Vinganças - Capítulo 22
Cena 1 Rua/ Dia
Maria (assustada) - Podem levar o carro... eu tenho cem reais na carteira, mas por favor, não me matem.
Bandido - Eu te perguntei alguma coisa, dona?
Maria - Por favor, não me mate.
Bandido 2 - Fique quieta. Vamos, entre naquela rua ali.
Maria - Está bem...
Maria liga o carro e sai. Um dos bandidos ligam para Thiago.
Bandido (ligação on) - Ela já está aqui.
Thiago (voz) - Muito bem. Agora leve a para o cativeiro. Você sabe que o restante do dinheiro, eu te dou após o tiro.
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Cena 2 Apartamento de Matheus/ Interior/ Dia
Nanda (bebendo um suco) - Não fique assim.
Matheus - Estou com pena demais da Maria, ela não merece morrer.
Nanda - Esse Thiago é um monstro.
Matheus - Se ela tivesse feito alguma coisa, mas ela não fez nada.
Nanda - Mas ela iria fazer.
Matheus - O pior é que ela teria razão. Eu roubei a empresa, mereço ser julgado pelo que fiz.
Nanda - Não fale assim. Você não merece... tá estranho... você quer o quê? Ir lá e dizer que você roubava a empresa?
Matheus - Não! Eu só não quero que matem uma jovem inocente! Só isso!
Nanda - Mas é a vida.
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Cena 3 Lugar abandonado/ Dia
Os bandidos chegam com Maria, já amarrada. Eles a prendam em uma cadeira. Eles tiram a faixa da boca dela.
Maria - Por favor, eu pago quanto for, mas não me matam.
Bandido - Cale a boca, porra!
Bandido 2 - Não fala assim com ela não. Escute aqui, moça, só é um sequestro... não fique assim preocupada.
Bandido - Cala a boca, seu palhaço! (Atira no chão) quer morrer?
Bandido 2 - Tá, tá.
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Cena 4 Apartamento de Fran/ Dia
Mário (sentado cama de Fran e a beijando. Celular toca) - Hum, peraí.
Fran (se afastando dele) - Tá.
Mário - É o Heleno. (Atende) - Oi meu amor...
Heleno (voz) - Mário? Ah, amor, tava louco por escutar a sua voz.
Mário - Que romântico! Por isso que eu sempre grudo no seu grandão.
Heleno (ri) - E você vai grudar ainda mais.
Mário - Por quê?
Heleno - Porque eu irei fazer uma viagem a negócios em Paraty e pensei te chamar de ir, topa?
Mário - Olha que mágico... nunca fui nessa cidade. Eu quero ir sim. Mas depende do dia... só posso ir daqui uns três a quatro dias.
Heleno - Essa é a data que irei. A reunião é no sábado, então podemos ir na quinta ou sexta mesmo.
Mário - Que ótimo, amor, agora tenho que desligar aqui, meu ônibus chegou. Beijos.
Heleno - Beijos. (Desliga a ligação)
Mário - O idiota me convidou para uma viagem a dois.
Fran - E você vai, né?
Mário - Claro... agora sim eu passo a perna nele... eu irei acabar com aquele desgraçado.
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Anoitece.
Cena 5 Casa de Urso/ Noite
Urso e Pedro chegam rindo. Liz se aproxima.
Liz - Olha vocês dois alegres e sorridentes, estou muito alegre com isso.
Urso (abraça com Liz) - Você nem imagina o que o Pedro fez...
Liz - O quê?
Urso - Ele brigou com uma mulher no restaurante com ciúmes de mim!
Pedro - Não foi bem uma briga... né?!
Urso - Foi sim (ri).
Liz - Eu vou no mercado agora, querem alguma coisa?
Pedro - Eu posso pedir algo, Urso?
Urso - Claro que pode. Olhe pra você, você é o meu esposo... pode pedir o que quiser.
Pedro (ri) - Fico até sem graça de pedir...
Liz - Pode falar, meu bem.
Pedro - Eu quero um chocolatinho, uma barrinha. Aquele que tem castanha.
Liz - Tá bem.
