqui, justamente para conhecer a cidade e fazer um panorama para escolher a melhor fazenda para fornecer o algodão para a nossa produção de tecidos.

Otávio observa toda a sala de estar e relembra alguns momentos que viveu ali. Inserir o Flashback da cena 09 de capítulo 11:

Celso tenta acalmar Otávio, que chora muito pela perda do pai. Eles abraçam. Madalena entra e observa o filho abraçando o tio.

MADALENA (voz embargada) – Com licença! Já fiquei sabendo da tragédia. Vim prestar apoio ao meu filho. Deve estar muito abalado.

CELSO – Eu vou deixar vocês sozinhos.

Celso sai. Madalena abraça o filho.

MADALENA – Filho, estou aqui para te apoiar. Eu não vou te abandonar.

Otávio continua a chorar.

OTÁVIO – Painho não podia ter me deixado, Mainha.

MADALENA – Eu queria te chamar para morar comigo. Você não pode ficar sozinho nessa fazenda. Você tem que ficar comigo.

Focar na expressão triste de Otávio.

Fim do insert.

Otávio se emociona. Celso estranha.

CELSO – O que foi, Edgar?

OTÁVIO (Mentindo) – Lembrei da minha vó! Mas vamos continuar com a nossa conversa. Continuando a nossa conversa. Primeiramente, eu preciso de um capital de giro para começar os nossos negócios. (Anota no papel e entrega a Celso). É desse dinheiro que eu estou precisando.

Celso olha o valor.

CELSO – É um pouco alto, mas o nosso acordo está feito.

Eles dão um aperto de mão. Otávio sorri cinicamente.

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CENA 16/ MANSÃO DA FAMÍLIA DUARTE/ QUARTO DE RAUL/ INT./ MANHÃ

Raul pinta alguns quadros. Ele está finalizando o quadro “Vera”, em que ele pintou sua mulher. Ele está dando os últimos retoques no quadro. A sua cabeça começa a ficar zonza e começa a vim lembranças à sua mente Inserir o Flashback da cena 15 do capítulo 08:

As malas estão prontas na sala. Vera sobre para tomar banho. Raul e Letícia ficam à sua espera na SALA. A emprega entrega o jornal do dia a ele, que diariamente tem o hábito de ler.

RAUL – “Estava recordando do nosso último encontro na noite passada. Nunca senti tanto prazer como naquele momento, como você. Nem com o Raul eu sinto esse prazer e o amor que eu sinto quando estou ao seu lado. O seu beijo é irresistível, o calor de seu corpo me enlouquece, você me enlouquece. Não tem um anoite que eu não pense em você, Venâncio. Da sua amada Vera”. (Os olhos de Raul se enchem de lágrimas/ As suas se tremem de raiva). Como eu pude ter sido tão idiota, meu Deus? Isso não pode ser verdade. (Espumando de raiva). Maldito Venâncio! Maldita Vera!

LETÍCIA – O que foi, papai?

Raul se levanta, espumando de raiva, vai à cozinha e pega uma faca. A empregada tenta impedir, vendo o seu estado emocional. Em seguida, ele sobe as escadas. Essa sequência é em slow motion. Ele entra no BANHEIRO. Vera está banheiro tomando banho. Ele ataca com a faca pelas costas...

VERA (gritando) – Socorro! Socorro! Ahhhh!

RAUL (continuando a esfaquear) – Vagabunda, rameira, devassa! Eu vou te matar sua infeliz!

O sangue desce junto com a água pelo ralo da banheira.

Focar na expressão de raiva de Raul.

 Fim do insert.

Raul leva as mãos à cabeça.

VERA (off) – Você não vai se ver livre de mim.

O espectro de Vera, que aparece para Raul, dá uma gargalhada. Raul joga os quadros na parede para sentar se livrar de tudo que remete a esposa.

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CENA 17/ VILA DOS CIGANOS/ CIRCO/ INT./ TARDE

Miro começa a apresentar.

MIRO – Respeitável público, tenho a honra de anunciar o Mascarado!

Carcará entra no palco. Ele está com a varinha e uma cartola em mãos. Toca a música “Entry of the Gladaitor”. Todos aplaudem. Em seguida, ela retira de um pano uma caixa. Dessa caixa ele retira um baralho e um pouco de confetes, que ele joga para o alto. Neste instante, ele encerra a sua apresentação e dá lugar à trapezistas, que faz diversos malabares.

 MIRO (P/Carcará) – Bravo! Bravo!

Carcará abre um sorriso.

CENA 18/ PALMEIRÃO DO BREJO/ PRAÇA/ INT./ TARDE

Eduardo e Otávio estão em um palanque. O filho de Afonso grita palavras de ordem.

EDUARDO (Gritando) – Eu vou fazer desta cidade uma grande potência, mais do que ela já é. Um berço da produção de algodão. Um dos maiores produtores do Brasil, com parceria com o exterior.

Neste instante ele se lembra do discurso do pai. Inserir Flashback da cena 19 do capítulo 1:

A população de Palmeirão do Brejo estava toda na praça. Os jagunços do Coronel fazem a segurança do local. Venâncio, ao lado da esposa e do filho, para manter as aparências, observa Herculano preparando-se para atirar.

AFONSO – Palmeironenses e Palmeironensas, eu prometo servir a esta cidade com ética e compromisso com a causa dos mais necessitados.

Fim do insert.

Eduardo continua o discurso.

EDAURDO (Gritando) – Eu tenho o dever e a honra de servir para esta cidade, como o meu pai e meu avô serviram.

Mais lembranças vem a sua mente. Inserir o Flashback da cena 21 do capítulo 01

Herculano, na varanda do último andar do hotel, coloca as balas, uma a uma, na espingarda.

Focar na expressão de concentração e foco

CEL. AFONSO – prometo honrar e zelar por esta cidade, meu pai e meu antepassado.

Fim do insert.

Eduardo dá prosseguimento ao discurso.

EDUARDO (Gritando) – Eu não temo a ninguém.... Estou disposto a fazer tudo, pelo o bem povo, claro!

Inserir o Flashback da cena 23 do capítulo 01:

Herculano, com a espingarda carregada, aponta a arma na direção do Coronel.

Alterar closes do Coronel Afonso e de Herculano.

Herculano aperta o gatilho

Close na expressão enigmática do Coronel.

Fim do insert.

Eduardo escuta um estrondo.

Focar na expressão enigmática de Eduardo.

Congelamento preto e branco, emoldurado como um retrato.









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