Capítulo 09
- No capítulo anterior:
(Carolina desce a escada e dá de cara com Almeida sentado no sofá da sala).
CAROLINA: Delegado Almeida, que surpresa! A que devo sua visita?
DELEGADO ALMEIDA: (Levanta-se) Precisamos falar sobre o caso do desaparecimento do seu marido.
CAROLINA: O senhor tem alguma pista sobre o meu marido?
DELEGADO ALMEIDA: Não, ainda não tenho nenhuma noticia sobre o paradeiro do senhor Carlos Eduardo, só que devo comentar que algo nessa história nessa história.
CAROLINA: (Surpreende-se com o rumo da história, porém disfarça bebendo mais um pouco de café) Eu não entendi, o que o senhor quer dizer com isso?
DELEGADO ALMEIDA: Eu quero dizer que entrei em contato com a polícia estrangeira e não há registros do seu marido, é como se misteriosamente ele tivesse evaporado ou...
CAROLINA: Ou? Pode dizer!
DELEGADO: Ou que alguém tivesse interesse direto que ele desaparecesse. Por algum acaso a senhora poderia me responder se o seu marido tinha algum inimigo que quisesse eliminá-lo?
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BEATRIZ: De onde será que vem essas lembranças? Eu te prometo que vou te ajudar a descobrir e vamos começar a partir de amanhã. Vamos dormir, que logo mais estaremos indo até Recife ver o meu amigo...
BETO: Será que ele vai descobrir alguma coisa?
BEATRIZ: Eu tenho certeza que sim...
Música da Cena: Hoy Me Voy – Juanes Ft.Colbie Caillat
(O dia amanhece, os moradores da cidade de Correntes aos poucos começam a transitar pela cidade em meio aos seus afazeres, enquanto isso na casa de Luiza, Beatriz e Beto se preparam para sair).
LUIZA: E vocês não vão tomar café? Viajar assim de barriga vazia?
BEATRIZ: Vamos comer no caminho e além disso, Recife não é tão longe daqui, tia. Acredito que no fim da tarde já estaremos aqui!
LUIZA: Está bem, fazer o que né?
BEATRIZ: Beto, vamos logo... A gente vai se atrasar! (Grita).
BETO: Desculpe a demora, já estou pronto.
BEATRIZ: Ótimo, hoje daremos o primeiro passo para descobrir quem você verdadeiramente é.
- Fique agora com o capítulo de hoje!
Cena 01 – Recife [Externa/Manhã]
(Beatriz dirige pelas ruas e avenidas de Recife).
BEATRIZ: Bem, chegamos! Mais um pouco e estaremos na revista para conversar com o Guilherme.
BETO: Eu estou muito confiante de que seu amigo irá nos ajudar...
(No banco de trás do carro, Orlando observa os dois atentamente).
ORLANDO: Eu preciso me livrar de você de uma vez por todas, você não vai roubar o meu lugar. Não irei permitir que fique com a minha mulher e o meu filho, não vou.
Cena 02 – Igreja Nossa Senhora da Conceição [Externa/Manhã]
(Eulália se aproxima da igreja quando encontra Padre Fernando saindo apressado).
EULÁLIA: Vai sair, Padre Fernando?
PADRE FERNANDO: Eu estou sim, vou fazer uma visita ao Tobias.
EULÁLIA: Tobias Barreto? O Dono do haras que é ateu? Ora padre, o que vai fazer com aquele caso perdido?
PADRE FERNANDO: Não diga tanta bobagem, Eulália. Não se baseie pelas histórias maldosas que as pessoas desse vilarejo criaram a respeito dele. Apesar de ter aquela aparência fechada, o Tobias é um bom homem.
EULÁLIA: Está bem, então eu o acompanho.
PADRE FERNANDO: Me acompanhar? Não me diga que está indo para ver o peão?
EULÁLIA: Quem? O Severino? Claro que não... Quero fazer uma boa ação de te acompanhar.
PADRE FERNANDO: Está bem, já que você insiste, então vamos!
Cena 03 – Cobertura Montenegro [Interna/Manhã]
(Alberto desce a escada com as duas mãos cobrindo as orelhas devido a música alta na cobertura).
ALBERTO: Mas que raio de barulheira é essa? Essa casa está parecendo uma boate! O que está acontecendo aqui, Rangel?
RANGEL: A música alta está vindo da sala de ginástica, senhor. A dona Carolina está gravando uma live de aeróbica para os “Carolfãns”.
ALBERTO: Eu vou dar um jeito nisso! (Sai apressado).
(Na sala de ginástica, Carolina faz exercícios com a câmera ligada).
CAROLINA: E um, e dois, e três... Vamos lá, ninguém aí quer ser depressivo e gordo, quer? Pensa naquele vestido que não cabe mais em você e se esforça...