Urso - Trás logo umas dez barrinhas, e umas caixas de bombons também.
Pedro - Meu Deus, pra quê isso tudo?
Urso - Eu amo chocolate, sabia?
Pedro (ri) - Não...
Liz sai. Urso vai para seu quarto e troca de roupa. Enquanto o homem tirava a camisa, com corpo todo suado, Pedro o observava. Ao ficar apenas de cueca, Urso vai até a sala pegar o celular. Ele da de cara com Pedro o observando.
Pedro (disfarçando) - Bom... eu... sabe aquele...
Urso (ri) - Tá tudo bem. Pode pegar meu celular ali?
Pedro (pega o celular e entrega para Urso) - Aqui.
Urso (puxa Pedro para perto dele) - Eu te quero, eu te desejo todos os dias... você pode não me amar, mas acho que gosta de mim... podemos ficar juntos? (Apalpa a bunda de Pedro).
Pedro (se cora e se afasta) - Por favor... mais um tempo... eu ainda não me sinto muito agradável...
Urso (se afasta) - Tudo bem... bom, vou tomar um banho... ligue a tv e veja alguma coisa... seu time deve tá jogando, o Inter né?
Pedro - Daqui a pouco... o seu vai jogar hoje ou amanhã?
Urso - Amanhã.
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Cena 6 Casa de Eva/ Noite
Eva (fazendo café) - Oh meu filho, sua irmã tá demorando hoje, né?!
Mário (comendo um pão) - Este trânsito dessa cidade tá cada dia mais pior, mãe.
Eva - Mas hoje ela demorou mais...
O telefone de Eva toca.
Eva (ligação on) - Alô...
Bandido (voz) - Eva?
Eva - Ela mesma. Quem é?
Maria (voz) - Mãe?!
Eva (preocupada) - Filha? Quem é este rapaz que falou agora?
Maria (chorando) - Eu estou sequestrada... me ajudem a sair daqui...
Mário e Eva se chocam.
Eva - Filha? Filha?!
Bandido - Isso é um sequestro... eu vou querer um bom dinheiro para o resgate. Mais tarde ligo e se não atenderem ou se chamarem a polícia, a mulherzinha aqui morre.
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Cena 7 Casa de Thiago e Ariela/ Noite
Ariela estava sentada na mesa. Thiago aproxima.
Thiago - Oi amor, tudo bem?
Ariela (respira fundo) - Thiago, não está tudo bem... entre nós...
Thiago (surpreso) - Como assim?
Ariela - Você está distante, eu estou distante...
Thiago - Distante? Não estamos não.
Ariela - Estamos sim... não estamos mais com aquela sintonia... é trabalho, trabalho e trabalho.
Thiago - Você queria que a gente passasse fome?
Ariela - Você não está entendendo... não estamos mais na mesma sintonia no nosso casamento... eu estou em dúvida em continuar nosso casamento.
Thiago (se choca) - O quê?
Ariela - É isso mesmo que eu disse... eu estou em dúvida sobre nós.
Thiago (se ajoelha) - Eu nunca falei com você... sempre fui o melhor esposo... melhor marido...
Ariela - Mas é algo pessoal... você está distante de mim e eu de você...
Thiago - Não, por favor, não... vamos tentar novamente ...
Thiago abraça Ariela.
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Cena 8 Casa de Eva/ Noite
Mário, Eva e Fagner estão apreensivos na sala.
Eva (caminhando de um lado pro outro) - Minha filha... minha amada filha...
Mário - Eles não vão fazer nada de mau contra a Maria não, mãe...
Fagner - Vamos pensar positivo!
Eva - Eles podem querer matar ela... ou estuprar! Meu Deus...
O telefone toca, Fagner atende.
Bandido (voz) - Eu quero duzentos mil reais.
Eva (surpresa) - Isso é muito dinheiro!
Bandido (ri) - Vamos, fale.
Maria (chorando) - Mãe...
Eva - Filha?! Como você está?
Bandido - Ela só estará bem se vocês pagarem, caso contrário, ela não ficará bem.
Eva - Eu pago... eu pago...