ALBERTO: (Entra na sala e abaixa o som).
CAROLINA: Ei, eu estava gravando uma live! (Diz ao desligar a câmera).
ALBERTO: Eu estou pouco me lixando para o que você está fazendo. Eu dormi mal a noite inteira e quando por fim consigo descansar, você quer colocar esse prédio abaixo com essa música alta?
CAROLINA: Não conseguiu dormir, é? Será que foi por conta da visita que você recebeu do seu amigo misterioso?
ALBERTO: Eu não sei do que você está falando, Carolina.
CAROLINA: Sabe sim, amorzinho... Aquele seu amigo que saiu batendo portas e te deixou extremamente nervoso, não vai me dizer quem é? Que podre esse homem sabe de você? (Fala ao se aproximar de Alberto).
ALBERTO: Vejo que você está muito focada em espionar a minha vida. Por um acaso já começou a planejar como irá se safar da polícia? Aquele delegado não engoliu seu enredo mirabolante sobre o desaparecimento do meu irmão... Se continuar assim, em breve a única suspeita terá diversos problemas... (Beija Carolina). Boa sorte, agora eu estou indo comer, já que acordei mesmo...
Cena 04 – Divina [Externa/Manhã]
(O carro de Beatriz estaciona do outro lado da rua, próximo ao prédio da revista Divina).
BEATRIZ: Bem, chegamos... Vamos subir?
BETO: Vamos sim!
(Beatriz atravessa a rua rapidamente e Beto espera que o fluxo de carros diminua para poder atravessar).
ORLANDO: Eu preciso tirá-lo do caminho da Beatriz! (Orlando observa um carro que se aproxima e induz o motorista do veículo a se distrair mexendo no celular).
(Beto atravessa a rua sem perceber que o carro se aproxima em sua direção).
BEATRIZ: (Percebe que o carro está próximo e grita) Cuidado Beto!
Cena 05 – Divina [Externa/Manhã]
ORLANDO: (Assiste a cena com atenção, esperando o momento em que irá se livrar de seu rival).
(Da Calçada, Coruja percebe que Beto será atropelado, solta seus objetos que utiliza para lavar para-brisas e corre em direção dele).
CORUJA: Moço, cuidado! (Empurra Beto e os dois caem no chão).
BEATRIZ: Meu Deus, vocês estão bem?
BETO: Eu estou... Você salvou a minha vida! (Diz olhando para coruja).
CORUJA: Não foi nada moço.
BEATRIZ: (Ajuda os dois a ficarem de pé) Eu vi o que você fez, foi um verdadeiro herói. Como se chama?
CORUJA: Coruja, senhora.
BEATRIZ: Coruja? Mas que nome é esse? Aposto que deve ter um nome muito bonito por trás desse apelido.
CORUJA: Coruja é um apelido, o meu nome é Gael.
BEATRIZ: Eu sabia, é um nome lindo. Seus pais devem ter muito orgulho de você!
CORUJA: Eu não tenho pais, sou órfão.
BETO: E onde você mora? É com algum familiar?
CORUJA: Eu também não tenho mais casa.
(Beatriz e Beto se olham sem jeito com a fala de Coruja).
BEATRIZ: Escuta, eu conheço uma lanchonete muito boa aqui perto, que tal se fizermos um lanche? Por minha conta...
CORUJA: Demorou, estou com muita fome!
BETO: Então vamos...
Cena 06 – Haras Barreto [Interno/Manhã]
Música da cena: A Gente Samba – Gabriel Nandes
(Tobias lê o jornal quando é interrompido por Marilda, quem cuida de sua casa).
TOBIAS: O que houve Marilda? Porque entrou assim?
MARILDA: O senhor tem uma visita.
TOBIAS: Visita? Estranho, eu não estou esperando ninguém. Quem é?
PADRE FERNANDO: Eu, Tobias!
TOBIAS: Padre Fernando, que surpresa! Entre, sente-se... Pode ficar a vontade, a casa é sua. Marilda, traga café e aqueles biscoitos caseiros que você fez, por favor.
MARILDA: Claro senhor, é para já! (Marilda deixa o escritório).
TOBIAS: A que devo a honra da sua visita, Padre?
PADRE FERNANDO: Visita de cortesia, como sempre. Se não venho até aqui, você não pisa na casa de Deus. Porque não foi a festa da padroeira? Saiba que fez muita falta.
TOBIAS: Ora padre, o senhor sabe que eu não gosto de aparições. Odeio a gente dessa cidade que fica especulando sobre a minha vida.
PADRE FERNANDO: Está na hora de você superar o passado, não acha? Enfrentar esse rancor que te deixa tão amargurado e seguir em frente, você tem que superar aquela mulher má e refazer sua vida, você ainda é jovem...
TOBIAS: Nunca! Aquela desgraçada acabou com a minha vida. Eu nunca irei perdoa-la, sou capaz de matá-la se a reencontrar. Tomara que esteja morta!
Cena 07 – Nova Iorque – (Manhattan) Estados Unidos [Interna/Manhã]
Música da cena: New York, New York – Frank Sinatra
(Imagens da cidade de Nova Iorque são apresentadas, transitando por diversos pontos turísticos da cidade até chegar a fachada de um luxuoso hotel, situado num bairro nobre, no distrito de Manhattan. Luciana abre a porta de seu quarto no hotel).
CONCIERGE: Good morning Mrs. Motta, I came to get your bags! [Bom dia Senhora Motta, eu vim buscar as suas malas!].
LUCIANA: Oh yes, thank you. They are right there, I will go down to settle the score and wait for you down there. [Ah sim, obrigada. Elas estão bem ali, eu vou descer para acertar a conta e te espero lá embaixo.].
(O funcionário do hotel desce com as malas. Luciana dá uma olhada ao redor para conferir se não esqueceu nada, certificando-se da hora no relógio logo em seguida).
LUCIANA: Bem, está na hora de voltar ao Brasil e acertar as contas que deixei pendente.
(Na recepção, Luciana acerta as contas de sua hospedagem e agradece pela cordialidade que recebeu durante sua estadia no hotel, em seguida caminha em direção a saída do hotel).
LUCIANA: Contas pagas, nenhuma pendência. Eu estou voltando! Brasil, aí vou eu... (Luciana cruza pela porta giratória do hotel rumo a rua, põe seus óculos escuros e entra num táxi amarelo. O funcionário do hotel termina de colocar sua bagagem no porta-malas do carro e o táxi segue por Nova Iorque, rumo ao aeroporto).
(Na recepção, Luciana acerta as contas de sua hospedagem e agradece pela cordialidade que recebeu durante sua estadia no hotel, em seguida caminha em direção a saída do hotel).
LUCIANA: Contas pagas, nenhuma pendência. Eu estou voltando! Brasil, aí vou eu... (Luciana cruza pela porta giratória do hotel rumo a rua, põe seus óculos escuros e entra num táxi amarelo. O funcionário do hotel termina de colocar sua bagagem no porta-malas do carro e o táxi segue por Nova Iorque, rumo ao aeroporto).
Cena 08 – Lanchonete [Interno/Manhã]
(Beatriz, Beto e Guilherme tomam um café enquanto Coruja come de forma apresssada).
GUILHERME: Não precisa agradecer, foi uma ótimo ideia vir até aqui!
GUILHERME: Sim, o suficiente para começar... Só que eu continuo com a impressão de que o conheço de algum lugar, o rosto dele é muito familiar.
BEATRIZ: Bem, como a reunião foi proveitosa e produtiva, acredito que está na hora de voltarmos para casa, vamos?
GUILHERME: Eu vou começar a investigação com o que temos e deixarei vocês a par de qualquer novidade.
(Beatriz e Guilherme se despedem e ele vai embora).
Cena 09 – Haras Barreto [Interno/Manhã]
(Severino escova o pelo de um cavalo quando é surpreendido).
EULÁLIA: Eu, visitando um grosseirão como você? Claro que não. Só estou acompanhando o Padre Fernando numa visita... Jamais viria te visitar!
SEVERINO: Eu falei que a gente iria acabar se esbarrando de novo, pensa que eu não sei que você se sente atraida por mim?
EULÁLIA: Eu sou uma mulher muito direita, jamais iria me envolver com um homem grosseiro e cheirando a cavalo como você, você que é muito convencido.
SEVERINO: Sou? Eu vou te mostrar quem é convencido aqui... (Severino solta o escovão no chão e agarra Eulália pela cintura, de modo que os rostos ficam tão próximos, chegando a quase se beijar). E agora? Vai continuar negando?
Cena 10 – Rua [Externa/Manhã]
(Carolina dirige seu carro rumo ao escritório da empresa do marido enquanto lembra do que Alberto disse sobre a verdade sobre o desaparecimento de Cadu).
CAROLINA: Ninguém pode me descobrir, ele desapareceu... Ninguém pode me denunciar, ninguém! (Fala consigo mesma).
(Beatriz e Beto aguardam o semáforo ficar com o sinal vermelho para atravessarem a rua. Assim que o sinal fecha, os dois começam a caminhar para chegarem ao local onde Beatriz deixara seu carro estacionado).
(Carolina continua distraida em seus pensamentos enquanto dirige, quando volta a si, percebe que o sinal fechou e freia bruscamente próximo a faixa de pedestres).
BEATRIZ: Mas que mulher louca, sua barbeira! Comprou a carteira de motorista, foi? Quase nos atropelou...
A câmera foca no rosto de Carolina, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da cor do céu.
Trilha Sonora Oficial, clique aqui.
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