Fagner - Fale onde será a entrega do dinheiro e eu levarei...
Bandido - Amanhã, logo de manhã... na BR 116, saída pra São Paulo... tem uma estrada de terra lá, estaremos lá... se pelo menos sonharmos com polícia, é morte na certa. (Desliga a ligação).
Fagner - Alô? Alô?
Mário - Desligaram!
Fagner - Eu pago ... podem ter certeza que eu pago.
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Cena 9 Casa de Ariela e Thiago/ Noite
Ariela se afasta de Thiago.
Thiago (ajoelhado) - Vamos tentar novamente, por favor?!
Ariela - Está bem... vamos tentar novamente.
Thiago - Prometo que irei te reconquistar.
Ariela - Aquele amor, sumiu... pelo menos pra mim... não sei você.
Thiago - O meu amor permanece o mesmo por você... assim você me deixa triste... (começa a chorar e corre para o quarto e bate a porta)
Ariela caminha até a porta.
Ariela - Thiago... não fique assim...
Dentro do quarto.
Thiago (mentalmente) - Esta idiota tá querendo separar de mim agora?! Ah... ela deva estar gostando de alguém... eu vou descobrir... e irei acabar com eles dois.
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Cena 10 Cadeia/ Interior/ Noite
Leão entra no lugar reservado para visitas.
Leão (estranhando) - Munique? Mas o que...
Munique (ri) - Gostou?
Leão - Estou achando estranho.
Munique - Vim aqui te contar uma coisinha... a sua queridinha, fugiu com outro.
Leão (chocado) - O quê? A Maria fugiu com outro homem? Não! Isso não é verdade.
Munique - Fugiu sim... ela tentou fugir mas acabou que sequestraram ela.
Leão (surpreso) - O quê?
Munique - Ai meu Deus... você pelo jeito, tá muito atrasado nas notícias...
Leão - Eu tenho certeza que ela não fugiu com ninguém... eu tenho!
Munique - Quando o Pedro vier aqui, pergunte a ele se ela foi sequestrada ou não... ela tentou fugir mas acabou sendo sequestrada...
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Cena 11 Delegacia/ Noite
Fátima (lê algumas anotações em um caderninho sobre a mesa) - Jorge...
Policial - Já leu tudo aí?
Fátima - Essa morte da Jona realmente tá difícil de desvendar... nenhum carro passou naquela região em pelo menos uma hora antes ou depois do fato ocorrido.
Policial - E ainda teve a tentativa de assassinato do Fagner...
Fátima - Não acho que tenham ligação...
Policial - Eu já acho... se perceber, ambos ocorreram em um número exato de dias... trinta dias...
Fátima - Se ter um terceiro, podem estarem sim ligados.
Policial - Pelas minhas previsões, logo logo mais alguém vai rodar...
Fátima - Quem será?
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O dia amanhece.
Cena 12 Estrada deserta/ Dia
Os bandidos e Mário e Fagner estão no lugar marcado. Maria estava com as mãos amarradas.
Bandido - Cadê o dinheiro?
Fagner - Está aqui.
Mário (abre a mala) - Todo o dinheiro está aqui... podem contar tudo.
Mário fecha a mala e a joga para os bandidos. Um dos bandidos pegam e a abram, olham as notas.
Bandido - O dinheiro é verdadeiro.
Fagner - Claro que é, jamais colocaria a vida de minha filha em risco.
Bandido - É ... é muito dinheiro...
Bandido 2 - Vamos ficar com ela...
Fagner (surpreso) - O quê?
Mário (chocado) - Não! Enlouqueceram?
Bandido - Queremos mais dinheiro!
Mário - Fizemos um trato! Nos dê ela agora!
Maria se solta, empurra um dos bandidos, que caem um sobre o outro. Mário corre, pega a mala com o dinheiro e foge junto com Maria e Fagner. Os bandidos se levanta e atiram contra os três. Ao entrarem no carro, os bandidos atiram e um tiro pega no peito de Maria, o sangue suja toda a camisa de Maria.
Maria (caindo no chão) - Pai... Mário...
Foca em Maria. Congela em Maria caída no chão e sangrando.
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